Lição 4 – O Credor Incompassivo: Perdoados devem perdoar

LIÇÃO 4

O CREDOR INCOMPASSIVO: PERDOADOS DEVEM PERDOAR

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

A melhor vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Esta parábola é a mais enfática de todas no que diz respeito ao perdão. Não se trata de quantas vezes devemos perdoar, como o apóstolo Pedro gostaria de saber, mas sim da infinitude do amor de Deus em nos perdoar e nossa atitude correspondente para com quem nos ofende. Os rabinos e mestres ordenavam perdoar até três vezes. Pedro sugeriu um salto espiritual: sete vezes! O número perfeito, completo. Mas, Jesus lhe respondeu com uma expressão matemática e filosófica que tende à total impossibilidade de acontecer, setenta vezes sete.  O cristão, por sua fé no Senhor, deve perdoar todas as vezes que o ofensor arrependido lhe pedir perdão. Ensine aos alunos que o perdão que Deus nos concedeu é tão grande que qualquer ofensa que outro ser humano venha a praticar contra nós torna-se irrisória, embora possa nos fazer sofrer por algum tempo. Perdoar sempre dará mais espaço à plenitude divina em nossa alma.

 

PALAVRAS-CHAVE

Perdão . Misericórdia . Juízo

 

OBJETIVOS

  • Valorizar o bom relacionamento com nossos irmãos.
  • Imitar Deus perdoando graciosamente a todos.
  • Glorificar a Deus pelo perdão recebido.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Que benção! Estamos avançando. Na aula de hoje inicie perguntando quantos dos alunos (não precisam se identificar) vivem uma situação onde sabem que precisam perdoar.

Deixe que eles reflitam por alguns segundos. Depois mostre rapidamente quão abençoador é o perdão, inclusive e principalmente, o de Deus.

Você também pode perguntar também qual dos alunos já experimentou uma situação em que teve de perdoar alguém, podendo dar o seu breve testemunho.

 

RESPOSTAS

1) F

2) V

3) V

 

LEITURA COMPLEMENTAR

“Poucos temas são tão necessários e urgentes em nossos dias como o do perdão. Muita gente doente na alma e no corpo tem na falta de perdão a causa disso.

Perdão, sem sombra de dúvidas, é um dos temas centrais da palavra de Deus. Encontramos sua menção em praticamente todos os livros da Bíblia, seja na perspectiva vertical ou horizontal.

Falar de perdão é falar de cura. Não há saúde emocional nem espiritual onde não há perdão. Perdão é um tema importantíssimo pelo seu poder terapêutico e libertador. Quando perdoamos libertamos alguém e esse alguém, descobrimos, somos nós mesmos. Não perdoar, por sua vez, é seguir acorrentado à outra pessoa, na expectativa do que de pior possa acontecer com ela. Não vale a pena.

Temos dificuldades com esse tema. Muitas dificuldades. Já se disse que o perdão é muito mais difícil do que achávamos ser antes de nos depararmos com a necessidade de praticá-lo e mais complicado do que geralmente os sermões parecem dizer. C. S. Lewis já dizia que é mais fácil falar sobre perdão do que perdoar. É fato que perdoar não é fácil, mas pedir perdão também não é.

O perdão oferece uma saída. Não resolve todas as questões, mas oferece uma saída. Perdão é a “argamassa” que fecha as rupturas relacionais, apazigua nosso interior e amplia nosso horizonte. Bendito seja Deus que em sua graça nos possibilita esse caminho.

O perdão só existe porque todos nós podemos cometer erros e machucar gente que amamos. Todos nós machucamos e somos machucados ao longo da vida. Sem o perdão, seria impossível manter relacionamentos saudáveis, e sem isso não há vida que vale a pena. Viver é se relacionar. Alguns acham que o perdão é um benefício para o ofensor apenas. Porém, eu digo que o benefício maior não é o que foi dado ao ofensor, mas sim o que o perdão produz na vítima, naquele que está ferido.

O ditado popular diz que “a vingança é um prato que se come frio”. Isso porque poderia implicar numa longa e desejada espera de finalmente ver o ofensor se dar mal. José não concordaria com essa expressão. A vingança pode até satisfazer a carne por algum momento, mas se torna em fel, azeda a vida e produz morte ao seu redor.”

Livro: “Por que Perdoar?” (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos. 2017, Págs. 07 e 08)

 

LIÇÃO 4: O CREDOR INCOMPASSIVO: PERDOADOS DEVEM PERDOAR

 

TEXTO ÁUREO

“Então, Pedro, aproximando- se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Mt 18.21

 

VERDADE PRÁTICA

O perdão não é uma questão de matemática, mas de decisão.

 

Estudada em 22 de julho de 2018

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – 1Jo 4.19 Jesus nos amou primeiro

Terça – Mt 22. 37-40 O alicerce do ministério de Jesus

Quarta – Jo 13.34 Um novo mandamento

Quinta – Lv 19.18 O mandamento de amar é antigo

Sexta – 1Jo 3.16 O amor não impõe limites

Sábado – 1Jo 3.14 O amor autentica a conversão

 

LEITURA BÍBLICA

Mateus 18.23-30

23 Por isso. o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.

24 E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.

25 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os Filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga

26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.

