Lição 01 – Personagens da Bíblia – Gente como a Gente

LIÇÃO 1 – PERSONAGENS DA BÍBLIA: GENTE COMO A GENTE

 

ÁUDIO DA LIÇÃO 1

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 

Parabéns, querido professor, por estar iniciando este que, sem sombra de dúvida, será um grande crescimento na sua vida e de seus alunos. Isto porque estudaremos, durantes treze lições, alguns personagens da Bíblia, os quais nos ensinam muito por meio de suas histórias de fé, amor, justiça, esperança, coragem e força.

“Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque era ele único, quando eu o chamei, o abençoei e o multipliquei” (Is 51.2)

Observemos como o próprio Deus nos orienta a olharmos para o Seu amigo Abraão e o termos como referência de obediência e fidelidade. Antes de começar a aula de hoje, faça a leitura do capítulo 11 da Carta aos Hebreus, conhecida como a “galeria dos heróis da fé”, e observe com os alunos a importância de conhecermos a história inspiradora desses homens e mulheres que o próprio Deus colocou como “nuvem de testemunhas” para todos nós.

 

OBJETIVOS

  • Explicar a importância de estudarmos os personagens das Escrituras.
  • Enumerar algumas semelhanças entre nós e os personagens bíblicos.
  • Agradecer a Deus por modelos e referenciais que Sua graça nos tem proporcionado.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Assim como na História, escrita ou oral, alguns são bem lembrados na história da humanidade (imperadores, reis, presidentes etc.), enquanto outros se tornaram conhecidos depois de algum tempo, pois faziam parte da chamada história dos excluídos (negros, mulheres, operários, pobres etc.). Na história narrada na Bíblia Sagrada não é diferente.

Exponha à sua classe a importância desse estudo biográfico acerca dos personagens bíblicos que, independentemente de suas atribuições, muito nos têm a ensinar com suas atitudes, que nos inspiram e nos servem de modelo para a nossa vida cristã.

 

RESPOSTAS

  • F
  • V
  • V

 

PALAVRAS-CHAVE

Personagens • Exemplo • Inspiração

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Todos precisamos de bons modelos para nossa vida. Pessoas que vale a pena imitar. Na Bíblia temos vários tipos de gente, alguns nos inspiram profundamente com suas vidas triunfantes, outros sua biografia nos serve para dizer o que não devemos ser ou fazer. Uma das coisas lindas no relato bíblico é seu realismo, transparência e veracidade. A Bíblia não doura a pílula. Fosse apenas um relato humano, ela jamais registraria coisas como: o adultério de Davi, a fuga e a depressão de Elias, a negação de Pedro, a incredulidade e relutância dos apóstolos em crerem naqueles que diziam estar Jesus vivo e muitas outras experiência que o Espírito de Deus preservou para nos servir de alerta e acima de tudo nos levar a viver em absoluta dependência de Deus e de sua graça.

A realidade é que, mais importante do que começar bem, precisamos terminar bem. Nesse quesito acredito existir os seguintes tipos de pessoas:

  • Existem aqueles que começaram bem e terminaram bem. Um exemplo disso é Daniel. Ele não foi perfeito, mas sua vida foi uma linha constante de integridade e fidelidade ao seu Deus. Seus adversários bem que procuraram, mas nunca acharam nele vício, nem culpa. Sua conduta foi irretocável.
  • Existem aqueles que começaram mal e terminaram mal. É o quadro oposto do que foi dito acima. Aqui temos muitos representantes na Bíblia, mas posso citar Herodes. Sua vida foi de uma maldade e perversidade que até os historiadores se assustam quando relatam.
  • Existem aqueles que começaram bem, mas terminaram mal e nesse grupo temos o exemplo de Saul. Ele teve excelente iniciativa, mas durante a caminhada sua vida com Deus foi declinando e seu final foi muito triste e trágico. Terminou seus dias carcomido por inveja e ódio. Começar bem não garante um fim desejado, é necessário perseverança, firmeza, vigilância e acima de tudo, abundante graça.
  • Por último, há também aqueles que começaram mal e terminaram bem. São pessoas que ouviram a voz de Deus e o chamado do Espírito Santo ao arrependimento. O evangelho faz isso. O evangelho é um convite a qualquer instante e em TODO INSTANTE a sairmos do caminho largo e irmos pelo caminho estreito. Não importa por qual caminho a pessoa andava, não importa se até aqui trilhava o caminho o caminho das trevas e da perdição, o que importa é que caminho seguiremos daqui para frente. Paulo é um bom exemplo para nós. Ele nos convida a seguir animado e prosseguir para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.14). É possível terminarmos bem, não obstante um péssimo começo.”

