Lição 3 – A Multiplicação dos Pães e Peixes

Embora o texto em apreço seja conhecido como “a multiplicação dos pães e peixes”, é interessante expor à classe que, na verdade, não foram os pães inteiros, mas os seus pedaços que foram multiplicados (Mt 14.19-20). Então, esse milagre é diferente dos demais, pois em uma grande parte destes, tudo ocorreu de forma instantânea. Mas esse milagre foi de forma gradativa.

Existem pessoas que vivem lamentando-se por não terem um testemunho de milagres para contar, mas, na verdade, algumas delas nem estão percebendo que, em suas vidas, Jesus tem operado milagre a cada dia., paulatinamente.

 

PALAVRAS-CHAVE

Multiplicação • Milagre • Testemunho

 

OBJETIVOS

  • Mencionar as principais características desse milagre.
  • Descrever algo do caráter de Cristo a partir desse milagre.
  • Praticar em nossas vidas os aprendizados dessas lição.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Pergunte à classe quem já contou um testemunho de milagre; foque, em especial, naquelas pessoas que não vão sinalizar e ministre a lição mostrando que, quanto mais os pães eram partidos, mais os seus pedaços multiplicavam-se. No fim de tudo, os discípulos juntaram todos os pedaços de pães e peixes que sobraram, e viram que havia um grande milagre feito a cada pedaço distribuído.

Desse modo, precisamos também entender que, por mais que não vivamos sempre coisas relevantes, ainda assim, vivemos um pequeno milagre a cada dia.

 

RESPOSTAS

1)      Naquelas circunstâncias eles tinham um problema sem solução humana e aparente.

2)      Para nos ensinar que Deus trabalha a partir do que temos, mesmo que seja pouco.

3)      Para aprendermos que desperdício proposital é pecado.

 

 

LEITURA COMPLEMENTAR

COMPARATIVO ENTRE AS VERSÕES DO EVANGELHO

Mateus, Marcos, Lucas e João são os quatros primeiros livros do Novo Testamento conhecidos como “evangelhos”, que significa “boas notícias”. São narrativas verdadeiras da história de Jesus Cristo e mostram aspectos distintos e diferentes da vida e ministérios do Senhor, como se fossem quatro câmeras registrando a mesma cena em diferentes ângulos.

Os três primeiros evangelhos são conhecidos como “sinóticos” porque são muito semelhantes entre si. A expressão sinótico significa “mesma visão” ou “mesma ótica”. João é um livro diferente dos demais porque observa e registra fatos que os demais deixam de fora. Essa é a razão porque 92% do seu conteúdo é exclusivo. Marcos, por sua vez, é repetido quase na sua totalidade entre os outros evangelistas. Por essa razão, muitos estudiosos creditam que ele foi usado como fonte para os demais.

LIÇÃO 3 – A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E PEIXES – MATEUS 14.13-21

 

Texto Áureo
“E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os c/nco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões.” Mt 14.19

 

Estudada em 15 de janeiro de 2020

 

Leitura Bíblica Para Estudo

Mateus 14.13-21

Mc 6.34; Lc 9.10-17; Jo 6.1-15

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

ASPECTOS DO MILAGRE
Uma grande necessidade Mt 14.13
Uma grande insuficiência Mt 14.15
Um grande milagre Mt 14.21

 

II.   O QUE REVELA SOBRE JESUS?
Um Deus compassivo Mt 14.11
Um Deus que abençoa Mt 14.19
Um Deus que alimenta Mt 14.20

 

III.     ENSINAMENTOS

Uma lição sobre engajamento Mt u.n
Uma lição sobre oferta Mt 14.12
Uma lição sobre administração Mt 14.19

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Devocional Diário

Mt 14.21

Fp 4.19

1Rs 17.2-6

Êx 16.4

2Rs 4.1-8

Mt 625-33

 

Hinos da Harpa: 301 – 328

 

INTRODUÇÃO

De todos os milagres de Jesus, além da Sua ressurreição, esse é o único mencionado em todos os quatros evangelhos (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-15). Com isso podemos ver a importância e o impacto que ele teve na igreja primitiva.

 

ASPECTOS DO MILAGRE

Uma grande necessidade (Mt 14.13), “Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, à parte; sabendo-o as multidões, vieram das cidades seguindo-o por terra.”

Fica claro na descrição que não somente a multidão era grande como também que o local era inóspito. O que fazer? Não temos uma informação precisa sobre a que horas começou aquele “culto”, mas sabemos que durou o restante do dia, pois a intromissão dos apóstolos ocorre ao entardecer (Mt 14.15).

Eles avaliaram que deveriam sugerir que Jesus despedisse o povo em função da hora avançada (Mt 14.15). Mateus escreve que a morte de João Batista e sua estreita relação com Jesus provocou essa saída estratégica para fora da jurisdição de Herodes (Mt 14.1-12). João nos informa que isso ocorre perto do período da páscoa quando, normalmente, multidões se dirigiam a Jerusalém (Jo 6.4). Hernandes Lopes diz que “eles estavam lidando com um problema sem solução”.

