Lição 9 – Os Dons Espirituais Unindo a Igreja

A aula de hoje é uma daquelas que despertam os crentes a viverem em santidade e fiéis a Deus. É realmente impossível falar de “dons espirituais” sem citar o grande avivamento ocorrido em Los Angeles, precisamente na rua Azuza, sob a liderança do pastor Metodista William Joseph Seymour. E, principalmente, dos dois suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren que, por revelação divina, vieram até o Brasil, na cidade de Belém do Pará, para propagar os feitos ocorridos na vida deles pelo Espírito Santo e a realidade dos dons espirituais.
Precisamente, chegaram ao Brasil no ano de 1910 e, até hoje, a Igreja Assembleia de Deus propaga a continuidade dos dons, o batismo no Espírito Santo com a evidência no falar em línguas. O êxito realizado pelo Espírito Santo foi tremendo, e hoje em dia são milhares de pessoas que já tiveram uma experiência transformadora com o Espírito Santo.

 

OBJETIVOS
• Compreender a contemporaneidade dos dons espirituais.
• Entender a tensão entre unidade e diversidade.
• Incentivar a busca dos dons espirituais para fins proveitosos.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Caro professor, os dons espirituais no meio da igreja são um instrumento fundamental que nos faz ser identificados como pente- costais. Somos chamados de “continuístas”, porque acreditamos na continuidade dos dons c na manifestação do Espírito Santo, que atua, até os dias atuais, batizando os fiéis no Espírito Santo. O aluno deverá estar ciente de que os dons espirituais são uma promessa veterotestamentária, que se cumpriu com exatidão no dia de Pentecostes (Jl 2.28-29; At 2.16-18).

RESPOSTAS 
1) F
2) V
3) V

 

PALAVRAS-CHAVE
Dons Espirituais • Manifestação • Dom

 

LEITURA COMPLEMENTAR
Para ensinar o texto
1. A ligação que Paulo faz entre buscar o amor e desejar avidamente os dons espirituais norteia a compreensão de seus leitores da relevância dos dons espirituais como capacitações divinas para demonstrar amor. Muito diferente de algo semelhante a um teste de perfil psicológico aplicado aos membros da igreja com o propósito de revelar desejos e talentos ocultos, Paulo incentiva cada membro a buscar avidamente os dons que edifiquem a fé dos outros membros.
Para o apóstolo, pelo menos nesse contexto, amar significa tirar o foco dos desejos pessoais e voltá-lo para o fortalecimento da vida e da fé dos outros membros. Tanto os dons mais espetaculares quanto os mais prosaicos cumprem esse propósito. Uma vez que são concedidos pelo Espírito de Deus, revelam o caráter de Cristo. O desejo ávido por dons não é, portanto, uma questão secundária, reservado aos particularmente devotos, mas a capacitação do Espírito conferida ao corpo de Cristo, sem o qual é impossível a seus membros revelar o amor de Cristo.
Livro: “1 Corintios” (Prebei Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova – SP, 2018, pág. 189).

Estudada em 30 de agosto de 2020

 

LIÇÃO 9 – OS DONS ESPIRITUAIS UNINDO A IGREJA – 1 CORÍNTIOS 12

 

Texto Áureo
“De maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Co 1.7

Verdade Prática
Deus continua concedendo dons aos homens, os quais são indispensáveis para a vida da igreja atual.

 

Leitura Bíblica Para Estudo 1 Coríntios 12.1-31

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

L DONS DE INSPIRAÇÃO 1Co 12.10
1. Profecia 1Co 12.10
2. Variedade de línguas 1Co 12.10
3. Interpretação das línguas 1Co 12.10

 

II. DONS DE REVELAÇÃO 1Co 12.8-10
1. Palavra da sabedoria 1Co 12.8
2. Palavra de conhecimento 1Co 12.8
3. Discernimento de espíritos 1Co 12.10

 

III. DONS DE PODER 1Co 12.9-10
1. Dons de curar 1Co 12.9b
2. Operação de milagres 1Co 12.10
3. Fé 1Co 12.9a

 

IV. UM CORPO, MUITOS MEMBROS – 1Co 12.12-30
1. Unidade e diversidade 1Co 12.12-20
2. Dons para unidade do corpo 1Co 12.21-26
3. Exerça seu dom 1Co 12.27-30

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 437 – 349

 

INTRODUÇÃO
Os noves dons podem ser agrupados naturalmente em três categorias: dons de inspiração, dons de revelação, dons de poder. Falaremos primeiro dos dons de inspiração por serem mais evidentes nas igrejas e no culto.

