LIÇÃO 4: Jó 4O a 42: A RESPOSTA DE DEUS E A RESTAURAÇÃO DE JÓ
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Jó 40, 41 e 42 há 24, 34 e 17 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Jó 42.1-17 (5 a 7 min.).
Chegamos ao final do estudo do livro de Jó. Foi edificante comprovar a fé e a perseverança do patriarca, apesar de não ter seus questionamentos respondidos. Mesmo acusado pelos amigos de estar ocultando seus pecados, Jó manteve-se íntegro diante de Deus. Ao final, diante da majestosa manifestação de Deus, Jó percebeu a grandeza do Senhor; rendeu-se e, em seguida, foi restaurado. A lição que fica é que Deus não deixa Seu povo prostrado ou desesperado para sempre. Não se trata de saber se Deus vai recompensar o justo e castigar o perverso, mas quando Ele vai fazê-lo. Mais cedo ou mais tarde, na terra ou no céu, as recompensas serão concedidas no tempo perfeito de Deus.
OBJETIVOS
- Enfatizar a soberania de Deus no trato com Jó e seus amigos.
- Entender o motivo de Deus ter repreendido os amigos de Jó.
- Explicar como se deu a restauração de Jó quando orava por seus amigos.
PARA COMEÇAR A AULA
Faça uma retrospectiva rápida da história de Jó e como Deus interveio restaurando completamente a sua vida, tomando-o em um exemplo de sofrimento e paciência. Nem sempre teremos respostas para todos os questionamentos, mas desde que Deus esteja no controle da nossa vida, tudo se encaminhará para o cumprimento dos desígnios Dele, lembrando-nos de Romanos 8.28, quando o apóstolo Paulo diz que ‘Todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Satanás não pode deter os planos de Deus para conosco.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO
- Não.
- Não.
- Errado.
EPÍLOGO (42.7-17)
Os diálogos do livro terminaram, e Jó recebeu a medida suficiente em consolo divino para suportar seu sofrimento. A história de Jó poderia ter terminado nesse ponto, não fosse aquele apelo mais insistente dele por vindicação, i.e., a demonstração pública por parte de Deus de que Jó era justo e não merecia o castigo recebido. Deus não tem nenhuma obrigação de dar essa satisfação a Jó, e muitos sofredores inocentes não receberam o final feliz concedido a Jó. Alguns estudiosos dizem que o final feliz arruína o livro de Jó, visto que parece retornar ao antigo vínculo entre culpa e castigo, justiça e bênção, que o livro se propôs a destruir, A teologia dos amigos, segundo a qual os justos prosperam, não é simplesmente confirmada pelo epílogo do livro? Não, porque os amigos insistem em que os justos prosperam indubitavelmente, e os ímpios inevitavelmente têm um fim precipitado. O caso de Jó provou como é insensata qualquer conversa de necessidade ou inevitabilidade em relação à forma de Deus agir com os homens. Mas o epílogo quer afirmar, depois que se deu todo o reconhecimento a Deus de que ele pode fazer o que lhe agrada, que Deus tem prazer em derramar as suas bênçãos sobre aquele que o serve fielmente. Isso é uma forma de bônus, um ato de graça, e não é compulsório por parte de Deus. Para Jó, basta que ele teve um encontro com Deus, mas Deus se agrada em responder no final ao clamar de Jó por vindicação.
Livro: “Comentário Bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos”. (Bruce, F.F. São Paulo: Editora Vida, 2017, p. 530).
LIÇÃO 4: Jó 4O a 42: A RESPOSTA DE DEUS E A RESTAURAÇÃO DE JÓ
Texto Áureo
“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” Jó 42.2
Verdade Prática
O sofrimento em si não tem nenhum valor intrínseco, mas serve para provar as convicções verdadeiras e para moldar nosso caráter.
