Lição 5: Isaías 32 e 33: O Senhor é Juiz, Legislador e Rei

ESTUDO 5: ISAÍAS 32 e 33: O SENHOR É JUIZ, LEGISLADOR E REI

 

LEIA A BÍBLIA

CAPÍTULO 32

Vejam! Um rei reinará com retidão, e príncipes governarão com justiça.

Cada homem será como um esconderijo contra o vento e um abrigo contra a tempestade, como correntes de água numa terra seca e como a sombra de uma grande rocha no deserto.

Então os olhos dos que veem não estarão mais fechados, e os ouvidos dos que ouvem escutarão.

A mente do precipitado saberá julgar, e a língua gaguejante falará com facilidade e clareza.

O tolo já não será chamado nobre e o homem sem caráter não será tido em alta estima.

Pois o insensato fala com insensatez e só pensa no mal: Ele pratica a maldade e espalha mentiras sobre o Senhor; deixa o faminto sem nada e priva de água o sedento.

As artimanhas do homem sem caráter são perversas; ele inventa planos maldosos para destruir com mentiras o pobre, mesmo quando a súplica deste é justa.

Mas o homem nobre faz planos nobres, e graças aos seus feitos nobres permanece firme.

Vocês, mulheres tão complacentes, levantem-se e escutem-me! Vocês, filhas que se sentem seguras, ouçam o que lhes vou dizer!

10 Daqui a pouco mais de um ano, vocês, que se sentem seguras, ficarão apavoradas; a colheita de uvas falhará, e a colheita de frutas não virá.

11 Tremam, vocês, mulheres tranquilas! Estremeçam, vocês, que se sentem seguras! Arranquem suas vestes, e vistam roupas de lamento na cintura.

12 Batam no peito e chorem pelos campos agradáveis, pelas videiras frutíferas

13 e pela terra do meu povo, terra infestada de espinhos e roseiras bravas; sim, pranteiem por todas as casas cheias de júbilo e por esta cidade exultante.

14 A fortaleza será abandonada, a cidade barulhenta ficará deserta, a cidadela e a torre de sentinela se tornarão covis, uma delícia para os jumentos, uma pastagem para os rebanhos,

15 até que sobre nós o Espírito seja derramado do alto, e o deserto se transforme em campo fértil, e o campo fértil pareça uma floresta.

16 A justiça habitará no deserto, e a retidão viverá no campo fértil.

17 O fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranquilidade e confiança para sempre.

18 O meu povo viverá em locais pacíficos, em casas seguras, em tranquilos lugares de descanso,

19 mesmo que a saraiva arrase a floresta e a cidade seja nivelada ao pó.

20 Como vocês serão felizes, semeando perto das águas, e deixando soltos os bois e os jumentos!

CAPÍTULO 33

Ai de você, destruidor, que ainda não foi destruído! Ai de você, traidor, que não foi traído! Quando você parar de destruir, será destruído; quando parar de trair, será traído.

Senhor, tem misericórdia de nós; pois por ti esperamos! Sê tu a nossa força cada manhã, nossa salvação na hora do perigo.

Diante do trovão da tua voz, os povos fogem; quando te levantas, dispersam-se as nações.

O seu despojo, ó nações, será reunido como fazem os gafanhotos novos; como gafanhotos em nuvem, dele se apoderam os homens.

O Senhor é exaltado, pois habita no alto; ele encherá Sião de retidão e justiça.

Ele será o firme fundamento nos tempos a que você pertence, uma grande riqueza de salvação, sabedoria e conhecimento; o temor do Senhor é a chave desse tesouro.

Vejam! Os seus heróis gritam nas ruas; os embaixadores da paz choram amargamente.

As estradas estão abandonadas, ninguém viaja por elas. Rompeu-se o acordo, suas testemunhas são desprezadas, não se respeita ninguém.

A terra pranteia e fraqueja, o Líbano murcha, envergonhado; Sarom é como a Arabá, e Basã e o Carmelo perdem sua folhagem.

10 “Agora me levantarei”, diz o Senhor. “Agora eu me erguerei; agora serei exaltado.