 

I. DONS DE INSPIRAÇÃO (1Co 12.10)

1. Profecia (1 Co 12.10).
“A outro, profecia;”
O termo significa “falar em nome de alguém”, o dom de profecia capacita o homem para falar em nome de Deus. É uma ação do Espírito Santo, transmitida sempre racionalmente, expostas conforme suas próprias palavras. A profecia deve ser expressa no idioma de quem profere e dos que ouvem. Sua ação é direcionada à igreja, para que ela seja “edificada, consolada e exortada” (1Co 14.3).
Deve-se levar em conta que nem todos os que falam em ‘línguas” possuem o dom de “profecia” Paulo incentiva o povo a buscar o dom de profecia (1Co 14.1). Apesar da relevância espiritual e edificação que traz ao corpo de Cristo, ele não possui relevância canônica ou escriturística. Nenhuma manifestação do dom de profecia pode alterar de alguma forma os textos bíblicos ou acrescentar algo às Escrituras (Cl 1.1-12).
Exemplo: filhas de Filipe (At 21.8-12).

 

2. Variedade de línguas (1Co 12.10).
“A um, variedade de línguas;”
É a habilidade do crente falar em línguas nunca ensinadas, que fluem sobrenaturalmente para edificar aquele que as fala (1Co 14.2,4).
Em Atos 2, temos evidências notórias de que esse dom fazia parte da igreja primitiva. Mas não pense que foi somente em Atos 2. Desde os primórdios da igreja, o Espírito Santo continua se manifestando no meio da igreja através do dom de línguas (Mc 16.17). O dom de línguas deve ser buscado pelos fiéis, para que haja edificação e renovo espiritual constante na vida dos servos.
Exemplos: Paulo (1Co 14.39); os discípulos em Éfeso (At 19.6).

 

3. Interpretação das línguas (1Co 12.10).
“E a outro, capacidade para interpretá-las.”
De imediato, temos que observar que não é tradução, e sim interpretação de línguas. Outra coisa que é importante salientar é que, apesar de parecer com o dom de profecia, é distinto. Para executar geralmente esse dom são necessárias duas pessoas cheias do Espírito Santo. Mas uma única pessoa pode falar e interpretar.
Já no caso da profecia, é necessário uma pessoa só, e não precisa de intérprete, já que é proferida no idioma materno do falante e dos ouvintes.
O falar em línguas não é concebido pela mente humana, da mesma forma que interpretar as mensagens divinas.
O capítulo 14 de Coríntios cuida de explanar de forma clara esse dom e como utilizá-lo com decência
Exemplo: Dn 5.5-24.

 

II. DONS DE REVELAÇÃO (1Co 12.8-10)
Esse conjunto de dons servem para a “blindagem” espiritual do corpo de Cristo. São imprescindíveis para o momento atual da igreja, e atuam na formação profunda do salvo, principalmente, no discernimento frente às heresias e erros doutrinários.

 

1. Palavra da sabedoria (1Co 12.8).
“Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria;”
A palavra de sabedoria é, na verdade, uma forma sobrenatural da manifestação da sabedoria divina na vida pessoal do crente. A sabedoria provém estritamente de Deus e pode ser adquirida através da manifestação do Espírito e ensino da Palavra de Deus. No Antigo Testamento temos vários exemplos da sabedoria divina, mas Salomão é sem dúvidas o nosso maior destaque.
Exemplo: Salomão (1Rs 3.16- 28). Concílio de Jerusalém (At 15.12-29). Exemplos em Jesus: Mc 6.2; 12.17.

