Lição 2 – 1ª Timóteo 1 – A Missão do Pastor Timóteo

Lição 2 – 1ª Timóteo 1 – A Missão do Pastor Timóteo

EM ÁUDIO

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Olá, professor! O conceito de legalismo, quando definido de forma bíblica, é usar a Lei de Moisés, no Antigo Testamento, de forma a tentar adquirir a salvação através dela.
Há cristãos que são frequentemente estereotipados de legalistas apenas por serem firmes em obedecer à Lei de Deus de uma forma que não buscam adicionar algo à obra meritória de Jesus Cristo. Estes, de fato, não são legalistas.
Legalista, por definição, é quem considera que a Lei ajuda a ganhar a salvação. Este foi o problema com os judaizantes do primeiro século. Eles pensavam que também guardar a Lei, além de crer na obra de Cristo, fazia uma pessoa salva.

 

 

LEITURA COMPLEMENTAR
Os falsos mestres usavam a lei como escudo para se defenderem. Usavam a lei para corromper a sã doutrina. Faziam propaganda de si mesmos como mestres da lei, quando na verdade eram ignorantes. Esses falsos mestres eram como os escribas e fariseus que acrescentavam à lei de Deus uma infinidade de tradições humanas e, assim, a anulavam. Paulo, então, aproveita o ensejo para falar sobre o uso correto da lei. Destacamos aqui alguns pontos.
Em primeiro lugar, a lei é boa em si mesma. — Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo (1.8). A lei nunca esteve em oposição ao Evangelho. A lei é boa, santa, justa e espiritual. A lei é como um pedagogo que nos leva a Cristo. O fim da lei é Cristo. Seu propósito não é nos salvar, mas revelar nosso pecado. Seu propósito não é nos levar ao céu, mas nos levar a Cristo.
[…] Em segundo lugar, a lei não produz justiça pessoal. — Tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas (1.9). A lei não é para os justos, mas para os pecadores. A lei lida com os pecadores. É para os transgressores que a lei é promulgada.
[…] Em terceiro lugar, a lei desnuda o pecador e revela a gravidade de seus pecados. — … impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina (1.10). Um dos maiores propósitos da lei é levar os pecadores ao ponto em que eles se sintam completamente quebrantados sob o peso esmagador de seus pecados. O propósito da lei é revelar o pecado, e não o tirar. A lei é como uma lanterna: mostra o obstáculo no caminho, mas não tira o obstáculo.
Livro: 1 Timóteo: o pastor, sua vida e sua obra. (Hernandes Dias Lopes. São Paulo: Hagnos, 2014. p. 41,42).

 

 

LIÇÃO 2: 1ª TIMÓTEO 1 – A MISSÃO DO PASTOR TIMÓTEO

 

TEXTO ÁUREO
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança. 1Tm 1.1

 

VERDADE PRÁTICA
O ministro do evangelho deve pregar a verdade e, assim, combater e reprovar as falsas doutrinas.

 

Estudada em 14 de julho de 2019

 

DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda-feira – At 9.15 Deus escolhe quem Ele quer
Terça-feira – 1Tm 1.3 Fidelidade doutrinária é coisa séria
Quarta-feira – 1Tm 1.5 Admoestar por amor
Quinta-feira – Rm 7.12 A Lei é boa quando bem utilizada
Sexta-feira – 1Tm 1.12 Cristo nos fortalece
Sábado – 1Tm 1.19 Fé e boa consciência

 

 

LEITURA BÍBLICA

1 Timóteo 1.1-5
1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança,
2 a Timóteo, verdadeiro filho na fé, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
3 Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina,
4 nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé.
5 Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.
Texto Completo: 1Tm 1.1-20

 

Hinos da Harpa: 205 -186

 

PALAVRAS-CHAVE
Legalismo • Fé • Heresia

 

 

OBJETIVOS
• Reconhecer o perigo do legalismo;
• Agradecer pela graça divina;
• Lutar pela fé.

 

 

PARA COMEÇAR A AULA
Querido professor, inicie a aula escrevendo no quadro: O LEGALISMO MATA! Proponha um mini-debate sobre o legalismo. Incentive seus alunos a pensarem em exemplos práticos de legalismo em seitas e religiões não evangélicas. Amplie a proposta de reflexão para exemplos de legalismo nas igrejas evangélicas. Controle bem o tempo das participações para que não extrapole o horário planejado para esta atividade. Explique os pontos que exigirem mais esclarecimento.

 

RESPOSTAS
1) As histórias mentirosas forjadas em cima de genealogias do Antigo Testamento.
2) Porque ele foi uma prova de que a graça de Deus pode transformar qualquer pessoa.
3) Com a má conduta moral e com pecados ocultos.

