Lição 6 – Atos 8 e 9 – O Espírito Sopra Onde Quer

Lição 6 – Atos 8 e 9 – O Espírito Sopra Onde Quer

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Atos 8 e 9 tem 40 e 43 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos presentes, Atos 8.26 e 9.9 (5 a 7 minutos).

A parábola dos pescadores sem peixe é uma excelente ferramenta que nos tira do eixo e nos faz refletir sobre que tipo de pescadores somos: especialistas e grandes conhecedores dos métodos e técnicas de evangelização, mas que nunca os puseram em pratica? Ou humildes estudantes da Palavra que, obedientes ao Espírito Santo e ao Ide de Jesus, lançam suas redes, pescando muitos peixes?
Ao longo desta lição veremos o Espírito Santo conduzindo os apóstolos e discípulos ao lugar certo, onde havia pessoas carentes de salvação, como era o caso dos samaritanos, que eram um povo heterogêneo, uma mistura de israelitas e gentios.
Para Champlim, os samaritanos poderiam representar o primeiro degrau para um ministério em território puramente pagão. Filipe destaca-se como um grande pescador que estava sob a orientação do Espírito Santo na propagação do Evangelho, apesar das perseguições.

 

OBJETIVOS
• Testemunhar pessoalmente de Jesus.
• Depender do Espírito Santo para alcançar os perdidos.
• Crer no poder do Evangelho para salvar e transformar.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Após a leitura dos textos indicados e com base na leitura complementar, reflita com seus alunos sobre que tipo de pescadores somos. Doutores em pesca que não pescamos nada? Ou pescadores natos? Estamos falando muito em evangelização celular ou outra modalidade de evangelização e pescando pouco? Qual a sua verdade? Você está no sopro do Espírito Santo ou no sopro dos seus achismos? O Espírito de Deus deve ser aquele que nos conduz na obra evangelizadora, e não os nossos métodos cheios de malabarismos, porém vazios da orientação de Deus.

 

RESPOSTAS 
1) Uma grande alegria.
2) A dos samaritanos, do etíope e a de Filipe.
3) Que Jesus toma as dores da Sua Igreja

 

 

LEITURA COMPLEMENTAR
A PARÁBOLA DOS PESCADORES SEM PEIXE
“Era uma vez uma cidade que ficou conhecida como a cidade dos pescadores que não pescavam. Não que não houvessem peixes, pelo contrário, havia muitos peixes naquelas águas. Na realidade, toda a área era cercada por rios e lagos cheios de peixes, todos famintos,
Semana após semana, mês após mês, ano após ano, os pescadores se reuniam para conversar sobre seu chamado para pescar, sobre a abundância de peixes e sobre como deveriam pescar.
Ano após ano, definiam cuidadosamente o que significava pesca, defendendo a pesca como uma ocupação e declaravam que pescar era sempre a principal função dos pescadores. Eles procuravam continuamente métodos e definições novas para a pesca. Entretanto, eles só falavam a respeito da arte da pesca. Mas eles não pescavam!
Grandes, caros e elaborados centros de treinamento foram construídos, cujo propósito original e principal era. ensinar pescadores a pescar. Ao longo dos anos, cursos foram oferecidos sobre a necessidade de pescar, a natureza da pesca, onde encontrar a pesca, a classificação da pesca, e as reações psicológicas do peixe.
Aqueles que ensinavam, tinham doutorado em piscicultura, mas os professores não pescavam! Eles apenas ensinavam a pescar, Depois de um treinamento entediante, muitos se formavam e recebiam sua licença de pesca.
Depois de um encontro sobre a necessidade de pescar, um jovem aluno, corajosamente, saiu da reunião e foi pescar. Ainda não tinha preparo suficiente, mas tamanha foi a sua surpresa quando conseguiu fisgar dois grandes peixes. Foi um imenso alvoroço. Há muito tempo ninguém fora visto pescando, Ele foi premiado por sua pesca excelente e convidado a visitar todas as principais reuniões para contar como pescara os dois grandes peixes. Então largou a pesca para ter tempo para contar as suas experiências para os outros pescadores também para fazer um filme sobre a grande pesca. Ele também foi colocado na diretoria geral dos pescadores por causa de sua experiência notável.
É verdade que muitos dos “pescadores” eram realmente sinceros e realmente estavam se sacrificando e passando por várias dificuldades. Imagine como alguns deles ficaram magoados quando um dia alguém se colocou à sua frente e sugeriu que aqueles que não pegavam peixes não eram, realmente pescadores, independente do quanto diziam ser.
Alguém é pescador, se ano após ano nunca pega um peixe?”
Livro: “O profeta Jonas e a misericórdia de Deus.” (Pádua Rodrigues) Editora Nítida. S. José dos Campos, 2017, Pág. 19-21),

