LIÇÃO 4: A MULHER DE LÓ: OLHANDO PARA TRÁS
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Comece a aula de hoje com esta ordem de Jesus: “Lembrai-vos da mulher de Ló”. Temos a oportunidade de estudar a enigmática história dessa mulher que, por um ato aparentemente tão simples, foi condenada eternamente. Faça alguns questionamentos com os seus alunos sobre tal ação. Como uma atitude de apenas olhar para trás pode condenar alguém?
Após esses questionamentos, explique aos alunos que o termo “olhar” ou “olhou para trás” não significa o mero ato de olhar que se faz corriqueiramente. Em vez disso, a implicação é que ela mudou de ideia quanto a seguir a Deus. Duvidando de Deus e da Sua proteção, ela colocou uma prioridade maior naquilo que estava deixando para trás, que eram as suas posses terrenas. Com sua ação, ela indicou arrependimento por ter deixado Sodoma e, por isso, pagou com sua vida.
EM ÁUDIO
PALAVRAS-CHAVE
Apego • Escolhas • Perdas
OBJETIVOS
- Decidir a não seguir o exemplo da mulher de Ló.
- Explicar por que essa mulher é vista como um símbolo de desistência.
- Empenhar-se para não se apegar ao presente mundo.
PARA COMEÇAR A AULA
Ao referir sobre a atitude da mulher de Ló, o comentarista cita um trecho de um livro no qual o autor compara a nossa postura no mundo hodierno, tal como um termômetro ou a um termostato. O termômetro registra apenas a temperatura, e nada mais, o termostato controla a temperatura, influencia o ambiente e estabelece os parâmetros.
Se possível, leve para a sala de aula uma imagem do termômetro e do termostato numa folha de papel ou no seu celular, para que os alunos possam refletir sobre as consequências de nossas escolhas, tal como a mulher de Ló.
RESPOSTAS
1) F
2) V
3) F
LEITURA COMPLEMENTAR
QUE VALORES VOCÊ TEM NA VIDA?
“O que mais vale a pena em termos de experiências de vida são aquelas situações sobre as quais dizemos de alma limpa: “Eu feria tudo de novo”. Nada a retocar, nada a acrescentar. Diferente daqueles que dizem a mesma coisa porque são cínicos e não querem reconhecer as besteiras que fizeram e os rastros tortuosos que deixaram pelo caminho. Infelizmente, esses só saberão valorizar o que tinham quando perderem. Alguns, por não pensarem a partir do valor das pessoas, e sim das coisas, sacrificam tudo o mais para obterem “sucesso” — fama, dinheiro, prazer, poder etc. Ao focarem o “ter” e não o “ser”, talvez seja tarde demais quando o buraco existencial cobrar a sua conta e faltarem amigos, família, amor e paz… e sobrar apenas uma saúde debilitada e uma vida depauperada de valores essenciais.
Esses paradoxos e incongruências da vida são uma arapuca emocional que a muitos aprisiona. Vão longe demais, perdem o que podiam ter conservado, depois gastam tudo o que têm para obter o que já tinham e vieram a perder.
Deus quer que cada um de nós tenha valores bem definidos, que nos façam prosperar na vida e, por fim, tenhamos a certeza de que valeu a pena ter vivido. E o que Deus teria para nos orientar em relação a isso, Ele proferiu em conselhos específicos a Seu povo, que Moisés compilou no livro de Deuteronômio (veja capítulo 6.4-12), assim resumidos:
- Concentrem-se no propósito da vida e mantenham as prioridades bem estabelecidas (Dt 6.4,5).
- Tornem-se tão familiarizados com a Palavra de Deus a ponto de ela tornar-se parte do que pensam, sentem e fazem (Dt 6.6).
- Conversem sobre Deus com seus filhos e busquem oportunidades para falar-lhes sobre o Seu imenso amor (Dt 6.7).
- Escrevam as promessas de Deus como lembretes e coloquem-nas onde possam ser vistos com facilidade, para nunca se esquecerem delas (Dt 6.8,9).
- Reconheçam que sua maior necessidade é ter Deus na vida, e isso não está limitado a momentos de infortúnio, pressão ou perigo. Alegrem-se e sejam gratos por todo o bem recebido da parte de Deus, pela saúde e felicidade resultantes, pois é o Senhor que abençoa a sua vida (Dt 6.10-12).
Fica claro, portanto, que naquilo em que é focado o nosso interesse está a matriz que vai dizer o real valor que temos dado ao que nos cerca.
Tal como disse Jesus: “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21). Assim, procure valorizar o que Deus valoriza, pois é isso que vai, finalmente, lhe fazer viver a vida que vale a pena ser vivida.”
