Procure distinguir os conceitos de disciplina esposados por várias ciências humanas em contraposição ao conceito bíblico. Observe no que concordam e discordam e, na medida do possível, por quê.
É importante ressaltar que disciplina não é um conceito inspirado nas ciências humanas, antes é um princípio da sabedoria divina oriundo das Sagradas Escrituras. Mostre principalmente a sua serventia para o mundo atual, especialmente numa sociedade cada vez menos afeita a impor rigorosos limites às pessoas. Destaque a disciplina como o “remédio” divino para educar pessoas, famílias e a sociedade na justiça e retidão procedentes da verdade.
Verifique de que maneira e, se possível, em que extensão, a falta de disciplina, segundo a Bíblia, contribuiu para a ruína de várias civilizações no decorrer da História.
OBJETIVOS
• Entender que a disciplina é um princípio da sabedoria divina.
• Aprender a usar a disciplina com sensatez e sabedoria.
• Perceber que a disciplina é necessária e todos estão sujeitos a ela.
PARA COMEÇAR A AULA
Pergunte o que os alunos entendem por “disciplina”, pedindo que apresentem exemplos correspondentes. Peça-lhes que indiquem livremente as disciplinas aplicadas por seus pais e quais delas surtiram efeito, e quais não. Isso permitirá saber o nível de entendimento dos alunos a respeito do assunto.
Em seguida, apresente corretamente o conceito bíblico de disciplina. Mostre que é um dever dos pais disciplinarem seus filhos e filhas, mas sempre baseados no amor e visando ao bem da família. Boa aula!
RESPOSTAS
1) Disciplina aos anjos rebeldes (Jd 6; 2Pe 2.4).
2) Corrigir e guiar no caminho da obediência.
3) Não. Todos podem se autodisciplinar (Sl 34.14).
PALAVRAS-CHAVE
Disciplina • Amor • Obediência • Excesso
LEITURA COMPLEMENTAR
O que é disciplina? Disciplina significa instrução, direção, governo, imposição de autoridades e métodos correcionais. Como se vê, significa muito mais que mero castigo. Paulo, um homem sábio segundo Deus, certamente tinha em vista tudo isto, ao empregar a palavra disciplina como obrigação dos pais no governo da casa e na criação dos filhos. Por isto recomenda aos pais, em relação aos filhos: Criai-os na disciplina e admoestação do Senhor (Ef 6.4).
A ausência da disciplina, em qualquer dos seus aspectos, pode resultar no desgoverno moral e espiritual dos filhos e consequentes problemas no lar.
Maneiras de disciplinar. Há diferentes maneiras de disciplinar os filhos. A disciplina não traz prejuízos. A ausência dela, sim. Está escrito: “A criança entregue a si mesma é a vergonha de sua mãe” (Pv 29.15). Disciplina pode ser:
a. Instrução – Não há dúvidas de que o meio mais eficiente dos pais persuadirem os filhos à prática do bem é mediante o ensino da Palavra de Deus e a conscientização do dever em casa, na Igreja, na escola, em relação aos pais, professores e colegas, enfim, de todas as pessoas ao seu redor;
b. Correção – A correção não deve ter efeito de uma trovoada sem relâmpago, em noite escura, em que o viajante ouve barulho, mas não vê a estrada. O estrondo do trovão pode ser assustador, e causar terror. O relâmpago pode trazer luz para o caminho. À correção não deve faltar o ensino, que produz consciência do que está correto e de como fazer certo.
Antes de qualquer castigo, os pais devem deixar bem claro, com bastante antecedência, quais as regras convenientes; ensinar e esclarecer aquilo que é ou não corretamente aceitável. Quando a criança deliberada- mente prefere desafiar esses limites conhecidos, e o faz de maneira atrevida, é tempo de levá-la a lamentar o seu feito desobediente;
c. Demonstração de sinceridade – Até a maneira de disciplinar pode levar a criança a não acreditar nos pais. O mais vital e objetivo na disciplina de uma criança é ganhar o seu respeito e mantê-lo. Falar sempre a verdade e cumprir o que promete, fortalece a autoridade dos pais sobre os filhos. Não são convenientes as ameaças, mas as promessas, até mesmo de castigo devem ser cumpridas. Certa ocasião procurei chamar a atenção de uma senhora crente, que com frequência ameaçava os filhos com palavras tais como estas: “Eu te quebro a cara…” e, no entanto, não aplicava-lhes menor correção. Os filhos simplesmente zombavam dela. Isto não convém.
