LIÇÃO 9 – EFÉSIOS 3 – O MISTÉRIO E A EXTENSÃO DO AMOR DE DEUS
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Efésios 3 há 21 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Efésios 3.1-21 (5 a 7 min.).
Caro mestre, tenha em mente que o desígnio eterno de Paulo consistia em ser ele uma voz de salvação aos gentios, o que influenciou na sua estratégia de evangelização (G1 2.7; Rm 15.20).
Todavia, esse alcance aos gentios gerou conflitos entres os cristãos judeus, que acreditavam serem eles os únicos herdeiros da salvação. Ainda assim, Paulo persistia em pregar que o Cristo havia quebrado a barreira da lei e que o acesso a Deus estava aberto a qualquer um que cresse Nele.
E tudo isso Paulo anunciava na condição de escravo de Cristo, mostrando também o seu sofrimento pelo Evangelho, no qual os cristãos deveriam gloriar-se nele, pois isso ocorria para o bem das igrejas que ele havia fundado.
OBJETIVOS
• Entender o mistério de Cristo e seu significado para a Igreja.
• Compreender o papel de Paulo como ministro do mistério entre os gentios.
• Examinar a oração de Paulo e a sua aplicação hoje.
PARA COMEÇAR A AULA
Esta é uma ótima oportunidade para evidenciar que a vida ministerial está muito mais relacionada a coisas que perdemos do que com coisas que ganhamos no mundo físico. Às vezes precisamos perder, para o reino de Deus ganhar.
Interrogue a classe sobre lembranças que os alunos têm sobre momentos de sofrimento deles por amor ao Evangelho. Em seguida, afirme que alguém sempre vai precisar sofrer por esta Causa e que esse sofrimento é um privilégio; e que, assim como os cristãos contemporâneos de Paulo deviam gloriar-se nisso, nós também devemos por aqueles que hoje ainda sofrem.
RESPOSTAS
1) Enfrentou prisões.
2) Pregar o Evangelho.
3) Oração.
LEITURA ADICIONAL
Com a finalidade de tornar conhecido o mistério de Cristo, Deus confiou a Paulo uma tarefa especial: ele devia proclamar que os crentes, dentre os gentios, possuem comunhão plena no corpo de Cristo. Em virtude de sua vida anterior, torna-se particularmente nítido, na pessoa de Paulo, o que a graça de Deus é capaz de efetuar nos seres humanos: Ele incumbe pessoas indignas com seus dons e suas tarefas. A divulgação do mistério, até então oculto, não apenas acontece entre pessoas, mas também diante de poderes cósmicos. Quem vive nessa certeza não precisa desanimar, apesar de aflições e perseguições.
Paulo conclui a primeira seção principal da epístola com uma prece em favor dos leitores, encerrada em louvor: o Pai celestial, que gosta de distribuir boas dádivas a Seus filhos, queira aprofundar a ligação de fé dos cristãos com Cristo e enraizá-los cada vez mais no amor de Deus. Ao reconhecerem cada vez mais a riqueza desse amor, ao se ocuparem com o Evangelho, eles são presenteados de modo crescente com a plenitude de Deus.
Livro: Carta aos Efésios, Filipenses e Colossenses: Comentário Esperança
(Eberhard Hahn, Werner de Boor, Esperança, 2006, Pg. 43).
Estudada em 30 de maio de 2021
LIÇÃO 9 – EFÉSIOS 3 – O MISTÉRIO E A EXTENSÃO DO AMOR DE DEUS
Texto Áureo
“A ele seja a glória, na igreja e em I Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” Ef 3.21
Verdade Prática
O mistério de Cristo é a união completa entre judeus e gentios por meio de Jesus Cristo e Sua Igreja.
Leitura Bíblica Para Estudo Efésios 3.1-21
INTRODUÇÃO
I. PRISIONEIRO DE CRISTO Ef 3.1-4
1. A causa Ef 3.1
2. Paulo, o prisioneiro de Cristo Ef 3.1
3. Discernimento do mistério Ef 3.4
II. MISTÉRIO REVELADO Ef 3.5-13
1. No tempo certo Ef 3.5
2. Paulo, apóstolo dos gentios Ef 3.8
3. Igreja, agência de Deus Ef 3.10
III. EXTENSÃO DO AMOR DE DEUS Ef 3.14-21
1. Oração Ef 3.11
2. Dimensões do amor de Deus Ef 3.18,19
3. Tamanho do poder de Deus Ef 3.20,21
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 198 – 545
INTRODUÇÃO
O capítulo 3 de Efésios narra a revelação do “mistério de Cristo”. Trata-se da inclusão das nações gentílicas no corpo de Cristo em pé de igualdade com as comunidades judaicas. Veremos também porque Paulo é chamado o apóstolo dos gentios e prisioneiro de Cristo.