 

2. Palavra de conhecimento (1Co 12.8).
“E a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento.”
Este dom, por sua vez, trata do conhecimento profundo e de origem divina. Está ligado ao primeiro e deve ocupar um lugar primordial na vida dos fiéis. A ciência é o conhecimento profundo ou a compreensão das coisas divinas de uma maneira sobrenatural. A palavra do conhecimento é a capacitação do crente, movido pelo Espírito, para declarar fatos que estão em oculto ou que ainda não ocorreram. Elias e Eliseu foram exemplos da manifestação do conhecimento divino.
Exemplo: Pedro e Ananias (At 5.3-9). Paulo (At 27.34, 35). Exemplos em Jesus: Jo 1.48; Mt 20.18.

 

3. Discernimento de espíritos (1Co 12.10).
“A outro, discernimento de espíritos;”
Na língua grega, usa-se o termo diakrisis, que é traduzido como “ato ou efeito de julgar, distinguir, ver claramente”. Verificar de modo sobrenatural a origem de uma ação: se é procedente do espírito do homem, de um espírito maligno, ou do Espírito de Deus. O discernimento é fundamental para reconhecer a natureza das manifestações espirituais que ocorrem em nosso meio.
Um grande exemplo de manifestação de discernimento é um episódio envolvendo Jesus e Pedro em Mateus 16.13-23. Nesta passagem, Jesus pergunta a Pedro o que os outros achavam Dele. Pedro, por revelação divina, responde corretamente, mas, logo em seguida repreende Jesus quando Ele falava acerca de sua morte. Jesus teve discernimento para saber quando Pedro falara por revelação divina e quando falou sob influência maligna.
Exemplo: Saulo com Elias, o mágico (At 13.8-10); e com a jovem adivinhadora (At 16.16-18). Outro exemplo em Jesus: Lc 13.11,16.

 

 

III. DONS DE PODER (1Co 12.9-10)
1. Dons de curar (1Co 12.9b).
“…e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar.”
Os dons de curar são recursos utilizados por Deus para a realização de curas milagrosas. Uma observação que deve ser verificada neste dom é que ele está no plural. Isto indica que são várias as formas e manifestações de cura realizadas através deste dom.
Apesar de, nos dias de hoje, o homem querer patentear a autoria deste dom, temos que saber que é Deus quem cura. Temos que fazer como um dos alunos do profeta Elizeu que, ao deixar cair o ferro do machado, ou seja, seu instrumento de trabalho, reconheceu que era emprestado. Nosso instrumento de trabalho é a capacitação do Espírito Santo concedida através dos dons, mas isso não é nosso, pertence a Deus!
Quem melhor o demonstrou foi Jesus: Mt 8.16 Mc 1.34.
Exemplo: Sombra de Pedro (At 5.15,16). Paulo na ilha de Malta (At 28.8-10).

 

2. Operação de milagres (1Co 12.10).
“A outro, operações de milagres;”
A operação de milagres ou maravilhas não pode ser confundida com os dons de curar. Milagres está no rol de maravilhas extraordinárias. É a capacidade de realizar intervenções extraordinárias através do poder de Deus na esfera espiritual e física e que podem ser observadas a “olho nu”. Podemos usar como exemplo alguém que perdeu um olho, e por operação de milagre, Deus fez nascer outro olho no lugar.
Segundo Stanley Horton, “Esse dom pode estar relacionado à proteção, provisão, expulsão de demônios, alteração de circunstâncias ou juízo.”
Nas Escrituras, temos inúmeros casos de operação de maravilhas. O ministério terreno do Senhor Jesus foi marcado por vários casos de maravilhas. A ressurreição de Lázaro é apenas um dos exemplos. Já havia quatro dias que o mesmo estava morto, em estado de putrefação, e Jesus o ressuscitou.
Exemplo: Paulo em Éfeso, roupas (At 19.11,12). Paulo e Êutico (At 20.9-12).

