Lição 6 – Pão da Vida – Água da Vida e Luz do Mundo

LIÇÃO 6 – PÃO DA VIDA, ÁGUA DA VIDA E LUZ DO MUNDO

EM ÁUDIO

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Nesta aula, dê ênfase ao momento em que Jesus reivindicou ser a água da vida, o último dia da Festa dos Tabernáculos – uma das três maiores festas dos judeus (Dt 16.16) – conhecido como “o grande dia”.

Esse era um momento aparentemente impróprio para essa reivindicação, pois nele havia fartura de comida e de bebida. No entanto, Jesus confrontou as pessoas que se banqueteavam dizendo que elas não estavam saciadas como demonstravam estar, pois ali havia sedentos de água viva, famintos de pão da vida e perdidos precisando de luz.

OBJETIVOS

  • Trabalhar pela comida que permanece para vida eterna.
  • Saber que só Jesus pode saciar a nossa sede interior.
  • Acreditar que Jesus é a luz àqueles que estão em trevas.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Introduza esta aula citando nomes de desertos e regiões áridas, em situações caóticas, bem como parte do Nordeste brasileiro, onde as chuvas são escassas, a plantação e os animais estão sem vida; e, devido isso, esses lugares sofrem com a falta de pão, água e muitas vezes de educação, que é a luz aos entendimentos. Faça uma analogia disso tudo com a vida de pessoas que vivem em um deserto espiritual com sua sede interior de Deus se manifestando todos os dias (SI 42.2).

 

PALAVRAS-CHAVE

Pão • Água • Luz

 

RESPOSTAS

1)        Do Pão verdadeiro que desce do céu, Jesus.

2)        Embora estivessem num banquete, só a Água Viva poderia satisfazer-lhes verdadeiramente.

3)        Para todo aquele que vive em trevas.

 

LEITURA COMPLEMENTAR:  A FESTA DOS TABERNÁCULOS

“Os judeus tinham três festas principais: a Páscoa, o Pentecostes e a dos Tabernáculos. Todo o enredo do capítulo 7 está ligado à última, a festa em que o povo, durante uma semana, desabalava de todos os cantos para Jerusalém, habitando em tendas improvisadas, para agradecer a Deus pelas colheitas e pelo livramento e, ao mesmo tempo, renovar sua esperança messiânica. A festa dos tabernáculos relembra-nos a intervenção sobrenatural de Deus na libertação do seu povo da escravidão no Egito.

Os judeus, nos dias de Jesus, celebravam essa festa no final das colheitas para agradecer a Deus sua provisão. Habitavam em cabanas para relembrar como Deus os havia protegido na peregrinação pelo deserto. Separavam-se do conforto para habitar em tendas improvisadas com vistas a se identificarem com os peregrinos do passado. F. F. Bruce diz que os hebreus davam a essa festividade o nome de festa das tendas (sukkôth) porque durante toda a semana de duração as pessoas viviam em barracas feitas de galhos e folhas (Lv 23.40-43), construídas pelos moradores das cidades no quintal ou sobre o telhado plano das casas. Muitos judeus iam a Jerusalém para a festa. No entanto, essa festa também apontava para o futuro, para aquele glorioso dia em que Deus armará sua morada definitiva com os remidos, quando, então, veremos nosso Senhor face a face (Ap 21.1-4), Outra tradição ligada a essa festa era a cerimônia da libação da água. Isaías 12.3 era uma profecia messiânica, mostrando que, quando o Messias viesse, o povo tiraria com alegria água das fontes da salvação. Havia, portanto, em cada dia dessa festa, a expectativa de que Deus lhes daria a água viva. Foi no auge dessa festa que Jesus clamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior de quem crê em mim (Jo 7.37,38), Mais uma vez, Jesus é o cumprimento dessa festa! Finalmente, a essa festa é associada outra tradição, chamada de “a cerimônia da iluminação do templo” e representada pelo candelabro. Jesus também cumpriu esse aspecto, ao afirmar: Eu sou a luz do mundo (8.12), E ele não apenas afirmou essa verdade, mas a demonstrou, curando um homem cego de nascença (9.1-7), milagre que os judeus acreditavam que só Deus poderia realizar.”

