LIÇÃO 11: LEVÍTICO 1 a 10: COMO ADORAR O DEUS SANTO
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Levítico 1 a 10 há 252 versos, no total. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Levítico 1.1-17 (5 a 7 min.).
Caro(a) professor(a), já vimos como Deus libertou Israel, assumiu seu governo, instituiu leis morais e assentou-se no meio deles através do tabernáculo. Agora, veremos que Deus estabeleceu leis para a realização dos ritos sacrificiais, normas que garantiriam a reparação das faltas enquanto era aguardado o Salvador. Que Deus maravilhoso! Por amor, Ele nos enviou Jesus e permitiu que Seu sangue fosse derramado até que fosse lavada toda a culpa que nos fazia impuros.
Sabendo das nossas limitações originadas no pecado, Deus traça as leis como um caminho para a santificação. Se quisermos seguir nessa direção, Jesus é o caminho. Ofertemos nossas vidas a Ele, partilhando de Sua santidade.
OBJETIVOS
• Reconhecer o caráter santo de Deus.
• Saber que leis não mudam o coração.
• Agradecer a Deus pelo sacrifício de Cristo.
PARA COMEÇAR A AULA
Podemos começar pensando no compromisso de realizarmos o culto conforme a vontade de Deus. Não fazemos holocaustos nem qualquer oferta de cereais, mas a oferta ainda é parte do culto; não queimamos incenso, mas elevamos louvores; não usamos roupas especiais, mas ainda precisamos ter decoro e cultivar uma vida honrada diante de Deus e dos homens. Temos consciência de que o culto é para louvar, suplicar perdão e agradecer? Temos vivido a santidade que glorifica a Deus?
RESPOSTAS
1) V
2) V
3) F
LEITURA ADICIONAL
Os holocaustos, as ofertas vegetais e as de paz eram oferecidos antes que a lei fosse dada a Moisés no monte Sinai; através dos sacrifícios os patriarcas deveriam fazer expiação pelo pecado. Porém, agora foi indicado aos hebreus um método para fazer expiação pelo pecado, mais particularmente pelo sacrifício, como sombra das coisas boas vindouras; contudo, a essência é Cristo, e a sua única oferta de si mesmo, pela qual tirou o pecado do mundo.
Supõe-se que os pecados pelos quais foram estabelecidas as ofertas eram atos conhecidos; pecados de comissão, atos que não deveriam ter sido feitos. As omissões são pecados e devem ser julgados, e o que foi omitido uma vez poderia ser feito novamente em outra ocasião; porém, um pecado cometido era uma lembrança do passado. Supõe-se que eram pecados cometidos por erro. A lei começa com o caso do sacerdote ungido.
É evidente que Deus nunca teve um sacerdote infalível em sua Igreja na terra, uma vez que até o sumo sacerdote podia cair em pecados por erro. Toda pretensão de atuar sem erros são marcas certas do Anticristo. O animal deveria ser levado para fora do acampamento, a fim de ser incinerado. Isto era um sinal do dever do arrependimento, que consiste em tirar o pecado como coisa detestável, que nossa alma aborrece. A oferta pelo pecado identifica-se com o pecado. O que eles realizavam no sacrifício, nós devemos fazer a nossos próprios erros. O corpo do pecado deve ser destruído (Rm 6.6). O autor aos hebreus atribui a Cristo o ato de ter levado o sacrifício para fora do acampamento (Hb 13.11-13).
Se os líderes do povo pecassem por erro, deveriam apresentar uma oferta, para que a ira não caísse sobre toda a congregação.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (Editora CPAD, 2004).
LIÇÃO 11: LEVÍTICO 1 a 10: COMO ADORAR O DEUS SANTO
Texto Áureo
“Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo”. Lv 11.45
Verdade Prática
Deus provê um caminho para pessoas pecadoras se aproximarem e viverem na Sua santa presença.