11 Vocês concebem palha, e dão à luz restolho; seu sopro é um fogo que o consome.

12 Os povos serão queimados como se faz com a cal; como espinheiros cortados, serão postos no fogo. “

13 Vocês que estão longe, atentem para o que eu fiz! Vocês, que estão perto, reconheçam o meu poder!

14 Em Sião os pecadores estão aterrorizados; o tremor se apodera dos ímpios: “Quem de nós pode conviver com o fogo consumidor? Quem de nós pode conviver com a chama eterna? “

15 Aquele que anda corretamente e fala o que é reto, que recusa o lucro injusto, cuja mão não aceita suborno, que tapa os ouvidos para as tramas de assassinatos e fecha os olhos para não contemplar o mal,

16 é esse o homem que habitará nas alturas; seu refúgio será a fortaleza das rochas; terá suprimento de pão, e água não lhe faltará.

17 Seus olhos verão o rei em seu esplendor e vislumbrarão o território em toda a sua extensão.

18 Em seus pensamentos você lembrará terrores passados: “Onde está o oficial maior? Onde está o que recebia tributos? Onde o encarregado das torres? “

19 Você não tornará a ver aquele povo arrogante, aquele povo de fala obscura, com sua língua estranha, incompreensível.

20 Olhe para Sião, a cidade das nossas festas; seus olhos verão Jerusalém, morada pacífica, tenda que não será removida; suas estacas jamais serão arrancadas, nem se romperá nenhuma de suas cordas.

21 Ali o Senhor será o Poderoso para nós. Será como uma região de rios e canais largos, mas nenhum navio a remo os percorrerá, e nenhuma nau poderosa velejará neles.

22 Pois o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso rei; é ele que nos salvará.

23 Suas cordas se afrouxam: O mastro não está firme, as velas não estão estendidas. Então será dividida grande quantidade de despojos, e até o aleijado levará sua presa.

24 Nenhum morador de Sião dirá: “Estou doente! ” E os pecados dos que ali habitam serão perdoados.

 

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Isaías 32 e 33 há 44 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Isaías 33.13-24 (2 a 3 min.).
A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Paz do Senhor, professor (a)! Nesta lição veremos o tríplice perfil do nosso Deus, segundo a perfeição de seu governo sobre a terra. Ele é justo juiz; sábio legislador e Rei invencível. Só Deus, que conhece todas as intenções e propósitos humanos, pode julgar com justiça; suas leis, que refletem seus santos desígnios, são elevadas; seu reinado é inabalável. Se cada povo e país se submetesse a Jesus, todos teriam nele a esperança infalível. Aos que o amam ele julga e restaura, pois é justo cumpridor de suas próprias leis e de seus decretos reais. A aula deve girar em torno da expectativa da igreja pela instauração do governo do Senhor Jesus sobre toda a terra.

 

OBJETIVOS
• Compreender a soberania de Deus como Juiz, Legislador e Rei no governo do Seu povo.

• Distinguir o governo perfeito de Deus em contraste com os sistemas humanos.

• Reconhecer a salvação plena e eterna que vem somente de Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Para representar o que estudaremos nesta lição, você pode iniciar sua aula emitindo algumas ordens absurdas, tais como: só as mulheres ficarão de pé durante toda a aula; os homens permanecerão de cabeça baixa até o final; etc.
A seguir, simule o início da aula, sem dar atenção às reclamações. Depois disso, explique a todos que, por enquanto, estamos sujeitos a leis imperfeitas e decisões injustas. Mas chegará o dia em que o Governo de Deus nos fará justiça.

 

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO
1) Ele é justo e infalível, enquanto os juízes humanos são falíveis e limitados.

2) Deus estabelece normas perfeitas e imutáveis enquanto as leis humanas são imperfeitas e passageiras.

3) Ele governa com justiça absoluta, protegendo Seu povo e garantindo salvação eterna.

 

 

