Lição 13: Rute 4: Boaz Casa-se com Rute e Gera Filhos

 

LIÇÃO 13: RUTE 4: BOAZ CASA-SE COM RUTE E GERA FILHOS

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Rute 4 há 22 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Rute 4.1 -22 (5 a 7 min.).

Na lição de hoje, no último capítulo de Rute, o escritor detalha o procedimento jurídico que deu o direito legítimo a Boaz de ser o parente remidor de Noemi. E então ele se casou com Rute com quem teve um filho, o herdeiro de Elimeleque.
O júri formado na porta da cidade é um dos poucos documentos do mundo antigo que mostra todo o processo legal sobre direito de família Também acontecimento revelador foi o reencontro das mulheres com Noemi na casa dela e a genealogia de Davi.
Como é o fim da história do livro de Rute, proponha aos alunos que façam uma esquete: uma pequena apresentação teatral com cenas curtas e cômicas. Os meninos fazem as cenas da porta da cidade e as meninas o evento na casa de Noemi; e um aluno será o arauto que lerá a notícia – A Genealogia do Rei Davi.

 

OBJETIVOS
• Conhecer o processo do direito de família do tempo antigo de Israel;

• Reconhecer a providência divina na vida de Noemi, a qual veio à tona no fim da história;

• Reconhecer que a prática do amor altruísta é um dever cristão também nos nossos dias.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Inicie sua aula com entusiasmo e motivado pelo sucesso da história de Noemi, de Rute e de Boaz.
Converse com os alunos sobre as esquetes e faça uma aula expositiva dos assuntos.
Na segunda parte da aula, os alunos farão as apresentações teatrais.

 

RESPOSTAS
1) À porta da cidade.
2) Trocar os calçados para fechar negócios.
3) Judá.

 

LEITURA ADICIONAL
Boaz não perdeu tempo algum em cumprir sua promessa. Na manhã seguinte ele se dirigiu à porta do povoado de Belém, onde poderia tratar publicamente assuntos legais, e onde os anciãos serviam como testemunhas. Ele colocou claramente o assunto do parente mais próximo de Elimeleque, seu direito e privilégio de comprar (redimir) o terreno que havia pertencido ao falecido. Ao que parece, o parente não havia percebido ainda que competia a ele redimir a terra. Ele respondeu que a redimiria. Mas quando soube que também teria que se casar com Rute, e que o terreno seria herança do filho que resultaria desta união, ele mudou de ideia. Não quis prejudicar a herança dos filhos que levariam o seu nome. Além do mais, tinha outra família para sustentar. Cedeu todos os seus direitos e obrigações a Boaz. Como prova dessa seção de direitos, ele tirou o sapato e o deu a Boaz. O sapato simbolizava a tomada de posse do terreno (Js 1.3), e tirá-lo era renunciar a todo o direito de colocar o pé no terreno. Boaz redimiu a propriedade de Elimeleque e recebeu Rute como esposa perante as testemunhas.
Por que as testemunhas mencionavam Raquel e Lia ao pronunciar a bênção sobre Boaz e Rute? Estavam aceitando Rute na família de Israel. Deste modo, aquela gentia foi incorporada oficialmente ao povo de Deus; isto nos proporciona uma mensagem missionária.
Rute passou a compartilhar seu lar com sua sogra. Ao nascer seu primeiro filho, Noemi foi quem recebeu as felicitações das mulheres. Por que felicitaram Noemi e não Rute? Agora Noemi tinha um neto legal, e o ato de tomá-lo no regaço provavelmente simbolizava que o adotava.
Livro: Os Livros Históricos – a poderosa atuação de Deus no meio do seu povo
(Paul Hoff, São Paulo. Ed. Vida.1996, pg. 98).

 

Estudada em 26 de março de 2023

 

LIÇÃO 13: RUTE 4: BOAZ CASA-SE COM RUTE E GERA FILHOS

 

Leitura Bíblica Com Todos: Rute 4.1-22

 

Texto Áureo
“Então, as mulheres disseram a Noemi: Seja o Senhor bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador; e seja afamado em Israel o nome deste.” Rt 4.14

 

Verdade Prática
Deus tem o mundo em suas mãos e os seus olhos procuram os fiéis da terra.

