Lição 01 – Jesus, O verbo de Deus Humanizado

LIÇÃO 1:  JESUS, O VERBO DE DEUS HUMANIZADO

EM ÁUDIO

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Estimado professor, seja bem-vindo a mais este momento de ensino-aprendizagem, mas também de consolidação espiritual na sua vida e na de seus alunos. Isso será uma consequência de 13 lições estudadas a respeito do Evangelho de João, o qual nos revela a verdade incontroversa de que Jesus é o Filho de Deus, o verbo eterno que se fez carne e hoje habita em nós.

Exponha, a princípio, informações básicas a respeito do livro, como sua autoria, pois embora os quatro Evangelhos não tragam os nomes de seus autores, João se identifica dizendo: “E é esse o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu. ” (21.24); data de sua escrita, final do primeiro século; seu contexto, na Ásia Menor, após os demais Evangelhos já estarem circulando pelas igrejas, apóstolos estarem mortos por intermédio do martírio e sob uma ameaçadora heresia.

 

PALAVRAS-CHAVE

Verbo • Encarnação • Humanização

 

OBJETIVOS

  • Saber que João apresenta Jesus como Deus humanizado.
  • Observar as diferentes atitudes em relação ao Verbo.
  • Compreender o que é a humanização do Verbo.

 

PARA COMEÇARA AULA

Comece a aula fazendo a apresentação da genealogia de Jesus em Mateus 1 e Lucas 3, logo em seguida à leitura de João 1. Mostre à classe que enquanto os outros evangelistas se preocuparam em expor que Jesus veio de uma linhagem de reis (pois, nesse contexto, genealogia representa história) João os sobrepôs mostrando que Cristo, o Verbo, é preexistente. Em Sua encarnação, Ele foi mais formoso do que os filhos dos homens, a graça se derramou sobre seus lábios e Deus o abençoou para sempre.

 

RESPOSTAS

3, 1, 2.

 

LEITURA COM ELEMENTAR

Precisamos tirar as sandálias dos nossos pés, O território no qual vamos caminhar doravante é terra santa. O Evangelho de João é o Santo dos Santos de toda a revelação bíblica. E o livro mais importante da História. Steven Lawson chama-o de o Monte Everest da teologia, o mais teológico dos Evangelhos.  Charles Erdman o considera o mais conhecido e o mais amado livro da Bíblia. Provavelmente é a mais importante peça da literatura que há no mundo. Para William Hendriksen, o Evangelho de João é o livro mais maravilhoso já escrito.  Lawrence Richards o descreve como “o Evangelho universal”.

Mateus apresentou Jesus como Rei, Marcos como servo e Lucas como homem perfeito. João, por sua vez apresentou Jesus como Deus.  Os 3 primeiros Evangelhos são chamado sinóticos porque têm grande semelhanças entre si. João, porém, distingue-se dos demais em seu conteúdo, estilo e propósito.

Charles Swindoll diz que não temos quatro Evangelhos, temos apenas um Evangelho, escrito de quatro pontos de vista diferentes. Temos uma biografia elaborada por quatro testemunhas., cada escritor provendo uma perspectiva peculiar. Nessa mesma linha de pensamento, Andreas Kostenberger afirma: “Os quatro Evangelhos bíblicos apresentam o único Evangelho da salvação em Jesus Cristo, segundo quatro testemunhas importantes: Mateus, Marcos, Lucas e João” (…).

Embora os quatro Evangelhos sejam anônimos, ou seja, não tragam o nome de seu autor, há inconfundíveis e irrefutáveis evidências internas e externas de que esse Evangelho foi escrito pelo apóstolo João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu, empresário de pesca do mar da Galileia. Sua mãe era Salomé (Mc 15.40; Mt 27.56), a qual contribuiu financeiramente com o ministério de Jesus (Mt 27.55, 56) e pode ter sido irmã de Maria, mãe de Jesus (Jo 19.25). Se essa interpretação for verdadeira, então João e Jesus eram primos. Sem apresentar seu nome, o autor se identifica como testemunha, em sua conclusão do Evangelho: E é esse o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu (21.24).

Livro: “João: As Glórias do Filho de Deus” (Hernandes Dias Lopes, Editora Hagnos Ltda, 2015, São Paulo – SP, págs. 11-12).