Livro: “A receita do desastre” (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos,  2018, págs. 07 e 08).

 

Estudada em 06 de janeiro de 2019

 

LIÇÃO 1 – PERSONAGENS DA BÍBLIA: GENTE COMO A GENTE

 

TEXTO ÁUREO

“Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.” 1Co 10.11

 

VERDADE PRÁTICA

Conhecer os personagens bíblicos nos serve de referência e advertência, simultaneamente.

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Hb 11.38 Pessoas das quais o mundo não é digno

Terça – Fp 4.9 Há gente digna de ser imitada

Quarta – 1Rs 19.25 e 26 Sempre houve maus exemplos

Quinta – Lc 6.39 Más referências levam ao abismo

Sexta – Hb 13.7 Líderes devem ser exemplos

Sábado – Pv 1.10-16 Não imites os pecadores

 

LEITURA BÍBLICA

1 Coríntios 10.6-12

6    Ora, estas coisas se tomaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.

7    Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito:

O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.

8    E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil

9    Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes.

10  Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador.

11   Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.

12    Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.

 

Hinos da Harpa: 204 – 79

 

PERSONAGENS DA BÍBLIA: GENTE COMO A GENTE

 

INTRODUÇÃO

 

I. SEMELHANTES A NÓS

  1. Em sua humanidade 1Co 10.1
  2. Em sua simplicidade 1Co 10.11
  3. Em suas limitações 1Co 10.12


II. ELES NOS INSPIRAM

  1. A desfrutar da Graça 1Co 10.4
  2. A imitar seus acertos 1Co 10.11
  3. A viver acima da média 1Co 10.10

 

III.     ELES NOS ENSINAM

  1. A evitar seus erros 1Co 10.8
  2. A não ser desqualificado 1Co 10.5
  3. A servir de inspiração 1Co 10.11

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Há mais de 2900 personagens nas Escrituras Sagradas. De alguns deles, pouco sabemos; outros são anônimos; e outros, como Abraão, ocupam grandes espaços na narrativa bíblica. Alguns são referenciais de piedade e vida com Deus; e outros, existem para dizer como não devemos viver.

I. SEMELHANTES A NÓS

  1. Em sua humanidade (1Co 10.1). Sermos humanos é tudo que podemos ser. Os personagens das Escrituras foram homens e mulheres, portanto, seres humanos. O que mais poderiam ser? Não há indignidade em sermos humanos. Deus nos fez assim. Não precisamos nos transformar em seres celestiais para agradarmos a Deus. Jesus se fez gente, e assim, glorificou a Deus. É verdade que o pecado maculou nossa humanidade; mas, igualmente, é verdade que Jesus veio para nos possibilitar a sermos o tipo de pessoas que glorificam a Deus.

O ser humano é o único ser a quem a Bíblia se refere ter sido criado à imagem e semelhança de Deus. Os homens da Bíblia não foram super-homens. Não viviam no sobrenatural, ou em constantes conversas com anjos. Eles foram humanos como nós; e podemos, sim, ser usados por Deus como eles o foram. Concordo cem por cento com Eugene Peterson, quando disse: “Nós não nos tornamos mais espirituais nos tornando menos humanos”.

  1. Em sua simplicidade (1Co 10.11). Essa é outra semelhança entre nós e os personagens das Escrituras. Eles não foram especiais e extraordinários. Não foram nada que não possamos ser, porque o extraordinário mesmo foi Deus e não eles. Eram pessoas comuns, vivendo em uma época cheia de desafios próprios, como a nossa, mas que se jogaram nas mãos de Deus e assim brilharam em sua geração. Deus geralmente não usa grandões e poderosos, na verdade nem os reconhece (1Co 1.27-29).