 

INTRODUÇÃO

 

I. DIREITO TRANSFERIDO A BOAZ Rt 4.1-5
1. O processo legal Rt 4.1
2. O outro resgatador Rt 4.4
3. Uma condição inesperada Rt 4.5

 

II. CASAMENTO DE RUTE Rt 47-12
1. Transferência do direito Rt 4.8
2. Boaz casa-se com Rute Rt 4.10
3. Somos testemunhas Rt 4.11

 

III. FELICIDADE DE NOEMI Rt 4.13-17
1. A concepção de Rute Rt 4.13
2. A alegria de Noemi Rt 4.17
3. A genealogia de Davi Rt 4.22

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 27 – 126

 

INTRODUÇÃO
De modo empolgante, o escritor detalha o processo legal pelo qual Boaz se tornou o legítimo resgatador e se casou com Rute, de modo que o filho deles foi o herdeiro de Elimeleque.

 

I. DIREITO TRANSFERIDO A BOAZ (Rt 4.1-5)

1. O processo legal (Rt 4.1)
Boaz subiu à porta da cidade e assentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz havia falado ia passando; então, lhe disse: Ó fulano, chega-te para aqui e assenta-te; ele se virou e se assentou.
Do terreiro da debulha Boaz sobe à porta da cidade, um ponto de reunião de todas as pessoas; o lugar para comunicar as notícias, fazer negócios e administrar a justiça, um centro de decisões da vida social da cidade. Boaz estava ali para resolver a questão da redenção de uma viúva e da propriedade de um parente. Havia, na sociedade israelita, uma lei que atuava nos casos de heranças, de cuidado das viúvas e a provisão de herdeiros para viúvas sem filhos. A causa em questão era decidir formalmente qual dos homens, Boaz ou o parente mais chegado, seria o resgatador da família de Elimeleque.
Boaz, uma autoridade reconhecida na cidade, esperava o parente resgatador passar por ali. Este, ao ser avistado, foi convidado para aproximar-se, assentando-se de imediato. Para formar um quórum legal, que pode ser chamado de júri, Boaz convidou dez homens dos anciãos da cidade para servirem de testemunhas, caso fosse necessário, os quais poderiam certificar e validar qualquer transação.

 

2. O outro resgatador (Rt 4.4)
Resolvi, pois, informar-te disso e dizer-te: compra-a na presença destes que estão sentados aqui e na de meu povo; se queres resgatá-la, resgata-a; se não, declara-mo para que eu o saiba, pois outro não há senão tu que a resgate, e eu, depois de ti. Respondeu ele: Eu a resgatarei.
Boaz explica ao parente sobre o caso em questão. Ele diz: “resolvi, pois, informar-te”, indicando que era dele a iniciativa de fazer aquela reunião. E lhe disse que comprasse “a parte da terra” na presença das testemunhas e do povo, tendo em vista a situação de Noemi, viúva e sem herdeiros.
Evocando o propósito da remissão e o dever legal de resgatador, Boaz oferece ao parente duas opções: a) se desejasse servir como parente-resgatador, que o fizesse; b) se não interessasse ou se sentisse impedido, que declarasse. Boaz lhe diz que não havia outro resgatador, só eles dois. É possível que isso tenha estimulado o ego do parente diante do único concorrente, então disse: “Eu a resgatarei”. Com isso, o parente assume seu dever de ser o resgatador de Noemi.

 

