Lição 12 – A Igreja e as Ideologias

LIÇÃO 12 – A IGREJA E AS IDEOLOGIAS

 


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

De acordo com as Sagradas Escrituras, virão tempos difíceis e trabalhosos (2Tm 3.1). Urge nesse momento uma total atenção por parte da Igreja sobre as constantes ameaças que ela tem enfrentado, principalmente no que tange às ideologias contrárias à Palavra de Deus e os seus efeitos negativos contra todos aqueles que primam pela ortodoxia bíblica e seus princípios ali expostos.

A Igreja, enquanto representante de Deus aqui na terra, não pode abrir mão de seu posicionamento e deve sempre se manter pura diante das astutas artimanhas do nosso adversário, que tudo tem feito para tentar destruí-la.

Somos o povo de Deus, santo e eleito para fazer a diferença nesse mundo já tão comprometido com o sistema destroçado por ideais que em nada trazem benefício à minoria que clama e anseia por justiça.

 

ESTA LIÇÃO EM ÁUDIO

 

PALAVRAS-CHAVE

Ideologia • Relativismo moral • Valores • Reino de Deus

 

OBJETIVOS

  • Esclarecer que há um padrão predominante nas ideologias.
  • Mostrar como as ideologias acabam por se tomar instrumentos de oposição a Deus.
  • Enfatizar que a mensagem da Igreja se guia pelos valores do Reino e não por ideologias.

 

PARA COMEÇARA AULA

Nesta lição, alguns conceitos vão parecer estranhos aos alunos tais como: humanismo, xenofobismo, elitismo, relativismo etc. Aproveite essa oportunidade para esclarecê-los sobre os significados desses termos.

De preferência, leve para a sala de aula alguns dicionários atuais da Língua Portuguesa que fazem menção desses vocábulos e compartilhe com seus alunos. Quanto mais prática for sua aula, melhor será o desempenho deles. Pois estes precisam, a cada lição, melhorar sua comunicação a partir do conhecimento desses termos, que para alguns ainda são desconhecidos.

 

RESPOSTAS DAS PERGUNTAS

1)        Governo do povo, pelo povo e para o povo.

2)        Neutra e relativista.

3)        Nos princípios que regem a área espiritual, cívica, social, moral e relacionai.

 

LEITURA COMPLEMENTAR

O Cristianismo (…) nos capacita a direcionar-nos às questões sociais, tais como assistência, combate ao crime, direitos humanos e educação. O Cristianismo fornece a base para um sistema de bem-estar compassivo e moralmente desafiador, que reforça a dignidade e o respeito próprio do beneficiário.

O Cristianismo provê as bases para um sistema de justiça criminal que faz com que as pessoas sejam responsáveis pelos seus atos, em vez de reduzir sua estatura como agentes morais através das “psicobobagens’’ da vitimização.

O Cristianismo fornece a base para uma sólida teoria sobre direitos humanos, considerando todos os indivíduos como igualmente criados por Deus e igualmente caídos. A educação cristã trata as crianças com a dignidade de seres criados à imagem de Deus. Em cada uma dessas áreas (…), uma comparação expõe a absoluta falência do utopismo moderno e seu dogma da bondade natural.

Livro: “E Agora, Como Viveremos?” (COLSON, Charles e PEARCEY, Nancy. Edições CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2005, p. 244).

 

Estudada em 23 de dezembro de 2018

 

LIÇÃO 12 – A IGREJA E AS IDEOLOGIAS

 

TEXTO ÁUREO

“E se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.”2Tm 4.4

 

VERDADE PRÁTICA

Igrejas que passam a guiar-se por ideologias, e não pelos valores do Reino, perdem o sentido de ajuntamento como povo de Deus.

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Jo 8.31,32 A verdade é libertadora

Terça – 1Jo 1.5-7 A verdade suplanta a mentira

Quarta – Jo 8.43-45 A mentira é filha do Diabo

Quinta – Mt 15.7-9 A mentira desonra a Deus

Sexta – 2Jo 2.3,4 O cristão anda na verdade

Sábado – Jo 14.6 Cristo é a verdade

 

LEITURA BÍBLICA

2 Timóteo 4.1-5

1          Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:

2          prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.

3          Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos;

4          e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.

5          Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.

 

Hinos da Harpa: 525 -306

 

ORGANIZAÇÃO DESTA LIÇÃO:

INTRODUÇÃO

 

I. O PADRÃO NAS IDEOLOGIAS

 

  1. O seu surgimento 1Tm 4.2
  2. Regimes totalitários 1Tm4.3
  3. Regimes democráticos 1Tm4


II. OS EFEITOS DA IDEOLOGIA

  1. Oposição a Deus 1Tm4.3
  2. Relativização moral Jo 8.43-45
  3. A deificação do homem Fp3.19


III.     A IGREJA E SUA MENSAGEM

  1. Mensagem eterna 1Tm 4.2-4
  2. Mensagem para o homem todo 1Tm4.5
  3. Mensagem não ideológica 1Co 2.1-5

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O texto da leitura bíblica é um libelo (uma exposição muito bem articulada) de Paulo a Timóteo para que ele jamais perca de vista o seu compromisso com a sã doutrina, que advém do Evangelho. E isto não só em condições favoráveis, mas também em tempos hostis, em que muitos se recusariam a reconhecer a verdade. É um excelente ponto de partida para que possamos compreender como a Igreja deve lidar com as ideologias predominantes no mundo, que muitas vezes tomam ardilosamente o lugar da proclamação da Palavra em muitos púlpitos.

