Lição 13: Jonas -O Profeta Fujão

LIÇÃO 13 – JONAS: O PROFETA FUJÃO


EM ÁUDIO

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezados professores, que privilégio chegarmos ao final desse trimestre tão edificante para todos nós.

Temos estudado alguns personagens do Antigo Testamento nos deixa mais cheios de esperança em sermos arrebatados como foi Enoque, em crermos como Abraão, em sermos vigilantes e não olharmos para trás como fez a mulher de Ló, a sonharmos com Deus como José, a cumprirmos nossa missão mesmo no deserto como fez Moisés, a conquistarmos a terra da promessa tal como Josué, a não abandonar o chamado e trocá-lo por prazeres ilícitos como fez Sansão, a sermos leais como Rute o foi, a sermos cheios do poder de Deus como Elias, a jamais trocar o Reino pela coroa como fez o orgulhoso Saul, a adorarmos no sofrimento como fez o patriarca Jó e a sermos obedientes e nunca fugir de pregar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo como fez Jonas.

 

PALAVRAS-CHAVE

Juízo • Misericórdia • Obediência • Arrependimento

 


OBJETIVOS

•          Explicar por que Jonas não queria pregar em Nínive.

  • Enumerar pelo menos três contradições do profeta.
  • Glorificar a Deus que nunca desiste de nós.

PARA COMEÇAR A AULA

Um dos erros que comumente praticamos é o de achar que somos os únicos merecedores da graça e da misericórdia de Deus. Foi dessa maneira que o profeta Jonas mergulhou no seu mais terrível abismo da ignorância.

Aproveite esse momento para lembrar aos alunos das ricas lições que eles aprenderam durante esse trimestre, que se encerra com esse personagem. Jonas nos adverte o quanto é importante estarmos no centro da vontade de Deus, para não corrermos o risco das consequências advindas de nossa obstinação em fazermos a obra de Deus.

 

RESPOSTAS

1)        F

2)        V

3)        V

 

 

LEITURA COMPLEMENTAR

“O livro de Jonas é mais um relato histórico do que uma profecia. Em geral os profetas falam e seus livros contêm a mensagem que Deus lhes entregou. Não é assim com o livro de Jonas que se concentra mais nos acontecimentos em torno do profeta. A mensagem de Jonas, propriamente dita, é um brevíssimo pronunciamento. Sua profecia para Nínive é muito pequena. É mais uma sentença. No original são apenas cinco palavras. A grande questão é sua vida, não seu sermão. O grande sermão do livro de Jonas para nós é a própria vida do profeta.

Pode ser que Jonas tenha feito a sua proclamação em sua língua materna, o hebraico, e usado um intérprete para transmiti-la aos ninivitas. De qualquer modo, sua mensagem era simples e dificilmente faria com que ele ganhasse a aprovação do povo:  “APENAS MAIS QUARENTA DIAS E NÍNIVE SERÁ SUBVERTIDA.” (Jn 3:4).

De modo firme, ele continuou repetindo a sua mensagem. O que havia de especial na mensagem a ele entregue? Nada, a não ser o fato da sua origem divina. Estranhamente sua curta profecia deixou de realizar-se (o que o deixou muito frustrado), mas a grande experiência do profeta perdura influenciando até nossos dias.

A mensagem pode ser extremamente curta, mas, independentemente de seu tamanho, é impactante, porque a palavra de Deus tem poder. No caso de Jonas, mais poder do que ele gostaria que tivesse.

Ora, se uma mensagem como a de Jonas, um pequenino sermão, surtiu tanto efeito na vida das pessoas que o ouviram, o que esperar da mensagem da Graça que a nós foi revelada por Jesus Cristo, o Filho de Deus? Aliás, a mensagem de Jonas era apenas uma sentença sem nenhuma nota de esperança. Puro anúncio de um juízo iminente. Os ouvintes, no entanto, foram impactados como veremos adiante. Diferentemente, a nós foi confiada a mensagem de “Boas Novas”, mas não se engane achando que essa mensagem pode ser rejeitada sem nenhum tipo de consequências (Hb. 2.1-3)”.

Livro: Jonas e a misericórdia de Deus. (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos, 2017, págs. 12 e 13).

