Lição 1 – Família, Uma Instituição Divina

LIÇÃO 1 – FAMÍLIA, UMA INSTITUIÇÃO DIVINA

 

TEXTO ÁUREO
“E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.” Gn 1.28

 

VERDADE PRÁTICA
A família é a única instituição criada por Deus antes do pecado entrar na Terra.

 

DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda- Gn 1.27 A família à imagem de Deus
Terça – Gn 3.1 A família não deve dar ouvidos ao mal
Quarta – Gn 3.15 Plano de salvação para a família
Quinta – Gn 4.4 Amar, educar e proteger
Sexta – Gn 4.26 Invocar o nome do Senhor
Sábado – Gn 12.1 Família, canal de bênçãos

 

LEITURA BÍBLICA Gênesis 1.26-28

26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.

 

Hinos da Harpa: 107 – 400

 

FAMÍLIA, UMA INSTITUIÇÃO DIVINA

 

INTRODUÇÃO

 

I. ORIGEM DA FAMÍLIA
1. A primeira instituição Gn 1.26,27
2. A primeira família Gn 1.28
3. O pecado e suas consequências Gn 3.1-2

 

II. FINALIDADES DA FAMÍLIA
1. Companheirismo Gn 2.20,23
2. Realização mútua Gn 1.28
3. Geração e educação de filhos Sl 127.3

 

III. PROPÓSITOS PARA A FAMÍLIA
1. Crescimento pessoal Lc 2.52
2. Cultuar a Deus Gn 4.26
3. Canal de bênção Gn 12.1-3

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

 

INTRODUÇÃO
A família é a mais importante instituição criada por Deus para a formação e equilíbrio da sociedade. O núcleo familiar, formado basicamente de pais e filhos, é o responsável primordial pela forma como vemos o mundo. É através da família que o plano de Deus se manifesta para a humanidade (Gn 12.3).
Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de tratar de alguns temas que são extremamente relevantes para compreendermos a importância e os desafios deste plano divino.

 

 

I. ORIGEM DA FAMÍLIA
A família tem origem no coração de Deus e foi por Ele instituída.

1. A primeira instituição.

“No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia…” (Gn 1.1,2). Assim Deus começa a descrever o processo da Criação. Em seguida, registra a criação de todas as espécies de animais e vegetais, afirmando que Deus viu que “tudo” era bom (Gn 1.12).
Para refletir a imagem e semelhança de Deus, do barro foi feito o homem, posteriormente seguido da mulher, que foi tirada do próprio homem (não do barro, mas da costela) por uma ação exclusiva de Deus (Gn 1.26,27).
A espécie humana obviamente não foi um mero capricho do Criador. Antes de tudo ganhar forma e vida, todas as coisas haviam sido criadas em Seu Filho, o Primogênito de toda a Criação (Cl 1.15,16). Através de Cristo, todas as coisas, as visíveis e as invisíveis, nasceram visando ao cumprimento de um plano divino muito maior estabelecido por Deus desde a eternidade.
A família é a unidade social mais antiga da humanidade. E a partir de todos os fatores que envolvem sua criação e funcionalidade, ganha merecidamente o posto de “base da sociedade”, um local de proteção e cuidado humano por excelência.

 

2. A primeira família. Deus idealizou a família e, ao criar homem e mulher, determinou-lhes: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” (Gn 1.28). Deus já havia criado Adão, mas viu que não era bom que ele estivesse só. Assim, de sua costela, criou-lhe uma companheira para auxiliá-lo (Gn 2.18). Tirada do seu lado, para ser sua auxiliadora, não de sua cabeça ou de seus pés (Gn 2.22). E dentro desta perspectiva, Deus instituiu a união entre o homem e a mulher como pré-requisito para a constituição da família.
Ao instituir a família, Deus teve como objetivos primordiais que o homem não estivesse só e também a propagação do gênero humano sobre a Terra. O casamento não é somente uma constituição legalista humana, é principalmente uma instituição divina, conforme o ordenamento do Senhor: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24). Foi fundamentada como estrutura social, mas também servia como uma prefiguração da Igreja, a família de Deus (Ef 2.19). A família é a única instituição criada por Deus antes do pecado entrar na Terra.

