Lição 7 – Atos 10 – O Evangelho é para Todos

LIÇÃO 7 – ATOS 10 – O EVANGELHO É PARA TODOS

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Atos 10 há 48 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos presentes, Atos 10.1-8; 34-48. (5 a 7 minutos).

A igreja exerce um papel fundamental na propagação do Evangelho do Reino. De forma equivocada, muitos cristãos oram ao Senhor para que vá salvar alguém. No entanto, a igreja é o instrumento de Deus na propagação do Evangelho de salvação. Não são os anjos que vão descer para pregar, muito menos a religião.
A vida de Cornélio nos traz importantes reflexões. Uma delas é sobre a diferença entre ser religioso e ser regenerado pela Palavra de Deus. Outra verdade implícita neste relato é que Deus não faz acepção de pessoas. Sua conversão evidencia a queda das barreiras religiosas, nacionalistas e legalistas que o impediam de ter acesso às verdades do Evangelho.

 

OBJETIVOS
• Saber as importantes divisões do livro de Atos.
• Descrever uma das mais importantes conversões de Atos.
• Glorificar a Deus que se revela ao pecador.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Apresente imagens de alimentos que são considerados por alguns como imundos. Em seguida, ouça o que os alunos pensam sobre essa diferença entre alimentos considerados limpos e sujos. Então, introduza o tema com a seguinte pergunta: a religiosidade pode salvar um homem?
Ao longo da lição, deixe claro que nenhum homem deve ser considerado imundo, conforme propõe Atos 10.28, e que a salvação não é resultado da religiosidade humana, mas da confissão de fé em Cristo Jesus e no Seu sacrifício na cruz do calvário.

 

RESPOSTAS
1) Porque Deus escolheu a Igreja para esta missão.
2) Porque a religião não salva.
3) Não. Ele é uma ordenança de Cristo

 

LEITURA COMPLEMENTAR

GUNNAR VINGREN: 1º PASTOR DA IGREJA-MÃE (1911 — 1924)
“GUNNAR ADOLF VINGREN teve como berço a cidade de Ostra Husby, Õstergotland, Suécia, situada às margens do lindo lago de Vãsnern. Nasceu em um lar evangélico, no dia 8 de agosto de 1879, onde recebeu sólida educação cristã. Desde os nove anos de idade procurou manter uma vida de consagração a Deus. Em 1897, aos 18 anos, foi batizado nas águas na igreja batista em Wrâka, Smâland, Suécia. Nessa época, assumiu a direção da Escola Dominical de sua igreja, em substituição a seu pai.
Em outubro de 1898, deixou a direção da Escola Dominical e foi participar de uma Escola Bíblica em Gõtabro, Nãrke. Essa Escola durou um mês e fazia parte de uma Federação Evangélica, cujo objetivo era ganhar almas para Cristo. Sua paixão pelas almas foi, então, estimulada. Daí, passou a evangelizar em alguns lugares na Suécia, sua terra natal. Após o serviço militar, foi atraído pela “febre dos Estados Unidos”. Em 30 de outubro de 1903, aos 24 anos de idade, embarcou na cidade de Gotemburgo no vapor M/S ROMEO, que o levou à cidade de Hull, na Inglaterra. De lá, foi de trem para Liverpool, onde pegou outro vapor com destino a Boston, Massachusetts (EUA). Em setembro de 1904, iniciou um curso de quatro anos no Seminário Teológico Batista Sueco, em Chicago, sendo mais tarde consagrado ao ministério pastoral. Em 1909, Gunnar Vingren deslocou-se até Chicago, onde acontecia uma Conferência Batista. Ali, ele conheceu Daniel Berg. No quinto dia desse evento, o Senhor o batizou com o Espírito Santo. Exultante, retornou à Igreja Batista em Menominee, Michigan, que pastoreava, e compartilhou com os irmãos a bênção recebida. Doravante, começou a pregar sobre o revestimento de poder, pois não conseguia ficar calado diante de tal bênção experimentada em sua própria vida. Como era de se prever, nem todos aceitaram a nova doutrina. Decepcionado, Gunnar Vingren deixou aquela Igreja, mudando-se para South Bend, lá permanecendo até outubro de 1910. Seu trabalho nesse novo campo foi grandemente abençoado.
Era seu pensamento ser missionário na China, mas, após receber o batismo com o Espírito Santo, ele sentiu que Deus tinha outro propósito para sua vida. Isso ficou bem claro durante o verão de 1910. Num sábado à tarde, quando Gunnar Vingren e Daniel Berg visitavam o irmão Olof Adolf Ulldin, o Senhor usou tão poderosamente este servo de Deus, que lhes transmitiu uma revelação do Senhor para partirem como missionários ao Pará. O lugar indicado por Deus era-lhe totalmente desconhecido. Localizando no mapa o distante Norte do Brasil, Belém do Pará, cheios de ânimo e determinação, começaram a preparar-se para sua nova missão.”
Livro: “História Centenária da Assembleia de Deus.” (Benjamim de Souza) Igreja- -mãe-Assembléia de Deus. Belém, 2011, Pág. 82 e 83)

