Lição 4 – A Abrangência da Cosmovisão Cristã

A ABRANGÊNCIA DA COSMOVISÃO CRISTÃ

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Cosmovisão é a maneira de olhar e entender o mundo e seu sistema vigente, esta lição é uma boa oportunidade para se promover um debate sobre o entendimento da cosmovisão cristã, que é o contraponto da relativização defendida pela cosmovisão naturalista.

Alguns termos aqui nesta lição, para alguns alunos podem parecer estranhos. Sendo assim, procure orientá-los quanto ao significado dos termos tais como: relativismo, contracultura etc.

Quanto mais significativa for a aprendizagem, melhor será a compreensão que os educandos obterão sobre cosmovisão. Para tanto, faz-se necessária uma leitura bem apurada da lição do professor, antes de iniciar sua aula.

 

PALAVRAS-CHAVE

Cosmovisão • Apologética • Relativismo

 

OBJETIVOS:

  • Definir cosmovisão cristã.
  • Entender o conflito entre a cosmovisão cristã e o sistema mundano.
  • Ressaltar a importância de defender a cosmovisão cristã e influenciar o mundo através dela.

 

PARA COMEÇAR A AULA

É de suma importância que os alunos conheçam alguns termos que ainda lhes soam estranhos, tais como: relativismo e cosmovisão. Peça aos alunos para pesquisarem antecipadamente alguns termos e levarem anotado para a sala de aula a fim de que os mesmos façam uma breve exposição sobre seu significado diante da classe.

Quando possibilitamos a eles que tragam de casa o que pesquisaram durante a semana e compartilhem de suas descobertas com os colegas, ocorre o que chamamos de aprendizagem significativa.

 

 

RESPOSTAS DAS PERGUNTAS DESTA LIÇÃO

1)        A maneira como enxergamos o mundo.

2)        Ela é imutável.

3)        Os princípios que cremos.

 

LEITURA COMPLEMENTAR

A teoria dos dois pavimentos (foi) desenvolvida por Francis Schaeffer e, posteriormente, por Nancy Pearcey. O sagrado restringe-se ao pavimento de cima, enquanto o secular ao pavimento debaixo, sem nenhuma conexão entre ambos, que são divididos por aquilo que Schaeffer chamou de Linha do Desespero, onde toda experiência subjetiva, não racional ou religiosa não se interconecta com o racional e o lógico em busca de respostas às grandes perguntas da vida.

Nancy Pearcey apresenta um exemplo prático ao citar Alan Sears, vinculado ao Alliance Defense Fund, que afirmou: “A maioria dos advogados cristãos mantém a fé num bolso e a lei no outro. A habilidade de integrar as duas é extremamente deficiente”. A partir desta premissa, a organização preparou um programa com o objetivo de dar aos advogados ferramentas para tratar a lei de forma cristã, visto que “a vida profissional desses cristãos permanece de todo separada do andar pessoal com o Senhor”.

Livro: “Visão Cristã sobre Política” (COUTO, Geremias. Editora Visão Cristã, Campina Grande, PB, 2015, p. 16).

 

 

LIÇÃO 4 – A ABRANGÊNCIA DA COSMOVISÃO CRISTÃ

           

TEXTO ÁUREO

“Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.” Jo 17.15

 

VERDADE PRÁTICA

A Escritura é o ponto de partida de onde construímos e moldamos a nossa visão de mundo.

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Rm 12.1,2 Renovando a nossa mente

Terça – Rm 15.13 Renovando a nossa esperança

Quarta – 1jo 1.4-7 Renovando a nossa mensagem

Quinta – Hb 12.12,13 Renovando o nosso compromisso

Sexta – 1Tm 1.18,19 Renovando a nossa fé

Sábado-At 26.19-22 Renovando a nossa visão

 

LEITURA BÍBLICA  –  João 17.14-21

14       Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.

15       Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.

16       Eles não são do mundo, como também eu não sou.

17       Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

18       Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.

19       E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.

20       Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;

21       a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

 

Hinos da Harpa: 259 – 600

 

A ABRANGÊNCIA DA COSMOVISÃO CRISTÃ

 

ORGANIZAÇÃO DESTA LIÇÃO NA REVISTA

 

INTRODUÇÃO

 

I. CONCEITOS DE COSMOVISÃO

  1. Definindo cosmovisão Jo 17.15
  2. Cosmovisão naturalista Jo. 17.16
  3. Cosmovisão cristã Jo 17.19

 

II. EMBATES CARDEAIS

  1. Pavimento de cima versus pavimento de baixo Jo 17.11
  2. Verdade versus relativismo Rm 1.25
  3. Valores versus escolhas Jo 16.13

 

III. DEFESA DA COSMOVISÃO CRISTÃ

  1. A natureza da apologética 1Pe 3.15
  2. A relevância da mensagem 1Jo 2.21
  3. Do “gueto” para o mundo Mt 5.13-21

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Fomos chamados para desempenhar no mundo uma tarefa que parte da proclamação do Evangelho e abrange todas as áreas da vida. A partir disso, precisamos compreender como desenvolver esse papel, quais são as suas implicações e de que forma podemos estar no mundo, sem que o sistema mundano que nele impera nos afete, como intercedeu o Senhor em sua oração sacerdotal: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17.15).