 

LIÇÃO 13: JONAS: O PROFETA FUJÃO

 

TEXTO ÁUREO

“Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a tua malícia subiu até mim.” Jn 1.2

 

VERDADE PRÁTICA

O preço que se paga pela omissão e desobediência será sempre maior do que o preço do fiel engajamento.

 

 

Estudada em         31 de março de 2019    

 

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – 2Rs 14.25 Profetizando para Israel

Terça – Mt 12.41 Jesus leu Jonas

Quarta – Mc 12.40 Jonas, um sinal da ressurreição

Quinta – Jn 2.1 Deus não desiste de nós

Sexta – Jn 4.11 Deus ama as grandes cidades

Sábado – Jn 3.7 Animais também jejuam

 

 

LEITURA BÍBLICA

Jonas 1.1-5

1          Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo:

2          Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.

3          Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor.

4          Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar.

5          Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente.

 

 

Hinos da Harpa: 169 – 578

 

 

JONAS: O PROFETA FUJÃO

 

INTRODUÇÃO

II. O PROFETA E SUA MISSÃO

  1. Pregar em Nínive Jn 1.2
  2. Sua fuga Jn 1.3
  3. Uma nova chance Jn 3.1

 


II. SUAS CONTRADIÇÕES

  1. Um peso para o navio Jn 1.4
  2. Adorar sem obediência Jn 1.9
  3. Pregar sem paixão Jn 3.4

 

 

III.     SEUS RESULTADOS

  1. O arrependimento de Nínive Jn 3.5
  2. Deus susta o juízo Jn 3.10
  3. A resposta final Jn 4.11

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

 INTRODUÇÃO

Jonas é um dos mais curiosos profetas da Bíblia. Seu nome significa “pomba”, mas suas atitudes não correspondem com um porta-voz simbólico da paz. É o único profeta hebreu enviado especificamente a uma nação gentílica. Seu livro não é apenas sobre a conversão dos pagãos, mas também sobre a “conversão tardia” do próprio profeta. Ele também precisava, de fato, de uma mudança.

 

II. O PROFETA E SUA MISSÃO

1. Pregar em Nínive (Jn 1.2). Jonas, era um profeta em Israel (2Rs 14,25). Agora, ele é chamado para anunciar um iminente juízo sobre a capital da Assíria. Nínive era uma grande metrópole, mas estava adoecida, corrompida e em célere decadência. Seus dias estavam contados. A maldade, injustiça e perversidade da cidade chegou diante do Altíssimo. Seu livro ensina que Deus é o Deus das nações, e não apenas de Israel. Ele tem o direito de julgar quem quer. Há uma janela de juízo sobre essa corrupta cidade, de modo que Jonas é chamado para adverti-la.

O pecado em Nínive já não era apenas pessoal ou individual, mas havia se tornado coletivo e estrutural, como bem mostram os historiadores. A mensagem entregue a Jonas era curta e duríssima. Não havia nenhuma promessa ou brecha de oportunidade: “Ainda quarenta dias e Nínive será destruída”. Nenhum profeta foi tão lacônico como Jonas. Sua profecia continha apenas sete palavras (cinco no hebraico]. Ao contrário de outros profetas canônicos, a mensagem maior de Jonas não foi a que expôs aos ninivitas, mas sua experiência com Deus.

 

2. Sua Fuga (Jn 1.3). O profeta Jonas se revela extremamente preconceituoso e indisposto a obedecer. Ele conhecia o caráter de Deus e sabia que, pregando, poderia o povo se arrepender e Deus vir a poupá-los (o que, de fato acontece); e ele não queria que os assírios tivessem essa oportunidade. Assim, assume que a melhor saída era calar a voz de Deus dentro de si e fugir para bem longe. Nínive ficava a 800 quilômetros de Israel. Ele, portanto, teria que andar muito, (uma jornada I um mês ou mais), mas esse não foi o motivo para que ele não fosse. Tanto que decide ir para Társis, que ficava a 4.000 Km, “o fim do mundo” da época. A viagem para lá duraria vários meses.

Quem sabe, passasse pela cabeça de Jonas que, se ele fosse muito longe, Deus desistiria dele. Ou melhor ainda, desistiria de Nínive.  “Era como se Jonas tentasse ir para fora da Jurisdição do Senhor”, diz Hernandes Dias Lopes.  O profeta estava fora de si.  No seu livro, todos obedecem a Deus (o vento, o mar, o peixe etc.), menos Jonas.  E nós?  Temos obedecido?