Vejamos, por exemplo, o Profeta Elias. Sua origem é simples e desprovida de glamour, um golpe no orgulho dos poderosos. Ele vem de Tisbé, um lugar obscuro e sem espaço no mapa. Quase poderíamos dizer que ele vem de lugar nenhum. Ele é um ilustre desconhecido, sem títulos e sem projeção humana. Não é um figurão, nem alguém de qualidades extraordinárias a quem julgamos distante de nós. Na verdade, a Bíblia vai dizer que ele era alguém parecidíssimo conosco (Tg 5.17).

  1. Em suas limitações (1Co 10.13). Muitos creem que não podem ser usados por Deus devido às suas limitações, mas observe os muitos exemplos das Escrituras. Desde o início da saga bíblica, vemos homens e mulheres apresentando a Deus suas falhas e limitações como desculpas para, logo depois, ouvirem Dele que isso não era impeditivo. Abraão, com medo de morrer, comprometeu a vida de Sara (Gn 12.11-13). De Moisés é dito que era pesado de boca e de língua (Êx 4.10). Jonas preferia morrer a ver os ninivitas se converterem (Jn 12). Jacó era complicado até no nome (Gn 25.26). Paulo, apóstolo dos gentios, agonizava devido a fraquezas, necessidades e um “espinho” cravado na carne (2Co 12.7-10). Nada disso os impediu de serem frutíferos e usados por Deus. Nossas limitações não nos tornam improdutivos para Deus, mas o pecado sim. A única coisa que realmente nos impossibilita e conspira contra nossas vidas é uma vida em pecado.

Todos nós, sem exceção, influenciamos e somos influenciados”


II. ELES NOS INSPIRAM

  1. A desfrutar da Graça (1Co 10.4). Os personagens das Escrituras foram homens e mulheres em cujas vidas transbordou a graça divina. Na realidade, se tem algo que aprendemos com as nossas limitações é que estas servem para o aperfeiçoamento do poder de Deus em nossas vidas. Foi isso que Deus disse para Paulo diante da sua insistência em se ver livre das suas fraquezas: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9). Graça é aquilo que temos de Deus diante do reconhecimento de que sozinhos somos fracos e imperfeitos. Nossas limitações trazem à nossa memória esta convicção: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4.7).

A graça de Cristo nos capacita. Graça é o favor imerecido e benevolente de Deus, que se manifesta não somente salvando, mas nos usando a despeito de quem somos. O melhor que poderíamos dizer ao vermos uma pessoa usada por Deus é que ela está debaixo de uma profunda graça.

  1. A imitar seus acertos (1Co 10.11). Os personagens da Bíblia nos servem de modelo, quando fizeram o que era certo. Gente sensata se inspira em bons modelos. Na Bíblia temos muitos exemplos de pessoas que nos mostram que vale a pena ser fiel e andar na presença de Deus. Já se disse que a tendência é você acabar ficando parecido com as pessoas que admira. Então, se é assim, vamos imitar gente que vale a pena.

Veja, por exemplo, a lealdade de Jônatas para com Davi, quando lhe entrega a armadura, o escudo e até a espada (1Sm 18.1-5); ou ainda, a cortesia e liberalidade da sunamita em cuidar de Elizeu desinteressadamente (2Rs 4.8-8-10); e também, o desprendimento e gratidão da mulher que derrama um caríssimo perfume sobre Jesus (Mc 14.1- 9). Há muitos exemplos inspiradores e encorajadores nas Escrituras.

  1. A viver acima da média (1Co 10.10). Viver acima da média é estar acima da mediocridade. Medíocre é aquele que se contenta com pouco, quando poderia avançar e ir muito mais à frente.

Muitos dos homens e mulheres da Bíblia nos inspiram porque não se contentaram em viver como a maioria. Isso, porém, não significa, segundo critérios mundanos e seculares, ser famoso e rico. Também não significa ser o “cara”. Não. É querer mais de Deus, é ser mais cheio do Espírito Santo, é servir mais, é amar mais, é ser mais submisso, é viver na contramão do nosso tempo, é agradar a Deus com a nossa vida. Que façamos coro com o autor do texto sagrado, conforme Hebreus 11.32-36.