 

1ª TIMÓTEO 1 –  A MISSÃO DO PASTOR TIMÓTEO

 

INTRODUÇÃO

I. A MISSÃO DE TIMÓTEO 1.1-11
1. Pai e filho na fé 1Tm 1.1,2
2. A missão de Timóteo 1Tm 1.1-5
3. O Legalismo e a Lei 1Tm 1.6-11

 

II A GRAÇA NA VIDA DE PAULO 1.12-17
1. Principal dos pecadores 1Tm 1.12,13
2. De perseguidor a apóstolo 1Tm 1.14-16
3. A Deus seja a glória! 1Tm 1.17

 

III. O BOM COMBATE 1.18-20
1. O bom combate 1Tm 1.18
2. Coração, consciência e fé 1Tm 1.19
3. Hereges blasfemadores 1Tm 1.19,20

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO
Uma resposta para uma igreja que cresce e precisa se organizar e combater os falsos ensinos. Assim nasceu a 1ª carta de Paulo a Timóteo. Os apóstolos estavam desaparecendo, novos missionários e pastores devem ser treinados para levar a causa em diante.
Os apóstolos, como os Doze e Paulo, e os cooperadores como Timóteo e Tito, já não podiam resolver tudo. Era necessário estabelecer lideranças que garantissem unidade.

 

 

I. A MISSÃO DE TIMÓTEO (1.1-11)

 

1. Pai e filho na fé (1Tm 1.1,2). Quando Paulo se identificou como apóstolo, isso indicou O caráter oficial da carta (1Tm 1.1); mas quando se referiu a Timóteo como “filho”, no versículo 2, isso ressaltou o aspecto pessoal.
Timóteo e Tito foram os únicos que receberam esta designação especial de “filhos” de Paulo (2Tm 1.2; 2.1; Tt 1.4). A palavra grega para “filho” refere-se ao papel de Paulo como o pai espiritual de ambos. O adjetivo “verdadeiro” aplicado a Timóteo refere-se à autenticidade da sua fé. Ele era um dos discípulos mais próximos de Paulo.
Timóteo vinha de uma família mista: sua mãe era judia e seu pai era grego. Sua devoção a Cristo era tão grande que os líderes de sua congregação local o recomendaram a Paulo, e o apóstolo o aceitou em sua “equipe missionária”. Supostamente Timóteo teria presenciado o apedrejamento do apóstolo em Listra, tornando-se crente e filho espiritual de Paulo naquela ocasião.

 

 

2. A missão de Timóteo (1Tm 1.1-5). A presença de falsos mestres, sempre ocupados tentando arranjar “convertidos”, dava muito trabalho aos pastores das igrejas locais do primeiro século. Como no tempo de Paulo, hoje também existem mestres ensinando doutrinas falsas, e não devemos ignorá-los, mas combatê-los.
Paulo usa termos militares para ajudar Timóteo e sua congregação a entender a gravidade do problema (1Tm 1.3). O verbo grego traduzido como “rogar” também tem o significado de “encarregar”; “dar ordens rigorosas de um oficial superior”. Com isso, o apóstolo dizia a Timóteo que a ordem principal era não ensinar doutrinas diferentes das que Paulo ensinou.
Timóteo, então, deveria evitar as fábulas e genealogias dos legalistas, ou seja, as histórias mentirosas forjadas em cima de genealogias do Antigo Testamento. Isso dá a ideia de mera especulação vazia. As pessoas não chegam ao Evangelho por este meio, mas acabam se desviando das verdades essenciais da fé cristã.

 

 

3. O Legalismo e a Lei (1Tm 1.6-11). Os falsos mestres legalistas usavam a Lei do Antigo Testamento e as genealogias para criar inovações doutrinárias de todo tipo, que faziam as pessoas se desviarem da fé verdadeira.
Paulo relaciona catorze tipos de pessoas acusadas pela Lei (1Tm 1.9,10). A Lei é usada devidamente para expor, conter e condenar os ímpios. No entanto, não tem poder de salvar os pecadores perdidos; mas apenas revela sua necessidade de um Salvador. Assim, quando um pecador crê em Jesus Cristo, é libertado de toda a maldição da Lei, pois Cristo cumpriu toda a Lei em seu lugar. Trata-se do “Evangelho da glória do Deus bendito” (1Tm 1.11). De fato, a Lei não é o Evangelho, mas o Evangelho não é desprovido da Lei. A Lei e o Evangelho não estão em conflito, mas se completam.

 

 

II. A GRAÇA NA VIDA DE PAULO (1.12-17)

 

1. Principal dos pecadores (1Tm 1.12,13). Paulo dá graças não por aquilo que ele fez para Jesus, mas por aquilo que Jesus fez por ele (1Tm 1.12). Menciona aqui três bênçãos e por elas dá graças: [1] o Senhor o fortaleceu; [2] o Senhor o considerou fiel; e [3] o Senhor o designou para o ministério.
Para entendermos o motivo de tanta gratidão, precisamos atentar para a digressão que ele fez a fim de registrar seu passado inglório como implacável perseguidor da Igreja (cf. 1Tm 1.13).

