Lição 2 – O Batismo com o Espírito Santo

O TESTEMUNHO HISTÓRICO DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
“Ao avaliarmos historicamente a experiência do batismo com o Espírito Santo, encontramos grupos que ensinam que se trata de uma experiência isolada, ocorrida apenas no primeiro século da igreja. Mas a história mostra o contrário.
No segundo século temos o grupo conhecido como Montanistas, seguidores de Montano, convertido ao cristianismo em meados do século II (160 d.C.).
Irineu, bispo de Lyon, na Gália (130 – 200 d.C.), declarou que no seu tempo muitos cristãos falavam em línguas estranhas pelo Espírito e possuíam dons, inclusive o de profecia. Neste mesmo período, Justino Mártir (100 – 165 d.C.), registrou em seus escritos os dons espirituais em evidência nos seus dias, incluindo “línguas estranhas” pelo Espírito Santo. Outro teólogo, Orígenes (185 – 254 d.C.), afirmou que os dons espirituais, inclusive o de línguas, era um fato notório nos seus dias.
Na idade média, em plena ‘era das trevas’ temos o testemunho dos Valdenses e dos Albigenses (1140 – 1280). Eram dissidentes da Igreja Romana, mas fiéis seguidores dos princípios bíblicos da salvação e da vida em santidade. Na Alemanha temos os anabatistas (1521 – 1550) e na França os huguenotes (1560 – 1650). Em todos eles ocorreram manifestações sobrenaturais do Espírito, incluindo o falar em línguas.
No período da Reforma Protestante há registros históricos que o monge Martinho Lutero (1483 – 1546) “falava em línguas” e profetizava, conforme o depoimento de Jack Deer, eminente professor e historiador batista, do Seminário Teológico de. Dallas.
A trajetória cristã foi marcada por uma fase denominada de “períodos dos grandes avivamentos”, com destaque para os metodistas ingleses liderados por John Wesley (1703 – 191), Edward Irving (1822 – 1834) na Escócia, D L. Moody (1837 – 1899) e muitos outros.”
Livro: “O nó teológico do Batismo com o Espírito Santo” (Isaías Rosa. Editora letra Moderna – Blumenau, 2009, Pag. 39 e 40)

 

LIÇÃO 2 – ATOS 2 – O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Texto Áureo
“Todos ficaram cheios do Espirito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” At 2.5

 

Verdade Prática
O batismo com o Espírito Santo é uma promessa e um presente para todos os crentes, indistintamente.

 

Estudada em 11 de outubro de 2020

 

Leitura Bíblica Para Estudo Atos 2.1-21

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. O QUE É BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
1. É a promessa do Pai At 2.17.
2. É um revestimento de poder At 2.4
3. É obra exclusiva de Jesus At 2.33

 

II. O QUE NÃO É BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
1. Não é a conversão At 2.38
2. Não é indefinido At 2.4
3. Não é restrito ao passado At 2.39

 

III. COMO RECEBER?
1. Fé At 2.39
2. Oração At 2.1
3. Tempo de Deus At 2.2

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 24 – 358

 

INTRODUÇÃO
O que é o batismo com o Espírito Santo? Qual a sua relevância para os dias em que vivemos? A quem se destina? Qual a sua finalidade? Como receber essa dádiva divina? Essas são algumas perguntas abordadas pela presente lição.

 

I. O QUE É BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
A expressão “batizar com o Espírito Santo” aparece quatro vezes nos Evangelhos e duas vezes no livro de Atos dos Apóstolos (Mt 3:11; Mc 1:8; Jo 1:33; Lc 3:16; At 1:5; 11:16; 1Co 12.13).

l. É a promessa do Pai (At 2.17)
“E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos”
O Senhor Jesus chamou o Batismo no Espírito Santo de “Promessa do Pai” (Lc 24.49; At 1.4). E por que assim o fez? Os profetas predisseram essa maravilhosa dádiva celestial à Igreja de Cristo na face da Terra. Dessa promessa, falaram: Salomão (Pv 1.23), Ezequiel (Ez 39.29), Isaías (Is 28.11,12 e 44.3), Joel (Jl 2.28,29), João Batista (Lc 3.16) e também Jesus Cristo — o Filho de Deus (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
Ao estudarmos essas referências e Atos 2.17, fica claro que o Senhor está prometendo um derramamento geral do Espírito. Pedro, inclusive, faz essa conexão no dia de Pen- tecostes, relacionando o ocorrido com a profecia de Joel.
Esse derramamento do Espírito seria um aspecto tão distintivo do início de um novo tempo ou época que Paulo, apóstolo, descreve essa nova era como “o ministério do Espírito” (2Co 3.8). É claro que isso não significa que o Espírito Santo não existia ou agia antes. O Espírito Santo é Deus e, portanto, eterno. Mas sua ação hoje é muito mais abrangente.