27 E o senhor daquele servo, compadecendo se, mandou o embora e perdoou-lhe a dívida

28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.

29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei

30 Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida

Texto completo: Mateus 18.23-35

 

Hinos da Harpa: 171 – 284

 

O CREDOR INCOMPASSIVO: PERDOADOS DEVEM PERDOAR

 

ORGANIZAÇÃO DA LIÇÃO:

INTRODUÇÃO

 

CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA

O contexto Mc 18.15-17

O resumo Mt 18.23

O tema principal Mc 18.21

 

LIÇÕES DA PARÁBOLA

Não faça contas Mc 18.22

Todos devemos ao Rei Mt 18.24

Por que perdoar? Mt 18.33

 

III.     CONCLUSÕES DA PARÁBOLA

A ênfase na misericórdia Mt 18.35

A questão do juízo Mt 18.34

Mitos que sabotam o perdão Mt 18.29

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Esta parábola, que ocorre apenas em Mateus, é uma narrativa muito simples sobre a necessidade de liberarmos perdão para aquele que nos ofendeu ou machucou. A razão é simples: fomos alcançados pelo gracioso perdão de Deus.

 

I. CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA 

O contexto. Essa parábola nasce num contexto em que Jesus vinha falando sobre a importância e a necessidade de lidarmos adequadamente com as falhas de relacionamento dentro da comunidade. Em Mateus 18.15, Jesus diz: “Se teu irmão pecar contra ti…”. Pedro interrompe e faz uma pergunta inusitada: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” (Mt 18.21). Provavelmente Pedro pensava que estava sendo muito espiritual com tal sugestão. Perdoar uma mesma pessoa pela sétima vez seguida não é para qualquer um e ninguém duvidaria que se trata de uma situação complicada. Mas Jesus, contra todas as expectativas e possíveis respostas, diz: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete,” (Mt 18.22). É nesse contexto, e para reforçar o que dizia, que Jesus conta a conhecida Parábola do Credor Incompassivo.

O resumo. A história contada diz respeito a um soberano que, após fazer uma auditoria, chamou seus servos para um ajuste de contas. Logo no início veio um que lhe devia tanto dinheiro que nem mesmo que vivesse mil vidas poderia pagar. Não tendo como pagar, o rei ordena que tudo o que ele tinha fosse vendido para o devido ressarcimento, incluindo sua família. A única saída era apelar para o coração do rei. Jesus então diz que ele é perdoado daquela imensa dívida.

Esse referido servo, ainda a caminho de casa, encontra alguém que contraíra uma pequena dívida para com ele e aproveita para cobrar a dívida com surpreendente violência, ao que o devedor pede um pouco mais de paciência. Sem demonstrar nenhuma compaixão, o servo manda colocar o devedor na cadeia até que este pague o que deve. O rei fica encolerizado com a contradição daquele homem, manda chamá-lo, revoga o perdão concedido e encarcerando-o diz que deseja seus recursos de volta. Jesus conclui dizendo que Deus agirá da mesma forma se não encontrar em nós um coração compassivo e perdoador.

O tema principal. O tema principal dessa maravilhosa história é o perdão, não o de Deus concedido ao homem (embora isso esteja presente), mas o do homem em direção a outro homem.

Enquanto não chegarmos à perfeição, só nos resta perdoar.” (Rodrigo Dantas)

Jesus mostra que Deus tem tratamento para os que ferem e para os feridos. O único jeito de vivermos nesse mundo é como perdoados que perdoam. Perdoar é ter as emoções conquistadas e livres da amargura que corrói a alegria de viver e transforma a vida numa masmorra fria, estéril e insuportável. É impossível conviver sem a prática do perdão. Portanto, perdão é o remédio de Deus para relacionamentos adoecidos.

 

II. LIÇÕES DA PARÁBOLA


Não faça contas.
Pedro sabe que deve perdoar e que certamente precisará perdoar mais de uma vez, mas até quantas vezes? Qual o limite? Então arrisca um número: “Até sete?”

Toda essa questão matemática apontada por Pedro chama a atenção. Jesus seguindo na direção proposta diz: “Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete”. Quatrocentos e noventa vezes? Quem ofendería tantas vezes assim? No entanto, fica evidente que Jesus não está falando que a ofensa de número 491 não deveria ser perdoada. O que ele está dizendo é: “Não faça contas. Isso é tolice. Perdão é algo que faz bem a você mesmo, então por que ficar preocupado com a matemática das ofensas?”

Todos devemos ao Rei. Todas as pessoas deste planeta devem a Deus. Se ele nos chamar para acertar as contas, ninguém ficará de fora. Pior ainda é saber que não temos como pagar nossa dívida. Ela é grandiosa demais.

Jesus fez uso de uma hipérbole ao falar sobre a dívida desse homem. Dez mil talentos era uma dívida assustadora. Se formos entregues a nós mesmos nossa sorte seria a perdição eterna. Não há nada que possamos fazer para mudar isso. Nenhum ser humano, nenhum de nós jamais podería saldar nossa dívida para com Deus porque não há justiça em nós.