 

3. O pecado e suas consequências.
O pecado é a origem dos males que assolam a humanidade, especialmente a família. A vida conjugal de Adão e Eva era perfeita, posto que sem pecado, mas Satanás, com o intuito de ofuscar o Plano de Deus, enganou a Eva, que comeu o fruto que fora proibido por Deus. Ela depois ofereceu a seu marido, que comeu deliberadamente, caindo ambos em transgressão (Gn 3.1-2; 1Tm 2.14).
Após a desobediência, graves consequências caíram sobre o casal e sobre a Terra como manifesto da condenação divina (Gn 3.16-24):
a) O homem foi condenado a obter o seu sustento a partir da fadiga e suor do seu rosto.
b) A mulher sofreria a multiplicação das dores de parto; e seria submetida ao homem, inclusive o seu desejo.
c) A terra iria produzir espinhos e abrolhos; e tornou-se maldita.

 

 

II. FINALIDADES DA FAMÍLIA
Vamos refletir sobre as principais atribuições que sustentam a família e, portanto, a sociedade:

1. Companheirismo.

Assim que Adão viu Eva, ele se alegrou, pois também tinha um par e reconheceu que ela era “osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2.233-
O homem foi constituído por Deus para ser o líder de sua família, cabendo-lhe o papel de instrutor espiritual do seu núcleo familiar. À mulher, cabia o papel de auxiliar o homem na administração do lar. Aliás, no Éden, o homem não precisaria de uma esposa sem opinião e sem iniciativa; precisaria, sim, de uma “auxiliadora que lhe fosse idônea”, tal como Deus o prescreveu (Gn 2.20).
Na narrativa bíblica vemos muitos casais que souberam obedecer aos princípios divinos e foram felizes, apesar das lutas, erros e acertos cometidos. Eles permaneceram juntos, o homem ao lado da mulher da sua mocidade, até o fim: Abraão e Sara (Gn 12-23), Jacó e Raquel (Gn 29), Boaz e Rute (Rt 3,4), Elcana e Ana (ISm 1), José e Maria (Mt 1.18-25), Áquila e Priscila (At 18.26).

 

2. Realização Mútua.
Além do companheirismo, ao homem e à mulher, foi dada a expressão do amor também através do relacionamento sexual. O sexo, não é consequência do pecado. Antes da Queda, Deus os abençoou e ordenou que fossem fecundos e enchessem a terra (Gn 1.28). Mas, o plano divino é que o homem beba água apenas do seu manancial, que ambos sejam fiéis um ao outro (Pv

5.15-20). O investimento de manter-se puro antes do casamento, e se manter fiel um ao outro dentro dele, se coloca como uma muralha de proteção e bênção (Hb 13.4).
Há quem entenda que o sexo seja somente para a procriação, mas fica evidente, na Bíblia e na vida, que esse não é o caso. Observe:
a) Casais que não podem gerar filhos. Vemos muitos exemplos, na Bíblia e ainda hoje, de casais que não conseguem gerar filhos, mesmo com todo o avanço da medicina. Mas a intimidade e a realização mútua dos dois, essa é para ser gozada por toda a vida.
A Bíblia, por exemplo, não menciona filhos na vida de Áquila e Priscila, ou da juíza Débora e seu esposo Lapidote. A própria Débora se levanta em seu cântico “por mãe em Israel” (Jz 5.7). Deus a levantou como mãe de uma nação, embora tudo indica que ela não tivesse filhos do seu próprio ventre.
Com certeza, tudo que puder ser feito para ter um filho deve ser contemplado, inclusive a adoção. E, embora filhos sejam importantes, eles um dia deixam pai e mãe. A essência de um casamento é o casal que, unido em amor, pode sim ser levantado como pai e mãe de muitos, pelo seu amor e dedicação um ao outro e a Deus.
b) Gozar a vida com a mulher da tua mocidade (Ec 9.9). Depois da meia idade, mulheres já cessam seu “costume” (deixam de ovular) e já não podem gerar filhos. Nem por isso um casal vai parar de se relacionar sexualmente. O texto fala de um casal que, estando junto desde a mocidade, mas já maduros, gozam da sua porção sobre a Terra. Isto significa essa realização mútua proporcionada por um relacionamento de intimidade sexual e companheirismo.