 

I. O PADRÃO NAS IDEOLOGIAS

 

  1. O seu surgimento. Percebe- -se que Paulo deixa bastante claro a exclusividade da Palavra como a ferramenta da Igreja em tudo quanto esta realiza. Ela nunca pode ter outro eixo de atuação. A sua bússola é a Escritura. Nesse sentido, jamais qualquer ideologia pode sobrepor-se, igualar-se ou dar o Norte do que a Igreja deve ou não realizar no mundo (1Jo 4.2).

Embora as suas sementes estejam presentes ao longo da história, as ideologias se corporificam a partir do século XIX e passam a constituir-se em força propulsora das ações políticas que produzem enormes mudanças na sociedade, tanto para o bem quanto para o mal. Elas se se tornam a vanguarda da revolução industrial, dos direitos sociais, da democracia, mas trazem ao mesmo tempo, lado a lado, os germes do humanismo e dos regimes totalitários.

  1. Regimes totalitários. Já no século XX, esses conceitos se delineiam de forma nítida e ensejam o surgimento de regimes totalitários que se estabelecem, priorizando entre outras coisas o xenofobismo (aversão a estrangeiros), o desprezo aos segmentos sociais supostamente inferiores, com ênfase na supremacia de raça e no elitismo (1Jo 4.3).

As Ideologias que sustentam regimes autoritários alimentam a força do Estado como o “Grande Pai”, responsável por gerir a vida de seus “filhos”, como se fossem robôs a cumprir cegamente o que o Estado determina, sem espaço para a iniciativa privada. É o ídolo que tenta até ocupar o lugar de Deus na história humana.

  1. Regimes democráticos. A democracia, com suas raízes na Grécia antiga, privilegia entre outros aspectos, a liberdade de expressão e de culto, a diversidade, o direito de ir e vir, a alternância de poder mediante o voto da população, o livre mercado e o empreendedorismo, com a prevalência do Estado mínimo. É o regime das chamadas nações livres.

Nada justifica que a Igreja abandone a sua mensagem, pois necessariamente os efeitos que ela produz a partir da nova vida em Cristo começam no coração do homem e se espalham em todas as áreas de sua vida”.

Embora haja espaço, nos limites da lei, para todos os tipos de manifestações, são perceptíveis também aqui as pressões continuadas e crescentes contra a fé cristã.

No regime democrático, embora se vistam de roupas distintas, hipoteticamente tolerantes, as ideologias que o sustentam assumem para si o papel utópico da sociedade perfeita em que “o homem é a medida de todas as coisas” (1jo 4.4).

 

 

II. OS EFEITOS DA IDEOLOGIA 

  1. Oposição a Deus. Com esse caldo ideológico, o que temos então é um discurso humanista, centrado no homem, como se este fosse capaz de dar solução a todos os problemas que dilaceram o mundo, ainda que por alternativas distintas. Se para algumas dessas ideologias Deus é completamente “varrido” como intruso, para outras ele é meramente suportado, como conceito abstrato, sem qualquer interferência na condução da história. A redenção é política e se consegue mediante as ferramentas ideológicas que fornecem os melhores caminhos para o aperfeiçoamento da condição humana. É literalmente seguir a própria cobiça, entregar-se às fábulas e se recusar a honrar a Deus (1Tm 4.3).

Como alguns exemplos destas ideologias nocivas, geralmente ligadas a movimentos políticos, econômicos ou sociais, temos: comunismo, fascismo, nacionalismo, anarquia, ideologia de gênero, feminismo, humanismo, dentre outras.

  1. Relativização moral. Por mais bem-intencionada que seja alguma ideologia e por mais que produza em muitas áreas bons resultados em prol da sociedade, ela geralmente assume o relativismo em relação aos valores morais e éticos.

Pode até adotar o que chamamos de falso moralismo, mas é mero verniz para confundir e tentar ganhar a confiança de pessoas e nações que mantêm os princípios cristãos ao longo dos anos (Jo 8.43-45). Basta ver a maléfica ideologia de gênero e a relativização do conceito de família nos padrões bíblicos, constituída por homem e mulher, para consentir arranjos homoafetivos e até poliafetivos.