 

3. Uma nova chance (Jn 3.1). Deus é muito gracioso. Ele não desiste de Jonas, nem de nós. O Deus revelado nas Escrituras e no livro de Jonas é o Deus da segunda chance. Essa é uma das grandes mensagens desse livro. Deus podería ter chamado outra pessoa, quem sabe, mais disposta. Ou talvez menos complicada, menos nacionalista. Mas não, Deus continuou insistindo no plano original. O capítulo 3 de Jonas inicia dizendo “Veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas, dizendo…”

Quem nunca precisou de uma segunda chance? Quem nunca chegou diante de Deus e disse: “Senhor, me dá uma nova oportunidade?”. Não há ninguém que nunca tenha precisado de uma nova oportunidade. Pois saibamos que isso é possível em Cristo. Se não houvesse segunda chance, ninguém chegaria ao céu; mas a boa nova do Evangelho é que podemos recomeçar e fazer o que é correto, com a graça de Deus.

O coração de Jonas também era um grande campo missionário.”

 

II. SUAS CONTRADIÇÕES

 

1. Um peso para o navio (Jn 1.4). Ora, Jonas é o profeta de Deus naquele navio. Deveria ser uma bênção e uma alegria para todos saberem que um homem de Deus estava a bordo, Mas o que ocorre é que Jonas traz juízo, e não bênçãos, para a embarcação. Não existe nada mais perigoso do que um profeta em desobediência e fuga de Deus. Quem estiver por perto será afetado. Os marinheiros jogam ao mar as cargas do navio, na tentativa de evitar o naufrágio, mas o “peso” da embarcação, contraditoriamente, é o profeta. Jonas é um peso morto, levando juízo para onde vai. Quando fugimos de Deus e da Sua chamada, nossa vida se torna insuportável para nós e para quem convive conosco. Os pagãos se admiram e corrigem o homem de Deus (Jn 1.10).

 

2. Adorar sem obediência (Jn 1.3). Jonas foi chamado por Deus para ser profeta, e o que mais se esperaria de um profeta, senão que obedecesse? Mas ele não quer obedecer à voz de Deus. Na Nova Versão Internacional (NVI), ele diz que é hebreu e adorador do Senhor que fez o mar e a terra (Jn 1.9,10). Como poderia ser um adorador desobedecendo a Deus? “Sou adorador de Deus. Ele me mandou ir pra lá, e eu estou vindo pra cá. Eu estou fugindo dele, mas eu sou adorador. Ele me mandou

fazer uma coisa, e eu estou fazendo outra; mas eu sou adorador”. Não é contraditório? Muitos acham que adoração é aquilo que acontece entre quatro paredes. É um programa de fim-de-semana em um prédio, ao som de instrumentos. Mas adorar a Deus é mais do que cantar para Deus; é honrá-lo com a vida. Deus não precisa dos nossos cânticos. E se o Evangelho não nos transformou, então não entendemos nada. Como diz o Rev. Hernandes Dias Lopes: “Só há vida no culto se houver culto na vida e com a vida.” Sabe qual a maior expressão de culto? A obediência. Veja as palavras de Samuel: “…eis que o OBEDECER é melhor do que o sacrificar, e o ATENDER melhor do que a gordura de carneiros” (1Sm 15.22). Diz Philip Yancey: “O Evangelho tem muitos inimigos, mas nenhum é tão poderoso quanto não o demonstrar com a vida prática”. Essa é uma grande verdade.

Os maiores inimigos da Igreja não são os governos totalitários e intolerantes, nem o islamismo ou as perseguições, MAS O MAU TESTEMUNHO E AS CONTRADIÇÕES DE QUEM DIZ SEGUIR A CRISTO.

 

3. Pregar sem paixão (Jn 3.4). Essa é outra contradição do profeta. Ele definitivamente não queria ir a Nínive, e só vai depois, quando não tem mais jeito. Na barriga do peixe, consumido pelos sucos gástricos, ele percebe que se não for, ele morre. E não é que

Deus quisesse matá-lo, mas que medidas extremas às vezes são necessárias para quebrar a natureza humana. Ele vai, mas vai sem vontade e sem paixão. Prega desapaixonadamente uma mensagem de cinco palavras (no original) e se posiciona para ver o castigo, mas o resultado é extraordinário. Com ele aprendemos que a mensagem será sempre maior do que o mensageiro.