Livro: “O Padrão Divino para uma Família Feliz” (Estevam Ângelo de Souza. Editora: SIOGE, São Luís, págs. 154-155)
LIÇÃO 10 – A DISCIPLINA NA FAMÍLIA
TEXTO ÁUREO
“E para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” Hb 12.7
VERDADE PRÁTICA
Deus disciplina seus filhos por Amor
Estudada em 07 de junho de 2020
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Jó 34.12 Disciplina sábia
Terça – Ef 6.4 Admoestação do Senhor
Quarta-Pv 23.13 Disciplina para a criança
Quinta – Rm 11.22 Disciplina justa
Sexta – 2Tm 2.5 Hábito disciplinado
Sábado – Pv 19.18 Disciplina com limite
LEITURA BÍBLICA
Hebreus 12.5-9
5 e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado;
6 porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.
7 É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?
8 Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.
9 Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?
Hinos da Harpa: 156 -169
INTRODUÇÃO
I. A DISCIPLINA É NECESSÁRIA
1. O que é disciplina Ec 6.4
2. A disciplina é bíblica Pv 23.11
3. A disciplina é justa Rm 11.22
II. A DISCIPLINA TEM MEDIDA
1. Maneiras de disciplinar 2Tm 2.5
2. Em excesso causa revolta Pv 19.18
3. Aplicação da disciplina 1Co 9.27
III. A DISCIPLINA FAZ FALTA
1. A disciplina é proveitosa Hb 12.5
2. Falta de disciplina 1Sm 3.13
3. Sua feita causa vergonha Pv 29.15
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
A disciplina é ordenada e aplicada por Deus em toda a Terra. Deus disciplinou os anjos que se rebelaram e pecaram, reservando-os para o juízo (Jd 6; 2Pe 2.4). Deus disciplinou nações, cujo exemplo mais notável é a disciplina imposta ao Egito e seu Faraó, pelo modo como estes oprimiram o povo de Israel (Êx 7.14; 10.29; Êx 12.29-36).
A despeito do Seu amor e tolerância, Deus tem dado testemunho da Sua sabedoria disciplinando pessoas, cuja finalidade é corrigi-las e guiá-las no caminho da obediência (Jó 34.11- 27; 36.5-12). E assim, também espera que apliquemos corretamente a disciplina no seio da nossa família.
I. A DISCIPLINA É NECESSÁRIA
Disciplina não é um conceito inspirado na sociologia humana, é um princípio da sabedoria divina; serve não somente para impor limites às pessoas, mas principalmente para educá-las na justiça.
1. O que é disciplina. Disciplina significa instrução, direção, governo, imposição de autoridade e métodos correcionais; e como se vê, significa muito mais que mero castigo. Paulo, um homem sábio segundo Deus, certamente tinha em vista tudo isto, ao empregar a palavra disciplina como obrigação dos pais no governo da casa e na criação dos filhos. Por isso, em relação aos filhos, recomenda aos pais: “Criai-os na disciplina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4). A ausência da disciplina, em qualquer de seus aspectos, pode resultar no desgoverno moral e espiritual dos filhos e consequentes problemas no lar e na sociedade.
2. A disciplina é bíblica. A Bíblia recomenda a disciplina no lar. Além dos exemplos já citados, quanto à disciplina aplicada diretamente por Deus, o assunto é exposto claramente em outros textos bíblicos, a seguir:
• “Não retires da criança a disciplina” (Pv 23.13).
• “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma” (Pv 29.17).
• “Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal” (Ec 8.11).
• “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb 12.6,7).
