Lição 4 – Imoralidade e Litígios

LIÇÃO 4 – IMORALIDADE E LITÍGIOS

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Uma das marcas da cidade de Corinto era a imoralidade sexual e, aparentemente, os cristãos de lá estavam sendo influenciados por isso, o que os levava a praticarem ou aceitarem comportamentos reprováveis com uma naturalidade preocupante. Eles acreditavam que a obra da cruz de Cristo já havia se encerrado e que, não importava o que fizessem, já estavam salvos.
A fé cristã está pautada na confiança do sacrifício de Jesus, mas esta deve resultar no compromisso de cada cristão de permanecer fiel aos ensinamentos de Cristo, em constante aperfeiçoamento.
Por isso, a orientação de Paulo era que eles consertassem a percepção deles a respeito de sua vida espiritual, bem como se dissociassem daqueles que viviam em práticas de impureza sexual, reprovando tais comportamentos.

 

PALAVRAS-CHAVE
Imoralidade • Associações • Litígios

 

OBJETIVOS
• Entender que devemos fugir da imoralidade.
• Saber que associações ruins prejudicam nosso testemunho.
• Compreender que é preferível sofrer a causar injustiças.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Querido professor, inicie esta aula mostrando que Paulo estava tão indignado com o posicionamento da igreja em relação à prática da imoralidade sexual, que ele já iniciou seu discurso de uma forma abrupta, exortando a igreja sem se preocupar em suavizar suas palavras.
Destaque na aula as três causas principais da reprovação de Paulo:

1) a aceitação de práticas imorais;

2) a prática de atos imorais e comportamentos mundanos;

3) a amizade e conivência com pessoas de dentro da igreja que praticavam tais atos.

 

RESPOSTAS 
1) Prática do sexo por pessoa solteira.
2) Com falsos crentes que estimulam dissensões no meio da igreja.
3) O corpo é templo de adoração a Deus.

 

LEITURA COMPLEMENTAR
Considerações interpretativas
5.1 De fato, é relatado.
Da discussão mais ampla nos capítulos de 1 a 4, Paulo agora passa a tratar de questões específicas relatadas por uma fonte anônima.
1. A expressão indica choque e desalento.
2. Imoralidade sexual.
0 termo grego porneia é uma palavra com significado amplo; se refere a qualquer tipo de relacionamento sexual ilícito, contrário à lei ou não sancionado. Como esse versículo mostra claramente, o contexto revela a espécie de relacionamento em questão. 0 tipo de porneia mencionado aqui (toiaute) está entre os piores, inimaginável até no meio daqueles que não têm compromisso algum com Deus.
3. Que nem mesmo os pagãos toleram.
Ethne (“pagãos”) geralmente é traduzido como “gentios” ou “nações”, mas nesse contexto Paulo se refere, sem dúvida, à sociedade coríntia de modo geral, isto é, incrédulos que não fazem parte da comunidade de Cristo.
É evidente que vários membros dessa comunidade de Cristo eram gentios.
Livro: “1 Coríntios” (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova – v SP, 2018, pág. 64).

 

Estudada em 26 de julho de 2020

 

LIÇÃO 4 – IMORALIDADE E LITÍGIOS 1 CORÍNTIOS 5 e 6

 

Texto Áureo
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” 7 Co 6.12

 

Leitura Bíblica Para Estudo
1 Coríntios 5.1-13, 6.1-20

 

Verdade Prática
O Evangelho impõe uma separação clara das práticas erradas que o mundo acha normal.

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. A IMORALIDADE 1Co 5.1-8
1. Imoralidade em Corinto 1C0 5.1
2. Formicação, adultério, prostituição 1C0 5.2
3. Velho fermento 1Co 5.6-8

 

II. ASSOCIAÇÕES PERIGOSAS
1 Co 5.9-13
1. Aos que se prostituem ico 5.9
2. Aos que se dizem irmãos 1Co 5.11
3. Afastando 0 malfeitor ico 5.12.13

 

III. LITÍGIOS JUDICIAIS 1 Co 6.1-20
1. Sofrer ou causar injustiça 1C0 1-6
2. Quando recorrer ao judiciário 1C0 6.7-11
3. Fé e vida andam juntas 1Co 6.12-20

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 75 – 20

 

INTRODUÇÃO
No capítulo 5 da carta em estudo, o apóstolo Paulo alerta a igreja em Corinto sobre a prática de imoralidades no meio dela. Ele os repreende e recomenda que não tolerem tais práticas, reprováveis até mesmo entre os descrentes, nem se associem com os que as praticam.
No capítulo 6, Paulo censura os que estavam litigando na justiça comum romana contra seus irmãos na fé, e recomenda que as diferenças entre eles sejam resolvidas internamente, evitando injustiças e o mau testemunho aos que são de fora.
Ao final, Paulo censura práticas impuras que estavam sendo aceitas como normais pelos crentes coríntios, ressaltando que o nosso corpo também pertence ao Senhor, pelo que devemos glorificar a Deus através dele.