LEITURA ADICIONAL
No começo de sua história, a nação de Israel não era uma monarquia governada por seres humanos, mas sim uma teocracia, tendo Deus como o seu Rei. No tempo de Samuel, o povo pediu um rei, e Deus lhes deu Saul (1Sm 8; ver Dt 17.14-20). Deus não estabeleceu uma dinastia por meio de Saul, pois ele não veio da tribo de Judá (Gn 49.10). Foi Davi quem firmou tanto a dinastia do trono de Israel quanto a genealogia do Messias de Israel (2Sm 7). Todo judeu devoto sabia que o futuro Rei-Messias seria o Filho de Davi (Mt 22.41-46). Em Isaías 32.1, o profeta escreve sobre “um rei”, mas em Isaías 33.17, ele o chama de “o rei”. Ao chegar no versículo 22, ele já se tornou ”o nosso Rei”. Não basta afirmar que Jesus Cristo é “um rei” ou mesmo “o rei”. Devemos confessar nossa fé nele e dizer com certeza que ele é “nosso Rei”. Assim como Natanael, devemos dizer: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (Jo 1.49). Em contraste com os governantes perversos nos dias de Isaías (Is 1.21 -23), o Messias reinará em retidão e justiça (Is 32.1, 16; 33.5; ver Is 9.7; 11.1-5). Além disso, o Rei será como uma pedra de refúgio para o povo (Is 8.14; 17.10; 26.4; 28.16) e como um rio refrescante no deserto (Is 8.5-8; 33.21; 41.18; 48.18; 66.12).
De acordo com Davi, será “Aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor de Deus” (2Sm 23.3, 4).
Livro: Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento: volume IV, Profético
(Warren W. Wiersbe, Santo André, SP: Geográfica editora, 2006, Pág. 44).

 

Estudada em 2 de fevereiro de 2024

 

ESTUDO 5: ISAÍAS 32 e 33: O SENHOR É JUIZ, LEGISLADOR E REI

 

Texto Áureo
“Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará.”
Is 33.22

 

Verdade Prática
Nossa esperança está em Deus, que governa sobre todas as coisas e que, por meio de Sua justiça, lei e reinado, nos oferece a salvação definitiva.

 

Leitura Bíblica Com Todos: Isaías 33.13-24

 

INTRODUÇÃO

I. DEUS É JUIZ 32.1-33.24
1. O Rei Justo e o derramamento do Espírito 32.1,15
2. Juiz perfeito 33.22
3. O Juízo para a Restauração 33.2

II. DEUS É LEGISLADOR 33.22b
1. A Lei de Deus é perfeita Sl 19.7
2. A Lei de Deus é sábia Sl 119.97-98
3. A Lei escrita no coração Jr 31.33

III. DEUS É REI 33.22c
1. O governo de Deus sobre Seu povo 9.6
2. O Rei futuro e messiânico 33.22c
3. O Senhor nos salvará 33.22d

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 124 – 45

 

INTRODUÇÃO
Isaías 33.22 revela a soberania de Deus como Juiz, Legislador e Rei. Cada título atribuído a Deus revela um aspecto de Seu governo sobre o Seu povo, enfatizando o papel central de Deus na justiça, na lei e na prática executiva. Esse versículo nos convida a refletir sobre o governo divino em contraste com os sistemas humanos e sobre a salvação que vem somente de Deus.
Nas democracias modernas, cada país é regulado por três poderes — Legislativo, Executivo e Judiciário — a fim de promover equilíbrio, possibilitar controle e evitar abusos. Isso contrasta com a ideia teológica de um Deus que governa de forma onipotente e perfeita. A plenitude de poder que reside em Deus revela uma autoridade completa e indivisível, garantindo que as leis divinas sejam justas, aplicadas corretamente e que governem a criação de maneira perfeita. Essa garantia repousa na natureza e nos atributos próprios de Deus.

I. DEUS É JUIZ (32.1-33.24)
Isaías 33.22 começa com a declaração: “Porque o Senhor é o nosso juiz” Essa afirmação coloca Deus no centro de toda decisão judicial e moral sobre Seu povo e as nações. Ela ressalta o papel de Deus como Aquele que exerce juízo de forma justa e imparcial.

1. O Rei Justo e o derramamento do Espírito (32.1,15)
Eis aí está que reinará um rei com justiça, e em retidão governarão príncipes.
Isaías 32 começa com a imagem de um rei justo que reinará com sabedoria e justiça. Esse rei contrasta com os líderes corruptos que governavam Israel e Judá. Sob esse reinado justo, haverá paz e segurança para o povo de Deus. O ”rei justo” é uma referência messiânica, apontando para o reinado de Cristo.
Essa visão de um reino futuro de justiça e retidão é uma promessa poderosa para aqueles que esperam na redenção de Deus. Enquanto os reinos terrenos são frequentemente marcados por corrupção e opressão, o Reino de Deus será caracterizado por justiça e verdade. Aqueles que seguem esse Rei serão protegidos e abençoados.
Outra promessa significativa em Isaías 32 é a do derramamento do Espírito de Deus: “Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em pomar, e o pomar será tido por bosque” (32.15). Quando isso acontecer, a terra será transformada. O deserto florescerá, e a justiça habitará na terra.
Esse derramamento do Espírito marca o início de uma nova era de paz e prosperidade. É uma visão do reino futuro de Deus, onde o caos e a desordem serão substituídos por justiça e paz. O derramamento do Espírito também prefigura o Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os crentes, dando início à era da Igreja.