Havia uma multidão faminta num lugar deserto, numa hora avançada, sem comida, sem dinheiro e sem lugar para comprar alimento”. Isso nos ajuda a ter um vislumbre da dramaticidade da situação.

 

Uma grande insuficiência (Mt 14.15). “Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: O lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer.”

Calculando-se o número dos presentes em modestos 15.000 (qualquer número exato será especulativo), como alimentar esse povo com cinco pães e dois peixes? João, apóstolo, ainda usa o diminutivo “pães pequenos” e “peixinhos” para referir-se à insuficiência da provisão disponível. Felipe faz um cálculo rápido e constata que o cenário era mesmo caótico. Parece que sua postura era a de deixar claro que se tratava de uma situação realmente impossível.

Ainda que tivessem duzentos denários não seriam suficientes para que cada um deles recebesse um pedaço. Esses detalhes da Bíblia são fascinantes. Felipe enxerga apenas a “solução de mercado”, humana, óbvia, mas inexistente – “Nem se tivéssemos duzentos denários…” Esse é o único milagre que antes de fazê-lo Jesus pede um conselho. Sua pergunta é: “Onde compraremos pão para toda essa gente comer?” A resposta de Felipe, já mencionada, parece sugerir que Jesus fizera a pergunta errada. Era como se ele dissesse: “O problema não é onde, Jesus, mas como compraremos. Não temos grana”. Mas Jesus Cristo é aquele que pode produzir o que nos falta. Creia nisso. Não existem situações que Deus não saiba o que fazer.

 

Um grande milagre (Mt 14.21). “E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.”

Esse milagre, devido a sua grandeza, teve um impacto tão grande na multidão que João diz duas coisas sobre seus resultados: a primeira é que a multidão reconhece que Jesus realmente era o profeta que eles esperavam (Jo 6.14); a segunda é a nota que Jesus propositalmente se ausenta diante da iminência de ser feito rei pelo povo já agora saciado. Isso porque Jesus sabia que o que os motivava era a “barriga cheia” (Jo 6.26), e não uma fé genuína. Tem gente assim, que segue Jesus apenas por aquilo que supostamente vai receber. É uma fé infantil, interesseira e sem cruz.

A postura de André em dizer a Jesus que havia ali um rapaz com cinco pães e dois peixes o distancia de Felipe que somente via a impossibilidade. Parece que André cria que Jesus saberia o que fazer com aquilo. Ele estava certo. Aquela escassa provisão era suficiente para o que Jesus queria fazer. Deus não precisa de muito para fazer algo grande, basta haver entrega e confiança.

 

II. O QUE REVELA SOBRE JESUS

Os milagres revelam o caráter de Jesus e nos permitem conhecê-lo melhor. Essa é nossa missão aqui.

Um Deus compassivo (Mt 14.14). “Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos.”

Mateus nos diz que Jesus ao ver a multidão é tomado de grande compaixão para com ela e cura os que estavam enfermos (Mt 14.14), Marcos nos informa que Jesus as vê como “ovelhas que não tem pastor” (Mc 6.34). Daí seu amor para com eles. “Ovelhas sem pastor” é gente vulnerável, perdida e sem rumo; é gente à mercê de lobos cruéis.

A compaixão de Jesus é escancarada nesse milagre. Os fariseus viam as multidões como “plebe maldita” (Jo 7.49). Jesus, no entanto, amava a multidão. Compaixão não é “ter peninha” de alguém. É um coração que se inclina em direção aos que sofrem, sente suas dores e é movido a fazer algo. Aqui Jesus vê a multidão e seu coração se comove. Ele cura os enfermos e provê o alimento necessário para que eles possam retornar para suas casas.

 

2.Um Deus que abençoa (Mt 14.19). “E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões.”

As Escrituras dizem que antes da multiplicação Jesus ora e agradece ao que chegou em suas mãos. João diz que Jesus “deu graças” (Jo 6.11). Os sinóticos dizem que Jesus levantou os olhos ao céu e abençoou os pães e peixes (Mt 14.18; Mc 6.41 e Lc 9.16). Como abençoar e agradecer quando o que se tem é muito menos do que a necessidade? Quando se tem pouco ou menos do que se precisa, a tendência é reclamar e murmurar. Talvez por isso muitos não veem a multiplicação.

Murmuração é a chave que fecha o céu e abre a sepultura. Jesus agradece, mesmo sendo pouco. Coloca Sua benção sobre o pouco e o pouco virou muito. Perceba que Jesus não ora para Deus multiplicar, apenas abençoa.

A bênção de Deus sobre qualquer coisa, mesmo sendo insuficiente, vale muito mais do que a abundância sem o Seu favor. Encontramos nos evangelhos a informação que “depois”, ele reparte os pães e peixes. “Depois” do quê? Depois de abençoar. Depois de agradecer. Só multiplica e sobra quando está abençoado.

 

Um Deus que alimenta (Mt 14.20). “Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios.”