Estudada em 21 e 28 de janeiro de 2024
Leitura Bíblica Com Todos Jó 42.1-17
INTRODUÇÃO
I. DEUS INICIA A RESTAURAÇÃO DE Jó Jó 40.1-24
- Deus continua seu desafio Jó 40.1,2
- Resposta de Jó – Jó 40.3-5
- O segundo discurso de Javé Jó 40.6,7
II. TEUS PLANOS NÃO PODEM SER FRUSTRADOS JÓ 42.1-9
- Bem sei que tudo podes Jó 42.1,2
- Falei do que não conhecia Jó 42.3-5
- Deus repreende os amigos de Jó – Jó 42.7-9
III. DEUS RESTAURA Jó Jó 42.10-17
- Mudou o Senhor a sorte de Jó Jó 42.10
- Amigos e parentes restaurados Jó 42.11
- Saúde, família e riquezas restauradas Jó 42.12-17
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 84 – 193
INTRODUÇÃO
Jó se encontra descoberto perante o Senhor. Suas palavras vazias, suas queixas e sua ideia de autojustiça já não têm mais sentido para ele e jazem imóveis e moribundas no pó e na cinza do monturo. Ele agora reconhece a sua insignificância e as supremas grandeza e perfeição de Deus. Ele declara que se arrepende de ter falado de coisas que não entendia e nem conhecia, mas agora estava diante Daquele que tudo pode.
I. DEUS INICIA A RESTAURAÇÃO DE Jó (Jó 40.1-24)
O epílogo tem duas divisões: a condenação e a restauração dos três amigos (v.7-9) e a bênção de Deus e a restauração de Jó (v.10-17). Ao longo de toda a provação Jó mostrou que servia a Deus com um coração puro.
1. Deus continua seu desafio (Jó 40.1,2)
Disse mais o SENHOR a Jó: Acaso, quem usa de censuras contenderá com o Todo-Poderoso? Quem assim argui a Deus que responda (40.1,2).
Deus tinha mais para falar a Jó. O prosseguimento das palavras do Senhor indica que o patriarca ainda hesitava quanto aos propósitos do Altíssimo. Jó ainda estava procurando entender as razões do seu sofrimento. A sua autojustiça ainda controlava em parte os seus pensamentos. Todavia, ele precisava aprender a confiar totalmente no Senhor, mesmo em face de qualquer calamidade ou fato incompreensível. É por isso que Deus fala: “Acaso, quem usa de censuras contenderá com o Todo-Poderoso? Quem assim argui a Deus que responda” (40.2). É como se Deus estivesse dizendo a Jó: “Você tem se queixado, resmungado, murmurado; agora ouça e me responda!”
As interrogações de Jó eram legítimas, mas ele excedeu os limites da graça de Deus, defendendo demasiadamente a sua própria integridade. Defendendo em extremo a sua justiça, Jó questionava a justiça de Deus. Uma coisa é gemer e outra bem diferente é queixar-se de Deus. Jó tinha motivos para gemer, mas nenhum para queixar-se contra os desígnios de Deus.
2. Resposta de Jó (Jó 40.3-5)
Então, Jó respondeu ao SENHOR e disse: Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na minha boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei (40.3-5).
Jó se conscientiza repentinamente da sua verdadeira posição. Aturdido, faz silêncio. No entanto, não confessa ter errado naquilo que disse. Admite a sua insignificância e diz: “Sou indigno…” (40.4). Percebe que não tem condições de responder às perguntas de Deus. Reconhece também que tem falado e murmurado demasiadamente. É o início do arrependimento do patriarca. No entanto, até agora ele não tem nada a responder; a sua causa ainda não foi encerrada. Ainda não tem nada a acrescentar ao que já disse. Nem sequer retira quaisquer das suas declarações anteriores.