2. Juiz perfeito (33.22)
Porque o Senhor é o nosso juiz; o Senhor é o nosso legislador; o Senhor é o nosso rei; ele nos salvará.
Nas democracias modernas, a responsabilidade de julgar cabe ao Poder Judiciário, que aplica as leis humanas, mas está sujeito a falhas, pois é composto por pessoas com conhecimentos limitados e dependentes de provas e testemunhos.
Deus é apresentado como o juiz supremo, o único com o direito de julgar as ações dos homens, pois conhece todas as intenções que as motivam. Ao contrário dos juízes humanos, que podem ser corrompidos ou cometer erros, a justiça de Deus é perfeita e infalível. Sua sabedoria e conhecimento são completos, o que garante que Seu julgamento seja justo em todas as situações.
Esse aspecto é particularmente relevante no contexto de Isaías, onde o profeta denuncia a corrupção dos líderes e a injustiça social que prevaleciam em Judá e Israel. Deus, como juiz, garantirá que todos sejam tratados com justiça.

3. O Juízo para a Restauração (33.2)
SENHOR, tem misericórdia de nós; em ti temos esperado; sê tu o nosso braço manhã após manhã e a nossa salvação no tempo da angústia.

O papel de Deus como juiz também se estende ao julgamento das nações. Nos capítulos anteriores de Isaías, o profeta descreve a ira de Deus sendo derramada sobre nações como a Assíria e a Babilônia, que oprimiam Israel e Judá. Deus não julga apenas Seu povo, mas todas as nações da terra. Ele é um juiz universal, que julga tanto os justos quanto os ímpios, e, em Seu tribunal final, toda injustiça será exposta e punida.
O julgamento de Deus, no entanto, não é apenas punitivo. Para aqueles que confiam Nele, o julgamento divino é parte do processo de purificação e restauração. O contexto de Isaías é o de um povo que sofreu sob a opressão de nações poderosas, e Deus se ergue como o juiz que defenderá os oprimidos e restaurará a justiça. O julgamento de Deus traz esperança, pois, ao julgar os opressores e os inimigos do Seu povo, Ele está preparando o caminho para a libertação e a paz.

II. DEUS É LEGISLADOR (33.22b)
O segundo título dado a Deus em Isaías 33.22 é “legislador.” Isso implica que Deus não apenas julga, mas também estabelece a lei. Ele é o ordenador das normas morais e éticas que governam a vida do Seu povo.
Nas democracias, o Poder Legislativo é constituído por representantes eleitos que compõem as casas legislativas, cuja finalidade é criar leis que podem ser revisadas e alteradas ao longo do tempo.

1. A Lei de Deus é perfeita (Sl 19.7)
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.

A referência a Deus como um legislador nos lembra a entrega da Lei a Moisés, para que Israel tivesse um conjunto de mandamentos que os conduzisse a viver de acordo com a Sua vontade. A Lei de Deus não é arbitrária; ela reflete Seu caráter santo e Seu desejo de que o povo viva em justiça e retidão. A legislação divina estabelece padrões claros de comportamento que garantem o bem-estar da comunidade e a honra devida a Deus. No contexto de Isaías, os líderes e o povo frequentemente violavam essa Lei, buscando seus próprios interesses e alianças políticas em vez de confiarem em Deus. Isaías enfatiza que o Senhor é o único que pode estabelecer normas corretas para a vida e a adoração.

2. A Lei de Deus é sábia (Sl 119.97-98)
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo.
A sabedoria da Lei de Deus é outra faceta importante. Quando Deus é descrito como legislador, isso implica que Sua lei é superior a qualquer legislação humana. A Lei de Deus está fundamentada em Sua infinita sabedoria e entendimento. Enquanto as leis humanas são limitadas e muitas vezes imperfeitas, as leis divinas abrangem todos os aspectos da vida humana — desde a justiça social até a adoração correta. Em um período de crises políticas e morais, como o vivido por Isaías, a Lei de Deus surge como o único caminho para a verdadeira sabedoria e estabilidade.