3. Uma condição inesperada (Rt 4.5)
Disse, porém, Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, também a tomarás da mão de Rute, a moabita, já viúva, para suscitar o nome do esposo falecido, sobre a herança dele.
Antes de o parente se dirigir às testemunhas e declarar que faria a redenção da propriedade (cf. v.9), Boaz explica que, ao comprar a terra de Noemi, também teria de se casar com Rute para suscitar o nome do esposo falecido sobre a herança dele.
Ao tomar conhecimento dessa obrigação, ele declinou do seu direito em favor de Boaz e justificou que não poderia efetuar o resgate para não prejudicar a herança dele. Esse prejuízo poderia ser pagar pela terra e ter de entregá-la ao primeiro filho que teria com Rute, o herdeiro legal de Elimeleque. E, ainda mais, ter suas despesas aumentadas com o sustento de Rute e de Noemi.
Então, respondeu a Boaz dizendo: “Redime tu o que me cumpria resgatar”. Para eximir-se de qualquer prejuízo pessoal, repete diante das testemunhas e do povo: “porque eu não poderei fazê-lo” (v. 6). Assim, ele cumpriu a formalidade legal exigida.
Agora, Boaz tem a posse do direito de remir a terra de Elimeleque, casar-se com Rute e prover um herdeiro para a família de Noemi. Ele cumprirá a promessa que fizera a Rute de ser o seu resgatador: “Eu o farei, tão certo como vive o Senhor” (3.13).

 

 

II. CASAMENTO DE RUTE (Rt 4.7-12)

1. Transferência do direito (Rt 4.8)
Disse, pois o resgatador a Boaz: compra-a tu. E tirou o calçado.
A cerimônia era um antigo costume em Israel. Assim acontecia em uma negociação: quando um dos negociadores queria confirmar o seu acordo numa transação, tirava o calçado e o transferia para o parceiro. Naquela situação, o parente, que é o portador do direito de resgatador, o renunciou a favor de Boaz, dizendo: “compra-a tu”.
Suas palavras eram uma declaração legal e, com o gesto simbólico de tirar o seu calçado e entregá-lo a Boaz, tornava pública a cessão do direito de remidor que foi transferido a Boaz.

 

2. Boaz casa-se com Rute (Rt 4.10)
E também tomo por mulher Rute, a moabita, que foi esposa de Malom, para suscitar o nome deste sobre sua herança, para que este nome não seja exterminado dentre seus irmãos e da porta da cidade: disto sois, hoje, testemunhas.
Boaz assume o legítimo título de resgatador e, ainda no mesmo cenário jurídico, dirige-se às testemunhas, aos anciãos e ao povo, e diz: “Sois, hoje, testemunhas de que comprei da mão de Noemi tudo o que pertencia a Elimeleque; a Quiliom e a Malom”. Essa formalidade era um procedimento legal israelita (v. 11) usado para reconhecer transações realizadas oralmente (cf Js 24.22; 1Sm 12.5) e que tornava a cessão do direito válida com comprovação por parte das testemunhas. Boaz indica o tempo, hoje (v.9). Com precisão legal o processo tem o encerramento.
Finalmente, Boaz levanta o objeto da questão: “também tomo por mulher Rute, a moabita” (4,5,10). É possível que a nacionalidade de Rute e o fato de ser viúva de Malom configuravam uma identificação legal da moabita para ser substituta de Noemi e, por meio do casamento, perpetuar o nome dos falecidos, o marido e filhos sobre a herança deles. Assim, o primeiro filho nascido de Rute e Boaz seria dono da propriedade da família de Elimeleque e renovaria a esperança de Noemi, de que seus mortos sobreviveriam através do herdeiro, continuariam com vida nas suas propriedades, no extrato social e no clã.

 

3. Somos testemunhas (Rt 4.11)
Todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa de Israel; e tu, Boaz, há-te valorosamente em Efrata e faze-te nome afamado em Belém.
A aprovação das testemunhas às declarações de Boaz legitimava e encerrava a transação. Mas as manifestações delas foram além, desejando que a bênção de Deus estivesse sobre Boaz e sua esposa. Desejaram que Deus fizesse de Rute como a Raquel e Lia, as duas esposas de Jacó e as genitoras da nação de Israel. Nesse pedido, está implícito que Deus desse fertilidade a Rute para ser mãe de uma distinta descendência, provendo um herdeiro para Elimeleque. A Boaz desejaram que ele fosse valoroso e afamado em Belém e, sendo progenitor de uma grande e próspera família em Efrata.
Por fim, para encerrar as manifestações, as testemunhas e os anciãos disseram que o sucesso de Boaz somente seria possível por meio da “prole que o SENHOR te der desta jovem.” (4.12). Ao mencionar “desta jovem”, eles afirmam que os descendentes de Boaz viriam do seu casamento com Rute.