 

I. CONCEITOS DE COSMOVISÃO

Nessa oração, mundo parece ser uma palavra-chave, pois várias vezes o vocábulo se repete, sempre com conotações relacionadas à sua natureza hostil (contrária) a Deus, ao nosso chamado para uma vida piedosa e ao fato de que o mundo é o palco de nossa ação (Jo 17.15).

 

1. Definindo cosmovisão. Por isso, é basilar conhecer o significado do termo cosmovisão e a sua importância para definir o nosso modo de vida como cristãos que vivem e representam os valores do Reino de Deus no mundo. O conceito tem a ver com a maneira como enxergamos a nossa realidade de forma ampla e geral. Em outras palavras, é o retrato que temos do mundo, a nossa visão das coisas que nos rodeiam. Cosmovisão e visão de mundo são, portanto, expressões equivalentes.

A nossa cosmovisão – ou visão de mundo – é moldada pela herança que recebemos através dos tempos, tanto na área familiar quanto educacional, cultural e religiosa. Assim, nossas tradições são formadas e condicionam o nosso modo de enxergar e compreender o mundo à nossa volta. Mesmo que tenhamos senso crítico ou capacidade de fazer juízo de valor, ainda assim aquilo que acumulamos como bagagem nas áreas citadas tem forte influência em nossa visão de mundo.

 

2. Cosmovisão naturalista. Diferentes cosmovisões predominam no mundo, e são elas que determinam o curso das coisas. Cada conceito, teoria, ideia ou mesmo atos derivam do modo como as pessoas estiveram sob a sua influência. É o princípio de causa e efeito. Não há como escapar. Já dizia certo erudito: “Somos aquilo que pensamos”. O pensamento ateu, por exemplo, agirá no mundo sob a perspectiva do ateísmo.

Para o nosso propósito, restringir-nos-emos, numa ponta, à cosmovisão naturalista, que hoje dá o tom no meio educacional, cultural, artístico e político. Ela não é nova. Vem desde o Éden. Mas a sua abrangência contemporânea tomou conta dos principais organismos internacionais e ocupa lugares estratégicos na formulação de políticas públicas na maioria dos países. A cosmovisão naturalista exclui qualquer possibilidade da existência de Deus – tudo é obra do acaso – e tornou-se mãe de todas as cosmovisões anticristãs existentes no mundo (1Jo 5.19).

3. Cosmovisão cristã. Na outra ponta, contudo, temos a cosmovisão cristã que, mediante a expansão do Cristianismo através dos séculos, tornou-se, com os seus valores, a base do sistema civil, jurídico, educacional, social e religioso do Ocidente. Cumpriu-se em sentido amplo o que Jesus pediu ao Pai em Sua oração sacerdotal (Jo 17.18).

Fomos enviados ao mundo de tal modo que a influência cristã seja percebida e vivida aonde quer que os seus princípios sejam anunciados. É, portanto, a cosmovisão cristã e a cosmovisão naturalista com as suas ramificações que travam os grandes embates pelas mentes no mundo contemporâneo.

 

Todas as atividades intelectuais devem sempre ser submetidas ao filtro da visão cristã de mundo para determinar quais delas estão aliadas às verdades das Escrituras e quais são suspeitas de serem inimigas.”   (John MacArthur)

 

II. EMBATES CARDEAIS

É natural que haja esses embates, porque a cosmovisão cristã é antagônica a tudo quanto o sistema mundano representa (1Jo 2.15). É como nadar contra a maré pecaminosa; é uma espécie de contracultura; é como os peixes na piracema, que precisam vencer a correnteza para a procriação. As principais batalhas se dão nas seguintes áreas:

1. Pavimento de cima versus pavimento de baixo. Esta é uma expressão empregada por alguns preciosos eruditos cristãos para definir o que a sociedade tenta impor à fé cristã. Seria algo para ater-se apenas ao pavimento de cima sem qualquer interferência no pavimento de baixo.

Em outras palavras, o mundo da fé não tem nada a ver com o mundo em geral e não pode ter nele qualquer ingerência. É assim que nos tratam quando buscamos mostrar que os valores da cosmovisão cristã valem “para todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares” (Fp 2.15).

Muitos de nós acabam por contribuir para que prevaleça essa visão seccionada, aceitando por viver a fé escondida em nosso biombo, recolhida às quatro paredes, exatamente como querem aqueles que nos empurram para o “pavimento de cima”. É óbvio que não somos do mundo, como bem preconizou Jesus (Jo 17.16). E não temos parte com o seu sistema maligno, mas as nossas ações se desenvolvem aqui mediante os valores do Reino de Deus.