 

3. Geração e educação de filhos.
Os filhos são herança do Senhor (SI 127.3). Uma bênção a ser valorizada e cuidada com todo o nosso empenho e amor.
Muitos pais acham que suas obrigações se resumem apenas em prover o sustento dos filhos, esquecendo-se de que Deus outorgou-lhes a responsabilidade do cuidado e da preservação de todos os que lhes foram confiados (Gn 5.4). Não basta colocar filhos no mundo. Mas, acima de tudo, amá-los, educá-los e protegê-los. Vemos grandes homens, como o sacerdote Eli e o rei Davi, que falharam como pais (1Sm 2.22-29). Atalia e Herodias foram péssimos exemplos de mães (2Rs 11.1; Mt 14.8). Mas também temos bons exemplos nas seguintes pessoas: Abraão (Gn 21a 24); Zacarias (Lc 1.5.25); Joquebede (Êx 2.1-5); Eunice e Loide (2Tm 1.5).
Que os exemplos ruins da Bíblia e da vida, nos sirvam de alerta e que os bons exemplos nos inspirem e deem forças para prosseguir amando nossos filhos venha o que vier.

 

 

III. PROPÓSITOS PARA A FAMÍLIA
Ao estabelecer a família. Deus queria fazer desta um núcleo de bênçãos, tanto aos seus membros como para toda a Terra.

1. Crescimento pessoal
A convivência familiar no temor do Senhor nos coloca nas circunstâncias ideais para o crescimento pessoal. Na família, nosso caráter é formado e nela, aprendemos a praticar virtudes como o amor, a humildade, a paciência, a bondade e a mansidão. Aprender a responsabilidade, a disciplina, o domínio próprio, a submissão, o serviço e respeito ao próximo. Aprender a perdoar, confessar, suportar, negar a nós mesmos. Exercer autoridade com amor, corrigir com espírito de brandura, sofrer com dignidade e vencer com gratidão a Deus. Exercitar a prática da oração perseverante e a confiança em Deus.
O lar é a melhor escola de formação para cônjuges, pais e filhos. Deus utiliza a convivência familiar, no nosso lar e na “família de Deus”, mais do que qualquer outra coisa, para transformar o nosso caráter à semelhança de Jesus Cristo (Ef 4.13-16).

 

2. Cultuar a Deus
Embora Deus tenha providenciado o Éden como um local seguro e com todas as provisões para a primeira família, esta não considerou as orientações divinas e pecou contra o Criador (Gn 2.18). O resultado desse ato consciente e premeditado, que interrompeu o relacionamento e a comunhão com Deus, ainda hoje se reflete nas famílias em todo o mundo.
Por cerca de 235 anos da vida de Adão, não houve menção alguma de adoração a Deus; porém, no ano em que nasceu Enos, “daí se começou a invocar o nome do SENHOR” (Gn 4.26). Demoraram muito para voltarem a cultuar a Deus. Descobriram, enfim, que o Senhor é abrigo seguro e fonte de bênçãos; e que adorá-lo é o meio para afastar o Inimigo, estancar o mal e tornar sem efeito a sua ação destruidora. Na Bíblia, há o registro de várias famílias que, unidas, cultuavam a Deus (Gn 35.2,3; Js 24.15; 1Sm 1.19; At 10.2).

 

3. Canal de bênção.
Quando a Terra se encheu de violência e maldade, Deus separou uma família que temia ao Seu nome e andava com Ele; e, através dela, deu à humanidade um novo começo com a plenitude da Sua bênção (Gn 6.8- 13). Séculos depois, Deus escolheu Abraão e sua família como canal de bênção para toda a humanidade (Gn 12.1-3). Abraão tornou-se “o pai de todos os que creem”, os que agora são parte da família de Deus e, como ele, canais de bênção ao mundo (Rm 4.11-17).

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A família é uma instituição divina. Façamos a nossa parte a fim de promover a edificação e o fortalecimento da mesma, para ser sempre um verdadeiro canal de bênção ao mundo.

 

RESPONDA
1) De que forma se dá o plano de Deus para a humanidade?
2) Como a família gera crescimento pessoal?
3) Quem Deus visou beneficiar ao estabelecer a família?