I. PRISIONEIRO DE CRISTO (Ef 3.1-4)
O apóstolo Paulo se torna prisioneiro em diversas ocasiões, em virtude de sua missão apostólica, mas aqui existe uma motivação específica para a sua condição de prisioneiro.
1. A Causa (Ef 3.1)
“Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios.”
Paulo se refere ao lugar ocupado pelos crentes gentios no plano divino da salvação, pois, uma vez alcançados pela graça, não são mais vistos como estrangeiros, mas integrantes da grande família de Deus unida em Cristo.
Paulo é comissionado por Deus como o grande apóstolo dessa causa. O seu ministério é fazer todos os gentios entenderem a inclusão no plano da redenção.
2. Paulo, o prisioneiro de Cristo (Ef 3.1)
“Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios.”
Paulo esteve encarcerado várias vezes, todavia ser prisioneiro de Cristo não significa perder temporária ou definitivamente a liberdade como cidadão. O prisioneiro de Cristo é alguém que está subordinado aos comandos de Cristo em sua jornada. Paulo era um prisioneiro de Cristo pelo fato de pagar alto preço por pregar o Evangelho de Cristo.
Ele tinha tanta convicção do seu chamamento que não se considerava um prisioneiro do Império Romano, mas de Cristo.
O alto preço do chamado de Paulo é a sua liberdade. No cumprimento dessa missão, o apóstolo enfrentou tempestades, tentativa de apedrejamento, picada de serpente, doenças, e, por fim, a morte, tudo por pregar o Evangelho do reino (At 28.30,31),
3. Discernimento do mistério (Ef 1.4)
“Pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo.”
Deus deu a Paulo a revelação e o discernimento de que este mistério se refere à obra de Cristo na cruz, que reconciliou os homens com Deus, derrubando a parede de separação entre judeus e gentios, os quais passam a integrar um só corpo em Cristo.
Os remidos pelo sangue de Cristo (judeus e gentios) formam um corpo sem distinção de raça ou posição espiritual (3.6). Esse mistério está expresso no chamamento de Abraão para abençoar toda a terra. Jesus chancelou esse discernimento quando ordenou que Seus seguidores fizessem discípulos de todas as nações (Gn 12.3; Mt 28.18-20).
Ele obedeceu ao mandado do Senhor para pregar que a salvação em Cristo estava posta para os judeus e gentios.
II. MISTÉRIO REVELADO (Ef 3.5-13)
Paulo recebeu a revelação do mistério de Cristo, tornou-se embaixador dessa mensagem e, agora, nos mostra os detalhes da manifestação dessa maravilhosa graça.
1. No tempo certo (Ef 3.5)
“O qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito.”
Segredos e mistérios, por óbvio, só são segredos e mistérios para quem não os conhece. Deus, no entanto, sempre conheceu Seus planos. Ele graciosamente os revelou no momento oportuno.
É impressionante a confiança que Paulo tem ao falar a respeito da unidade dos crentes em Jesus. O apóstolo percebeu que a mensagem do Evangelho, com sua inclusão dos gentios, sempre esteve no plano de Deus, embora oculta aos homens. Porém, graças a Jesus Cristo, ela foi revelada ao mundo. Paulo, portanto, descreve o desenrolar do plano divino, antes misterioso, mas agora um segredo revelado, no tempo certo e com os resultados maravilhosos.
2. Paulo, apóstolo dos gentios (Ef 3.8)
“A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.”
Tendo discorrido sobre o mistério revelado, o apóstolo Paulo depois expõe sobre o mistério comissionado.
Ele fala sobre o grande privilégio de ser despenseiro desse mistério, embora ele chame a si mesmo de “o menor de todos os santos” quando contrapõe sua humildade pessoal e a nobre tarefa que lhe foi confiada por Deus.
Pregar o Evangelho aos gentios era como expor o profundo mistério à plena luz do dia, de maneira que todos pudessem vê-lo claramente. Essa era a missão que Paulo tinha recebido de Cristo: “Para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus” (At 26.18).