3. A disciplina é justa. Deus é eterno e não precisa apressar-se à semelhança dos mortais. Deus é longânimo, mas também é justo. Deus ama, mas também disciplina (2Sm 22.26,27; Rm 11.22). Quando Miriam se rebelou contra Moisés, foi imediatamente acometida de lepra. Moisés orou por ela e o Senhor a curou; mas Deus determinou que ela estivesse fechada sete dias fora do arraial, para depois ser recolhida (Nm 12.1-15). E pela disciplina que lhe foi imposta, ela recebeu a cura de uma doença muito pior, a rebelião. A maneira como Deus disciplina Seus filhos serve de base para a disciplina que deve haver no lar.
II. A DISCIPLINA TEM MEDIDA
À luz da Bíblia e do bom senso, há diferentes maneiras de disciplinar os filhos. A disciplina não traz prejuízo. A ausência dela, sim. “0 O paz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe” (Pv 29.15).
1. Maneiras de disciplinar. Já estudamos que a disciplina não é mero castigo, embora o castigo seja algumas vezes necessário como maneira de disciplinar alguém.
Não é com prazer que os pais usam as medidas corretivas, mas, mesmo contrariando os seus afetos paternais, os genitores devem corrigir os filhos sempre com mansidão, para o bem destes e como meio de livrá-los de costumes ou comportamentos prejudiciais ao seu futuro (2Tm 2.5).
0 O r cristão disciplinado serve de modelo de disciplina para outros lares. Mas é a autodisciplina- na vivida pelos pais que serve de melhor exemplo de correção que estes podem dar a seus filhos.
2. Em excesso causa revolta. Certo pregador do Evangelho falava a um grupo de delinquentes (que alegres e atentamente o ouvia) a respeito do amor e da bondade de Deus. A certa altura da mensagem, falou de Deus como Pai. Neste momento um jovem, que estava entre os primeiros do grupo, resmungou e, saindo irritado, afastou-se para bem distante do local. Ao terminar a mensagem, o pregador procurou-o para saber o motivo que o levara a afastar-se. A resposta do jovem foi: “0 O nhor disse que Deus é Pai. Só que eu já sei que todo pai é tirano; por isso não quero saber do seu Deus”. O rapaz explicou, ainda, que chegara àquela vida desordenada por causa da correção brutal e injusta de seu pai, que nunca lhe instruira e, sempre quando o espancava, o fazia com ódio.
A Palavra de Deus recomenda: “Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo” (Pv 19.18). 0 O stigo excessivo pode matar até mesmo o sucesso do filho na vida.
3. Aplicação da disciplina. A disciplina tem diversas esferas de atuação e pode ser aplicada no amplo espectro dos membros de uma sociedade, a saber:
a) A autodisciplina. Qualquer pessoa deve ser capaz de se auto- disciplinar (SI 34.14). Pela instrução adquirida da Palavra de Deus, e também pela disciplina recebida dos pais, a pessoa fica habilitada
Disciplina é um princípio da sabedoria divina que serve principalmente para educar na justiça.”
a impor a si mesma a disciplina necessária a uma conduta ilibada durante toda a vida. É desta disciplina que o apóstolo Paulo fala nestas palavras: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1Co 9.27). Ao homem que sabe dominar-se, Paulo o classifica de “amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante” (Tt 1.8). Isto é necessário e possível, mas se estabelece pela consciência do dever a cumprir para com Deus e os homens.
b) A disciplina proveniente dos pais. Quando crianças, e durante todo o período sob a dependência e governo dos pais, os filhos estão sujeitos à disciplina imposta por eles. Esta disciplina poderá ser bastante benigna. Poderá consistir de uma simples mudança de semblante ou de um olhar severo, e há filhos que não precisam mais do que isto. Quanto mais sábios forem os pais, melhor saberão escolher o tipo de correção adequado para cada situação e para cada indivíduo.
c) A disciplina procedente das autoridades. Ninguém duvida da eficácia da disciplina aplicada pela autoridade, especialmente imposta mediante a lei. Os que não querem submeter-se à disciplina dos pais poderão vir a ser submetidos à lei secular, que, em algumas ocasiões, pode ser muito severa; e noutras, até insuportável.