3. O segundo discurso de Javé (Jó 40.6,7)
Então, o SENHOR, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: Cinge agora os lombos como homem; eu te preguntarei, e tu me responderás
À primeira vista, parece que Deus está intimidando Jó com a afirmação do seu poder superior. Deus se apresenta como o contendor, que o próprio Jó tinha desejado por vezes; queria encontrar-se com o seu adversário, mas não sabia onde estava. Agora aí o tem, frente a frente, para um duelo de palavras. Por mais de uma vez Jó tentou mostrar que Deus era injusto em tratá-lo da maneira que estava fazendo; e chegou mesmo ao ponto de desejar um advogado, para receber a sua queixa, um intercessor que o defendesse. Pois agora aí estava junto ao que tanto desejava ver; mas como ficou humilde e silencioso! E Deus o questiona: “Acaso anularás tu, de fato, o meu juízo, ou me condenarás, para te justificares? (40.8). Entretanto, Jó está mudo. A presença divina o fez emudecer, como emudeceria todo ser humano se tivesse um contato com Deus, o Todo-Poderoso.
Os discursos de Deus, na verdade, não tratam diretamente de nenhuma das questões que Jó desejava discutir, nem explicam por que Jó estava passando por tantas adversidades. O que Jó mais precisava não era saber por que as coisas aconteciam, mas quem estava no controle.
II. TEUS PLANOS NÃO PODEM SER FRUSTRADOS (Jó 42.1-9)
Os três amigos de Jó são acusados de falar injustamente sobre Deus, seus caminhos e suas razões para permitir a aflição. Apesar de usarem palavras que faziam parte do vocabulário teológico típico, suas percepções eram parciais e distorcidas.
1. Bem sei que tudo podes (Jó 42.12)
Então, respondeu Jó ao SENHOR: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.
Agora Jó não estava mais querendo contradizer-se, mas desejando entregar-se. Reconhece que Deus tudo pode, inclusive levantá-lo daquela condição miserável, na qual tanto se desesperou tolamente por considerá-la insuperável. Agora ele acreditava que Deus podia salvá-lo. Sua visão de Deus foi expandida além de todos os limites anteriores. Ele tem uma nova apreciação do escopo e da harmonia do mundo de Deus, do qual ele é uma parte minúscula. Sua primeira expressão impetuosa e espontânea, tão diferente da reserva na sua resposta ao primeiro discurso, é uma expressão de admiração irrestrita: “Podes fazer tudo! Nenhum dos teus planos pode ser frustrado!”
2. Falei do que não conhecia (Jó 42.3-5)
Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia (42.3).
Os ousados discursos de Jó tiveram o efeito de ocultar o conselho divino, sendo conversas inchadas sem grande conhecimento. Ele falou do que não compreendia, proferindo coisas por demais elevadas para sua capacidade. Jó, pois, agora, confessava ser o saco de vento da teologia e perdeu a sua arrogância, Agora estava abandonada a ideia de que ele podería refutar qualquer das acusações ‘falsificadas’ de Deus. Jó se convence que “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (42.5,6). Jó obteve mais conhecimento de Deus e de si mesmo. Deus vem em primeiro lugar e ocupa totalmente a sua visão: mas agora os meus olhos te veem. O conhecimento experienciado, por meio da administração do Espírito Santo, é muito mais revelador, poderoso e eficaz do que aprender de outros, ler em livros etc. A visão que Jó teve da teofania lançou nova luz sobre os seus problemas de conhecimento e sabedoria. Ele foi soerguido mediante essa experiência. O patriarca amadureceu espiritualmente, tomando-se mais reto e temente a Deus.
3. Deus repreende os amigos de Jó (Jó 42.7-9)
Tendo o SENHOR falado estas palavras a jó, o SENHOR disse também a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó (42.7).
Deus, finalmente, se dirige a Elifaz, Bildade e Zofar, dizendo-lhes que tinham feito declarações erradas sobre Ele e que o patriarca tinha proclamado o que era reto. Deus não está dizendo que tudo quanto Jó falara a Seu respeito estava correto. É evidente que houve momentos de dúvida na mente de Jó durante a sua provação; mesmo assim, ele manteve um espírito sincero perante Deus. Elifaz, Bildade e Zofar não haviam procedido assim, por isso Deus requereu deles um sacrifício reparador. Depois de oferecerem holocaustos e de Jó orar por eles, o Senhor não os tratou segundo o desatino que haviam praticado. Foram perdoados porque Jó intercedeu por eles junto ao Altíssimo (42.8).