Estudada em 11 de setembro de 2022
Leitura Bíblica Para Estudo Levítico 1.1-17
INTRODUÇÃO
I. O LIVRO DE LEVÍTICO Lv 1.1-3
1. Título Lv 1.1
2. Tema Central Lv 19.2
3. Importância e Propósito Lv 11.45
II. SACRIFÍCIOS E OFERTAS Lv 1.4-4.35
1. Sacrifícios voluntários Lv 1.10
2. Sacrifícios obrigatórios Lv 4.2
3. O sacrifício de Cristo Hb 9.14
III. A CONSAGRAÇÃO DO SACERDÓCIO Lv8-10
1. Escolhidos por Deus Lv 8.2
2. As vestes sacerdotais Lv .30
3. Exigências Lv 10.1,2
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Levítico foi escrito enquanto Israel ainda acampava diante do Sinai. Enquanto Êxodo tem por tema a comunhão que Deus oferece ao Seu povo mediante Sua presença no Tabernáculo, Levítico apresenta as leis pelas quais Israel haveria de mantê-la. É o manual do serviço sacerdotal, das ofertas e dos sacrifícios no Tabernáculo.
I. O LIVRO DE LEVÍTICO (Lv 1.1-3)
Se Êxodo é o livro da redenção, Levítico é o livro da santidade e da adoração.
1. Título (Lv 1.1)
“Chamou o Senhor a Moisés e, da tenda da congregação, lhe disse:”
No hebraico, os títulos dos livros do Pentateuco, vêm de suas primeiras palavras, neste caso “Chamou o Senhor”. A partir da tradução para o grego (Septuaginta) passou a ser intitulado Levítico, pois seu conteúdo trata das leis relacionadas aos ritos, sacrifícios e serviço dos sacerdotes e levitas.
O título é muito apropriado, embora, o livro se ocupe muito mais com os deveres dos sacerdotes do que com o trabalho dos levitas de um modo geral, os quais se ocupavam do trabalho manual do tabernáculo. A tribo de Levi foi separada para as funções ministeriais (mas só Arão e seus descendentes eram sacerdotes).
Todos os sacerdotes eram, efetivamente, da tribo de Levi; todavia nem todos os da tribo de Levi eram sacerdotes. Grosso modo, o livro é um manual de regulamentos e normas sacerdotais. Levítico está em estreita conexão com Hebreus devendo ser interpretado por este (Hb 7.11).
2. Tema Central (Lv 19.2)
“Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo.”
O tema principal do livro de Levítico fica claro nas declarações dos versos 11.44,45 e 19.2.
Sendo o pecado o grande problema do homem e a fonte de sua separação do Criador, como o israelita se aproximaria desse Deus Santo? Se Gênesis mostra o pecado do homem e Êxodo é um livro da redenção, Levítico mostra como o homem pecador pode andar em comunhão com Deus.
Nesse livro a palavra “santo” ou “santidade” é mencionada mais de 80 vezes e a palavra “sangue” surge 93 vezes. As duas caminham juntas no livro deixando claro uma verdade fundamental: sem derramamento de sangue não podemos nos aproximar de Deus. Isto é muito importante. Nós fomos salvos pelo sangue do Cordeiro de Deus e chamados a viver em comunhão santa com nosso Senhor (1jo 1.5-10). Isso só é possível se obedecermos à Sua Palavra. Levítico mostra tudo isso por meio de tipos e de símbolos.
3. Importância e Propósito (Lv 11.45)
“Eu sou o Senhor; que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo.”
Levítico é o centro do Pentateuco, não só pela localização, mas também pela ênfase. É comum encontrar crentes que não se interessem pelo livro. Alegam que é muito enfadonho, cheio regras e rituais que não podem ser praticados hoje. Dizem ainda que, enquanto Gênesis e Êxodo são narrativas históricas fáceis de entender, o mesmo não acontece com Levítico. Diante de todos esses argumentos, como encará-lo?
Primeiro, devemos lembrar que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16,17).
Segundo, temos na obra de Cristo na cruz a exata compreensão deste livro. Quando estudamos Levítico e Hebreus juntos vemos que a Cruz não foi um acidente, mas providencial e necessária, cumprindo tudo.
Terceiro, mesmo não sendo mais praticados, os sacrifícios levíticos trazem princípios valiosos, como a atrocidade do pecado e a misericórdia de Deus. A solução que o pecado exige custa muito, o que mostra o seu terrível caráter. Não é uma coisinha leve e de pouca importância. Aos olhos de Deus, o pecado custa muito. Custa sangue, sacrifício, dor e morte de um substituto. A misericórdia de Deus proporciona um caminho de perdão e restauração. Esse caminho é Cristo, prefigurado nos sacrifícios temporários de animais.
