Lição 13 – O Fariseu e o Publicano – A Atitude Certa na Oração

LIÇÃO 13

O FARISEU E O PUBLICANO – A ATITUDE CERTA NA ORAÇÃO

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Faça uma abordagem sintética das parábolas de Jesus nas quais ele usa dois personagens. Nesta história, Jesus compara a vida religiosa de dois homens. Um é feris eu, que se considerava justo por sua religião e por ser filho de Abraão; o outro, um publicano desprovido de méritos, seja religioso ou genealógico. Destaque nadasse o ato de orar, pois é sobre o momento de oração que Jesus dá ênfase quando mostra as duas personagens (Lc 18.10). Havia, diariamente, um período de oração associado aos sacrifícios da manhã e da tarde. Porém, as pessoas podiam ir ao templo a qualquer hora do dia para orar.

Jesus também menciona, na parábola, outras duas práticas (Lc 18.12):

Jejum: O jejum não era ordenado pela Lei mosaica, a não ser no dia de expiação nacional. Os fariseus, no entanto, também jejuavam nas segundas e nas quintas-feiras.

Dizimo: O fariseu dava o dízimo de tudo quanto ganhava Era uma prática dos fariseus do século dizimar de tudo quanto recebiam, não somente do salário.

 

PALAVRAS-CHAVE

Oração • Arrogância • Orgulho • Humildade

 

OBJETIVOS

  • Compreender por que a oração do fariseu foi rejeitada.
  • Descrever a diferença de atitude entre os personagens da parábola.
  • Perceber o perigo da arrogância espiritual.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Chegamos! Hoje é a última aula desse trimestre.  Na aula de hoje, leve alguns utensílios, como escova de dente, pente, gel etc.  A ideia é mostrar o que usamos para a preparação do nosso exterior. Após isso, pergunte aos alunos sobre como eles preparam o seu interior. A partir daí, fale sobre o valor da humildade diante de Deus.

 

RESPOSTAS DAS PERGUNTAS

1)      Por ter percebido a autoconfiança de alguns religiosos.

2)      Uma oração cheia de autocongratulações mostra alguém cheio de si

3)      Porque o publicano estava claramente convicto de seus pecados

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Jesus – O Amigo dos pecadores

Ninguém imaginaria isso: O Messias judeu foi chamado de “amigo de publicanos e pecadores”. É evidente que o objetivo dos seus adversários, em assim chamá-lo, era denegrir sua imagem e reputação. Acontece que esse título grudou em Jesus, e em vez de denunciá-lo, apenas serviu para mostrar seu interesse e misericórdia para com os que pecam.

Isso não significa que Jesus aprovou o pecado ou dele foi participante, claro que não. Tampouco que fez vistas grossas como se este fosse algo inofensivo. Como diríamos hoje, o tiro saiu pela culatra, e o que era para ser um apelido se tornou um título confortador do nosso Cristo que não veio para os perfeitos, senão para buscar e salvar os perdidos. Jesus era e continua sendo acessível para qualquer pecador. Quem dele se aproximar com o coração quebrantado sempre encontrará farta graça e salvação. A pior pessoa na pior das condições pode oferecer sua vida para Jesus e será aceito.

Todos nós estávamos irremediavelmente perdidos, mas Deus nos amou e enviou Seu Filho, não como juiz ou algoz, mas como nosso Salvador. A graça de Deus nos alcançou através de Jesus Cristo, o “amigo dos pecadores.”

Livro: “As Parábolas de Jesus”. (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos, 2018. Pág. 53)

 

LIÇÃO 13 – O FARISEU E O PUBLICANO – A ATITUDE CERTA NA ORAÇÃO

 

TEXTO ÁUREO

Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem Justos, e desprezavam os outros Lc 18.9

 

VERDADE PRÁTICA

Mais importante do que a oração é a atitude com que oramos.

 

Estudada em 23 de setembro de 2018

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Tg 4.10 O caminho para cima é a auto humilhação

Terça – Tg 4.6 Deus não reconhece figurões

Quarta – Ap 3.17 O orgulho é reprovado por Deus

Quinta – 2Co 13.5 O autoexame é uma pratica louvável

Sexta – Is 57.15 Deus habita no coração dos humildes

Sábado – Lc 14.11 Aquele que se exalta será humilhado

 

LEITURA BÍBLICA

Lucas 18.9-14

9     Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros:

10     Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.

11     O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano;

12     jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

13     O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!

14     Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.

 

Hinos da Harpa: 193 – 577

 

O FARISEU E O PUBLICANO – A ATITUDE CERTA NA ORAÇÃO

 

ORGANIZAÇÃO DESTA LIÇÃO NA REVISTA:

INTRODUÇÃO

III. CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA

  1. O fariseu Lc 18.10
  2. O publicano Lc 18.10
  3. A questão da oração Lc 18.11


II. LIÇÕES DA PARÁBOLA

  1. O orgulho atrapalha Lc 18.9
  2. Considere as outras pessoas Lc 18.11
  3. Valor do arrependimento Lc 18.13

 

III. CONCLUSÕES DA PARÁBOLA

  1. O perigo da teatralidade Lc 18.12
  2. Oração é mais que palavras Lc 18.11
  3. O publicano é justificado Lc 18.14

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Essa é uma parábola muito importante para mostrar o perigo da arrogância espiritual que ronda os cristãos. De todas as formas de arrogância, com certeza, essa é a pior de todas, pois traz Deus para a equação.