Do site http://boasnovas.tv. Artigo do Pr. Samuel Câmara: “Que valores você tem na vida?”.
Estudada em 27 de janeiro de 2019
LIÇÃO 4: A Mulher De Ló: Olhando para trás
TEXTO ÁUREO
“Lembrai-vos da mulher de Ló.” Lc 17.32
VERDADE PRÁTICA
Quem olha para trás não é apto ao Reino de Deus.
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – 2Pe 3.17 Ao cristão exige-se cautela
Terça – Nm 11.5 Há quem tenha saudades do Egito
Quarta – 1jo 2.15 Não ameis o mundo
Quinta – Gl 5.1 Fomos libertos da escravidão
Sexta – Lc 9.62 O chamado é para seguir em frente
Sábado – Gn 13.11 Escolha errada e suas consequências
LEITURA BÍBLICA
Gênesis 19.14-17
14 Então, saiu Ló e falou a seus genros, aos que estavam para casar com suas filhas e disse: Levantai-vos, saí deste lugar; porque o Senhor há de destruir a cidade. Acharam, porém, que ele gracejava com eles.
15 Ao amanhecer, apertaram os anjos com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, que aqui se encontram, para que não pereças no castigo da cidade.
16 Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade.
17 Havendo-os levado fora, disse um deles: Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças.
Lucas 17.32
32 Lembrai-vos da mulher de Ló.
Hinos da Harpa: 394 -171
ORGANIZAÇÃO DA LIÇÃO:
INTRODUÇÃO
I. ELA FOI ALVO DA GRAÇA
- Casada com Ló Gn 19.15
- Visitada por Anjos Gn 19.16
- Retirada da destruição Gn 19.24
II. UMA TRISTE HISTÓRIA
- Apegada ao Mundo Gn 19.26
- Símbolo de desistência Gn 19.17
- Nada a elogiar Gn 19.14
III. SUAS PERDAS
- Perdeu os bens Gn 19.25
- Perdeu a família Gn 19.15
- Padeceu sob juízo Gn 19.26
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
A mulher de Ló, cujo nome nos não é revelado, funciona como uma trombeta de Deus para nos sacudir e despertar, a fim sermos cuidadosos com os nossos valores morais e espirituais na presente geração. Jesus Cristo nos disse que não deveríamos nunca esquecer o que aconteceu a ela.
I. ELA FOI ALVO DA GRAÇA
- Casada com Ló (Gn 19.15). Essa mulher teve o privilégio de ser casada com Ló, um homem justo e sobrinho de Abraão (2Pe 2.8). Isso não era algo sem importância. Abraão foi escolhido e abençoado por Deus, além de ser reconhecido como pai dos crentes (Gl 3.7,9). Ser casada com um homem que tinha Abraão por tio significava pertencer à família escolhida para ser a linhagem do Messias. Abraão tinha laços profundos com Ló, tanto que quando este foi feito prisioneiro, aquele foi resgatá-lo (Gn 14.12-16). Além disso, fica claro que a prosperidade e a riqueza de Ló têm a ver com o fato de ter ele vivido próximo de Abraão (Gn 13.1-5). Isso posto, vemos o privilégio que caiu graciosamente sobre essa mulher.
- Visitada por Anjos (Gn 19.16). Essa é outra honra especial que a mulher de Ló recebeu. Os relatos de anjos na Bíblia, embora abundantes, não são a regra. Houve gente muito piedosa, como José, Jeremias e outros, que não tiveram experiências angelicais relatadas na Bíblia. Mas anjos de Deus visitaram a casa dessa mulher, se banquetearam na sua mesa com sua família, lavaram seus pés na sua casa (Gn 19.2,3). E lá passaram toda uma noite, diz a Bíblia (Gn 19.15). Quanta graça divina foi concedida a Ló e sua família! Conforme a Bíblia, anjos são espíritos ministradores enviados para servir os que herdarão a vida eterna (Hb 1.14). Logo, essa casa e essa família eram singulares. Muito privilégio recebeu essa mulher.
- Retirada da destruição (Gn 19.24). A graça de Deus também se derramou sobre a casa de Ló e sua esposa em forma de livramento e proteção. Várias cidades foram destruídas (Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim) debaixo do juízo divino, e eles foram poupados pela misericórdia de Deus. A casa de Ló experimentou o caráter da intervenção bondosa de Deus.