II. SACRIFÍCIOS E OFERTAS (Lv 1.4-4.35)
Levítico apresenta as leis, rituais e sacrifícios pelos quais Israel deveria ter consciência de sua pecaminosidade, da necessidade de receber a misericórdia de Deus e manter a comunhão com Ele.
Agora, com o Tabernáculo inaugurado Israel recebe de Deus, através do seu mediador, um conjunto estruturado e regulamentado de sacrifícios e festas. Veremos que existem cinco tipos principais de sacrifícios ou ofertas, divididos em voluntários e obrigatórios. Cada um deles revela um aspecto da obra de Cristo.
1. Sacrifícios voluntários (Lv 1.10)
“Se a sua oferta for de gado miúdo, de carneiros ou de cabritos, para holocausto, trará macho sem defeito.”
O primeiro é o holocausto (Lv 1.3-14), já conhecido desde os tempos primitivos (Gn 8.20; 22.13). As vítimas apresentáveis tinham custo variável, desde grandes até pequenos animais do rebanho e mesmo pássaros, o que permitia que os mais pobres oferecessem adoração. A frase chave está em 1.9: “Queimará tudo isso sobre o altar”. Em cada holocausto, a vítima inteira era queimada e subia na fumaça do altar do Senhor, com exceção do couro, que pertencia ao sacerdote oficiante, como indenização por seu serviço (Lv 7.8). O holocausto era um retrato da entrega completa de Cristo.
A segunda oferta voluntária era a oferta dos manjares (Lv 2.1), na qual o fruto do campo era oferecido. Era a única oferta sem sangue. A oferta de cereal lembrava ao povo que sua comida vinha de Deus e que, portanto, eles deviam suas vidas a Ele.
A terceira oferta voluntária era o sacrifício pacífico (Lv 3.1) também chamado de oferta da paz. As ofertas pacíficas consistiam num sacrifício oferecido por alguém que celebrava uma bênção recebida ou buscava a bênção de Deus. Era parecido com o primeiro, exceto que aqui o ofertante recebia uma parte de volta para banquetear-se com ela. O oferente se alimentava da oferta como nós nos alimentamos de Cristo pela fé. Não há paz longe de Cristo.
2. Sacrifícios obrigatórios (Lv 4.2)
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém pecar por ignorância contra qualquer dos mandamentos do Senhor, por fazer contra algum deles o que não se deve fazer…”
Eram obrigatórios porque era a única forma de se obter perdão.
O primeiro era a oferta pelos pecados por ignorância, seja do sacerdote, de todo o povo, de um príncipe ou de qualquer pessoa (Lv 4.1-4;13-15;22-24;27-29). O propósito era expiar a culpa por pecados cometidos de forma não intencional, geralmente por negligência (Lv 5.1-6).
O outro sacrifício obrigatório era a oferta pelos pecados voluntários (Lv 6.1-7), dada como expiação por pecados cometidos contra o próximo causando-lhe prejuízo, exigindo restituição à parte ofendida, e também como uma purificação de pecados profanos ou doenças físicas. Novamente, as porções de gordura, os rins e o fígado eram oferecidos a Deus, e o restante do novilho tinha que ser comido dentro do espaço do tabernáculo. Como no resto da Lei, os sacrifícios eram “sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Cl 2.17).
3. O sacrifício de Cristo (Hb 9.14)
“Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”
As regras de Levítico foram estabelecidas por Deus e não pelo homem, e deveriam ser criteriosamente obedecidas. Essa é a razão de tantos detalhes. Deus não permitiu e não permite que o culto a Ele seja feito de qualquer maneira. Há um padrão. A segunda razão é que tudo aquilo prefigurava o perfeito sacrifício que poria fim a todos os outros, a saber, o de Cristo. As regras de Levítico compõem um processo de revelação de Deus que se concluiria em Cristo.
Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, já foi oferecido na cruz. Por meio de sua morte fomos definitivamente reconciliados com Deus (Hb 10.14). Qual seria então uma resposta adequada que eu e você podemos dar à morte de Jesus? As Escrituras respondem: oferecendo-nos em sacrifício vivo e santo totalmente consagrados a Ele (Rm 12.1).