Livro: “João: As Glórias do Filho de Deus” (Hernandes Dias Lopes, Editora Hagnos Ltda, 2015, São Paulo-SP, págs. 218 e 219).

Estudada em 12 de maio de 2019

 

LIÇÃO 6: PÃO DA VIDA, ÁGUA DA VIDA E LUZ DO MUNDO

 

TEXTO ÁUREO

“Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” Jo 6.35

 

VERDADE PRÁTICA

Jesus, o Elemento Básico d Vida.

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Jo 7.1-8 O mundo odeia as coisas que são de Jesus

Terça – Jo 7.9-16 Quem fala em nome de Deus dá glória a Ele

Quarta – Jo 7.17-25 Não jugueis pela aparência

Quinta – Jo 7.26-34 As coisas só acontecem no tempo de Deus

Sexta-Jo 7.35,36 Nem todos podem ir para onde Jesus está

Sábado – Jo 7.40-46 Ninguém jamais falou como Jesus

 

LEITURA BÍBLICA

João 6.30-35

30       Então, lhe disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos?

31       Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu.

32       Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá.

33       Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.

34       Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão.

35       Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.

Leitura completa: Jo 6.30-41; 7.37-41; 8.12-14

 

Hinos da Harpa: 45 – 301 – 96

 

PÃO DA VIDA, ÁGUA DA VIDA E LUZ DO MUNDO

 

INTRODUÇÃO

 

I. O PÃO DA VIDA

  1. Comida e Verdade Jo 6.27
  2. Discurso do Pão Jo 6.32
  3. Reações ao discurso de Jesus Jo 6.41


II. A ÁGUA DA VIDA

  1. Antes da Festa Jo 7.10
  2. Durante a Festa Jo 7.14
  3. Último dia da Festa Jo 7.37

 

III. A LUZ DO MUNDO

  1. A luz é uma pessoa J0 8.12
  2. A luz é uma promessa J0 8.12
  3. A importância de Jesus J0 8.21

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O povo queria a comida, mas não a verdade. E, no final, quase todos abandonaram Jesus e se recusaram a andar com Ele. Jesus “perdeu” a multidão com um único sermão!

 

I. PÃO DA VIDA

  1. Comida e Verdade (Jo 6.27). Quando a multidão que se alimentou dos pães e dos peixes do outro lado do mar chegou a Cafarnaum e encontrou Jesus, não vendo nenhum barco que o tivesse transportado, e movida pela curiosidade, fez a Jesus a primeira pergunta: “Mestre, quando chegaste aqui?” (6.25). Em vez de responder à pergunta feita, Jesus lança uma acusação aos interlocutores: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes.” (6.26). Depois da acusação solene, Jesus dá uma ordem expressa: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual O Filho do Homem vos dará; porque Deus, O Pai, O confirmou com O seu selo.” (6.27)  . Jesus quer direcionar a atenção dos judeus, que estavam interessados apenas nas coisas terrenas, às realidades espirituais. A segunda pergunta dos judeus vem como um pedido de esclarecimento: “Que faremos para realizar as obras de Deus?” (6.28). Uma vez que a ordem de Jesus era para trabalharem pela comida que não perece, eles querem saber como é que se faz esse trabalho. Jesus responde de forma surpreendente: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” (6.29). A salvação não é algo que fazemos para Deus, mas algo que Deus fez por nós.
  1. Discurso do Pão (Jo 6.32). Isso está relacionado com a terceira pergunta feita pelos judeus no texto, a qual é dupla: “Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos?” (6.30) e argumentam: “Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu.” (6.31). Jesus responde à pergunta insincera deles, corrigindo-lhes o entorpecido entendimento e dizendo que não foi Moisés quem deu a eles o pão do céu, pois o verdadeiro pão do céu só lhes é concedido pelo Pai. O pão que Moisés deu era apenas um símbolo do pão verdadeiro, aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (6.32,33). D. A. Carson diz acertadamente que o maná do céu era, comparativamente, imperfeito: estragava com o tempo, e o povo que o comia perecia com o tempo. Uma de suas principais funções era servir como um tipo do verdadeiro pão do céu. Depois de interpelarem Jesus três vezes, agora os judeus fazem um pedido desprovido de entendimento: “Senhor, dá-nos sempre desse pão.” (6.34). Jesus, então, faz a aberta declaração; “Eu sou o pão da vida” (6.35); e emenda com uma solene promessa: “o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”.