Nossa visão, como a de Felipe, é “não dá”. A visão de Jesus é “coloque em minhas mãos que vai dar e ainda vai sobrar”. Hernandes D. Lopes diz que “o pouco nas mãos de Jesus é uma provisão suficiente para uma multidão”. Uma coisa espetacular aqui é que além da multidão comer sobeja e fartamente, ainda sobra muito alimento.

Jesus é aquele que supre fartamente e não supre apenas com o pão material, mas também com o pão espiritual. Ele é o “Pão da vida” e aquele que se alimenta dele nunca mais terá fome. Ele satisfaz plena e completamente. Deus alimentou o povo no deserto com o maná; agora, Jesus Cristo alimenta o povo com pão e peixes e torna-se, Ele mesmo, o o novo maná de Deus. O maná era o alimento vindo de Deus que nunca faltou no deserto durante quarenta anos (Êx 16.35). Não faltou nenhum dia. Jesus Cristo chega e diz que Ele é o novo maná de Deus (Jo 6.32-35). E é um maná de qualidade infinitamente superior, pois enquanto o primeiro mantinha o povo vivo na história, Jesus é aquele que nos mantém vivos para a eternidade. Não é possível vivermos de outra fonte de alimento.

 

 

III. ENSINAMENTOS

1. Uma lição sobre engajamento (Mt 14.17). “Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.”

É interessante que, com respeito à necessidade de alimentar a multidão, algumas sugestões foram apresentadas, como veremos:

1a) “Manda o povo embora” (Mt 14.15). “Não é possível fazermos nada”;

2a) Em resposta ao “teste” de Jesus, Felipe diz: “Não temos grana” (Jo 6.7). Era como se ele respondesse à pergunta de Jesus assim: “Senhor, essa sua pergunta sobre onde está errada. A questão não é ‘onde’, mas ‘como’. Não tem dinheiro.”;

3a) A terceira sugestão é a de André, seguida da constatação de que não adianta nada: “Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isso para tantos?” (Jo 6.9);

4a) E por último, a solução final que vem de Jesus: “Tragam para mim” (Mt 14.18). Falta em muitos a disposição para o compromisso e engajamento.

A questão não é o dinheiro. A grande questão mesmo é a nossa falta de fé. É fácil vermos a limitação humana, mas é necessário vermos também o poder de Deus.

 

2. Uma lição sobre oferta (Mt 14.17). “Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.”

A atitude de André e, em especial, do rapaz dono dos pães e peixes, deve ser aplaudida. André e o desconhecido moço trabalham nos bastidores, mas têm uma participação especial naquele milagre.

Aquele rapaz foi capaz de oferecer a Jesus o pouco que tinha. Ele poderia dizer: “Esse lanche é meu, minha mãe fez para mim. Eu não tenho nada a ver com essa situação; e Jesus, se quiser, pode dar outro jeito que não seja às minhas custas”.

Mas ele não agiu assim. Generosamente, resolveu ofertar e dar para Jesus o alimento que possuía. Faríamos assim? Qual não deve ter sido sua alegria ao constatar que sua oferta alimentou muita gente e, no fim, ainda sobrou. Aquele rapaz não foi indiferente à situação dos demais. Ele age, como dito, nos bastidores, mas sua participação anônima é decisiva para o milagre ocorrer. Aquele moço não deu farelos para Jesus, e nós?

 

3. Uma lição sobre administração (Mt 14.19). “E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões.”

Um dos conceitos de administração refere-se a “arte de gerenciar negócios, pessoas e recursos com o objetivo de alcançar metas definidas.” O que faz Jesus aqui? Gerencia e administra com excelência e objetivos claros. Evidente que, diferente do mundo capitalista, seu objetivo não era maximizar lucros, mas servir pessoas.

Mas, para isso, Jesus não abre mão da organização e administração dos recursos. Antes de realizar o milagre da multiplicação, Jesus mandou a multidão assentar-se em grupos. O milagre divino não dispensa a organização humana. Sob a ordem do Senhor a multidão não apenas é orientada a sentar–se, mas fazer isso em grupos de “cem em cem, e de cinquenta em cinquenta” (Mc 6.40). Jesus delega a distribuição aos apóstolos, que o fazem de modo a que todos não só comem, mas comem até ficarem saciados (Lc 9.17). E ao fim de tudo, sob a supervisão de Jesus, todo o excesso é recolhido, estocado e protegido, pois a provisão de Deus não admite o desperdício. Que lição extraordinária!

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Muitas vezes achamos que é tão pouco o que temos que, mesmo se dermos, não vai fazer nenhuma diferença. O resultado é que negamos a Deus a “matéria-prima” de um grande milagre.

 

 

RESPONDA:

1) O que você entendeu no item “uma grande necessidade”?

2) Jesus poderia, se quisesse, lidar sozinho com aquela situação, mas envolveu os demais. Por que ele fez isso?

3) Por que Jesus ordenou que os pedaços de pães e peixes fossem recolhidos?