 

Estudada em 8 de novembro de 2020

 

LIÇÃO 6 ATOS 8 e 9 – O ESPÍRITO SOPRA ONDE QUER

 

Texto Áureo
“Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi.” At 8.26

 

Verdade Prática
A maravilha de todo avivamento não é a natureza extraordinária das pessoas ou seus métodos, mas o Espírito de Deus que as usa.

 

Leitura Bíblica Para Estudo Atos 8.26-9.9

 

Esboço da Lição

 

INTRODUÇÃO

 

I. CONVERSÃO DOS SAMARITANOS At. 8.1-24
1. O avivamento em Samaria At. 8.5
2. Uma mensagem irrecusável At. 8.6
3. Simão, o mágico At. 8.9-24

 

II. CONVERSÃO DO ETÍOPE At 8.26-39
1. O Espírito sopra onde quer At. 8.26
2. Um pregador obediente 8.29
3. A alegria do salvo At 8.39

 

III. CONVERSÃO DE SAULO At 9.1-23
1. Quem era Saulo At. 9.1
2. Sua conversão At. 9.4
3. O Perseguidor perseguido At. 9.23

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 141-196

 

INTRODUÇÃO
O martírio de Estêvão foi apenas o início da violenta perseguição que se seguiu, conduzida por Saulo (8.1-3). Como resultado, ao invés de enfraquecer, a igreja se espalha. Veremos isso ao estudarmos os capítulos 8 e 9 de Atos.

 

I.  CONVERSÃO DOS SAMARITANOS (At 8.1-24)
A perseguição faz com a igreja aquilo que o vento faz com a semente: espalha e aumenta a colheita. Curioso que a palavra traduzida por “dispersos” signifique “espalhar sementes”.

1. O avivamento em Samaria (At 8.5)
”Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo”
Chegou a vez dos samaritanos serem alcançados. Filipe é escolhido pelo Espírito Santo para lhes pregar a Palavra, cumprindo Atos 1.8. Os samaritanos eram um povo mestiço, resultado de uma mistura racial promovida em 732 a.C. pelos assírios. Eram considerados impuros e separados da comunhão judaica mais estrita. Mas o Evangelho de Cristo vai uni-los. Ao ver os milagres o povo deu ouvidos ao que Filipe dizia.
Embora tenha havido muitos prodígios, a ênfase está na Palavra que Filipe pregava (8.5-6). Não existe avivamento autêntico sem a pregação da Palavra de Deus. O oba-oba que se vê em muitos círculos produz agitação, mas deixa poucos frutos na história. O que deixa frutos é a consistência do Evangelho, é a pregação da mensagem bíblica.

 

2. Uma mensagem irrecusável (At 8.6)
“As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava.”
Recusar uma mensagem dessa seria loucura. Em Atos 8.4, a palavra “pregar” é “evangelizar”; mas em 8.5, a palavra “anunciar” significa “apregoar como um arauto”. Isso fala da autoridade por trás do mensageiro. Ele é comissionado por Deus. Rejeitar a mensagem não significa apenas rejeitar o mensageiro, mas rejeitar a autoridade real por trás do arauto.