 

Estudada em 15 de novembro de 2020

Leitura Bíblica Para Estudo Atos 10.1-8; 34-48

 

ATOS 10 – O EVANGELHO É PARA TODOS

 

Texto Áureo
“Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas.” At 10.34

 

Verdade Prática
A conversão de Cornélio e sua casa evidencia a queda das últimas barreiras para o avanço do Evangelho entre as nações.

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. EVANGELHO PARA TODOS At 10.1-8
1. Eneias e Dorcas At 9.31-46
2. Cornélio At 10.1-2
3. Evangelização não é para anjos At 10.38

 

II. A VISÃO DE PEDRO At 10.9-34
1. Destrói O legalismo At 10.15
2. Revela a vontade de Deus At 10.2a
3. Conduz à salvação At 10.34

 

III. A CONFIRMAÇÃO DE DEUS At 10.35-48
1. A rendição de Pedro At 10.35-43
2. O derramar do Espírito At 10.4-46
3. O batismo nas águas At 10.47-48

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 65 – 85

 

Lição 7 – O Evangelho é para Todos

 

INTRODUÇÃO
Atos dos Apóstolos serve também para cobrir a transição em que Israel vai saindo de cena e a Igreja assume o primeiro plano. Isso ficará mais evidente em nossas lições daqui para frente.

I. EVANGELHO PARA TODOS

1. Eneias e Dorcas (At 9.31 -46)
“A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.” (9.31).
O capítulo 10 de Atos é uma passagem importante, pois diz respeito à orientação de Deus sobre qual estrada devia ser trilhada pela Igreja. Mais uma vez, vemos o Espírito de Deus dirigindo as ações da Igreja.
Uma nova fase na história da Igreja se inicia. E Pedro, que havia sido o primeiro pregador responsável para abrir a porta do Evangelho aos judeus (2.14), e também participado diretamente da chegada do Evangelho em Samaria (8.14), agora é usado estrategicamente para romper a barreira entre judeus e gentios. Seria o cumprimento das palavras de Jesus (“Dar-te-ei as chaves do reino…”) em Mateus 16.19? A realidade é que a grande comissão precisava ser cumprida (Mt 28.19,20).
Pedro vem num intenso ministério itinerante através da Judeia, marcado por sinais e maravilhas, com a cura de Eneias e a ressurreição de Dorcas (9.32-40). Era Deus fazendo os preparativos para a entrada dos gentios na igreja. É interessante Pedro terminar sua jornada justamente em Jope. Foi ali que Jonas pegou o barco para fugir e não ter de pregar aos gentios (Jn 1.3). É exatamente ali, distante 50 quilômetros de Cesareia, onde Jesus lhe falou das “chaves do reino”, que Pedro será convocado a pregar o Evangelho aos gentios.