 

2. De perseguidor a apóstolo (1Tm 1.14-16). Assim, no versículo 14, Paulo relembra que sua conversão foi uma obra sobrenatural de Deus. Teve de ser jogado ao chão e quebrantado para reconhecer que o Jesus que ele perseguia era de fato o Messias. Seus olhos físicos ficaram cegos ao mesmo tempo em que os olhos da sua alma foram abertos.
A graça de Deus transformou um perseguidor em um pregador, um homicida em ministro e missionário. A mudança na vida de Paulo foi tão dramática que a Igreja de Jerusalém suspeitou que se tratava de um artifício para mais perseguições, e inicialmente teve dificuldade em aceitar o apóstolo.
No entanto, Deus viu que Paulo era fiel e confiou-lhe o Evangelho. Além de se tornar um ministro de Cristo, Paulo também se transformou em um exemplo (1Tm 1.16), um modelo para todos os pecadores perdidos, pois ele era o “principal dos pecadores”. Uma prova de que a graça de Deus pode transformar qualquer pessoa.

 

3. A Deus seja a glória! (1Tm 1.17). No versículo 17, Paulo louvou a Deus por sua salvação. Esta é uma das muitas doxologias que Paulo escreveu. Grandes pensamentos e notáveis declarações impulsionavam-no a repentinas e espontâneas expressões de louvor, no meio de seções inteiras, e não apenas ao término das suas cartas.
A doxologia do presente versículo é uma explosão de gratidão devido à graça salvadora do eterno Deus. Ele é eternamente Rei de todo o universo, estando acima de todos os reis. A autoridade suprema e eterna. Imortal, no grego, significa “imperecível”, “incorruptível”. Esta palavra é um termo filosófico que indica que Deus possui uma modalidade de vida que não poderá jamais deixar de existir.
Assim, Paulo derramou sua alma num jorro caudaloso de louvor. Disse que Deus é eterno, Rei único, imortal e invisível. O verdadeiro Rei não era o imperador romano, mas Deus. Rei não apenas do mundo transitório, mas de todas as eras. O Criador, o Mantenedor e o Redentor de todos os tempos e de toda a vida. Aleluia!

 

 

III. O BOM COMBATE (1.18-20)

 

1. O bom combate (1Tm 1.18). No versículo 18, o apóstolo voltou a usar a linguagem militar para dar ênfase à sua declaração. A expressão “dever de que te encarrego” também tem o sentido de “uma ordem urgente recebida de um oficial superior” (cf. 1Tm 1.3).
Não era fácil servir a Deus na cidade pagã de Éfeso, mas Timóteo estava sob ordens divinas e deveria obedecer. Deus o havia escolhido e enviado. Em dias difíceis, esse fato lhe daria segurança.
A vida cristã é um combate, uma guerra sem trégua, uma luta sem pausa. Não podemos, porém, entrar nessa peleja portando armas carnais. Precisamos usar armas poderosas em Deus para anular sofismas e destruir fortalezas.

 

 

2. Coração, consciência e fé (1Tm 1.19). As armas de combate na luta contra a heresia são a fé e a boa consciência (1Tm 1.19). A boa consciência é importante para combater um bom combate cristão e também para exercer um bom ministério.
Essa qualidade é própria de uma autêntica experiência com Deus e do andar espiritual de todo crente. A verdadeira espiritualidade nos dá um coração puro, uma boa consciência e uma fé sincera.
A consciência é uma função da alma, do homem interior, que nos dirige no conhecimento do bem e do mal. Assim, o bom soldado cristão deve conduzir-se de tal modo que sua consciência não o condene.
De modo contrário, a consciência de pecado não arrependido e nem perdoado mata a fé logo no seu início. Os cristãos professos que “naufragam” na fé pecam contra sua própria consciência. As doutrinas perniciosas normalmente começam com a má conduta moral e com pecados ocultos.

 

3. Hereges blasfemadores (1Tm 1.19,20). Paulo revelou a Timóteo os nomes dos apóstatas Himeneu e Alexandre (1Tm 1.19). Paulo não disse exatamente o que fizeram; mencionou apenas que seu pecado envolveu a blasfêmia. Na segunda carta a Timóteo, Paulo também denunciou Himeneu (2Tm 2.16-18). Ele afirmara que a ressurreição final dos crentes já havia se realizado. Alexandre era um nome comum naquele tempo, de modo que não temos como saber, ao certo, se é o mesmo homem citado na carta seguinte de Paulo a Timóteo. Caso seja ele mesmo, parece que resistiu ao apóstolo e continuou ensinando doutrinas falsas.
A expressão “os quais entreguei a Satanás” (1Tm 1.20) deixa a entender o rigor da disciplina apostólica com a expulsão da igreja local. Eles deveriam aprender por meio da disciplina. Assim, temos o princípio de que, quando um herege se recusa a se arrepender, a congregação local deve discipliná-lo, excluindo-o da comunhão protetora dos santos e tornando-o espiritualmente vulnerável aos ataques de Satanás.

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A missão confiada a Timóteo é a mesma que desafia a todos nós da Igreja hoje: ser exemplo, anunciar a sã doutrina e combater os falsos mestres.

 

 

RESPONDA
1) O que eram as fábulas e genealogias dos legalistas?
2) Por que Paulo se tornou um modelo para os pecadores?
3) Como normalmente começam as falsas doutrinas?

 

 

VOCABULÁRIO
Fábula: história inventada.
Genealogia: estudo que estabelece a origem de um indivíduo ou de uma família.
Doxologia: hino de louvor.
Apóstata: quem renuncia a fé cristã.