Interessante é o fato de que as Escrituras nem mesmo os registram orando, mencionam apenas a intercessão de Abraão e a nota de que, no momento do juízo, Deus se lembrou dele e decidiu livrar a Ló e sua família (Gn 19.29). Foi também por amor a Abraão que Ló e sua família foram libertos. Essa é outra nota da graça de Deus sobre essa família. Eles não foram libertos por suas próprias virtudes, mas porque Deus é misericordioso e também se lembrou de Abraão e de suas orações. Deus então os livra por meio dos anjos e os adverte a escaparem para outra cidade. O texto sagrado diz, inclusive, que os mensageiros de Deus lhe seguram pelas mãos para os tirarem de lá. Que coisa linda! Que grande e maravilhoso livramento! Broadman, comentarista, diz que a ordem para não olhar para trás nos faz lembrar de que, quando Deus intervém na Terra, o homem não pode adotar a posição de espectador. Ou ele escapa, ou é destruído. Havia chegado a hora de Ló e sua família escolherem. Não havia uma terceira alternativa.
II. UMA TRISTE HISTÓRIA
- Apegada ao Mundo (Gn 19.26). O pecado dessas cidades era muito grave. Por causa do relato de Gênesis 19, ficou associado com o homossexualismo. Mas, em Isaías 1.9 e 15-17, associa-se o pecado de Sodoma principalmente com a injustiça social; em Ezequiel 16.46-51, com exploração dos pobres; em Jeremias 23.14, o pecado deles era associado à imoralidade geral (adultério e mentira]. Então, a questão era muito mais abrangente do que “apenas” sodomia. Como essa mulher, com todas as experiências e valores que recebeu poderia amar esse lugar? Mas seu apego àquela cidade, que representava o que havia de moralmente pior naquela geração, era inegável. Ela não se conformava em sair de Sodoma e Gomorra, mesmo diante do iminente juízo. Não queria sair de lá, e pronto! Ela não percebera que se tornara igual a eles. Perdera seu sabor. O problema é que quando o sal perde o sabor, deixa de ser sal. Jesus alerta: “Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5.13).
João, apóstolo, nos adverte para o perigo de amarmos o mundo e as suas coisas (1jo 2.15-17), Nosso chamado é para NÃO nos amoldarmos (tomarmos a forma) ao presente século (Rm 12.2).
Quatro ordens são dadas pelos anjos a Ló, em Gênesis 19.17, demonstrando que o desapego deveria ser radical:
a] Escapa-te por tua vida;
b] Não olhes para trás;
c] Não pare;
d] Fuja para os montes.
- Símbolo de desistência (Gn 19.17). A mulher de Ló tornou-se um símbolo de desistência para as futuras gerações. Jesus a usa para nos advertir do perigo de olharmos para trás. Ela é a única pessoa, em toda a narrativa bíblica, da qual Jesus manda textualmente que nos lembremos. Há quanto tempo você não se lembra dela? Ela colocou a mão no arado, mas não soube continuar. Ela um dia se alegrou com a presença de Deus em sua casa, mas faltou perseverança.
A concordância de Strong mostra que a palavra hebraica traduzida para olhar é nabat que também significa “contemplar”; “mostrar consideração a”; “prestar atenção”. Não fala de alguém que olhou por curiosidade para ver o tamanho do estrago produzido pelo juízo divino. Fala de alguém que tinha seu coração preso ao que deixou, mostrando com isso consideração pelas coisas que havia abandonado. A mulher de Ló é uma figura do comportamento de muitos crentes de nossos dias, e por isso deve ser lembrada. João, apóstolo, em sua segunda carta nos adverte do perigo de perdermos aquilo que já ganhamos (2Jo 8).
- Nada a elogiar (Gn 19.14). Essa mulher foi infrutífera. Ela é uma figura trágica nas Escrituras. Não há no relato bíblico uma única nota de elogio à sua pessoa. Até mesmo o fato de seu nome não ser mencionado é um fato negativo, pois significa a pouca importância que ela teve. Que triste! Ela poderia ter mudado a história da sua casa e de suas filhas. Ela não transmitiu corretos valores espirituais para suas filhas que, influenciadas pela cultura promíscua à sua volta, em um futuro próximo, vão engravidar do próprio pai. Os anjos não encontraram dez justos na cidade, mas apenas quatro; e, dentre esses, a mulher de Ló, que nem mesmo pode ser contada, pois acaba se perdendo. Quanto desperdício! Todo o potencial da graça divina na vida dela foi, por sua própria decisão, jogado fora.
Se lembrarmos que Sodoma e Gomorra poderiam ter sido poupadas, se os anjos tivessem encontrado ali dez justos, veremos o desperdício que foi a vida de Ló e de sua esposa anônima.