 

3. Simão, o mágico (At 8.9-24)
“Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus” (At 8.20)
Mais uma vez em Atos, vemos o dom do Evangelho sendo confundido com o dinheiro. Havia em Samaria um homem chamado Simão, que alegava ser alguém de grande importância, o qual ganhou notoriedade e respeito entre os samaritanos. Era um enganador e feiticeiro. Mágico, aqui, deve ser entendido, não como alguém que fazia truques, mas um mago ou homem e magias e ocultismo.
Simão é um exemplo de alguém seduzido e sedento por poder.
O contexto deixa claro que sua conversão não foi autêntica, pois ele apenas foi seduzido pela manifestação do poder que viu agindo através de Filipe. Quando viu, supostamente, um poder maior através dos apóstolos, ficou deslumbrado e quis comprar isso para si. Ao oferecer dinheiro pelo dom, ouviu de Pedro algo que deixa claro que se tratava de alguém inconverso: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir; por meio dele o dom de Deus. Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus” (v. 20 e 21).
O grave erro precisava ser destruído no nascedouro. Deus não pode ser subornado nem comprado por dinheiro ou qualquer outra coisa. Essa verdade parece estar escapando hoje em muitos lugares. O que Deus concede é resultado da Sua graça por meio da fé. Não merecemos. É daqui, desse episódio, que vem o termo simonia, que significa “comprar e vender cargos e privilégios eclesiásticos”. Esse episódio mostra que é possível alguém chegar perto da salvação e desperdiçá-la.

 

“Deus usará o que quiser para mostrar sua glória. Céus e estrelas. Histórias e nações. Pessoas e problemas.” Max Lucado 

 

II. CONVERSÃO DO ETÍOPE (At 8.26-39)
Lucas prossegue no seu propósito de registrar a expansão do Evangelho. Agora vai mostrar como ele chega à África. Acima de tudo fica claro que Deus é soberano na salvação.

1. O Espírito sopra onde quer (At 8.26)
“Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi.”
O Espírito Santo vai dirigindo cada passo para a salvação desse homem etíope. Primeiramente, convocando o pregador através de um anjo (v. 26). O Anjo convoca Filipe, mas não prega ao eunuco. Outro aspecto que revela como Deus era o Senhor do processo todo é o fato de o Eunuco, exatamente naquele momento, estar lendo o texto de Isaías 53.
Era comum, entre os antigos, a leitura em voz alta. Assim, Filipe pôde ouvir onde estava sendo lido e, partindo daí, anuncia o Cristo ao etíope. O coração do eunuco era uma terra fértil esperando a divina semente. Como é bom obedecer à direção de Deus. Billy Graham disse que todo pregador deve depender total e incondicionalmente do Espírito Santo, pois é Ele que:
a) nos dirige àqueles a quem quer falar;
b) nos dá a mensagem
certa;
c) produz arrependimento;
d) e regenera.
Sem a ação do Espírito Santo não há conversão.

 

2. Um pregador obediente (At 8.29)
“Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o”
Vemos a sede espiritual desse oficial etíope ao empreender ele uma cansativa viagem internacional com fins de participar de eventos religiosos em Jerusalém. Mas seu coração ainda estava insatisfeito. Deus estava atento a isso, e Filipe é o instrumento para Jesus Cristo se revelar àquele peregrino africano. Esse etíope representa muitas pessoas religiosas e sinceras, que leem as Escrituras e anseiam pela verdade, mas estão perdidas sem Jesus.
Precisam de um “Filipe” que as esclareça. A obediência de Filipe ao Espírito Santo é digna de nota. Ele não fica preso às massas de Samaria, mas, como seu Mestre, é capaz de deixar as multidões e dar atenção a uma só pessoa. Filipe não ficou em Samaria contando cabeças de convertidos. Ele tinha uma espiritualidade obediente. Onde estão os “Filipes” de hoje?

 

3. A alegria do salvo (At 8.39)
“Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo.”
Em Samaria temos a nota que o Evangelho trouxe grandiosa alegria àquela cidade (At 8.8). O Evangelho de Jesus Cristo leva alegria aonde chega. Há essa alegria na cidade ou bairro onde você mora? Lucas registra que, após se converter e ser batizado, o eunuco foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo” (v. 39). Vemos, assim, que o Espírito Santo continua depois que terminamos a nossa parte. Glória a Deus!