3. Igreja, agência de Deus (Ef 3.10)
“Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais.”
A exposição que Paulo faz aqui é o clímax de qualquer consideração sobre a identidade da Igreja. Ele está a dizer que a obra salvadora de Cristo tem repercussão, pelo trabalho da Igreja, nos lugares celestiais contra todos os principados e potestades. Nesse sentido, a Igreja ocupa posição superior aos anjos na estrutura do reino de Deus. À Igreja foi confiada a missão de anunciar o Evangelho, “segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3.11; Mt 28.28-30). Glória a Deus!
Paulo pede aos efésios que não esquecessem de que as bênçãos espirituais por eles recebidas, passam, obrigatoriamente, pelo seu sofrimento pessoal.
“Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisto está a vossa glória” (Ef 3.13).
A glória e o regozijo deles se relacionam com as tribulações daquele que, como Cristo, os adotou. Anunciar o Evangelho traz bênçãos para o mundo, mas também produz oposições. Contudo, Jesus garantiu: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
III. EXTENSÃO DO AMOR DE DEUS (Ef 3.14-21)
Paulo encerra o capítulo 3 orando pela Igreja, mostrando que sempre seus membros serão dependentes de Cristo no cumprimento da missão.
1. Oração (Ef 3.14)
“Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai.”
Vemos um grande apóstolo a humilhar-se diante de Deus, reconhecendo a Sua soberania e poder. Paulo ministrou à Igreja acerca do mistério de Cristo e da posição privilegiada da própria Igreja; agora, ele demonstra que a oração deve estar casada com a ministração. Lembremo-nos que ele está orando do cárcere. A oração é a única ferramenta que o mundo não pode nos tomar.
A Igreja pode estar de posse das ferramentas espirituais, mas, para cumprir sua missão com eficácia, precisa de poder do Alto.
“Para que, segundo a riqueza de sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior”(Ef 3.16).
Paulo está tratando do mesmo poder a que Jesus se referiu antes de Sua ascensão, de que todo o poder lhe fora dado no céu e na terra, e compartilha desse poder com os Seus seguidores em qualquer tempo, a saber: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).
2. Dimensões do amor de Deus (Ef 3.18,19)
“Afim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus”.
A Igreja não conseguirá cumprir sua missão sem uma plena compreensão do amor de Cristo, expressa aqui nas palavras “largura”, “altura”, “comprimento” e “profundidade”.
O amor de Jesus é suficientemente largo para abranger a totalidade da humanidade, suficientemente longo para durar por toda a eternidade, suficientemente profundo para alcançar o pecador mais degradado, e suficientemente elevado para levá-lo ao céu.
Em nenhum momento Paulo deixou de se maravilhar com o fato de Deus usá-lo. Ele também jamais deixou de convidar outros a se maravilharem com o fato de que Deus os ama. O amor de Deus é multidimensional: possui largura, comprimento, altura e profundidade, mas jamais o compreenderemos por inteiro. Nossa capacidade de experimentar tamanho amor nunca limitará a disposição de Deus em nos abençoar, enchendo-nos do Seu inesgotável amor.
3. Tamanho do poder de Deus (Ef 3.20,21)
“Ora, aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a Ele a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amem!”
Paulo encerra a sua prece trazendo três verdades bastante significativas no campo espiritual:
a) Reconhecimento de que Deus responde as orações que lhes são dirigidas. As respostas divinas podem ir além da capacidade humana de pedir e compreender.
b) Declaração de glórias a Deus, pois, é o único que faz jus a esse tributo.
c) O que Cristo faz em nós e através de nós será sempre infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos.
Assim, concluímos este estudo nas regiões celestiais, glorificando a Deus pela revelação do Seu mistério e pela grandeza do Seu amor e poder. Como a terra é vasta demais para ser explorada; como o mar é profundo demais para ser sondado; também os são o amor e o poder de Deus. Eles estão além do nosso entendimento. Não precisamos viver como mendigos, já que temos as riquezas insondáveis desse Evangelho bendito.
APLICAÇÃO PESSOAL
O que Cristo faz em nós e através de nós, por seu grande amor e poder, será sempre infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos.
RESPONDA
2) O que aconteceu a Paulo por pregar o Evangelho?
2) Qual é a missão da Igreja?
3) Qual é a ferramenta que o mundo não pode nos tomar?