 

I. A IMORALIDADE (1Co 5.1-8)
É possível que a imoralidade exposta na igreja de Corinto estava sendo tolerada. O termo grego utilizado para fornicação é porneia. Paulo, inicialmente, refere-se a uma relação incestuosa entre um cristão e sua madrasta. Esse tipo de comportamento era repudiado entre os romanos e, principalmente, pela Lei de Moisés (Lv 18.8; Dt 22.30), A Igreja Primitiva seguiu
o exemplo, proibindo a impureza incestuosa no decreto apostólico (At 15.29).

1. Imoralidade em Corinto (1 Co 5.1).
“Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai.”
Como já ressaltamos, o povo de Corinto era famoso por sua imoralidade. Tamanha era essa fama que quando os romanos queriam se referir a uma “prostituta”, utilizavam a expressão “moças de Corinto”. Além disso, segundo os historiadores, para identificar a fornicação ou prostituição as pessoas utilizavam um termo equivalente a “acorintiar”.
A Arqueologia descobriu, entre os escombros da cidade, artefatos feitos de barro representando órgãos genitais. Isto, demonstra a realidade imoral desta cidade.
Outro fator era que muitos coríntios adoravam ao deus romano do vinho, Dionísio, cujo culto era marcado pela embriaguez e por grandes orgias. Também havia na cidade um templo dedicado à deusa grega da fertilidade, Afrodite, cujas sacerdotisas a cultuavam oferecendo “serviços sexuais” no interior do templo. Alguns crentes coríntios possivelmente frequentavam o templo de Afrodite, deitando-se com as “prostitutas cultuais” (1Co 6.15).

 

2. Fornicação, adultério, prostituição (1Co 5.2).
“E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou?”
Dentro da perspectiva bíblica, entende-se por fornicação a prática do sexo por uma pessoa solteira; e adultério, a prática sexual ilícita envolvendo pessoa casada.
0 termo “fornicação” é geralmente atribuído aos jovens não casados, ou seja, que mantêm relações sexuais sem casar-se. Para alguns “libertinos” da cidade de Corinto isso era normal. Tal atitude foge totalmente aos princípios estabelecidos por Deus para a humanidade.
Até mesmo nos dias atuais, os princípios divinos vêm sofrendo ataques intensos do adversário, no que tange a se manter puro na juventude e quanto à fidelidade ao casamento. Hoje em dia, tornou-se obsoleto à jovem e ao rapaz casarem-se virgens. Mas essa “moda” libertina não deve ser introduzida na igreja de Cristo, que é “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15).
O Dicionário Houaiss define adultério da seguinte forma: “É uma violação, transgressão da regra de fidelidade conjugal, cujo princípio consiste em não manterem relações carnais com outrem fora do casamento”, “para além de dois”, “na cama de outro”. Essa prática não se coaduna com os ensinamentos de Jesus (Mt 5.27,28; 19.9).
Outro grave perigo que permeava a igreja de Corinto é a questão da prostituição. Este termo está ligado à troca de sexo por dinheiro, mas havia também a prostituição religiosa como uma forma de culto aos deuses pagãos.

 

3. Velho fermento (1Co 5.6-8).
“Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (5.7).
A Festa dos Pães Asmos era uma celebração judaica que começava no sábado da Páscoa e seguia até ao sábado seguinte (Êx 12.14- 18). Durante este tempo, os israelitas deveríam jogar fora todas as massas levedadas e não poderiam comer qualquer alimento fermentado, simbolizando a purificação do povo de qualquer impureza.
Jesus usou o simbolismo do fermento em relação aos ensinos equivocados dos fariseus e saduceus, dos quais os seus discípulos deveriam se resguardar (Lc 12.1).
Para nós, cristãos, lançar fora o fermento simboliza valorizar o sacrifício de Cristo, nosso Cordeiro Pascal, livrar-se de antigos hábitos pecaminosos e rejeitar ensinos contrários à Palavra de Deus, adotando hábitos sãos e um padrão de vida santificado ao Senhor.
A fala de Paulo também é um apelo para que a igreja em Corinto tire do meio de si pessoas que se dizem cristãs, mas insistem em um estilo de vida mundano, como fica claro nos versos 9-13.

 

 

II. ASSOCIAÇÕES PERIGOSAS (1 Co 5.9-13)

1. Aos que se prostituem (1Co 5.9).
“Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros.”
Paulo recomenda aos cristãos em Corinto para que não flertem com o pecado. E, mais uma vez, adverte a igreja para que não faça associação com o pecado.
Alguns cristãos de Corinto interpretaram erradamente a fala de Paulo como uma advertência para não manter amizade ou negócios com pessoas de fora da igreja.
Devemos conviver com o mundo, sem nos deixarmos influenciar por este. Ao contrário, devemos ser sal e luz para as pessoas que nos cercam, influenciando positivamente a nossa sociedade (Mt 5.13-16).