Não houve censura para Eliú, certamente porque enquanto os amigos de Jó defendiam que o sofrimento possui sempre um caráter punitivo, Eliú defendia seu caráter pedagógico na vida do crente. De qualquer modo o fato dele não ser mencionado no final deixa claro que ele destoou das loucuras dos outros três.
III. DEUS RESTAURA Jó (Jó 42.10-17)
Os molestos consoladores de Jó são repreendidos. Deus reverte a fortuna de Jó. Paz e abundância material substituem a enfermidade e a carência.
1. Mudou o Senhor a sorte de Jó (Jó 42.10)
Mudou o SENHOR a sorte de jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra (42.10).
A tradução de King James diz: “O Senhor mudou o cativeiro de Jó.” Subentende-se que Jó estivera cativo dos poderes caóticos que causaram sua enfermidade e dor, bem como a perda de tudo quanto possuía. Suas orações não foram respondidas, mas a voz do céu livrou-o de todos os seus adversários. Jó intercedeu por seus amigos e, no meio daquele serviço altamente humanitário, ele mesmo foi grandemente favorecido e ganhou da parte do Senhor o dobro de tudo quanto tivera. Sua juventude e suas forças físicas foram renovadas para assemelhar-se às da águia. Seu período de maldição havia terminado.
Em seguida, ele recebeu de volta todas as suas possessões materiais, em dobro, e uma nova família. O epílogo conta-nos do poder de Deus de curar e restaurar, revertendo as tragédias e os retrocessos. Também se destaca a intervenção divina em tempos difíceis, pelo que oramos e olhamos para o céu, a fim de recebê-la. A restauração de Jó não é resultado do seu arrependimento, mas, sim, da sua intercessão pelos seus amigos.
2. Amigos e parentes restaurados (Jó 42.11)
Então, vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado, cada um lhe deu dinheiro e um anel de ouro (42.11).
As boas novas se espalharam rapidamente, e todos os ex-amigos, incluindo a terrível tríade e Eliú, bem como todos os seus parentes e todos os seus conhecidos, reuniram-se na casa de Jó para um banquete de ação de graças. Todos eles trouxeram presentes, entre eles um anel de ouro, sinal especial de amizade. Esses presentes simbolizavam cortesia e amizade e, na ocasião, foram um sinal de alegria especial.
Jó foi restaurado; seus amigos voltaram; sua saúde lhe foi devolvida; agora ele era novamente um homem próspero. Foi permitido a Jó ver a reversão do passado e o alvorecer de um novo dia.
3. Saúde, família e riquezas restauradas (Jó 42.12-17)
Assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó mais do que o primeiro… Então morreu Jó, velho e farto de dias (42.12-17).
Jó estava de volta às atividades normais da vida e mais forte do que nunca. O autor do livro teve o cuidado de dizer com detalhes como as possessões materiais de Jó lhe foram restauradas. A prosperidade material era considerada no Antigo Testamento um sinal de bênçãos divinas, mas agora essas riquezas foram duplicadas. Foi bom Jó ter mantido a integridade, não ter se refugiado no ateísmo em meio à provação. Ele demonstrou que um homem pode adorar e servir a Deus na adversidade, mesmo quando não há nenhuma vantagem pessoal à vista.
Jó derrotou a diabólica tese do egoísmo e também demonstrou que existe a adoração desinteressada, o tema principal do livro. Ele morreu, pleno de dias, e não prematuramente, conforme esperara morrer, quando sob seu teste severo.
APLICAÇÃO PESSOAL
Através de Jó Satanás é frustrado por Deus, que demonstra que é possível servir-lhe sem outro interesse a não ser Ele próprio.
RESPONDA
1) Defendendo em extremo a sua justiça Jó questionava a justiça de Deus. Jó tinha motivos para gemer, mas teria motivos para queixar-se contra os desígnios de Deus?
2) se dirigiu aos amigos de Jó dizendo-lhe lhes que eles tinham feito declarações assertivas (afirmativas) sobre ele. Sim ou não?
3) O Senhor mudou a sorte de Jó enquanto ele discutia com seus amigos. Certo ou errado?