Lição 10 – Atos 13 e 15 – A Primeira Viagem Missionária

Em Atos 13 e 15 há 52 e 28 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos presentes, Atos 13.1-15; 15.22-29 (5 a 7 minutos).
Estamos na segunda metade do livro de Atos, tendo como marco inicial a primeira viagem missionária de Paulo.
Vale destacar que, no capítulo 13 de Atos, há uma referência a Manaém, colaço de Herodes. O termo colaço faz referência a uma pessoa que pode ter sido alimentada pelo leite materno da mesma mãe (ou mãe-de-leite); ou, em sentido figurado, que seja um amigo íntimo a ponto de ser chamado de irmão. Este Manaém, ainda que tenha sido criado como irmão de Herodes, foi alcançado pelo Evangelho, chegando a ser um dos líderes da igreja em Antioquia.
Tendo Antioquia se tornado o novo centro da igreja primitiva, há quem afirme que esta também passa a representar uma rica fonte histórica para os registros de Lucas sobre o avanço da Igreja cristã, bem como das ações de Paulo no que tange à proclamação do Evangelho.

 

OBJETIVOS
• Dispor-se a pregar em todo o tempo.
• Descrever as lições aprendidas.
• Defender com brandura a verdade do Evangelho.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Por tratar-se da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, considera-se indispensável a utilização de um mapa bíblico, possibilitando a demonstração dos lugares por onde passaram proclamando o Evangelho:
Missão em Chipre – At 13.4-12
Missão na Galácia – At 13.13 – 14.28
De Pafos à Perge – At 13.13
Antioquia da Pisídia – At 13.14-52
Icônio – At 14.1-7
Listra – At 14.8-18
Volta a Antioquia – At 14.19-18

 

RESPOSTAS 
1) F
2) F
3) V

 

LEITURA COMPLEMENTAR
PRIMEIROS EVANGÉLICOS NO BRASIL
“Coube ao Brasil a honra de ter tido a realização do primeiro culto evangélico do atlântico sul, o que ocorreu em 10 de março de 1557, pelos primeiros cristãos evangélicos que aportaram no novo mundo. Nesta data, chegou ao Brasil a segunda expedição de colonos franceses, a fim de estabelecerem a França antártica em terras brasileiras. O culto foi dirigido pelo pastor calvinista francês (huguenote) Pierre Richier, na ilha de Villegaignon, na baía de Guanabara (RJ), lugar onde está localizada a Escola Naval da Marinha do Brasil, o estabelecimento de ensino militar mais antigo do País.
O vice-almirante francês Nicolau Durand de Villegaignon, comandante da primeira expedição, escrevera a João Calvino, líder da igreja reformada em Genebra, solicitando membros daquela igreja para estabelecerem aqui uma obra cristã nos moldes daquela, para se encarregarem da evangelização dos naturais da colônia e da catequese em geral. Calvino enviou 14 huguenotes, entre os quais dois pastores (Du Pont de Corguilleray, líder do grupo; e Pierre Richier, pastor e doutor em teologia) e um estudante de teologia, que serviu como cronista.
No culto citado, eles cantaram o salmo 5 (de melodia desconhecida hoje); em seguida, Richier fez a leitura bíblica (salmo 27.3,4), tendo proferindo um inspirado sermão. Todas as noites havia reuniões, onde oravam e pregavam a Palavra de Deus. Aos domingos, havia duas reuniões. A primeira Santa Ceia em terras brasileiras foi celebrada num domingo, em 21 de março de 1557.