Reações ao discurso de Jesus (Jo 6.41). Quando Jesus terminou esse longo discurso na sinagoga de Cafarnaum (6.59), a reação do auditório foi negativa (6.60-66). Muitos dos discípulos julgaram o discurso de Jesus duro demais. Queriam coisas mais amenas. Essa reação negativa manifestada principalmente em dois aspectos:a) Decepção (6.60,61). Em vez de os ouvintes correrem apressadamente para Jesus, endureceram a cerviz e murmuraram escandalizados. Jesus não pregou para agradar seus ouvintes; pregou para levá-los ao arrependimento.b) Abandono (6.66). Esse pesado discurso de Jesus não produziu um estupendo resultado numérico; ao contrário, provocou uma debandada geral. Seu propósito era ser fiel, e não popular.

II.A ÁGUA DA VIDA

 

1. Antes da Festa (Jo 7.10). Nas vésperas da festa dos Tabernáculos, Jesus ainda andava pela Galileia, uma vez que não desejava subir à Judeia porque os judeus procuravam matá-lo. Jesus tinha plena consciência de que os judeus não poderiam matá-lo antes da hora; entretanto, não queria expor-se desnecessariamente. Alguns fatos nos chamam a atenção nesse período: 1) Em primeiro lugar, a exatidão da agenda de Jesus estabelecida (7.6-10). Jesus tinha plena consciência do seu tempo, da sua hora. Estava totalmente sintonizado com o plano do Pai. Não atendeu à sugestão de seus irmãos para manifestar-se abertamente em Jerusalém, porque sua hora ainda não tinha se cumprido. 2) Em segundo lugar, a procura por Jesus é notória (7.1113). Não eram apenas os irmãos de Jesus que o queriam na festa em Jerusalém, mas também os judeus. Ele era uma figura nacional, o centro das atenções. É bem verdade que as opiniões divergiam. Uns o julgavam um homem bom; outros o reputavam como um enganador do povo. Mas, como Jesus conquistara a simpatia de muitos, ninguém ousava falar Dele abertamente.

 

2. Durante a Festa (7.14). Quando a festa já estava em andamento, mesmo chegando a Jerusalém secretamente (7.10), Jesus subiu ao templo e passou a ensinar em público. Destacamos alguns pontos a esse respeito. 1) Em primeiro lugar, o ensino de Jesus produz admiração (7.14,15). O evangelista Mateus nos informa que Jesus não ensinava como os escribas, mas como quem tem autoridade (Mt 7.28,29); 2) Em segundo lugar, o ensino de Jesus procede de Deus (7.16-18). Ele não fala de si mesmo. Tem o próprio testemunho do Pai e busca a glória do Criador; 3) Em terceiro lugar, o ensino de Jesus acusa os judeus de não conhecerem a Deus (7.25-29). Diante dos comentários do povo acerca de Jesus e Sua origem, Jesus aproveita o ensino para dizer a esses judeus que procedia do Pai, a quem eles não conheciam; 4) Em quarto lugar, o ensino de Jesus desperta a fúria dos judeus (7.30-32). Diante do buchicho da multidão a respeito de Jesus, os fariseus se mancomunaram com os principais sacerdotes para enviar os guardas do templo a fim de prendê-lo. Mas os guardas jamais poderiam fazê-lo, pois ainda não havia chegado a hora de Jesus ser entregue nas mãos dos pecadores. 6) Em sexto lugar, o ensino de Jesus mostra que a oportunidade para o receber pode ser perdida (7.33-36). Jesus permaneceria mais pouco tempo entre eles e, então, regressaria ao Pai, onde eles não mais poderiam encontrá-lo.

 

3. Último dia da Festa (Jo 7.37). Em todos os sete dias da festa, um sacerdote enchia uma jarra de ouro com água do tanque de Siloé, acompanhado de uma solene procissão, voltava ao templo em meio ao toque de trombetas e aos gritos das alegres multidões e derramava a água sobre o altar. Essa cerimônia não só lhes recordava as bênçãos outorgadas a seus antepassados no deserto (água da rocha), mas também apontava para a abundância espiritual da era messiânica.