A nossa única garantia de ingresso no céu é a obra de Jesus Cristo. Somos seres falidos moral e espiritualmente. Ainda que consigamos evitar muitos pecados grosseiros, o fato é que um único que cometêssemos nos levaria para o Inferno.

Por que perdoar? Primeiro porque essa e a melhor resposta à misericórdia a nós estendida. Em segundo lugar, porque perdão é algo que nos liberta, sara e nos permite andar na presença de Deus. Onde não há perdão, não há cura, nem vida, nem alegria; tampouco existe saúde emocional ou espiritual. Perdão é um tema importantíssimo pelo seu poder terapêutico e libertador. Quando perdoamos, libertamos alguém e esse alguém, descobrimos, somos nós mesmos. Não perdoar por sua vez, é seguir acorrentado à outra pessoa, na expectativa do que de pior possa acontecer com ela. Não vale a pena.

“Sem perdão não há cura para a alma e para as emoções’

 

III. CONCLUSÕES DA PARÁBOLA

A ênfase na misericórdia. Tanto é assim que essa parábola é também conhecida como “a parábola do servo sem misericórdia”. Há uma ênfase grandiosíssima na misericórdia do rei. Jesus diz que ele é “movido de íntima compaixão” (Mt 18.27, ARC). Compaixão é uma palavra muito forte. É a junção de duas palavras: Com + Paixão. Compaixão é sentir a dor do outro.

Quando avaliamos a quantia que foi perdoada pelo soberano, vemos mais ainda o brilho dessa misericórdia. Quando conta a parábola em questão, Jesus diz que o servo devia o equivalente a dez mil talentos. Ora, sendo o talento o equivalente a seis mil denários e o denário o pagamento de um dia de trabalho, concluímos que o homem devia 60 milhões de dias de trabalho. Numa conta fácil concluímos que para pagar isso, deveria trabalhar todos os dias por 165 mil anos. IMPAGÁVEL! Que grande misericórdia lhe foi conferida.

A questão do juízo. A parábola também fala de juízo. Tão grande misericórdia e perdão demonstrados exigem dos seus beneficiados uma resposta, no mínimo, coerente. Quando o homem é chamado de volta ao rei, além da repreensão duríssima (“servo malvado”), o rei confronta a incoerência da sua atitude: “não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo?” Fica claro que a misericórdia é pré-requisito de quem se diz discípulo de Jesus. A seriedade da nossa negligência em demonstrar perdão e misericórdia tem um preço. Há um claro alerta aqui sobre isso.

Mitos que sabotam o perdão. Existem algumas premissas que, embora falsas, atrapalham e dificultam nossa capacidade de perdoar. São várias, mas mencionaremos apenas três:

a) O tempo resolverá tudo. Isso não é verdade. Muita gente gostaria que fosse assim, mas lamento dizer que não é. Se há algo que o tempo por si só não resolve é a questão de mágoa no coração. Podem passar décadas, a ferida continuará à espera do único remédio que a cicatrizará: O PERDÃO. Aliás, a recomendação bíblica é que as desavenças sejam resolvidas logo. Paulo diz: “não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26). Em outras palavras: resolvam logo e não fiquem com raiva o dia inteiro.

b) O perdão é para o arrependido. Só podemos perdoar quem se arrepende. Será assim? Esse é um mito muito forte. Ao agir assim estamos deixando as rédeas da nossa vida nas mãos de terceiros. E se a pessoa demorar 15 anos para se arrepender? E se ela não se arrepender nunca? Vamos carregar isso? Engasgando? Amargando? Não é isso que aprendemos com Jesus. Então, o perdão pode e deve existir, independente do arrependimento da outra parte. Quando ela se arrepender, se ocorrer, o benefício será duplo.

c) Não posso perdoar. Ela não merece. É verdade; mas, quem merece? Alguém merece? Seria melhor concluir assim: “ela ou ele não merece. Se merecesse seria mais fácil”. Mas a questão que envolve o perdão é que realmente é verdade que o ofensor não merece. Por isso a conta não fecha. Não vai fechar nunca. Quem precisa não merece, quem merece não precisa. Perdão é algo que oferecemos para quem não merece. Ponto final!

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Avalie as seguintes perguntas com seriedade: Você já viveu uma situação onde achou ou acha muito difícil perdoar? Você carrega algum sentimento de culpa por não ter perdoado? Existe hoje na sua vida um caso de rompimento de comunhão com alguém porque o perdão não ocorreu?

 

RESPONDA

Marque V (verdadeiro) e F (falso) nas afirmações abaixo:

1) ( ) O tema do perdão foi muito importante nos dias de Jesus. Hoje, nem tanto.

2) ( ) Perdão é o remédio de Deus para relacionamentos adoecidos.

3) ( ) O homem da parábola foi perdoado de uma dívida que jamais poderia pagar.

2 commentários

  1. Está bem explicada esta lição. Parabéns!!!

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