 

I. CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA

Jesus escolhe propositada- mente duas figuras, diferentes entre si, mas extremamente comuns e conhecidas do seu tempo, fazendo delas uma ponte para ensinar profundas verdades espirituais.

1. O fariseu. O nome fariseu significa “separado”. Juntamente com os saduceus e essênios, constituíam as principais seitas judaicas. Eles surgiram com um intento muito nobre, que foi resistir ao espírito do paganismo helênico que se manifestou no período grego. Então, inicialmente, os fariseus não eram repugnantes e legalistas como o Novo Testamento demonstra. Nenhum dos inimigos de Cristo foi tão intenso e declarado como os fariseus. João Batista já os havia confrontado duramente, chamando-os, inclusive, de raça de víboras (Mt 3.7). Contudo, foi o discurso de Mateus 23 que estabeleceu a grandeza do choque e da diferença entre eles e Jesus. Nesse capítulo, Jesus denuncia sua hipocrisia e orgulho pela maneira corno desprezavam a essência da lei e se apegavam a minúcias e práticas externas, esquecendo-se do mais importante. Alguns dizem que, ali, Jesus assinou a sua sentença de morte. Em geral, os detentores do poder não suportam ser desagradados.
O fariseu era aquele que, do ponto de vista da religiosidade, era irrepreensível; alguém que cumpria as normas e preceitos nos pequenos detalhes e que jejuava frequentemente, sendo zeloso ao extremo. O fariseu era alguém que, se olhado do lado de fora, era puro e corretíssimo. Porém, o coração deles não condizia com as suas palavras. Considerando-se os guardiões da pureza doutrinária, acabaram por se constituírem em uma aberração religiosa aos olhos de Deus. Esse perigo é real, ainda hoje. É possível amar prédios, estatutos, placas e costumes, e deixar de amar pessoas.

 

 2. O publicano. Os publicanos estavam a serviço dos dominadores imperiais. Em vez de nomear seus patrícios como oficiais, os romanos costumavam escolher pessoas do próprio povo conquistado, desde que pudessem oferecer alguma garantia. Em gerai, eram pessoas de posses, mas também sem escrúpulos, pois precisavam lucrar com sua profissão cruel. Assim, eram odiados tanto publicamente como particularmente.

Os publicanos, portanto, eram cobradores de impostos, fiscais da fazenda, odiados duplamente pelos seus compatriotas. Primeiro, porque cobravam impostos extorsivos, e ninguém gosta disso. Segundo, porque esse imposto era destinado aos romanos opressores. Assim, esses funcionários da fazenda eram considerados traidores do seu povo; e, para piorar, em geral, eles cobravam ágio, ou além do que deveriam, ficando com a diferença. Tudo isso os colocava numa situação oposta a dos fariseus, em termos de reputação.

3. A questão da oração. Um aspecto muito importante, nessa parábola, é a sua relação com a oração. Embora fale de dízimos e jejuns, a oração tem um destaque acentuado. O caráter do fariseu é revelado na sua oração. A oração dele só continha informações, como se Deus precisasse delas. Ele, na verdade, queria impressionar Deus. Sua oração foi desprezível, cheia de autoelogios e, igualmente, cheia de desprezo para com o próximo. Uma antiga versão diz que ele “orava de si para si mesmo”. Ou seja, sua oração foi apenas um monólogo cansativo. O fariseu não orou, tocou trombetas; ele não orou, aplaudiu a si mesmo; ele não orou, fez cócegas no próprio ego; ele não orou, olhou-se no espelho e cantou: “Grandioso és tu”. Como tem sido o conteúdo das nossas orações?

 

A igreja é primariamente um hospital para pecadores, e não uma vitrine para os santos.”

(T. Keller)

II. LIÇÕES DA PARÁBOLA

1. O orgulho atrapalha. O tema central da parábola é aquilo que é dito no versículo 9: a arrogância espiritual. Veja que a parábola é contada tendo como contexto o estado espiritual dos ouvintes, conforme relatado no início: “Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros” (Lc 18.9).

O fariseu se considerava melhor do que o publicano. Isso é arrogância. É possível vermos que hoje há muita carreira “solo” em nosso meio. A pessoa se acha superior e despreza os demais. Supondo-se especial, despreza o trabalho em equipe, isola-se e, não poucas vezes, insubordina-se. Nada é mais abominável aos olhos de Deus do que o orgulho.