 

2. É um revestimento de poder (At 2.4)
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.”
Jesus mesmo afirma isso. “Mas recebereis poder…” (At 1.8). A palavra grega é dunamis. Daí vem as palavras “dinâmica”, “dinamite” e “dínamo”, que tem o sentido de energia constante, força e poder.
O poder mencionado e prometido por Jesus não é para engrandecimento ou promoção pessoal, mas para testemunhar do Seu Evangelho. É para o servir. É autoridade ou capacitação para a missão, e não significa um designativo ou certificado de santidade ou superioridade em relação a ninguém:
Todo poder referente à obra de Deus será sempre para o serviço, para o trabalho, para o engrandecimento e promoção do reino, e não para envaidecimento de ninguém. Peca quem se acha superior porque foi batizado com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é um revestimento de poder para o eficiente serviço a Deus (At 1.8; 2.11-13).

 

3. É obra exclusiva de Jesus (At 2.33)
“Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.”
O batismo com o Espírito Santo é obra graciosa de Jesus. É para todos, é de graça, é um presente.
A virtude está em quem dá: Jesus. Esse ponto é muito importante: o batizador com o Espírito Santo é Jesus. João deixa isso claro quando diz que a sua tarefa era extremamente inferior à de Jesus: “Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” (Mc 1.8).
Em outras palavras, assim como João é chamado de “o Batista” ou “o Batizador”, porque a característica do seu ministério era batizar com água, Jesus também é chamado de “o Batista”. A palavra é a mesma. Com a diferença que, enquanto o elemento usado por João era a água, o de Jesus seria o Espírito Santo.
“Nenhum recurso humano ou material substitui o revestimento de poder do Espírito”

 

II. O QUE NÃO É BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Lamentavelmente, alguns equívocos são comuns sobre o batismo com o Espírito Santo. Vejamos três deles.

1. Não é a conversão (At 2.38)
“Respondeu-lhes Pedro: Arre- pendei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.”
Batismo com o Espírito Santo não é a mesma coisa que regeneração ou novo nascimento. E indiscutível que cada cristão autêntico teve uma experiência com o Espírito desde os primeiros momentos de sua conversão, caso contrário não seria cristão, pois ninguém pode sê-lo sem a atuação do Espírito. Não há conversão sem a ação do Espírito de Deus. É o Espírito quem nos torna cristãos. Todos os que têm o Espírito de Deus são filhos de Deus, e todos os que são filhos de Deus têm o Espírito de Deus (Rm 8.9).
Batismo com o Espírito Santo, no entanto, é uma experiência distinta, e várias passagens em Atos
dos Apóstolos corroboram este fato. Vejamos:
a) Os apóstolos receberam o batismo com o Espírito Santo em Atos 2, mas eles já tinham o Espírito Santo, conforme João 20.22;
b) Os samaritanos que já tinham recebido a Palavra de Deus e sido batizados nas águas receberam o batismo com o Espírito Santo somente após a oração dos apóstolos (Atos 8.12-17);
c) Os discípulos de Éfeso (At 19.1-6) haviam crido no Evangelho, mas ainda não haviam sido batizados no Espírito Santo; aliás, nem sabiam sobre essa doutrina.
Em suma, eis o mais importante: batismo com o Espírito Santo é uma experiência diferente da regeneração, muito embora as duas possam ocorrer ao mesmo tempo. Logo, incorre em erro quem coloca o batismo com o Espírito Santo como condição, requisito ou evidência da salvação. Muitos cristãos autênticos e verdadeiramente salvos ainda não foram batizados no Espírito Santo, mas isso não os torna inferiores ou menos salvos.

 

2. Não é indefinido (At 2.4)
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.”
O batismo com o Espírito Santo não é uma experiência qualquer que uma pessoa tem ou teve em um culto, vigília ou consagração, sem que o perceba. O batismo com o Espírito Santo é uma experiência na qual a pessoa é revestida e cheia do Espírito de Deus, com a evidência clara cuja a mais frequente é a de falar em línguas.
Várias coisas ocorreram no dia de Pentecostes, quando o Espírito veio sobre todos os que estavam reunidos (som como de um vento impetuoso, línguas como de fogo etc.), mas a que se repete em diversas ocasiões é o falar em línguas (Atos 2.4; 10.46; 19.6).
Vai além de ter sentido a presença de Deus de modo intenso numa reunião de oração, ou sentido uma grandiosa alegria, comoção, ou mesmo caindo ao chão.

