Carta aos Romanos – Lição 04 – A Justificação pela Fé

LIÇÃO 4

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

Leitura Complementar

Enquanto a rebelião contra Deus pôs todo indivíduo debaixo da “ira” do Senhor, fazendo de cada pessoa um inimigo de Deus, a fé, que acolhe a iniciativa divina em Cristo, conduz o pecador ao benefício da reversão dessa situação. O crente é introduzido a uma nova relação com Deus caracterizada por paz e acesso à graça.

Jesus Cristo veio para restabelecer a comunicação suspensa entre Deus e o homem. Por Ele, pela fé, reencontra o crente um caminho para aproximar-se de Deus e sua esperança suprema é comparecer à presença divina e contemplar-lhe a glória inefável,

Deus tem manifestado em Jesus Cristo seu intento de libertar o ho­mem da promoção de sua própria glória. E por isso que o apóstolo, após ter falado da obra justificadora de Cristo, se apressa a sublinhar que agora toda kaúchesis (vanglória) é excluída. O homem que contemplou a Cristo como hilastérion (propiciação) não pode mais nutrir nenhum desejo de glorificar-se.

Para os cristãos do primeiro século, sofrer era a regra, não a exceção. Pau­lo disse que devemos superar o sofrimento para sermos aprovados por Deus. Isso significa que experimentaremos dificuldades que nos farão crescer.

Devemos nos alegrar no sofrimento não por gostarmos da dor ou por negarmos seu drama, mas porque sabemos que Deus usa as dificuldades da vida e os ataques de Satanás para edificar nosso caráter Os problemas com que nos defrontamos inesperadamente desenvolvem nossa perseverança que, por sua vez, fortalece nosso caráter e aprofunda nossa confiança sobre o futuro.

Se você pensa que, de alguma forma, sua paciência é testada diariamente, agradeça a Deus pelas oportunidades de crescimento e lide com as circunstâncias usando o poder do Senhor.

Os três membros da trindade estão envolvidos na salvação. O Pai nos amou tanto que enviou seu Filho para preencher a lacuna existente entre nós e Ele (Jo 3.16). O Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para encher nossa vida de amor para nos capacitar para vivermos pelo seu poder (At 1.8). Envolvidos por esse amoroso cuidado, nada mais nos resta, a não ser servir a Deus completamente.

Livro: “Estudo introdutório à Carta aos Romanos” (Oton Miranda Alencar, Editora INOVE – Brasília, 2011, págs. 58-63).

 

LIÇÃO 4

A JUSTlFICAÇÃO PELA FÉ

 

TEXTO ÁUREO

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” Rm 5.1

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Rm 5.1

justificados e em paz com Deus

Terça – Rm 5.3

Benditas crises

Quarta – Rm 5.9

Livres da ira divina

Quinta – Rm 5.17

Abundância de graça

Sexta – Rm 5.18

Uma ofensa, um ato de justiça

Sábado – Rm 5.21

Graça que reina

 

LEITURA BÍBLICA

Romanos 5.1 – 5

1  Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;

2  por intermédio de quem obtive­mos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.

3  E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação pro­duz perseverança;

4  e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.

5  Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derrama­do em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.

 

Hinos da Harpa: 178 – 227

 

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

 

INTRODUÇÃOI

I – OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO

  1. Paz com Deus Rm 5.1,2
  2. Alegria no sofrimento Rm 5.3-5
  3. Graça para indefesos Rm5.6

II.  A SEGURANÇA DOS CRENTES

  1. Cristo morreu pelos ímpios Rm5.7
  2. Deus prova seu amor Rm 5.8.9
  3. Paz com Deus Rm 5.10,11

 

III. A JUSTIÇA PELA GRAÇA

  1. Justificação dos perdidos Rm 5.12
  2. A lei é incapaz Rm 5.13,14
  3. 0 triunfo da graça Rm 5.15-21

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Como já vimos, não recebe­mos a justificação por mérito, mas por graça. Se tivéssemos sido livres da condenação por nosso merecimento, seríamos justifi­cados por obras e não por graça. Estudaremos, na lição de hoje, as bênçãos da justificação pela fé e o triunfo da graça divina sobre o pecado humano

 

I – OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO

1 – Paz com Deus. Em Romanos 1.18, quando e dito por Paulo que “a ira de Deus se revela do céu contra toda Impiedade e injustiça”, a palavra “ira” no original grego significa que Deus está furioso contra os ímpios.

Por isso. em I Pedro 5.5, vemos que Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (cf. Pv 3.34). Quando pensamos na ira de Deus é comum associá-la a nossa ira, que geralmente é um sentimento pecaminoso

Isso é enganoso, porque Deus é totalmente santo e não tolera o pecado que faz separação entre Ele o pecador não arrependido (Is 59.2).  Essa ira só poderia ser propiciada pelo sacrifício de um homem que não tivesse pecado (cf. Dt. 17.1), o que era humanamente impossível (por isso Jesus precisava ser verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem).