 

PRIMEIRAS IGREJAS
Foi somente nos idos de 1810 que os cultos evangélicos passaram a ter caráter definitivo no Brasil, com a fundação da igreja Anglicana no Rio de Janeiro. A partir daí, outras denominações evangélicas foram organizadas, a saber:
Igreja Metodista (1835);
Igreja Luterana (1845);
Igreja Congregacional (1855);
Igreja Presbiteriana (1862);
Igreja Batista (1882);
Igreja Episcopal (1890);
Igreja Adventista (1895);
Congregação Cristã (1910);
Assembleia de Deus (1911).”
Livro: “História Centenária da Assembleia de Deus.” (Benjamim de Souza) Igreja- -mãe – Assembleia de Deus. Belém, 2011, Pág. 15 e 16)

 

Estudada em

 

LIÇÃO 10 ATOS 13 e 15 – A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA

Texto Áureo
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.” At 13.2

 

Leitura Bíblica Para Estudo Atos 13.1-15; 15.22-29

 

Verdade Prática
A resposta ao chamado do Espírito Santo deve ser pronta e imediata.

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. UMA OBRA GLORIOSA At 13.2-11
1. Obra do Espírito At 13.2
2. Abrangente At 13.4
3. Triunfante At 13.11

 

II. LIÇÕES DA PRIMEIRA VIAGEM
At 13.2-16
1. A urgência da tarefa At 13.2
2. O Evangelho desfaz as trevas At 13.12
3. A liderança na missão At 13.16

 

III. CONCÍLIO DE JERUSALÉM At 15.1-28
1. Salvação para todos At 15.1
2. Judaísmo versus Evangelho At 15.9
3. Dependência do Espírito Santo At 15.28

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Hinos da Harpa: 298 – 186

INTRODUÇÃO
O capítulo 13 inaugura a segunda metade do livro de Atos. Até aqui a base de operações era Jerusalém, tendo Pedro como principal líder. Agora, será Antioquia da Síria, e Paulo, o novo líder.

I. UMA OBRA GLORIOSA (At 13.2-11)
O serviço cristão, seja ele qual for, pode ser difícil e sofrido, mas é glorioso.

1. Obra do Espírito (At 13.2)
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
Essa é a primeira missão planejada e levada a efeito, não por indivíduos isolados, ou como fruto da perseguição, mas por representantes devidamente enviados e com uma igreja específica sentindo-se corresponsável. Tudo começa com o claro e inequívoco pronunciamento do Espírito escolhendo nominalmente duas pessoas que já serviam na liderança (v.2). É Deus quem chama para a obra Dele e ninguém deveria ir para o campo missionário sem o chamado do Espírito (At 20.28).
Muitas igrejas tomam decisões e querem que o Espírito as obedeça, por isso há tantos problemas. Aqui a igreja ouviu o Espírito Santo e o obedeceu. Não é possível fazer a obra de Deus sem a direção do Espírito. Ele continua falando. É necessário ouvir “o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7).

 

2. Abrangente (At 13.4)
“Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.”
A segunda razão que faz essa obra tão sublime e digna é sua abrangência e extensão. A mensagem do Evangelho não é algo restrito a um clã, a uma etnia ou a um povo. Por isso, no céu haverá representantes de todos os povos, nações e línguas (Ap 5.9). O Evangelho de Cristo é supra cultural, atemporal e multiétnico.
A igreja que começou em Jerusalém se espalhou em inúmeras cidades. Pelo menos quarenta cidades são citadas em Atos dos Apóstolos. Somente nessa primeira viagem, que durou aproximadamente um ano, igrejas foram plantadas na Ilha de Chipre (Salaminas e Pafos); Antioquia da Pisídia; Icônio; Listra; Derbe.

 

3. Triunfante (At 13.11)
“Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão.”
Morreu Herodes que tentara impedir o avanço da Igreja (12.20-33). Na sequência, temos a declaração sublime de que “a palavra do Senhor crescia e se multiplicava” (12.24). Nunca é bom se opor à obra de Deus. Ele sabe lidar com os opositores ao Seu modo, às vezes salvando, às vezes removendo do caminho.
De qualquer modo, a obra continua. Muitos veem a igreja como mera instituição sociológica e temem pela sua continuidade, mas a igreja nunca será extinta, nem vencida. Ela nasceu na eternidade no coração de Deus e, quando tudo terminar e não houver mais nenhuma instituição humana, a igreja estará com o Senhor. Ela é invencível. Aleluia!