Há raros cristãos cuja presença incita os demais a serem melhores cristãos.  Eu quero ser um raro cristão.” (A.W. Tozer)

 

III. ELES NOS ENSINAM 

  1. A evitar seus erros (1Co 10.8). Muitos dos personagens das Escrituras, inclusive gente piedosa como Davi, cometeram pecados grosseiros e terríveis como homicídio, assassinato, arrogância e outros. Se a Bíblia fosse meramente um livro humano, essas falhas certamente teriam sido omitidas. Alguém, inclusive, já fez uma observação dizendo que a Bíblia não tem valor porque os personagens nela descritos eram muito falhos.

Mas é o inverso. Se a Bíblia não mencionasse as falhas e pecados dos seus personagens, não seria um livro verdadeiro. Fica evidente que isso está registrado, de um lado, para demonstrar a misericórdia divina, e de outro, como uma advertência a todos nós, para nunca nos supormos imunes e acima da possibilidade de pecar. Precisamos vigiar e orar, pois a nossa natureza não morreu no batismo, mas precisa ser mortificada em uma vida de renúncia e entrega diárias ao senhorio de Cristo.

Todo dia precisamos morrer para o velho homem. Martinho Lutero certa vez disse: “Pensei que o velho homem tinha morrido nas águas do batismo, mas descobri que o infeliz sabia nadar. Agora tenho que matá-lo todos os dias.

  1. A não ser desqualificado (1Co 10.5). Todos nós corremos esse risco. Ninguém foi eleito e colocado acima do bem e do mal. A Bíblia e a História registram vários exemplos de pessoas que um dia já foram apaixonados por Deus, cheios do Espírito Santo e fizeram grandes obras no Reino e que hoje encontram-se desqualificados. 0 motivo disso é que foram fazendo concessões, pequenas no início, mas que foram minando sua sensibilidade espiritual. Foram abrindo mão dos valores absolutos da Palavra de Deus por comportamentos e atitudes até vistos como normais na nossa cultura, mas que Deus não aprova.

Frouxidão progressiva em relação ao pecado vai gerando queda interior e perda da santidade e, por fim, nos desqualifica diante de Deus. Não que Ele não nos guarde, mas é que nosso afastamento consciente vai nos expondo ao perigo.

Como disse Aurelius Augustine (Agostinho): “O diabo é como um cachorro louco acorrentado. Não é capaz de nos prejudicar quando estamos fora de seu alcance, mas, se entrarmos em sua esfera de ação, nos expomos a sermos atingidos e mesmo mordidos”. Que isso nos sirva de alerta.

  1. A servir de inspiração (1Co 10.11). Isso é uma séria advertência para nós. Sempre terá alguém, em algum lugar, se inspirando em nossas vidas. Saibamos disso: alguém está prestando atenção à nossa vida.

Assim, nosso estilo de vida, nosso comportamento, nossas decisões e escolhas estão influenciando outros. Não há como fugir disso. Por isso Jesus falou uma curta parábola onde evidencia a responsabilidade individual: “Propôs-lhes também uma parábola: Pode, porventura, um cego guiar a outro cego? Não cairão ambos no barranco?” (Lc 6.39).

Em outras palavras: é possível com a minha vida levar outros para o buraco, como também inspirá-los para uma vida bonita. Que tipo de inspiração temos sido?

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Sempre haverá à nossa volta bons e maus exemplos. Resta saber para onde olharemos. Quais tem sido nossos referenciais? Pessoas sérias que andam com Deus ou gente sem compromisso com a Palavra de Deus? Pessoas cujo caráter e devoção pessoal a Deus é questionável ou líderes cujo ministério tem sido pautado na Palavra de Deus? Pessoas regeneradas e cuja vida de oração é contagiante ou gente mundana cuja vida prática nega o Evangelho? Gente santa ou gente ímpia?

 

RESPONDA

Marque V (verdadeiro) e F (falso) nas afirmações abaixo:

1)  ( ) Os personagens da Bíblia são pessoas muito diferentes de nós.

2)  ( ) Ao analisarmos a vida dos heróis bíblicos percebemos o quanto foi grande a graça de Deus sobre eles derramada.

3)  ( ) Todos nós podemos inspirar outras pessoas.

 

VOCABULÁRIO

  • Glamour: atração, charme pessoal; encanto, magnetismo.
  • Macular: sujar; colocar mancha em; fazer com que algo fique sujo.
  • Medíocre: sem expressão ou originalidade; mediano, pobre, banal, passável.