Os justificados pela fé final­mente conquistaram paz com Deus. Enquanto a rebelião contra Deus pôs todos os indivíduos de­baixo da ira do Senhor, fazendo de cada pessoa um inimigo de Deus, a fé em Cristo conduz o pecador ao benefício da reversão dessa situação. O crente é introduzido a uma nova relação com Deus, caracterizada por paz e acesso à graça divina (Rm 5.1,2).

 

2 – Alegria no sofrimento. Para os cristãos do primeiro sé­culo, sofrer era a regra, não a ex­ceção. Paulo disse que devemos superar o sofrimento para sermos aprovados por Deus. Isso significa que experimentaremos dificulda­des que nos farão crescer.

Devemos nos alegrar no sofri­mento não por gostarmos da dor, mas porque sabemos que Deus usa as dificuldades da vida para edificar nosso caráter. Os proble­mas com que nos defrontamos inesperadamente desenvolvem nossa perseverança. Ela, por sua vez, fortalece nosso caráter e aprofunda nossa confiança sobre o futuro (Rm 5.3-5).

Os três membros da Trindade estão envolvidos na salvação. 0 Pai nos amou tanto que enviou seu Filho para preencher a lacuna existente entre nós e Ele (cf. Jo 3.16). O Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para encher nossa vida de amor, capacitando-nos a viver pelo seu poder (At 1.8).

“O conteúdo do Evangelho é uma pessoa: Jesus Cristo, o Filho de Deus.”

3 – Graça para indefesos. Éramos fracos e indefesos porque, de nossa parte, nada podíamos fazer para nos salvar. Alguém teria de vir resgatar-nos. Cristo veio no momento exato da história, de acordo com o cronograma de Deus (Rm 5.6).  Estávamos em uma condição triste, completamente depravados, sem poder para agir, perdidos, sem qualquer caminho visível aberto para a nossa recuperação.  Éramos não somente criaturas indefesas e, portanto, suscetíveis de perecer, mas principalmente criaturas culpadas, pecadoras que mereciam perecer: não só más e inúteis, mas vis e detestáveis, indignas de tal favor do santo Deus.

 

II – A SEGURANÇA DOS CRENTES

 1 – Cristo morreu pelos ím­pios. Paulo acentuou o que já dissera claramente: a afirmação de que Cristo morreu pelos ím­pios. Há, na sua morte, uma es­pécie de contradição lógica, pois alguém poderia estar disposto a morrer por um justo, mas não por um pecador (Rm 5.7).

Deus, no entanto, enviou Jesus Cristo para morrer por nós, não porque fôssemos suficientemente bons, mas porque Ele nos amava, embora fôssemos completamente depravados.

Deus é Santo e, por isso, não pode ser associado ao pecado. To­das as pessoas são pecadoras, portanto, estão separadas Dele. Além disso, todo pecado merece punição. Entretanto, em vez de nos castigar com a merecida morte, Cristo assu­miu nossos pecados e recebeu nos­so castigo ao morrer na cruz, aproximando-nos de Deus como amigos, não mais como seus inimigos.

2 – Deus prova Seu amor. A frase “sendo nós ainda pecadores” é impressionante. Deus enviou Jesus Cristo para morrer por nós, não porque fôssemos suficientemente bons, mas porque Ele misteriosamente já nos amava.

Quando você se sentir inse­guro a respeito do amor de Deus, lembre-se de que Ele o amou antes mesmo que você o procurasse.

O amor que levou Cristo a mor­rer por nós é o mesmo que enviou o Espírito Santo para viver em nós e guiar-nos todos os dias. O poder que ressuscitou Jesus é o mesmo que nos salva e está à nossa dispo­sição no cotidiano.

Ao começar a nova vida com Cristo, tenha certeza de que rece­berá uma reserva de poder e amor para usar todos os dias quando ti­ver de enfrentar desafios e provo­cações. Contudo, será necessário construir uma vida de oração para obter mais amor e poder de Deus na vida (Rm 5.8.9).

3 – Paz com Deus. No sentido cristão, a mudança nas relações entre Deus e o homem é efetuada por meio de Cristo. E isso envolve o movimento de Deus em direção ao homem, tendo em vista quebrantar a hostilidade humana, recomendar o amor e a santida­de divina ao homem, e convencer o homem da enormidade de seu pecado e das consequências do mesmo. É Deus quem inicia esse movimento, na pessoa e na obra de Jesus Cristo (Rm 5.6,8; Rm 5.10,11; 2Co 5.18; Ef 1.6; 1Jo 4.19).