 

2. Considere as outras pessoas. Devemos, sim, guardar princípios, mas precisamos amar pessoas. Nunca podemos esquecer que Jesus não morreu por princípios, mas para salvar pecadores. Morreu por pessoas. Devemos ou podemos ser zelosos por doutrina e corretos em nosso viver, mas precisamos proteger nossos corações, para não odiar quem pensa diferente ou idolatrar estatutos e normas. A intolerância era a marca registrada dos fariseus.

Os fariseus (e esse da parábola não era diferente) eram os “homens do livro”, mas não eram os homens das pessoas. É preciso cuidado para não se encantar com verdades religiosas e esquecer as pessoas. É interessante, e assustador, como algumas pessoas, ditas religiosas, são tentadas a valorizar mais as leis e manuais de conduta da denominação do que a Bíblia Sagrada, que manda corrigir com mansidão e brandura os que forem surpreendidos em algum delito (Gl 6.1). Alguns crentes, infelizmente, mais parecem os jogadores de pedra de João, capítulo 8.

 

3. Valor do arrependimento. O publicano estava claramente debaixo de grande convicção de pecado. Jesus não está fazendo apologia ao erro, mas dizendo que esse homem está arrependido. Ele nem mesmo ergue os olhos ao céu, tamanho o seu senso de indignidade. Ele batia no peito, como sinal de tristeza e, na sua oração, ele refere-se a si como “o pecador”, não “um pecador”. Ele também se coloca numa classe à parte, mas diametralmente diferente da do fariseu.

Nada tem a negociar ou oferecer em troca. Apenas pede misericórdia. Arrependimento é isso: dar-se conta de quem realmente é. Quem está arrependido, de verdade, não fica se comparando a ninguém.

Não existe atitude mental mais sabotadora do verdadeiro arrependimento do que a justiça própria e a presunção, e o fariseu da parábola estava cheio das duas.

Arrependimento no grego é metanoia, palavra que carrega a ideia de virar a mente do avesso, profundo pesar e um desejo radical de mudar.

 

III. CONCLUSÕES DA PARÁBOLA

1. O perigo da teatralidade. O fariseu se achava acima e melhor do que todos, inclusive desprezando o publicano ao seu lado. O problema dele não era o que ele fazia, mas o coração e a forma como fazia. Aquilo que o fariseu dizia acerca de si mesmo era rigorosamente verdadeiro, mas o espírito da sua oração era totalmente errado. Por exemplo, a lei mandava jejuar uma vez por ano, ele, todavia, jejuava duas vezes por semana. Mas seu coração estava longe de Deus. Suas orações eram performaticamente perfeitas, mas Deus sonda os corações e vê que seu interior estava cheio de empáfia e jactância. Religiosidade, se não brotar de um coração sincero, nada significa para Deus. Simples assim.

 

2. Oração é mais que palavras. Comparativamente, a oração do fariseu foi longa. Ele usou trinta e quatro palavras, ao passo que o publicano usa apenas sete. A oração dele é cinco vezes maior, mas ele por nada agradece, nada confessa, não adora e, principalmente, não há nenhuma consciência de pecado e dependência de Deus. O “deus” que esse homem adora é o orgulho. Na sua oração, ele se movia em um círculo, cujo centro era ele mesmo. Ele tinha um ego muito grande. Soberba e oração não podem jamais habitar conjunta mente o mesmo coração.

Uma oração pode ser longa, mas isso não significa que ela seja mais eficaz ou piedosa, pelo simples fato de ser longa. Jesus orou noites inteiras (Lc 6.12), mas também fez orações curtíssimas e igual mente poderosíssimas, como antes de ressuscitar seu amigo Lázaro (Jo 11.41 e 42). É fato que precisamos orar mais e continuamente, mas também é fato que oração tem tudo a ver com um coração que agrada a Deus. Algumas orações são apenas palavrórios (Mt 6.7), e outras, são desprezíveis como a oração de Tiago e João pedindo grandeza e superioridade sobre os demais (Mc 10.37).

 

3. O publicano é justificado. A forma como Jesus termina a parábola deve ter sido um choque para seus ouvintes. Sua posição foi paradoxal e surpreendente, talvez até inaceitável para alguns. Por permanecer cego diante das suas falhas e da sua pecaminosidade, o fariseu nada alcançou. Quanto ao publicano, a única oração que sai dos lábios desse homem é: “Deus, sê favorável, tem misericórdia de mim”. Sua oração, diferente da outra feita pelo fariseu, foi curtíssima e cheia de confissões. O negócio desse homem era com Deus; o do fariseu, com a sua própria reputação. Quando finalizou a parábola, Jesus não poderia ter sido mais chocante: “Porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.14).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Como tem sido nossas orações? Elas se parecem com a oração do fariseu ou do publicano?

 

RESPONDA

1)      Analisando o contexto, por que Jesus contou essa parábola?

2)      Explique a afirmação: “O caráter do fariseu é revelado em sua oração”.

3)      Porque o publicano, e não o fariseu, foi justificado?

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