 

2. Aos que se dizem irmãos (1Co 5.11).
“Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.”
Na trajetória cristã há muitos “que se dizem” irmãos mas, na verdade, não são (Ap 2.9; 3.9).
Aqui, Paulo censura aqueles que se dizem irmãos, mas se introduzem no meio da igreja apenas para causar dissensão entre os irmãos, pessoas que não renunciaram ao pecado e vivem numa prática pecaminosa contínua. É preciso tratar este tipo de pessoa e demonstrar desaprovação ao seu comportamento, chamando ao arrependimento, para que o seu mau exemplo, aliado à tolerância, não contamine toda a igreja.

 

3. Afastando o malfeitor (1 Co 5.12,13).
“Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.”
Quanto às pessoas de fora, sejamos luz, deixando os julgamentos para Deus. Quanto aos “de dentro”, a lição de Paulo é que a igreja não deve admitir em seu meio pessoas que se dizem cristãs, participam da vida da igreja, mas vivem abertamente um estilo de vida pecaminoso, como se nada de errado estivesse acontecendo.
Essa pessoa deve ser submetida à disciplina da igreja e, caso não se arrependa e mude de atitude, a única alternativa é afastá-la da comunhão com os irmãos.
São casos extremos e isolados, mas, como no caso exposto por Paulo, é a única alternativa para evitar que o seu mau exemplo corrompa outros irmãos.

 

 

III. LITÍGIOS JUDICIAIS (1 Co 6.1-20)
Na comunidade de Cristo, nenhuma diferença interpessoal deve ser irreconciliável. Paulo confronta a situação em que um membro da comunidade de Cristo leva outro membro ao tribunal de incrédulos.

1. Sofrer ou causar injustiça (1Co 6.1-6).
“Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a juízo perante os injustos e não perante os santos?” (6.1).
A preocupação geral de Paulo nesses versículos é com a identidade cristã da igreja. Quando a igreja usa os mesmos meios que as comunidades não cristãs para resolver seus desentendimentos, não há diferença real entre uma e outra. Os tribunais humanos nem sempre são justos em seus julgamentos. Suas decisões podem sofrer influências políticas e financeiras.
A extensão da “crise de identidade” dos coríntios é salientada ainda mais por preferirem, antes da igreja, os meios seculares para resolver contendas entre irmãos em Cristo. Paulo diz que é preferível, e mais semelhante a Cristo, ser injustiçado do que sacrificar o próprio testemunho, resolvendo conflitos por meios que violam princípios cristãos.
Uma caminhada cristã mais profunda permite que o poder do Espírito volte a ser visível, dando bom testemunho para o mundo,resolvendo desentendimentos entre irmãos de fé, preferencialmente dentro da própria igreja.

 

2. Quando recorrer ao judiciário (1Co 6.7-11).
“Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos, constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja”(6.4).
A pergunta que sempre se faz é: Os cristãos podem entrar com processos judiciais uns contra os outros?
A resposta a essa pergunta não é simplesmente “sim” ou “não”. 0 ensino de Paulo parece definir alguns critérios para nortear a decisão de entrar na justiça contra alguém, representados pelas seguintes perguntas:
• Existe alguma forma de uma questão ser mediada fora do sistema judiciário?
• A igreja pode mediar e resolver desentendimentos no contexto cristão?
• Um processo judicial prejudicará o testemunho cristão levando alguém à conclusão de que Cristo não faz diferença alguma na vida das partes litigantes?
• O objetivo é vencer a disputa ou resolver uma questão mais ampla a fim de promover a paz e a unidade?
De acordo com o ensino de Cristo, é preferível abrir mão de direitos, ou sofrer injustiça, a cometer injustiça contra um irmão em Cristo. Só em última instância, após esgotadas todas as possibilidades cristãs, é que se recorre à justiça humana.

 

3. Fé e vida andam juntas (1Co 6.12-20).
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (6.12).
Não se pode separar a vida espiritual da vida material. Paulo conclui dizendo que o Espírito Santo habita nesse corpo (6.19). E dá dois conselhos para a igreja: um negativo e outro positivo.
0 negativo é: “Fugi da impureza” (6.18). Precisamos fugir sempre da impureza. Em relação às tentações sexuais, a Bíblia nunca nos manda resistir, mas simplesmente fugir. Ser forte é fugir! É um ledo engano pensar que você conhece seus limites e sabe até aonde pode ir e quando deve parar. A mesma Bíblia que nos manda resistir ao diabo, também nos manda fugir da impureza.
0 conselho positivo que Paulo diz é: “Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (6.20). Glorificamos a Deus no nosso corpo quando entendemos que este é o templo de Deus e que não deve ser associado à imoralidade. Glorificamos a Deus no nosso corpo quando empregamos nossas forças, energias, dons e talentos para servirmos ao Senhor e fazermos a Sua vontade.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A igreja de Cristo na terra não deve ficar afastada dos pecadores e, sim, do pecado.

 

RESPONDA
1) Defina o que significa o termo fornicação.
2) Que tipo de associações devem ser evitadas pelos cristãos?
3) Qual a relevância espiritual dos nossos corpos?