 

 

III. FELICIDADE DE NOEMI (Rt 4.13-17)

1. A concepção de Rute (Rt 4.13)
Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o Senhor lhe concedeu que concebesse, e teve um filho.
Depois do ocorrido na porta da cidade, o escritor é econômico nas palavras e diz que Boaz e Rute se casaram e destacou que o Senhor lhe concedeu que concebesse, e assim, tivesse um filho. Na sociedade belemita, Rute começou como serva (2.13); depois como jovem (3.12); e, por fim, como esposa de Boaz (3.13); resultando, assim, naquilo que Noemi tanto desejou no início (1.9) e, mais recentemente, planejou (3.1-4): que Rute tivesse um lar, segurança e fosse mãe.
As mulheres da cidade (1.19) de novo se fazem presentes na vida de Noemi, louvando a Deus por ter dado a ela um neto que manteria viva a descendência de Elimeleque. Elas abençoaram o menino, desejando que ele fosse afamado (v.14), como os anciãos desejaram a Boaz (v.11), porém mais de maneira mais extensa, não só na cidade de Belém, mas entre toda a nação de Israel. Essa celebração contribui para concluir com alegria a história de Noemi que no início era de desolação e vazio, agora reflete a concretização ao ter os braços e colo cheios com a esperança desejada.

 

2. A alegria de Noemi (Rt 4.17)
As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E lhe chamaram Obede. Esse o pai de Jessé, pai de Davi.
As mulheres falam dos benefícios que o menino proporcionaria a Noemi: ele seria o resgatador da vida de Noemi, trazendo sua alegria de volta e impedindo a extinção da família de seu falecido esposo (1.21.22); ele seria o consolador da sua velhice, por todos os dias da sua vida; ele proveria para que não faltasse o pão sobre a sua mesa (1.1). Rute, que se manteve silenciosa na cena, é honrada pelas mulheres por sua bondade: “pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos.” Parece estranho Rute ser tratada de nora de Noemi, agora casada com Boaz (cf. 1.6- 8,22; 2.20,22). Isso demonstra que Rute e Noemi mantinham relacionamento mútuo de respeito e amabilidade, mas a condição é mantida por causa do resgate.
Na expressão “ela te é melhor que sete filhos”, as mulheres mostram a simbologia desta condição para aqueles dias: ter sete filhos era uma bênção divina e uma grande honra, e se fossem muitos, melhor, pelo valor atribuído aos homens (servir nas guerras, no trabalho, na administração e proteção dos bens).
Noemi faz um simbólico gesto, enquanto ouvia silenciosamente as amigas, e fecha o círculo da sua vida. Tomou (das mãos das mulheres) o menino, e o pôs no regaço, e entrou (na casa dela) a cuidar dele. Diante disso, elas exclamam: “a Noemi nasceu um filho”, relembrando o lamento dela (1.11-13; 20,21). Antes vazia, agora vivendo sua completude. Para finalizar, as mulheres deram nome ao menino e lhe chamaram Obede, “um que trabalha/servo”.

 

3. A genealogia de Davi (Rt 4.22)
Boaz gerou Obede, Obede gerou Jessé, e Jessé gerou a Davi.

O autor, encantado com o fim da história, exalta o menino Obe­de com um brado de alegria. E te é o pai de Jessé, o pai de Davi. Portanto, um antepassado ilustre que certamente contribuiria para a certificação da autenticidade do reinado de Davi, além de ser um descendente de Judá, uma das suas principais famílias da qual o próprio Davi descendia. Nesta lis­ta, Boaz ocupa o sétimo lugar, o de antepassado honrado, um notável e reconhecido. Boaz, o herói da história e o honrado ancestral de Davi.
Em todos os eventos retrata­ dos em Rute, é entendido que a providência divina é contínua ao longo da História, do presente e do porvir.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A figura do resgatador (goel) aponta profeticamente para o nosso Redentor, que nos concedeu o direito de participar legitimamente da família de Deus e sermos eternamente Seus herdeiros.

 

RESPONDA

1) Onde era realizado o resgate da propriedade de um parente?

2)  Que tipo de cerimônia era um costume antigo de Israel?

3) A qual tribo pertencia Boaz?