  1. A deificação do homem. No fundo, tal ideologia tem a sua própria moral, o seu próprio “deus”, como tinham os inimigos da cruz de Cristo, referidos por Paulo, que deificavam o próprio ventre, isto é, não tinham qualquer referência para a eternidade, sua religião limitava-se ao tempo (Fp 3.19).

Para estes, conta o prazer como um fim em si mesmo, a gratificação sensual, a autoindulgência, o comer, beber e folgar-se como o rico da parábola (Lc 12.15-21). Resumindo, o próprio homem é o “deus” de si mesmo e tudo se limita à vida física. Ele está assentado no trono que construiu para si.

A igreja não é um mero termômetro que registra as idéias e princípios da opinião popular; ela é o termostato que transforma os usos e costumes da sociedade.” (Martin Luther King)

 

 

III. A IGREJA E A SUA MENSAGEM

 

  1. Mensagem eterna. Portanto, é possível perceber, sem nenhuma tergiversação, que a mensagem da Igreja é de outra natureza. Ela não se adapta a nenhuma temporalidade nem se subjuga a qualquer circunstância. O seu caráter é eterno, universal e imutável. É o que Paulo insta a Timóteo, para que pregue a Palavra a qualquer tempo, sob quaisquer circunstâncias, sem adocicá-la, sem torná-la palatável, sem romper a sua consistência em nome do “politicamente correto”, ou de subjugá-la ao discurso daqueles que enxergam o mundo com os olhos do mundo, e não com os olhos de Deus (1Tm 4.2-5).

Nada justifica que a Igreja abandone a sua mensagem, pois necessariamente os efeitos que ela produz a partir da nova vida em Cristo começam no coração do homem e se espalham em todas as áreas de sua vida (2Co 5.17). Ou seja, a mudança em seu interior reflete no exterior e instrumentaliza potencialmente as suas ações como pequenos grãos de sal ou feixes de luz a terem relevância no ambiente em que vive (Mt 5.13-16), Ou é assim ou então ela não é Igreja.

  1. Mensagem para o homem todo. Por outro lado, conquanto a mensagem da Igreja tenha como foco o nascer de novo, a regeneração, a mudança interior, os seus princípios valem para o homem todo, ou seja, não visa somente o que convencionamos chamar de espiritual, mas também o cívico, o social, o emocional e o relacional. Para cada ponto há princípios a serem levados em conta. Cumprir o ministério implica também em ter um olhar completo de proclamação para toda a vida humana (1Tm 4.5).

Desse modo, como Igreja atemporal inserida na temporalidade, o povo de Deus não se associa com a injustiça, a opressão, o esbulho, o preconceito, não se compraz com a miséria, não exalta a opulência, não faz arranjos para beneficiar os poderosos, não aprova a abolição da propriedade, o mau uso da terra, não abraça o totalitarismo, não defende a luta de classes, mas também não estimula a preguiça, o ganho ilegítimo sem trabalho, sem o suor do rosto, a indisposição para empreender, e tantas outras coisas com as quais ela não pode compactuar, sob pena de não ser fiel ao Evangelho.

  1. Mensagem não ideológica. Ressalte-se por último que nada disso decorre de qualquer viés ideológico. Toda vez que a Igreja entra por esse caminho, reduz a completude e a eficácia de sua mensagem para subjugá-la a um sistema que põe o homem ou o Estado como o centro de todas as coisas, tentando tirar a glória que pertence a Deus. Costuma ser uma ladeira sem volta para a comunidade cristã que assim age (1Co 2.1-5),

A cada reducionismo ela vai perdendo a essência, até o ponto em que se torna um corpo sem vida e passa a girar ao redor do mesmo eixo em que giram as agremiações políticas e sociais.

Passa a ser mero eco de ideologias construídas a partir do humanismo, além da perda de sua consciência profética. Mas quando ela se porta à luz do Evangelho, acima das ideologias humanas, torna-se um canal de Deus para testemunhar de Seu amor, graça, justiça, perdão e misericórdia neste mundo corrompido, denunciando ao mesmo tempo toda forma de pecado.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

A Igreja não é de direita ou de esquerda. Ela expressa os valores do Reino de Deus. Abraçar ideologias e dar a elas caráter “religioso” é reduzir a vida cristã a uma militância humanista que acaba por subjugar ou a desconhecer os referenciais que a Escritura nos legou sobre como nos portarmos em cada circunstância da vida.

 

RESPONDA

1)        Defina em poucas palavras o significado de democracia.

2)        Qual é a moral que caracteriza as ideologias humanas?

3)        Em que sentido a mensagem da Igreja vale para o homem todo?

           

VOCABULÁRIO

  • Esbulho: retirar algo de uma pessoa que tenha propriedade ou posse.
  • Elitismo: sistema social que privilegia a elite.
  • Humanismo: valorização do ser humano acima de qualquer coisa.
  • Totalitarismo: conceito político do homem como servo do Estado.
  • Relativismo: qualidade do que é relativo.
  • Xenofobismo: aversão a pessoas estrangeiras