 

 

LIÇÃO 1 – JESUS, O VERBO DE DEUS HUMANIZADO

 

TEXTO ÁUREO

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. Jo 1.14

 

VERDADE PRÁTICA

O Evangelho de João revela Jesus como Filho de Deus que veio salvar todos os que Nele creem.

 

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Jo 1.5 Quem está em trevas não compreende a luz

Terça – Jo 1.6-7 Devemos ser testemunhas da luz

Quarta – Jo 1.8 Somos apenas amigos do noivo

Quinta – Jo 1.10-11 Os seus não o receberam

Sexta-Jo 1.13-14 O Verbo está entre nós

Sábado – Jo 1.15 A graça nos faz plenos

 

 

LEITURA BÍBLICA

João 1.10-14

10       O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.

11       Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

12       Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;

13       os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

14       E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Leitura Completa: Jo 1.1-18

 

 

Hinos da Harpa: 42 – 400

 

 

JESUS, O VERBO DE DEUS HUMANIZADO

 

INTRODUÇÃO

I. JESUS O VERBO DIVINO

  1. O Verbo é eterno, pessoal e divino Jo 1.1
  2. O Verbo é criador Jo 1.30
  3.  Verbo é Vida e Luz Jo 1.4,5

 

II. ATITUDES QUANTO AO VERBO

  1. O arauto do Verbo Jo 1.6-9
  2. A rejeição e a aceitação Jo 1.10,11
  3. A humanização do Verbo Jo 1.14

 

III.     O TESTEMUNHO DO VERBO

  1. O Verbo tem primazia Jo 1.15
  2. O Verbo traz graça e o fim da lei Jo 1.16.1 l7
  3. O Verbo é o revelador do Pai Jo 1.18


APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O Evangelho de João é o livro mais lido do mundo. Sua mensagem tem sido instrumento poderoso nas mãos de Deus para levar multidões sem conta aos pés do Salvador.

Cerca de 90% do Evangelho de João é exclusivo, não é encontrado nos sinóticos. Exatamente por isso, daremos preferência ao estudo deste conteúdo que só aparece em João.

O apóstolo João o escreveu em Éfeso, nos anos noventa. É endereçado ao público geral, a judeus e gentios. O propósito específico está em João 20.31: “Para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.

 

I. JESUS O VERBO DIVINO

João não começa com a genealogia de Jesus como Mateus e Lucas. Isso porque seu propósito é apresentar Jesus como Deus; e, como tal, ele não tem árvore genealógica.

1. O Verbo é eterno, pessoal e divino (Jo 1.1). Essa é a grande tese de João. Numa só sentença, o primeiro versículo do Evangelho de João declara a eternidade, a personalidade e a deidade de Cristo (1.1). João pretende que o todo de seu Evangelho seja lido à luz desse versículo.
a) Eternidade (1.1a). “No princípio era o Verbo”. João recua à eternidade, antes do princípio de todas as coisas. Quando tudo começou (Gn 1.1), o Verbo já existia. Ele já existia antes que a matéria fosse criada e antes que o tempo começasse. É o Pai da eternidade.
b) Personalidade (1.1b). “E o Verbo estava com Deus”. Ele estava no princípio com Deus. O Verbo não é uma energia cósmica, mas uma pessoa. O Verbo é Jesus.
c) Deidade (1.1c). “E o Verbo era Deus”. João abre seu Evangelho fazendo uma afirmação categórica e insofismável da divindade do Verbo. Jesus não é apenas um mestre moral ou anjo; Ele é Deus.

 

2. O Verbo é criador (Jo 1.3). “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”. As duas partes do versículo dizem a mesma coisa, primeiro positivamente (todas as coisas foram feitas por intermédio dele) e depois negativamente (sem Ele, nada do que foi feito se fez). Os feitos e as obras de Jesus são os feitos e as obras de Deus.

O Verbo é o agente divino na criação do universo. Foi Ele quem trouxe à existência as coisas que não existiam, tanto as terrenas como as celestiais (Cl 1.16). Hebreus 1.2 fala a respeito do Filho de Deus por meio de quem também fez o universo.