 

Perguntaram a D. L. Moody sobre como começar um reavivamento na Igreja, e ele respondeu: “Acenda uma fogueira no púlpito.”

 

II. LIÇÕES DA PRIMEIRA VIAGEM (At 13.2-16)
O livro de Atos fornece o modelo para a Igreja contemporânea. Partindo disso, consideremos algumas lições que realçam a nobreza do ministério cristão e da pregação das boas novas.

1. A urgência da tarefa (At 13.2)
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
A urgência do Espírito Santo para aquela obra evangelizadora é inquestionável. Vejamos que a expressão usada é “separai-me, agora”e não “depois” ou “amanhã”. Não são poucos os que vivem a procrastinar o que sabem ser a direção e a vontade de Deus para a sua vida. Quem nunca ouviu expressões do tipo “quando me aposentar, então…”, “quando terminar a faculdade, daí…”, “quando as coisas melhorarem…”. Quando adiamos e deixamos para depois as coisas de Deus, nossa vida se apequena, murcha e falta-nos satisfação. Evangelização, discipulado e missões não são para quando der. Jesus disse que a obra precisa ser feita “enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9.4).
Compromisso com o Reino, santidade e envolvimento na obra não são para amanhã. Muitas coisas na Bíblia têm o signo da urgência. Um exemplo são as palavras de Jesus para Zaqueu: “Desce depressa” (Lc 19.5). Que resposta daremos ao clamor do Espírito: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?’ (Is 6.8).

 

2. O Evangelho desfaz as trevas (At 13.12)
“Então, o procônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor.”
O Evangelho é o poder de Deus e, aonde chega, triunfa sobre as trevas. É comum, quando vidas estão sendo alcançadas através da verdade, o adversário criar resistências. Mas ninguém pode resistir ao poder de Deus. No confronto com o mal, não há o que temer.
Em Pafos, os missionários sofrem a oposição de um tal Bar-Jesus (“filho de Josué” em aramaico), um feiticeiro que acompanhava o procônsul Sérgio Paulo. Era uma prática comum (infelizmente ainda é) de alguns governantes terem astrólogos particulares no seu séquito. Seu nome significava “filho da salvação”, mas Paulo o chamou de “filho do diabo”. Há muito filho do Diabo por aí travestido de filho de Jesus, atrapalhando a obra de Deus. Receoso em perder sua fonte de renda, esse falso profeta tentou afastar Sérgio Paulo da fé. Revelado o caráter do mágico, o texto diz que “o procônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor” (13.12).

 

3. A liderança na missão (At 13.16)
“Paulo, levantando-se e fazendo com a mão sinal de silêncio, disse: Varões israelitas e vós outros que também temeis a Deus, ouvi.”
A primeira viagem missionária marca a mudança do nome hebraico Saulo para o nome grego Paulo. Certamente, diante da entrada definitiva no mundo romano, Paulo percebeu que o nome latino lhe criaria mais acessos naquela cultura. Mas não é apenas o nome que muda, a liderança da missão também é transferida a ele. Se antes, o nome em evidência era o de Barnabé, agora será o de Paulo. Ele soube esperar seu tempo.
Que fique o alerta e o exemplo de Barnabé que, sem queixas, aceita passar ao segundo plano, desde que a obra de Deus fosse feita. Que caráter admirável o de Barnabé. Líderes autocráticos e insubmissos causam males por onde passam. Não são poucos os ministérios centrados em uma pessoa, à revelia da autoridade local da igreja.

 

 

III.CONCÍLIO DE JERUSALÉM (At 15.1-28)
O capítulo 15 de Atos dos Apóstolos é conhecido como uma espécie de “Carta Magna da Cristandade”. Essa é a razão porque o capítulo 15 é um dos capítulos mais importantes do livro de Atos.