III. A CONSAGRAÇÃO DO SACERDÓCIO (Lv 8-10)
Até esse momento ainda não haviam sido designados um sumo sacerdote, um sacerdócio formal e um conjunto de obreiros para o tabernáculo. Veremos isso.
1. Escolhidos por Deus (Lv 8.2)
“Toma Arão, e seus filhos, e as vestes, e o óleo da unção, como também o novilho da oferta pelo pecado, e os dois carneiros, e o cesto dos pães asmos”
Deus, por Sua soberania, escolheu Arão e seus filhos para o sacerdócio. Eles não tinham direito nem mereciam. A primeira consagração ao ministério aconteceu com Arão e seus filhos, e, logo depois, toda a tribo de Levi foi separada para as funções no Tabernáculo, ainda que nem todos para o sacerdócio.
Nenhuma outra tribo poderia ministrar no sacerdócio. Isso joga algumas luzes sobre o ministério pastoral: sua maior crise diz respeito a pessoas que lá estão sem a inabalável convicção de terem sido escolhidos por Deus. O ministério não pode ser resultado de acordos, conchavos, negociatas ou desejo de admiração.
Quem se autoconvoca já está destinado ao fracasso. Deus não abre mão dessa sua prerrogativa, conforme explicitado por Jesus (Mt 9.38).
2. As vestes sacerdotais (Lv 8.30)
“Tomou Moisés também do óleo da unção e do sangue que estava sobre o altar e o aspergiu sobre Arão e as suas vestes, bem como sobre os filhos de Arão e as suas vestes; e consagrou a Arão, e as suas vestes, e a seus filhos, e as vestes de seus filhos.”
Arão e os demais sacerdotes deveriam se trajar adequadamente toda vez que entrassem no Tabernáculo. Não poderiam se vestir do jeito que quisessem. Deus havia planejado vestes especiais para eles. A roupa do sumo sacerdote era composta de sete peças: calções; uma túnica branca; uma sobrepeliz azul com campainhas e romãs na orla; a estola sacerdotal; um cinto; um peitoral com joias; um turbante de linho com uma lâmina de ouro escrita: “Santidade ao Senhor”.
Nas cerimônias pagãs era comum a nudez e a prostituição cultual. Deus ordena vestimentas especiais para cobrir os sacerdotes e evitar qualquer semelhança com as nações idólatras. Mas a roupa não fazia o sacerdote. Eles não usavam essas roupas para mostrar sua beleza ou status social. Ele fora chamado para servir a Deus e ao povo.
3. Exigências (Lv 10.1,2)
“Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor.”
As responsabilidades dos sacerdotes eram muitas e detalhadamente explicadas por Deus. Havia um banho público (8.6); troca de vestimentas e uma unção com um óleo especialmente preparado (8.12). O aroma da unção era exclusivamente preparado para o sumo sacerdote. Ninguém possuía um aroma idêntico (Êx 30.31,32). Tudo isso tinha um efeito didático muito profundo. O povo precisava entender que estava lidando com um Deus santo e totalmente diferente dos deuses falsos das nações à sua volta.
Nada podia ser feito à revelia. Por essa razão Nadabe e Abiú morreram diante do Senhor. No que pecaram? A Escritura diz que eles ofereceram “fogo estranho” ao Senhor (10.1). A palavra “estranho” aqui significa desconhecido e não autorizado por Deus (Êx 30.9). Podemos ser entusiastas? Sim, mas lembre-se: o fundamento já está posto. O entusiasmo carnal não substitui a plenitude do Espírito. Muita maluquice vem sendo feita nos arraiais gospel pelo Brasil afora e que isso tem trazido enorme prejuízo à evangelização e desonrado o nome de Cristo.
O Espírito Santo não leva ninguém a fazer nada que seja contrário à palavra de Deus. Compreendemos isso?
APLICAÇÃO PESSOAL
Será que agora, reconciliados e em plena comunhão com Deus, por causa da perfeita obra de Cristo temos vivido de modo digno e em constante gratidão?
RESPONDA
Responda V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
1) O título hebraico de Levítico vem das primeiras palavras do livro: “Chamou o Senhor”.
2) Os sacrifícios comuns em levíticos se dividiam em dois: sacrifícios voluntários e sacrifícios obrigatórios.
3) O sacerdócio de Arão foi uma escolha e determinação de Moisés.