Lição 4 – A Bênção do Casamento

Como sabemos, o casamento é a única instituição terrena que teve início antes da entrada do pecado no mundo. Foi instituído por Deus em um mundo totalmente diferente do que conhecemos, sem a presença do mal, portanto torna-se difícil conceber a sua funcionalidade à época da inocência. Todavia, pode ser um exercício a ser tentado brevemente em classe.
Pesquisando sua base bíblica, podemos perceber que Deus instituiu o casamento visando à pureza da família e à formação de uma sociedade ajustada, ordeira e produtiva. O casamento tem uma base espiritual, embora funcione também sob aspectos legais e convenções sociais, que algumas vezes estão na contramão douj vs preceitos divinos. Isso pode ser um ponto de destaque numa saudável discussão em classe.

 

PALAVRAS-CHAVE
Casamento • Princípios • Base • Compromisso

 

OBJETIVOS
• Compreender o casamento sob seus aspectos espirituais, legais e sociais.
• Identificar os pilares que sustentam um casamento sólido e duradouro.
• Elencar os propósitos do matrimônio segundo o plano de Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Para aferir o nível de entendimento dos alunos quanto ao assunto, convém iniciar a aula perguntando-lhes: qual é o significado do casamento para o mundo hoje? Anote e destaque as três principais respostas.
Indague também o que significa o casamento na perspectiva bíblica. Anote e destaque também as três principais respostas. Faça uma comparação inicial entre essas duas visões sobre o casamento, se possível pontuando suas principais divergências.
A partir daí, apresente a lição. Abençoada aula!

 

RESPOSTAS
1) Amor, respeito e confiança.
2) Não. Pois o casamento foi a única instituição iniciada antes do pecado.
3) O de Moisés, por dureza do coração (Mt 19.8).

 

LEITURA COMPLEMENTAR
Antes de qualquer compromisso, deve haver o cuidado de observar o comportamento e o caráter da pessoa pretendida como companheira para toda a vida. Isto exige:
a. Independência. Os que de início se apaixonam não têm condições de observar na pessoa desejada as qualidades básicas para o perfeito ajustamento das relações necessárias para um casamento feliz. Neste sentido, diz William Shakespeare: “Os apaixonados não podem ver as agradáveis loucuras que cometem”. Quanto a isto, a Bíblia diz: “Todas as coisas me são licitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são licitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12). Esta é a independência que convém acompanhar os que desejam felicidade duradoura no casamento;
b. Sabedoria e sinceridade. A pessoa que não honra os seus compromissos já evidencia fraqueza de caráter e pobreza de sentimento cristão.
Daí porque, já de certo modo comprometido, através de solenes declarações de amor, uma desistência pode ser difícil para um, estranho ou revoltante para o outro. Portanto, o namoro não deveria começar cegamente como quem se deixa dominar um pelo outro, sem pensar nas consequências. É melhor atender à recomendação bíblica: “Pondera a vereda de teus pés e todos os teus caminhos sejam retos.” (Pv 4.26);
c. Respeito às ordenanças divinas. A Palavra de Deus recomenda: “Não vos prendais a jugo desigual com os incrédulos…” (2Co 6.14,15). Os exemplos de pessoas infelizes por causa de casamentos com incrédulos estão registrados na Bíblia e na história. Fazem parte do vulgo e da experiência doída de muitos. Sansão, o homem forte, foi derrotado por causa da esposa ímpia e fingida (Jz 16.4-21). Salomão, o homem sábio e privilegiado pela manifestação de Deus a ele, se corrompeu pela influência das mulheres incrédulas (1Rs 11.1-8) Muitos jovens esperançosos ficaram fora do plano de Deus. Uns se acomodam e são levados aos vícios e aos ídolos. Outros tentam resistir, mas não se livram do peso do jugo desigual e naufragam na fé. A aproximação, o trato, os modos de um jovem crente para com uma moça descrente (ou vice-versa) devem ser o de um cristão que, mediante o amor de Deus, busca ganhar uma alma preciosa para Cristo. Namoro, nunca!
Livro: “O Padrão Divino para uma Família Feliz” (Estevam Ângelo de Souza. Editora: SIOGE, São Luís, págs. 40-41)

 

 

LIÇÃO 4 – A BÊNÇÃO DO CASAMENTO

TEXTO ÁUREO
“De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” Mt 19.6

 

Estudada em 26 de abril de 2020

 

DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Gn 2.24 Família criada por Deus
Terça – 1Co 13.4-7 A base é o amor
Quarta -1Pe 4.8 Respeito mútuo
Quinta – 1Jo 4.18 Confiança sólida
Sexta – Sl 113.9 Cuidados com o lar e os filhos
Sábado – Mt 19.6 A missão da família

 

LEITURA BÍBLICA  Mateus 19.4-8

4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher
5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?
8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.