III. A DISCIPLINA FAZ FALTA
A disciplina não se refere simplesmente à correção dos filhos, mas também envolve a justeza do comportamento dos pais, dos cidadãos, das autoridades etc. Isto porque todos estão sujeitos à disciplina.
1. A disciplina é proveitosa. Deus nos disciplina visando ao nosso aproveitamento, a fim de sermos participantes da Sua santidade; não porque quer o nosso mal, mas porque nos ama e quer o nosso bem. Toda disciplina que provém de Deus é proveitosa para o perfeito crescimento espiritual do crente, em particular, e da Igreja, em geral (Hb 12.5-11; Ap 3.19-22).
Mas como disciplinar com proveito? 0 O óstolo Paulo apresenta duas recomendações aos pais nas relações com os filhos:
a) Não provocá-los à ira (Ef 6.4). Os filhos são parte de seus pais, e devem ser governados com ternura e amor. Os pais têm o direito de admoestá-los e aconselhá-los, mas de maneira a ajudá-los e não para arrasá-los. Devem aplicar a disciplina de modo a produzir neles a consciência do dever através da razão, mas não pelo medo ou terror.
b) Criá-los na doutrina e admoestação do Senhor. Isto significa mais do que uma boa educação e elevado grau de cultura, de conhecimentos técnicos e científicos. Ou seja, significa que os ensinos da Palavra de Deus devem ser objeto do maior interesse dos pais na educação e formação espiritual dos filhos, ensinando o que é útil para esta vida e o que é proveitoso para a eternidade.
A disciplina só deve ser aplicada como uma legítima expressão de amor. É preciso levar em conta duas categorias de amor:
a) Amor divinal. A Bíblia apresenta o próprio Deus como modelo de Pai que disciplina a Seus filhos, corrigindo a quem ama (Hb 12.5,6). O amor de Deus supera o amor paternal, porque Ele corrige os Seus filhos com expressão do Seu santo e puro amor (SI 27.10; Is 49.15).
b) Amor paternal. É natural que os pais amem os seus filhinhos e busquem o bem deles, mas, por isso mesmo, têm de discipliná-los, a fim de preservá-los de grandes males e produzir neles um caráter bem formado.
2. Falta de disciplina. A falta de disciplina pode trazer trágicas consequências. Não somente Deus, mas também toda a sociedade, sim, todos observam os pais que não corrigem a seus filhos quando estes erram. Eli, cujos filhos profanaram as coisas sagradas, foi repreendido por Deus por não corrigir o erro dos seus filhos. E Deus o questionou: “E, tu, por que honras a teus filhos mais do que a mim?” (1Sm 2.29). Por fim, a pior das consequências foi expressa por Deus nestas palavras: “Porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu” (1Sm 3.13). 0 O sultado é que Eli e seus filhos foram punidos severamente por Deus, principalmente porque houve um tempo em que o pai podia ter corrigido os filhos, mas não fez e desprezou o conselho do Senhor (1Sm 4.11-22).
3. Sua falta causa vergonha. A disciplina não pode ser excessiva, mas também não deve ser inexistente, sob pena de trazer sérias consequências e desmedida vergonha.
A Palavra de Deus destaca a importância da disciplina como meio de preservação do erro: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe” (Pv 29.15).
APLICAÇÃO PESSOAL
Os pais têm o sagrado dever de disciplinar seus filhos e filhas, sendo isto esperado por Deus e necessário para a saúde da família. Todavia, não deve fazê-lo por raiva ou rancor, mas segundo os princípios bíblicos, sempre baseado no amor e com o intuito de afastá-los das armadilhas do pecado e da degradação moral.
RESPONDA
1) Cite o primeiro caso de disciplina na bíblia.
2) Conforme foi estudado em Jó 34.11-27; 36.5-12, qual a finalidade da disciplina?
3) “A disciplina é meramente exercida por uma autoridade ou líder”. Esta afirmação está correta? Justifique com versículos bíblicos estudados.