 

2.Cornélio (At 10.1-2)
“Piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus” (At 10.2).
A expressão “temente a Deus” (v.2), alusiva a Cornélio mostra um homem que conhecia a Lei de Deus. O termo anterior, “piedoso” (ao grego “eusebeia”) aponta uma pessoa que sempre procura adorar a Deus (do jeito mais puro e Verdadeiro que considera correto) e também serve corretamente ao próximo e lhe favorece com dádivas. Cornélio tinha uma profunda é sincera vida religiosa.
Em sua religiosidade, Cornélio frequentava a sinagoga, orava, jejuava e dava esmolas aos pobres. Mas, a despeito de tanta piedade, faltava-lhe o conhecimento da salvação em Cristo. Alguém assim está salvo? Não! A salvação não é resultado da religiosidade humana, Cornélio, diferente de muitos outros religiosos, sabia disso e provavelmente suplicava a Deus para lhe mostrar o caminho da salvação (11.13 e 14).

 

3. Evangelização não é para anjos (At 10.3-8)
“Agora, envia mensageiros a Jope e manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro” (10.5).
Não é a primeira menção de anjos em Atos. Eles foram mencionados várias vezes (1.10; 5.19 e 8.26). Nessas passagens vemos que não era função deles anunciar o Evangelho. Em 5.19, eles libertam os apóstolos e os incentivam a pregar. Em 8.26, o anjo não prega ao eunuco, mas ordena que Filipe o faça, e aqui diz a Cornélio que chamasse a Pedro.
Por que não pregaram eles mesmos? Não seria mais eficiente uma mensagem pregada por anjos? O método de Deus por excelência para anúncio do Evangelho para a salvação é a igreja. Se a igreja falhar, Deus não tem outro método. A salvação é uma obra divina cuja proclamação é operada por instrumentos humanos.
Jesus completou a obra de expiação (morrendo na cruz) e de justificação (ressuscitando dentre os mortos), realizando uma eterna salvação e recebendo do Pai todo o poder e autoridade. Portanto, Ele nos enviou para pregar o Evangelho em todo o mundo, e espera que demos conta da tarefa e não falhemos.

“É mais fácil convencer um leão a ser vegetariano do que uma pessoa ser convertida sem a ação do Espírito Santo.”
Charles Spurgeon

 

 

II. A VISÃO DE PEDRO (At 10.9-34)
Essa passagem narra eventos ocorridos uns dez anos após o Pentecostes. Chegara a hora. O campo estava maduro.

l. Destrói o legalismo (At 10.15)
“Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum.”
Deus queria alcançar os gentios. Seu plano de salvação é para todos. Mas a liderança judaica da Igreja, aqui representada por Pedro, não estava preparada para isso. Será que estamos preparados para o que Deus quer fazer hoje? Quantas vezes aqueles que Deus chama não se tornam um estorvo e embaraço para o que Ele está fazendo? Graças a Deus que Ele não desiste de nenhum de nós.
Assim, Deus iria trabalhar o coração do apóstolo. A visão precisou ser repetida três vezes (10.15). Por quê? Essa passagem não diz respeito apenas à conversão de Cornélio, mas também sobre como Deus é capaz de moldar e enviar a pessoa certa para fazer a Sua vontade. Pedro é desafiado por Deus a ultrapassar barreiras e limites até então intransponíveis para um judeu da sua estirpe.

 

2. Revela a vontade de Deus (At 10.28)
“A quem se dirigiu, dizendo: Vós bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se a alguém de outra raça; mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo.”
Deus deixa claro para Pedro qual era a Sua vontade. Mas ele era um instrumento inadequado. Pedro insiste em riscar da sua lista missionária quem não era judeu. Mesmo diante de uma revelação que podemos chamar de “agressiva”, Pedro discute com o céu e não quer abrir mão do que pensa.
Isso deve nos trazer esperança. Deus pode nos usar também. Somos diferentes dele? Não é à toa que diante da ordem “levante-te, Pedro, mata e come”, ele resiste dizendo: “De modo nenhum, Senhor!”. Veja que o legalismo e as tradições religiosas têm o poder de nos levar a dizer “não” para Deus e passar por cima da Sua Palavra. Parece que antes de evangelizar, Pedro precisava ser evangelizado. Deus vai insistir. Com Pedro e conosco.