1. Salvação para todos (At 15.1)
“Alguns indivíduos que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos.”
O Concílio de Jerusalém, o primeiro da história da igreja, estabeleceu importantes definições
no que diz respeito à salvação dos perdidos. A grande discussão era a possibilidade ou não dos não- -judeus (gentios) serem salvos mediante a fé, pela graça, sem a necessidade de cumprir a lei de Moisés.
Com o sucesso da obra missionária e a entrada em grande número dos gentios na fé, surgiu um grupo, provavelmente vindo dos fariseus convertidos, ensinando que a salvação dependia da circuncisão e da observância à Lei de Moisés.
O assunto, pela sua seriedade, tomou uma dimensão tal que foi preciso reunir os líderes da igreja-mãe em Jerusalém para deliberarem a respeito. Não era uma questiúncula. Se a salvação dependesse da circuncisão e demais observâncias da lei, segue-se que a obra de Cristo não foi completa. Os apóstolos entenderam que a aceitação dessa tese implicaria no fim do Evangelho da graça e sua transformação em mera seita judaica. Mais tarde, Paulo é claro na carta aos Gálatas: “Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará” (Gl 5.2).

 

2. Judaísmo versus Evangelho (At 15.9)
“E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração.”
A partir daqui (cerca de 20 anos após o Pentecoste) os caminhos do judaísmo e do Evangelho
vão se separar. O grande problema percebido de imediato por Paulo e Barnabé é que o evangelho pregado pelos judaizantes não era apenas distorcido ou corrompido, mas “outro evangelho”, ou seja, um evangelho sem vínculo com Cristo. Se a lei fosse necessária, então a obra de Cristo não fora completa. O apóstolo teve profundo discernimento espiritual.
Essa tensão ainda durou muito tempo e a igreja primitiva só se viu livre da persuasão dos judaizantes a partir do ano 70 d.C., quando o general romano Tito destruiu o templo e dispersou os judeus. Estranhamente, parece haver, hoje, uma tendência, por parte de alguns líderes religiosos, de adotarem práticas descritas no Antigo Testamento e comuns aos judeus e não aos cristãos. É uma espécie de “judaização da igreja”. Parece que não entenderam o que houve em Atos 15.
Estejamos alertas. Cristo é suficiente. Como bem lembrou Myer Pearlman: “A Lei diz: ‘Faça isso, e viverá’. O Evangelho diz: ‘Receba a vida, e faça’. A Lei diz: ‘Pague!’ O Evangelho diz: ‘Está pago!”. Tudo foi consumado. Quem retrocede, piora.

 

3. Dependência do Espírito Santo (At 15.28)
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais.”
Chama-nos a atenção a submissão daqueles convencionais à supervisão do Espírito Santo. Quantas reuniões nas quais, às vezes, a carnalidade humana aflora em forma de brigas, ameaças e vaidades eclesiásticas do tipo “meu campo é maior que o seu”, ou “quem manda aqui sou eu”.
A resolução apresentada pelos líderes contou com a aprovação e parceria do Espírito Santo, a ponto de eles escreverem que “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…” (v. 28). Podemos afirmar isso de nossas convenções e reuniões administrativas? Que fique a lição de como as coisas de Deus precisam ser tratadas com temor, seriedade e oração. Quando o Espírito de Deus age, não há donos de campos, nem senhores de denominações, nem caciques ou estrelas. Há apenas servos querendo o melhor para o Reino de Deus. Amém!

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Ao longo de toda a sua história, a Igreja lutou contra distorções da fé verdadeira e contra tentativas de acréscimos de elementos não cristãos ou anticristãos à sua fé e prática. Esta luta agora é nossa.

 

 

RESPONDA

Marque “V” (verdadeiro) e “F” (falso) nas afirmações abaixo:
1) A obra de Deus não é algo tão urgente assim; afinal, quando Deus quiser pode salvar qualquer um sem nossa ajuda.

2) Vivemos hoje num mundo tecnológico e extremamente avançado, não sendo mais tão necessário assim ouvirmos o Espírito Santo.

3) Nesta lição aprendemos que a única coisa necessária para a salvação do pecador é a fé em Cristo.