No sétimo dia, o último e o auge da festa, o sacerdote acompanhado pela multidão, ao som de trombeta, fazia a procissão do tanque de Siloé ao templo sete vezes. Jesus, então, coloca-se no meio e brada: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Jesus é a Rocha ferida da qual brota água viva. JESUS É A ÁGUA DA VIDA. Ele é o manancial das águas vivas.

 

III. A LUZ DO MUNDO

Jesus ainda estava ensinando no templo, quando foi interrompido pelos escribas e fariseus que traziam uma mulher apanhada em adultério. Depois que Jesus frustrou os desígnios dos acusadores da mulher e a despediu com a recomendação de que não pecasse mais, voltou a falar aos que estavam no templo.

1. A luz é uma pessoa (Jo 8.12). Jesus já havia se apresentado como o pão da vida para os famintos e a água viva para os sedentos. Agora, faz mais uma declaração solene: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”. Carson diz que a metáfora da luz está impregnada de alusões ao Antigo Testamento. A glória da própria presença de Deus na nuvem conduziu o povo para a terra prometida (Êx 13.21,22) e o protegeu daqueles que o destruiriam (Êx 14.19-25). Os israelitas foram treinados para cantar: O Senhor é a minha luz e a minha salvação (SI 27.1). A Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (SI 119.105). A luz de Deus é irradiada nas outras nações em revelação (Ez 1.4) e salvação (Hc 3.3,4), A luz é o próprio Deus em ação (SI 44.3).

 

2. A luz é uma promessa (Jo 8.12). Jesus é categórico em afirmar que aqueles que o seguem não andarão em trevas, mas terão a luz da vida. A vida com Jesus é uma jornada na luz da verdade, na luz da santidade e na luz da mais completa felicidade. William Barclay diz que a palavra grega akolouthein, traduzida aqui por “seguir”, tem cinco significados: a) um soldado que segue seu capitão; b) o escravo que acompanha seu senhor; c) a aceitação de uma opinião, veredito ou juízo de um conselheiro sábio; d) a obediência às leis de uma cidade ou Estado; e) alguém que segue a linha de argumentação de um mestre.

A pessoa que tem um guia seguro e um mapa correto chegará, sem dúvida, a seu destino sã e salva. Jesus Cristo é esse guia; Ele é o único que possui o mapa da vida.

 

3. A importância de Jesus (Jo 8.21). Sem Jesus, o ser humano perece em seus pecados (8.21). Jesus em breve morreria numa cruz, ressuscitaria dentre os mortos e voltaria para o céu. Mas os judeus obstinados em seus pecados pereceriam inevitavelmente, pois fechariam a porta da graça, recusando o enviado de Deus.

Jesus é o enviado de Deus (8.25-30). Os judeus perguntaram a Jesus: “Quem és tu?” (8.25). Jesus responde, mostrando o que já lhes dissera outras vezes. Ele reafirma que o testemunho que dá de si mesmo é o mesmo testemunho daquele que o enviou, mas os judeus não conseguem compreender que Jesus está falando sobre o Pai. Jesus esclarece, então, que, quando for levantado, ou seja, crucificado pelos próprios judeus, então entenderão que Ele de fato é o “Eu sou”, o enviado do Pai.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Somente em Jesus o homem tem sua sede e fome saciada e, igualmente, apenas Nele o homem em trevas encontra a verdadeira luz.

 

RESPONDA

1)        Do que era símbolo o pão que Moisés deu?

2)        Por que Jesus exclamou: “quem tem sede venha a mim e beba”, no último dia da festa?

3)        Se Jesus é água para os sedentos e pão para os famintos, para quem ele é luz?

 

 

VOCABULÁRIO

  • Cerviz: Região posterior do pescoço; nuca. Dura cerviz: que não se dobra, não se curva.
  • Mancomunar: pôr de acordo; contratar, ajustar: mancomunaram.
  • Notória: é o feminino de notório. O mesmo que: clara, certa.