 

3. Não é restrito ao passado (At 2.39)
“Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.”
Não podendo negar a experiência do batismo no Espírito Santo ocorrida no livro de Atos, alguns, conhecidos como cessacionistas, afirmam que o batismo, as línguas, bem como os dons de um modo geral, foram unicamente para os primórdios da Igreja e, assim, cessaram junto com os dias apostólicos. Ledo engano. Lamentavelmente, vivemos hoje uma efervescência dessas idéias já há muito combatidas pelos nossos pioneiros.
É necessário alertar para um inegável processo de “despentecostalização” que vivemos hoje em muitas igrejas pentecostais. Daí a importância de estudarmos esse importante e caro tema.
Não encontramos nada nas Escrituras Sagradas que prove ser o batismo no Espírito Santo uma experiência restrita à Igreja Primitiva. Ao contrário, a Bíblia e a própria experiência demonstram a plena atualidade da promessa (At 2.39; Mc 16.17). Isso também pode ser facilmente comprovado nos muitos momentos de avivamento ocorridos na história da Igreja.

 

III.COMO RECEBER?
É evidente que existem algumas condições para o recebimento da bênção do batismo com o Espírito Santo. Mas duas coisas precisam ser ditas, inicialmente: a primeira é que o batismo é para todos os salvos; a segunda é que há uma enorme (e quase sempre inútil) lista de “passos” e “fórmulas” que mais atrapalham que ajudam. Mencionaremos três condições bíblicas.

1. Fé (At 2.39)
“Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.”
Tudo que recebemos de Deus é pela fé e tem como fonte a Sua graça inexplicável (Hb 11.6), O batismo com o Espírito Santo não é
diferente. Muitos não o recebem porque simplesmente não creem.
Há uma quantidade enorme de crentes que são doutrinados para crer que essa experiência não é importante, nem necessária, que já foi recebida na conversão, que é apenas fraude exibicionista ou até mesmo algo maligno. Isso cria bloqueios e impede os crentes de receberam essa dádiva celestial inestimável (At 5.32),
O ato de confiar na Palavra de Deus e nesta promessa nos leva ao batismo com o Espírito Santo.

 

2. Oração (At 2.1)
“Ao cumprir o dia de Pentecostes estavam todos reunidos no mesmo lugar.”
Também é fato que em todas as ocasiões onde temos o derramar do Espírito Santo em Atos dos Apóstolos, os presentes estavam em oração (At 1.14; 2.1; 9.17; 19.6) ou ouvindo a pregação da Palavra (At 10.44).
Um ambiente de oração e louvor sincero é mais importante do que os “métodos” e “fórmulas” de pretensos batizadores, os quais parecem achar que são eles, e não Jesus, quem batiza com o Espírito Santo. Então, a melhor coisa a dizer a alguém que queira essa experiência é: Ore e confie!

 

3. Tempo de Deus (At 2.2)
“De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados.”
Lição 2 – O Batismo com o Espírito Santo
Por último, considerando que o recebimento dessa promessa acontece no tempo de Deus, é importante a perseverança na busca. No caso de Atos dos Apóstolos, eles esperaram 10 dias (e se tivessem desistido antes?). Mas quando chegou o dia de Pentecostes, todos estavam lá, em oração.
Não há regras aqui. Alguns recebem simultaneamente com a decisão por Jesus; outros, antes ou na ocasião do batismo em águas; e outros ainda esperaram anos. O importante é continuar buscando e desejando (Lc 11.9-13). Se você ainda não recebeu, não desanime. Persevere! A promessa é para você também (At 1.14).

 

APLICAÇÃO PESSOAL
O Batismo com o Espírito Santo, prometido por Jesus, não é um luxo, mas uma necessidade premente de cada testemunha de Jesus. Não existe nada que possa substituí-lo. Você já o recebeu? Vamos receber agora?

 

RESPONDA
1) Mencione uma experiência que costuma ser confundida com o Batismo com o Espirito Santo.
2) Qual a evidência mais comum do Batismo com o Espirito Santo?
3) Para quem se destina o Batismo com o Espirito Santo?