 

3. Fé (1Co 12.9a).
“A outro, no mesmo Espírito, a fé”
O dom da fé é diferente da fé salvadora (Rm 10.17; Ef 2.8). A fé, como dom, é uma capacitação do Espírito Santo para a realização de proezas e feitos sobrenaturais em nome do Senhor. Esta fé é manifestada através de uma ação sobrenatural, impulsionada pelo Espírito Santo (1Co 13.2).
De maneira simples, podemos definir este dom como a capacidade humana outorgada pelo Espírito Santo para permear o campo do impossível. Aqueles em que é manifestado esse dom, creem na realização de algo extraordinário antes mesmo de ter acontecido. Abraão é um dos grandes exemplos de fé nas Sagradas Escrituras (Gn 22.5). Jesus andar sobre as águas era um ato sobrenatural de fé (Mt 14.25).
Exemplo: Heróis da fé (Hb 11). Paulo mordido por serpente (At 28.3-6).

 

 

IV. UM CORPO, MUITOS MEMBROS (1Co 12.12-30)
A multiplicidade dos dons espirituais visa a capacitar os membros a atuarem unidos no corpo de Cristo. A linha de raciocínio flui com naturalidade ao longo dessa seção. Semelhante ao corpo físico, criado por Deus com muitos membros; todos são diferentes e exercem funções diversas. Ainda assim, dependem uns dos outros; o mesmo se aplica ao corpo de Cristo.

 

1. Unidade e diversidade (1Co 12.12-20).
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo”(12.12).
A tensão entre unidade e diversidade não é nova. Contudo, essa tensão é superada por meio da clareza do propósito de Deus ao conceder seus dons. Por mais diversos que sejam, eles servem para capacitar e conferir poder a cada comunidade de cristãos para que se demonstre o ministério de Cristo na terra. O desafio para aqueles que recebem os dons é reconhecer sua função como “partes do corpo” e entender como Deus projetou seus dons específicos para fortalecer outras partes a fim de que o corpo cumpra o propósito definido por Deus.
O apóstolo argumenta que a diversidade pode vicejar na comunidade e até mesmo fortalecer sua unidade. A diversidade se torna uma ameaça para a unidade somente quando os cristãos, individualmente, confundem o propósito de Deus com seu próprio desejo de obter proeminência e reconhecimento. Os membros da igreja de Cristo precisam resgatar o significado de viver como corpo de Cristo. Assim como no corpo físico, nenhuma parte é dispensável; todas são importantes.

 

2. Dons para unidade do corpo (1Co 12.21-26).
“Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós” (12.21).
A ênfase sobre o fato de que Deus é quem concede os dons não apenas ressalta o propósito unificador dos diversos dons, mas também descreve sua suficiência como provisão de Deus para sua comunidade. A tônica do argumento de Paulo é a natureza comunitária da concessão dos dons por Deus. Assim como Deus determina diferentes funções para os olhos e as orelhas no corpo físico, também concede dons espirituais variados a diferentes partes do corpo de Cristo.
Em um corpo, todas as partes são importantes; quando falta uma parte, o corpo se torna deficiente. Ademais, nenhuma parte pode existir separada do corpo. Se um dedo for cortado do corpo, o corpo sentirá falta, e o dedo desligado morrerá.

 

3. Exerça seu dom (1Co 12.27-30).
“Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (12.27).
De acordo com o apóstolo, igrejas e pessoas que pensam precisar de mais dons ou de dons diferentes daqueles que o Espírito lhe concedeu, devem refletir antes se estão usando seus dons de acordo com os propósitos de Deus ou se estão procurando se tornar uma comunidade diferente do plano de Deus para ela.
Os dons visam a capacitar a igreja a dar continuidade ao ministério realizado por Cristo. Para constatar a verdadeira utilidade dos dons espirituais, é só perguntar de que maneira eles estão capacitando o corpo de Cristo a expressar seu amor e a sua salvação.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
O Espírito Santo continua a dispensar os Seus dons, os quais são importantíssimos para a edificação da igreja nos dias atuais.

 

Marque “V” para a opção verdadeira e “F para a falsa:
1) O dom de sabedoria é o mesmo dom de conhecimento, diferindo apenas a grafia para ressaltar a importância do dom.

2)A variedade de línguas estranhas, nunca ensinadas, flui naturalmente para edificar aquele que as fala.

3) Os dons são dados para a unidade do corpo de Cristo, não sua divisão. Portanto, a diversidade de dons e operações não tinham por propósito segregar, mas agregar o corpo de Cristo.