 

III. CONVERSÃO DE SAULO (At 9.1-23)
A conversão de Saulo é uma espécie de divisor de águas no livro de Atos. Ele é mencionado pela primeira vez em 7.58, novamente em 8.3. E agora, no capítulo 9, o homem que era o terror da igreja cai nas redes do Salvador.

1. Quem era Saulo (At 9.1)
“Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor; dirigiu-se ao sumo sacerdote”
Saulo era judeu, da tribo de Benjamim, fariseu, mestre em Israel e educado aos pés de Gamaliel (Fp 3.4-8). Foi uma das mentes mais brilhantes do seu tempo. Educado no que havia de melhor na sua época, ele trazia consigo a profundidade da cultura judaica, a abrangência da cultura grega e o fundamento jurídico e teórico da sua cidadania romana.
Extremamente zeloso das tradições judaicas tornou-se o mais cruel perseguidor e um torturador dos cristãos. Em sua geração, ninguém foi tão longe quanto ele no que diz respeito ao ódio que nutria pela igreja de Cristo.
O início do capítulo 9 o descreve “respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”, Em outras palavras, ele bufava de ódio. Em 8.3 é dito que ele “assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” Assolar nesse caso descreve um animal selvagem despedaçando a presa. Essa memória o acompanhou o resto da vida em forma de arrependimento e indignidade (1Co 15.9; 1Tm 1.13).
Mas a grande lição é a grandeza da graça de Deus salvando esse homem e o transformando não apenas numa ovelha, mas num pastor de ovelhas.

 

2. Sua conversão (At 9.4)
“E caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?”
A conversão de Saulo é algo lindo demais. Surpreendeu a própria igreja. Deus é assim em sua natureza. Em vez de punir ou matar, ele elimina a perseguição salvando o perseguidor. Quanta graça. John Stott diz que Paulo não se decidiu por Cristo; estava perseguindo a Cristo. Foi Cristo quem se decidiu por ele. Warren Wiersbe, por sua vez, diz que Saulo de Tarso era a última pessoa em Jerusalém que teríamos escolhido para ser apóstolo dos gentios. Ele está certo. Deus é surpreendente. Não se ajusta aos esquemas de ninguém, nem dos religiosos evangélicos.
A cegueira repentina e temporária de Saulo simboliza o que é a conversão, de modo que, quando se abrem os olhos, a única coisa diante de nós é Cristo. Ele se torna o nosso referencial absoluto e supremo. O encontro com Jesus Cristo transforma e resulta na conversão. É uma absoluta guinada na qual o velho homem fica para trás. Foi assim com Saulo. É assim com todos. Há três aspectos centrais da conversão de Saulo que servem de parâmetro para todas as conversões em qualquer tempo: a) é obra de Deus; b) produz transformação intensa e profunda; c) gera envolvimento com o reino de Deus. Qualquer coisa menos que isso pode ser mero convencimento, não conversão.

 

3. O perseguidor perseguido (At 9.25)
“Mas os seus discípulos tomaram-no de noite e, colocando-o num cesto, desceram-no pela muralha”
O homem que era o pavor da igreja se converte a Cristo, quando ia atrás de mais vítimas, e torna-se ele mesmo um perseguido. Quanta ironia graciosa. Parece que vemos aqui um senso de humor gracioso em Deus. Era como se Deus, lá do céu, dissesse: ”Vou frustrar todos os planos do inferno”. É digno de nota Jesus dizer: “Por que me persegues”, em vez de perguntar por que ele perseguia os crentes. Jesus toma as dores da Sua Igreja. Que choque deve ter sido para Saulo. Ele estava errado, tornara-se um perseguidor de Deus. O poderoso fariseu está caído, humilhado, orando, salvo. Logo experimentará na própria pele o que tanto causara nos outros; e então descobrirá uma glória e uma alegria que nunca antes tivera.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
As conversões dos samaritanos, do etíope e de Saulo provam que Deus quer salvar a todos e que depende de nossa obediência para testemunhar e Ir aonde os pecadores estão.

 

RESPONDA
1) O avivamento que chegou em Samaria produziu que sentimento?

2) Quais as três conversões mencionadas na lição?

3) O que significa a expressão de Jesus a Saulo “Por que me persegues?