Por isso o verbo é aqui encon­trado na forma passiva, “fomos reconciliados”, pelo ato reconciliador de Deus. Mas há ainda um mo­vimento paralelo do homem em direção a Deus em que o homem cede ao apelo do amor de Cristo, deixando de lado a inimizade, re­nunciando ao pecado e voltando-se para Deus com fé e obediência.

Assim, somos reconciliados por Cristo quando ele foi humi­lhado; somos salvos por ele quan­do foi exaltado. Sua vida experi­mentada aqui na terra é a mesma no céu, que se seguiu à terrena e nunca terá fim.

Deus agora está longe de ser um terror para nós. Aliás, ele se tornou a nossa alegria. Não ape­nas a nossa salvação, mas a nossa força e a nossa canção também.

Devemos tomar o conforto da reconciliação, que é a fonte e a base da nossa alegria em Deus.

 

III.  A JUSTIÇA PELA GRAÇA

 1 – Justificação dos perdidos. O tema de Romanos 5.12 é o peca­do e a morte. Nele, Paulo descre­ve três passos descendentes, três estágios de deterioração da natu­reza humana, a começar por um homem pecando, até a morte de todos os homens. Vejamos:

1º passo – O pecado entrou no mundo por um homem;

2º passo – A morte entrou no mundo pelo pecado;

3º passo – A morte sobreveio a todos os homens, porque todos pecaram.

Paulo usou, em sua argumen­tação, a lógica. Ele partiu de duas premissas e daí concluiu: a morte sobreveio a todos os homens.

Deus lidou com Adão como a um pai comum e representante de toda a sua posteridade. O que ele fez, como nosso agente, pode-se dizer que fizemos por intermédio dele.

Assim, Jesus Cristo, o Media­dor, agiu como a cabeça de todos os salvos, lidou com Deus por eles como seu representante, morreu por eles, ressurgiu por eles – fez tudo por eles. Quando Adão falhou, nós falhamos com ele. Quan­do Jesus triunfou, Ele triunfou por nós, e nós, Nele.

2 – A lei é incapaz. Paulo ensinou que obedecer à lei não traz salvação ao judeu e que transgre­di-la não é o que o leva à morte. Ela é simplesmente o resultado tanto do pecado de Adão como também dos nossos, mesmo que estes sejam muito diferentes dos dele (Rm 5.13,14],

Paulo lembrou aos seus leitores que, milhares de anos antes, quan­do a lei ainda não havia sido dada, as pessoas morriam. A lei veio de­pois para ajudá-las a entender sua natureza pecaminosa, para mostrar como suas ofensas a Deus eram graves e para fazer com que elas se voltassem para o Senhor, a fim de al­cançar misericórdia e perdão.

A lei não oferece qualquer re­médio para o pecado. Uma vez que somos considerados culpados e condenáveis, devemos buscar Jesus Cristo a fim de alcançarmos a cura.

3- O triunfo da graça. É fato concreto que todos somos descendentes de Adão. Essa hereditariedade nos garante a morte. Todos nós fomos contaminados pelo resultado do pecado de Adão. Herdamos sua culpa, sua natureza pecaminosa e a punição de Deus. Entretanto, por causa de Jesus, podemos trocar o castigo divino pelo seu perdão (Rm 5.15-21).

Como todos os seres huma­nos se tornaram pecadores por causa da desobediência de um só homem (Adão), da mesma forma muitos serão aceitos por Deus por causa da obediência de um só homem (Jesus).

Os efeitos do pecado original de Adão foram suspensos pela intervenção de Cristo. Ele é o iniciador de uma nova humanidade, posta agora sob o signo da graça, vivendo na justiça e marchando para a vida eterna. Tal é a obra de Cristo em oposição à de Adão.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

A justificação pela fé e a gra­ça de Deus foram indispensáveis para a nossa reconciliação com Ele. Há maravilhosos benefícios disponíveis aos justificados por Cristo. Glorifiquemos a Deus.

 

RESPONDA

1) O que a justificação pela fé conquista para todos nós que cremos em Jesus?

 

2) Ao sabemos que Deus usa as dificuldades para edificar o nosso caráter, que sentimento devemos nutrir quando enfrentamos algum sofrimento?

 

3) Complete: de Adão nós herdamos a _____________________________

Cristo nós herdamos a ___________________________________________

 

VOCABULÁRIO

  • Graça: É um favor pessoal de Deus, dispensando ao homem, que não merecia esse favor.
  • Justificação: É o ato judicial através do qual Deus decreta a absolvição do pecador e o declara justo.
  • Remissão: Paulo usa este termo para enfatizar o estado do homem escravo do pe­cado e da consequente libertação do mesmo, mediante o alto preço (remissão) pago pelo Senhor Jesus Cristo.