3. A Lei escrita no coração (Jr 31.33)
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

Embora o papel de Deus como legislador seja destacado pela entrega da Lei Mosaica, Isaías, em outros momentos, profetiza sobre uma nova aliança que Deus fará com o Seu povo, quando Ele escreverá Sua Lei diretamente nos corações (Jr 31.33). Isso reflete uma relação mais profunda e pessoal com Deus. No futuro profetizado por Isaías, Deus não será apenas o legislador externo, mas Seu Espíri-to guiará internamente o Seu povo para que vivam de acordo com Sua vontade, sem a necessidade de imposições externas. Essa visão se cumpre no Novo Testamento, com a vinda do Espírito Santo, que molda os corações dos crentes para viverem em conformidade com a justiça de Deus.

III. DEUS É REI (33.22c)
O último título atribuído a Deus em Isaías 33.22 é “rei.” Deus como Rei carrega consigo a noção de soberania. Como Rei, Deus governa e rege toda a criação de maneira completamente distinta dos monarcas humanos, que são falíveis e mortais. Nas democracias, o Poder Executivo possui autoridade limitada e temporária, sendo periodicamente renovado por meio de eleições.

1. O governo de Deus sobre Seu povo (9.6)
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;
A realeza de Deus é um tema recorrente em Isaías. Ele é visto como o Rei supremo que governa com justiça e poder. Ao longo dos capítulos anteriores, o povo de Israel e Judá colocou sua confiança em reis terrenos e alianças políticas, particularmente com o Egito e a Assíria. Isaías adverte repetidamente que essas alianças são fúteis, pois nenhum rei humano pode proporcionar a verdadeira segurança que somente Deus, o Rei soberano, oferece. O reinado de Deus é uma garantia de que Ele está no controle de todas as circunstâncias, governando com justiça, misericórdia e poder absoluto.

2. O Rei futuro e messiânico (33.22c)
…o SENHOR é o nosso Rei;…
Isaías também aponta para um futuro messiânico, no qual o Rei prometido governará de maneira perfeita. Nos capítulos anteriores (9.6-7, por exemplo), o profeta descreve um governante divino que trará paz e justiça ao Seu povo. Isaías 33.22 não apenas afirma que Deus é o Rei atual, mas também prenuncia a vinda do Messias, o Rei que estabelecerá o reino eterno de Deus na terra. Esse Rei justo reinará com retidão, trazendo paz duradoura e libertação para o povo de Deus.

3. O Senhor nos salvará (33.22d)
…ele nos salvará.
A conclusão do versículo — “Ele nos salvará” — é um poderoso lembrete da função salvadora de Deus. Isaías 33 é um capítulo que fala sobre o livramento de Jerusalém da ameaça dos inimigos, particularmente dos assírios. No entanto, a salvação mencionada em Isaías 33.22 vai além da libertação física ou política. Ela aponta para a salvação espiritual e eterna que Deus oferece ao Seu povo. Ele é o Salvador não apenas de ameaças externas, mas também da escravidão espiritual do pecado.
Essa salvação é definitiva e completa, realizada através do plano soberano de Deus. O Novo
Testamento, particularmente na obra de Jesus Cristo, revela o cumprimento final dessa promessa de salvação, em que Deus redime Seu povo de forma plena e eterna.
Assim, a majestosa visão de Deus como Juiz, Legislador e Rei revela o caráter de Deus e Sua re
lação com o Seu povo. Como Juiz,
Ele é justo e garante que o mal seja punido e os justos protegidos. Como Legislador, Ele estabelece a lei perfeita que guia Seu povo em retidão. E, como Rei, Ele governa com autoridade absoluta, protegendo e salvando o Seu povo.

APLICAÇÃO PESSOAL
O poder humano, por mais absoluto que pareça, um dia declinará; porém, o Reino de Deus é eterno e inabalável.

RESPONDA
1) Por que Deus é chamado de Juiz em Isaías 33.22, e como isso contrasta com os juízes humanos?

2) Como a Lei estabelecida por Deus se diferencia das leis humanas?

3) Como o título de Rei atribuído a Deus em Isaías 33.22 reflete Sua soberania?

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