 

2. Verdade versus relativismo. Outra área de embate é em relação à verdade. Para os defensores da cosmovisão naturalista e seus satélites, a verdade é particular, relativizada, não podendo ter caráter universal. Cada grupo social, ou mesmo indivíduos, enxergam as coisas de modo distinto de maneira que caracterizar a verdade como valor absoluto, para eles, é inconcebível (Rm 1.25).

Só que o próprio conceito da relativização da verdade, como afirmam os eruditos cristãos, acaba sendo um forte argumento em favor da verdade absoluta. Em que sentido? Ao defenderem que a verdade é relativa, particular, os adeptos da cosmovisão naturalista estão involuntariamente impondo o conceito como verdade absoluta, universal, o que, em suma, chega ao ponto que, como cristãos, defendemos: a verdade verdadeira, por assim dizer, é absoluta. Ela é referencial imutável, universal e eterno.

 

3. Valores versus escolhas. Por último, neste tópico, sem esgotar o assunto, se a verdade não é absoluta, como defende a cosmovisão naturalista, os valores que dela são oriundos não têm natureza universal. São fruto de escolhas pessoais. Exemplificando, o que é certo para você que me lê pode ser errado para o seu vizinho ou colega. E vice-versa. Depende da ótica de cada um.

Ou seja, nessa zona cinzenta não há lugar para o certo e o errado. Mas é nesse mundo que o Senhor nos pôs para testemunhar e defender a fé uma vez entregue aos santos (Jo 17.18-21; Jd 1.3).

 

Você precisa de uma visão alta de Deus, uma visão baixa do homem e uma visão gloriosa do Evangelho.” (Paul Washer)

 

III. DEFESA DA COSMOVISÃO CRISTÃ

Temos então uma implicação bastante séria quanto ao nosso compromisso. Evidenciar em nosso cotidiano os princípios que cremos, os quais formam a base e o conteúdo da cosmovisão cristã. Eles não podem restringir-se ao terreno teórico. Precisam ter correspondência prática em todas as áreas da vida.

1. A natureza da apologética. Aqui entra o que se convencionou chamar de apologética. Seja de forma oral, seja de forma escrita, é a defesa lógica e articulada das razões que sustentam a nossa fé. O vocábulo, tanto em sua forma verbal quanto em sua forma substantiva, aparece 16 vezes no Novo Testamento, sempre com esse sentido. Pedro alude ao termo com a mesma perspectiva, realçando que devemos estar preparados para o exercício apologético (1Pe 3.15). Não é só pregar, mas mostrar que a cosmovisão cristã faz sentido. Não é um salto no escuro.

 

2. A relevância da mensagem. Além da proclamação do Evangelho, a apologética implica, deste modo, em expor a relevância da mensagem bíblica para os dias contemporâneos com respostas claras, objetivas e lógicas aos desafios que o mundo enfrenta.

Nesse embate, temos de considerar o que a Escritura tem a dizer, por exemplo, sobre política, arte, cultura, economia, trabalho, vida, família e ciência em geral, de maneira que não percamos o nosso papel influenciador, ao invés de sermos influenciados pelo mundo.

 

3. Do “gueto” para o mundo. Este é o significado de duas metáforas que Jesus empregou no Sermão do Monte: sal e luz (Mt 5.13-21). Ambas nos remetem ao conceito da cosmovisão abrangente.

A primeira alude à terra; a segunda, ao mundo. Ambas significando a mesma coisa: a extensão da nossa presença e influência, onde o Senhor nos pôs para exercer a relevância cristã. O sal fora do saleiro dá sabor, preserva e traz equilíbrio. A luz fora da caixa ilumina, afasta as trevas e expõe. Viver a fé cristã recolhida ao “gueto” institucional tira toda a sua funcionalidade para a vida no mundo. Não há crente pela metade.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Fomos chamados para viver os valores da fé cristã no mundo, aonde quer que o Senhor nos conduza. Temos de ser como a garça, que dá o seu voo rasante sobre o mangue, mas as suas penas permanecem alvas. Nada justifica que não influenciemos o ambiente em que vivemos.

 

RESPONDA

1)        Em apenas uma frase, defina, de acordo com a lição, o que vem a ser cosmovisão.

2)        Cite apenas uma característica da verdade absoluta.

3)        O que, de fato, evidencia na prática a cosmovisão cristã?

 

VOCABULÁRIO

  • Antagônica: tudo o que se apresenta de forma contrária.
  • Contracultura: mentalidade dos que rejeitam e questionam valores e prática de determinada cultura.
  • Gueto: região ou bairro onde reside um grupo minoritário unido devido a circunstâncias sociais e econômicas.
  • Hostil: que manifesta inimizade, agressividade, próprio de inimigo, ameaçador.
  • Ingerência: Ato de intervir em ações, processos e/ou decisões cuja responsabilidade compete a terceiros.