 

 

3. O Verbo é Vida e Luz (Jo 1.4,5). “A vida estava nele e era a luz dos homens” (1.4). Todos os seres que existem no universo foram criados e, por isso, não têm vida em si mesmos. Só Deus tem vida em si mesmo. Só Deus é auto existente. O Verbo não recebeu vida; Ele é a vida. Dele decorrem todas as coisas. Ele é a fonte de toda a vida que existe, inclusive vida espiritual (3.3), vida eterna (3.15,16; 20.31), vida abundante (10.10).

“A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (1.5). Onde a luz chega, ela dissipa as trevas. O mundo está em trevas. Mas onde Jesus se manifesta salvificamente, as vendas dos olhos são arrancadas e os cativos são trasladados do império das trevas para o reino da luz. No princípio havia trevas sobre a face do abismo (Gn 1.2), até que Deus chamou a luz à existência.

Da mesma forma, sem a luz, que é Jesus, o mundo das pessoas está envolto em trevas. Ele é a fonte de toda a luz (Sl 36.9). Ele é a luz do mundo (8.12).

 

 

II. ATITUDES QUANTO AO VERBO

João deixa de apresentar o Verbo para introduzir seu arauto e as reações a ele.


1. O arauto do Verbo (Jo 1.6-9).
João Batista foi enviado para testemunhar de Jesus, a fim de que todos colocassem sua confiança nele. João sabia o seu lugar. Ele era o arauto da luz, e não a luz; era o amigo do noivo, e não o noivo; era a voz, e não a mensagem; era o servo, e não o Senhor.

Jesus é a verdadeira luz que ilumina a todo homem (1.9).

Para D. A. Carson, são numerosas as testemunhas da verdade da auto-revelação de Deus no Verbo: há o testemunho da mulher samaritana (4.39), das obras de Jesus (5.36; 10.25), do Pai (5.32,37; 8.18), do Antigo Testamento (5.39,40), da multidão (12.17), do Espírito Santo e dos apóstolos (15.26,27). Todos esses dão testemunho de Jesus. Todo esse testemunho foi dado com o propósito de promover fé em Jesus. Esse é o objetivo com o qual esse Evangelho foi escrito (20.31).

 

2. A rejeição e a aceitação (Jo 1.10,11). O Verbo estava no mundo, e este foi feito por meio Dele, mas o mundo não o reconheceu. Ele veio para os judeus, o povo escolhido que lia o Antigo Testamento, professando esperar por Sua vinda. E, mesmo assim, quando ele veio, os judeus não o receberam. Eles o rejeitaram, o desprezaram e o pregaram na Cruz. Jesus veio para o que era Seu, e os Seus não o receberam. Embora tenha amado Seu povo, foi por ele rejeitado.

 

3. A aceitação do Verbo (1.12,13). A salvação ultrapassa as fronteiras de Israel e se estende para o mundo inteiro. Pessoas de todas as tribos, raças e povos, todos os que receberem Cristo, receberão o poder de serem feitos filhos de Deus, de fazerem parte da família de Deus. Esse poder é conferido não aos que se julgam merecedores por suas obras, mas aos que creem no Seu nome.

Ser filho de Deus aqui significa muito mais do que ser criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27); é ter um relacionamento íntimo e pessoal com Ele. Esse direito do nascimento divino não tem nada a ver com laços raciais, nacionais ou familiares. Depende da recepção pela fé daquele a quem Deus enviou.

 

3. A encarnação do Verbo (Jo 1.14). Depois de afirmar a perfeita divindade do Verbo, João agora assevera sua perfeita humanidade. Jesus é tanto Deus como homem. É perfeitamente Deus e perfeitamente homem.

a) O Verbo se fez carne (1.14a). A expressão “se fez” tem aqui um sentido muito especial. Não é um “se fez” ou “se tornou”, no sentido de ter cessado de ser o que era antes. Nele as duas naturezas, divina e humana, estão presentes. Deus, o Filho, sem cessar por um momento de ser divino, se fez homem e habitou entre nós.

b) O Verbo trouxe salvação para a raça humana (1.14b). “Cheio de graça e de verdade”. Vemos aqui a graça de Deus para os homens. Graça é um dom completamente imerecido, algo que jamais poderíamos alcançar por nosso esforço. O fato de Jesus ter vindo ao mundo para morrer na cruz pelos pecadores está além de qualquer merecimento humano.

c) O Verbo veio revelar a glória do Pai (1.14c). “E vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai”. Encontramos aqui a glória de Deus sobre os homens. Jesus é a exata expressão do ser de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9), Quem o vê, vê o Pai, pois Ele e o Pai são um.