 

 

III. SEUS RESULTADOS

1. O arrependimento de Nínive (Jn 3.5). Isso foi tão impactante, como já foi dito, que até Jonas se assustou. De um lado, o pecado dos pagãos sobe até o céu; de outro lado, o amor de Deus desce até a terra, e Ele comissiona um mensageiro imperfeito para anunciar-lhes a Sua perfeita Palavra. A mensagem de Jonas tem um impacto tão grande que chega ao palácio. As Escrituras dizem que ocorre, então, um arrependimento coletivo e nacional. Nem aos animais é permitido dar comida. Nínive era uma cidade perversa, injusta e num processo de decadência acelerado. Quando isso acontece e o pecado é intenso, constante e enraizado, o arrependimento precisa seguir na mesma linha de radicalidade; não pode ser “meia sola”. Arrependimento é o remédio de Deus para o pecado. Vida com Deus só se inicia quando reconhecemos que estamos falidos e quebrados.

Paradoxalmente, a conversão de Nínive produz alegria no céu e tristeza no coração de Jonas.” (Hernandes D. Lopes)


2. Deus susta o juízo (Jn 3.10).
Jonas estava como que a dizer: “Deus vai destruir Nínive, é inevitável. Deus vai pesar a mão”. Porém, o povo se arrepende e Deus cancela o juízo. Diante do arrependimento do povo, o “inevitável” muda. Que coisa linda! Nós não somos chamados para pregar uma mensagem fatalista, mas para pregar o Evangelho que dá oportunidade e produz mudança. Nunca um pregador obteve tanto sucesso com uma única pregação. Deus não tem prazer no juízo, nem na punição. Quando Ele percebe mudança, quebrantamento e contrição, Seu coração paterno e misericordioso cancela o juízo. As Escrituras dizem que um coração quebrantado e contrito, Deus não desprezará (SI 51.17).

Esse quadro era um tapa na cara do Israel apóstata, ao qual Deus, diversas vezes, enviara não um, mas muitos profetas fiéis, que entregaram Sua mensagem de arrependimento, a fim de evitar o castigo que o pecado acarretaria, sem, contudo, serem ouvidos.

3. A resposta final (Jn 4.11). Qual resposta nós daremos à pergunta de Deus: “Não hei eu de ter compaixão dessa grande cidade?” (Jn 4.11).  Vejamos que o livro termina com essa pergunta. Termina sem terminar. Somente dois livros da Bíblia terminam com uma pergunta retórica. Jonas é um deles. O outro é Naum. Aqui está, talvez, a parte mais importante do livro. Aqui, o coração compassivo de Deus é revelado.   Que esperança haveria para Nínive, não fosse a misericórdia divina? Se Deus não poupasse, quem pouparia? Jonas? Não, ele estava mais preocupado com seu conforto debaixo de um arbusto. E nós? Temos compaixão?  Warren Wiersbe diz que o mais importante não é como Jonas respondeu a essa pergunta, mas como eu e você a respondemos hoje. Qual a nossa resposta?

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Jonas foge, achando que uma mudança de lugar resolveria tudo. Mas a maior necessidade dele, e de todos nós, não é de uma mudança geográfica. Nossa maior necessidade é de uma mudança de atitude.

 

RESPONDA

Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações abaixo:

1)        (           ) A viagem de Jonas para Társis aconteceu contra a vontade dele.

2)        (           ) Quando calamos a voz de Deus dentro de nós e nos rebelamos nossa vida só

definha e murcha.

3)        (           ) Arrependimento é uma exigência para quem deseja um novo começo.

 

 

VOCABULÁRIO

  • Célere: Com velocidade acelerada; ligeiro, veloz.
  • Contraditório: Que contém, envolve ou constitui uma contradição; que tem sentido contrário; incoerente.
  • Nacionalista: Pode ser considerado alguém com orgulho excessivo pela nação a que pertence, e que frequentemente se considere superior aos outros povos.