 

3. Conduz à salvação (At 11.34)
“Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;”
O grandioso propósito de Deus é a salvação. Deus não mede esforços para isso. Caminha em direção do homem sedento para revelar Sua vontade. Que coisa maravilhosa. Tudo é cuidadosamente dirigido por Deus para salvar Cornélio e ultrapassar fronteiras, promovendo salvação aos gentios (At 11.18).
Logo depois da visão, os homens enviados por Cornélio chegam. Aprendemos aqui que o Evangelho não faz distinção entre judeus e gentios, ricos e pobres, homens e mulheres, brancos e negros, cultos e analfabetos. O Evangelho é capaz de quebrar muralhas e grilhões, tabus religiosos e preconceitos humanos, para salvar uma pessoa. Glória a Deus!

 

“Ser bíblico e não ser contemporâneo é fácil, ser contemporâneo e não ser bíblico também é fácil, o verdadeiro desafio está em conseguir ser ao mesmo tempo, bíblico e contemporâneo” J. Stott

 

III. A CONFIRMAÇÃO DE DEUS (At 10.35-48)
O derramamento do Espírito Santo sobre os ouvintes de Pedro na casa de Cornélio foi uma espécie de “tira teima”, para que ninguém duvidasse do que Deus estava fazendo. Não aceitar isso seria opor-se a Dele.

 

1. A rendição de Pedro (At 10. 35-43)
“pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável” (At 10,35).
Na sua pregação, Pedro diz que, embora a Lei judaica o impedisse de se associar e comer com os gentios (Lv 11), ele mesmo já havia superado isso. Pedro, finalmente, estava praticando os ensinos de Jesus em plenitude (Mc 7.14-23).
Finalmente, Pedro compreendeu tão claramente o que Deus lhe mostrara que acompanhou os mensageiros sem objeção, coisa que um judeu comum jamais faria. Pedro aprendeu a lição. Nenhum homem pode ser considerado repulsivo ou indigno aos olhos de Deus, e assim deve ser tratado pelos demais. Deus não faz acepção de pessoas. O Evangelho de Jesus não admite castas.

 

2. O derramar do Espírito (At 10. 44-46)
“Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (At 10.44).
Pedro está pregando e, antes de concluir seu sermão, o Espírito Santo é derramado abundantemente sobre todos os presentes e eles são batizados com o Espírito Santo. Que o acontecido se refere ao batismo com o Espírito Santo é explicado pelo próprio Pedro em 11.16, quando ele associa o que viu na casa de Cornélio com o mesmo que sucedera no dia de Pentecostes. Por que Deus agiu assim? Deus é o Deus da sabedoria. Sabemos que, posteriormente, Pedro teria que se explicar diante dos demais apóstolos e da Igreja em Jerusalém (11.1-4).
Imaginemos a dificuldade que Pedro teria em convencer os demais que agira em obediência à voz de Deus. Mas quando ele diz que o Espírito Santo confirmou tudo enchendo os ouvintes de Seu poder, acabou-se toda a discussão.

 

3. O batismo nas águas (At 10.47-48)
“Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?”(10.47).
O Espírito de Deus era quem estava dando testemunho aos judeus presentes de que esses homens verdadeiramente haviam nascido de novo. Recusar o batismo aos gentios seria recusar-se a aceitar a obra de Deus, e isto seria o mesmo que opor-se a Ele. Que culto! Todos os presentes estavam sedentos, atentos a cada palavra, crendo e obedecendo. O que mais um pregador poderia desejar?
O batismo com o Espírito Santo, nesse caso, antecedeu ao batismo nas águas. Fica claro aqui que o batismo nas águas não salva, mas é ministrado aos salvos, em confirmação de sua lealdade e fidelidade ao Rei. Todo pecador é salvo pela fé e não por ministração de ordenanças. Igualmente, esse episódio deixa claro que o batismo é parte da salvação, é importante para a vida cristã. Portanto, aqueles que estejam em condições de assumir o compromisso do batismo e não o fazem, desobedecem à ordenança de Cristo.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Aprendemos que Deus não faz acepção de pessoas e que Ele deseja salvar todos os homens indistintamente. O que estamos fazendo para que o Evangelho alcance todos os povos e nações?

 

RESPONDA
1) Por que, em vez de mandar chamar Pedro, o anjo não prega a Cornélio?

2) Por que Cornélio, sendo tão religioso e piedoso, ainda precisava ouvir o Evangelho?

3) O batismo nas águas é opcional?