 

 

III. O TESTEMUNHO DO VERBO

João Batista, como arauto de Jesus, abre as cortinas e faz sua apresentação. Quatro verdades essenciais são apresentadas.

1. O Verbo tem primazia (Jo 1.15). João Batista testemunhou a respeito Dele, exclamando: “É sobre este que eu falei: Aquele que vem depois de mim está acima de mim, pois já existia antes de mim”. Ora, se Jesus nasceu seis meses depois de João Batista e veio depois dele, como já existia antes dele? A única resposta é que, antes de Jesus nascer como homem, já existia eternamente como Deus, por isso tem a primazia.

 

2. O Verbo traz graça e o fim da lei (Jo 1.16-17). “Pois todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça”. Aquele que é a plenitude de Deus veio oferecer-nos sua plenitude, não apenas graça, mas graça sobre graça. Os seguidores de Cristo têm graça abundante. O oceano da plenitude divina é graça. Não há limites no suprimento da graça que Deus coloca à disposição do Seu povo.

O Verbo é o fim da lei (Jo 1.17). “Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. A lei é boa, santa e justa, porém nós somos pecadores. Ela é perfeita, mas somos imperfeitos. Por isso, a lei não pode justificar. A lei não tem poder para curar. A lei pode ferir, mas não pode fechar a ferida. A lei é inflexivelmente exigente, e nunca conseguimos atender as suas exigências. Por isso, pela lei estamos condenados. O papel da lei, portanto, nunca foi nos salvar, mas convencer-nos do pecado, tomar-nos pela mão e conduzir-nos a Cristo. Ele é o fim da lei. Nele encontramos graça e verdade. Nele temos copiosa redenção. Moisés foi o mediador da lei; Jesus Cristo é mais que mediador, é a corporificação da graça e da verdade.

 

 

3. O Verbo é o revelador do Pai (Jo 1.18). “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”. Deus é invisível, pois é Espírito. Contudo, Jesus, o Verbo eterno, veio ao mundo exatamente para nos revelar Deus.

Concordo com David Stern, quando diz que João ensina que o Pai é Deus, que o Filho é Deus; contudo faz uma distinção entre o Filho e o Pai, para que ninguém possa dizer que o Filho é o Pai. João declara que o Verbo encarnado tornou Deus conhecido. Veio para revelar o Pai. Nem Abraão, o amigo de Deus, nem Moisés, com quem o Senhor tratava face a face, puderam ver a glória divina em sua plenitude. Contudo, Jesus pode nos tomar pela mão e nos levar a Deus. Ninguém pode ir ao Pai senão por Ele. Ninguém pode conhecer o Pai senão através de Sua revelação. Ele é a imagem do Deus invisível. Ele é o resplendor da glória, a expressão exata do ser de Deus. Quem o vê, vê o Pai, pois Ele e o Pai são um.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

A vida de Jesus, Suas obras e declarações levam-nos à conclusão de que Ele verdadeiramente é o Filho de Deus, enviado ao mundo para nossa salvação. Crer Nele como Salvador resulta em vida eterna.

 

RESPONDA

Identifique a resposta apropriada a cada questão e relacione-a abaixo nos parênteses correspondentes.

1)        São características próprias do Verbo divino.

2)        Ele foi arauto da luz, amigo do noivo, servo e a voz.

3)        Ele é a corporificação da graça e da verdade.


( ) Jesus Cristo

( ) Eterno, pessoal, divino criador e auto-existente

( ) João Batista

 

 

VOCABULÁRIO

  • Arauto: é qualquer pessoa que apregoa, isto é, trata-se de um mensageiro.
  • Deidade: é a fonte de tudo aquilo que é divino.
  • Sinóticos: é um termo que designa os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas por conterem uma grande quantidade de histórias em comum, na mesma sequência, e algumas vezes, utilizando exatamente a mesma estrutura de palavras.