III. SUAS PERDAS
- Perdeu os bens (Gn 19.25). Interessante que foi exatamente o desejo de conquistar bens materiais que motivou a ida dessa família para aquela localidade. Agora tudo que eles conquistaram ficou perdido e enterrado debaixo de enxofre e fogo. A mulher de Ló estava tão apegada àquela cidade que relutou em sair, mas perdeu tudo o que lhe era tão valioso. Esse é o problema quando se vira as costas para Deus: Perdemos a Ele e tudo o mais. Isso lembra-nos uma frase de M. L. King Júnior: “Eu tive muitas coisas que guardei em minhas mãos, e as perdi. Mas tudo o que eu guardei nas mãos de Deus, eu ainda possuo”. O pecado é sempre uma fraude e um engano. Promete prazer, e paga com desgosto. Faz propaganda de liberdade, mas escraviza. Promete durar, mas é fugaz. Levanta a promessa de vida, mas seu salário é a morte. Ilude com aparente alegria, mas traz tristeza eterna.
- Perdeu a família (Gn 19.25). As Escrituras dizem que a mulher sábia edifica a sua casa, enquanto a mulher insensata a destrói sozinha (Pv. 14.1). Foi o que aconteceu com a anônima mulher de Ló. A descendência dela e de Ló, através das suas filhas, são os moabitas e os amonitas, um pesadelo para os descendentes de Abraão ao longo dos séculos (Gn 19.37-38; Js 3.13; 2Cr 20.1). Perder bens materiais é lamentável, mas perder a família é uma tragédia sem tamanho. Não pode ser reparado. Um casal que poderia ter sido uma bênção nas mãos de Deus, como Abraão o foi, terminou sua carreira de forma trágica e melancólica. Como está nossa família? Qual a importância da presença de Deus em nossa casa?
Eu receio que não haja quase nenhuma diferença entre a Sodoma, onde vivia a esposa de Ló com toda a sua família, e o mundo de hoje. Deus, com certeza, não está gostando de ver o mundo caminhando para um abismo sem volta. E, participando deste mundo, estão muitos que se dizem crentes e que sempre falam: “Eu não acho nada de mais!”.
Precisamos estar alerta e alertar nossas famílias para que vejam o que é certo e o que é errado sempre de acordo com as Escrituras. Nossa sociedade relativiza tudo, mas nós temos a Bíblia. Que tenhamos a coragem de, quando necessário, dizer: NÃO!
- Padeceu sob juízo (Gn 19.26). Choca-nos admitir que Sodoma e Gomorra, símbolos de devassidão, injustiça, licenciosidade e violência, tenham sido julgadas por Deus, assim como a mulher de Ló, que foi incluída apenas por olhar para trás. Acontece que o juízo divino será sempre mais rigoroso para quem conhece, do que para quem nada sabe sobre Deus (Mt 10.15). Os valores morais e espirituais dessa mulher eram inferiores ao valor que dava aos bens materiais; e isso fica evidenciado na sua hesitação em sair da cidade, quando então olha para trás. A atração e a força que aquelas cidades exerciam sobre ela era muito grande. As atrações do mundo são muito sutis e, às vezes, nem percebemos toda a sua carga de maldade; principalmente porque, para muitos, o mundanismo foi reduzido somente a cosméticos e indumentárias.
As escolhas que fazemos determinam os rumos da nossa vida. Nas questões espirituais essa máxima também vale igualmente. No fim de tudo, a mulher de Ló é petrificada em sal e se torna uma testemunha de rejeição às palavras claras de Deus. Assim termina a vida de quem desobedece a Deus, e cuja preocupação maior são as coisas deste mundo.
APLICAÇÃO PESSOAL
Eu e você somos como um termômetro ou como um termostato?
O termômetro registra a temperatura, só isso. Ele reflete o ambiente, nada mais. O termostato, todavia, CONTROLA a temperatura, influencia o ambiente, estabelece os parâmetros. O que somos?
ESPONDA
Marque V (verdadeiro) e F (falso) nas afirmações abaixo:
1 ( ) O fato de a mulher de Ló ter sido visitada e advertida por anjos não significa nada.
2 ( ) A mulher de Ló entra para a história como símbolo de desistência e desobediência.
3 ( ) De acordo com a Bíblia, o juízo de Deus será sempre mais brando com aqueles que já conhecem a verdade.
VOCABULÁRIO
- Mundanismo: é um sistema de vida que apenas valoriza os bens materiais, e cuja satisfação concerne aos bens e prazeres deste mundo.
- Licenciosidade: qualidade ou caráter do que é licencioso. Indisciplinado, que não cumpre normas; que se comporta desregradamente.
- Promíscua: Que abarca elementos desonestos; que contém imoralidade ou degradação moral.