Hinos da Harpa: 33 – 597

 

A BÊNÇÃO DO CASAMENTO

 

INTRODUÇÃO

 

I. O QUE É O CASAMENTO
1. Uma instituição divina Gn 2.24
2. Uma instituição social Is 61.9
3. Uma instituição legal Rm 72

 

II. AS BASES DO CASAMENTO
1. O Amor 1Co 13.4-7
2. Respeito 1Pe 4.8
3. Confiança 1Jo 4.18

 

III. PROPÓSITOS DO CASAMENTO
1. Companheirismo mútuo Gn 2.18-24
2. Procriação responsável Sl 105.24
3. Cuidado dos filhos Sl 113.9

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O casamento é a única instituição terrena que teve início antes da entrada do pecado no mundo. Foi instituído por Deus com vistas à pureza da família e à formação de uma sociedade ajustada e ordeira. Por isso, o casamento tem uma base espiritual, embora apresente também aspectos legais e sociais.

I. O QUE É O CASAMENTO
Vivemos uma época em que as pessoas dão ao casamento o significado que lhes é mais conveniente, mas o casamento não pode ser estabelecido segundo a lógica e conveniências do mundo. A Bíblia é tanto o padrão avaliador para o casamento como a chave para um matrimônio feliz.

1. Uma instituição divina. O casamento está fundamentado na vontade divina, segundo a qual Deus criou o homem e a mulher, dois sexos distintos e complementares, com atração natural um pelo outro. E então Deus disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24),
Tendo em vista que o casamento tem origem divina, merece ser encarado com o respeito e a honra que deve ser conferida a todas as coisas sagradas. Está escrito: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hb 13.4). Isto porque o casamento tem base em leis espirituais, portanto, divinas.

 

2. Uma instituição social. Embora o casamento hoje dependa de formalidades legais, desde a Antiguidade era celebrado com o apoio solene das famílias envolvidas, e só isso bastava. Antes e agora, as famílias dos cônjuges se unem na expectativa da formação de um novo lar, uma nova família, na qual os filhos podem nascer e receber amor e o cuidado de pai e mãe.
As relações entre família e sociedade são quase indissociáveis. Enquanto a família é a base da sociedade, esta é o prolongamento da família. De fato, famílias equilibradas moral e espiritualmente são fatores para uma sociedade equilibrada e próspera, sendo reconhecidas por isso (Is 61.9). O contrário também é verdadeiro, sendo esta a causa da destruição de sociedades e civilizações inteiras.

 

3. Uma instituição legal. Sabemos que o casamento é garantido e protegido por lei. No ato do casamento, os cônjuges se submetem a um processo legal que regulamenta a sua convivência e o comportamento entre ambos. De modo geral, os preceitos legais mais justos do casamento têm amparo e base nas Escrituras Sagradas.
Embora a lei civil preceitue a indissolubilidade do casamento e, ao mesmo tempo, admita as exceções de separação, a Bíblia afirma que “a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive”, e “que o marido não se aparte de sua mulher” (Rm 7.2; 1Co 7.10). Jesus, pelo menos em duas ocasiões distintas, preceituou que a separação por outro fator que não a infidelidade conjugal poderia desencadear uma grave situação pecaminosa (Mt 5.32; 19.9).
A lei de Deus é superior às leis humanas, principalmente quando estas relativizam preceitos que contemporizam com o pecado. “Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom. Porque bem sabemos que a lei é espiritual” (Rm 7.12,14). Portanto, convém observar todo o conselho de Deus a respeito do casamento.

 

 

II. AS BASES DO CASAMENTO
Um casamento sólido e duradouro está fundamentado em três pilares: amor, respeito e confiança. A falta de qualquer destes certamente causará a ruína do relacionamento conjugal.

1. O Amor. O casamento está baseado nos princípios práticos do amor, não nos sentimentos de gostar ou desejar o que mais agrada no cônjuge. O amor apresenta contornos muito práticos, tendo muito mais a ver com comportamento e caráter do que com sentimento e afeição.
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.4-7).
Alguém pode dizer: “É impossível viver esse tipo de amor no mundo de hoje!”.
Claro! Sem a ajuda de Deus, é impossível viver esse amor em qualquer época e lugar. A essência de Deus é o amor, e quem não ama não conhece a Deus (1jo 4.8). No casebre mais humilde ou no castelo mais suntuoso, quando existe amor, ali Deus está presente (Rm 5.5). Ali viverá uma família feliz.
A Bíblia é clara quanto a atitude que o marido deve ter para com a esposa no casamento: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela… Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama (Ef 5.25,28). A mulher que é tratada assim, certamente será submissa e claramente amará o seu esposo; assim como a Igreja ama a Cristo e a Ele se submete (Ef 5.24).
O amor deve ser sem fingimento, baseado em comportamento sincero e isento do mal, e que proporcione segurança ao cônjuge (Rm 12.9). O verdadeiro amor produz bons hábitos que fortalecem o relacionamento matrimonial em tempos de bonança ou em épocas de crise.

 

2. Respeito. A maior expressão de respeito é a fidelidade. A infidelidade conjugal quebra o vínculo da confiança e tem efeitos graves no relacionamento, tanto emocionais quanto espirituais. Portanto, o respeito, com todas as suas nuances, é fator fundamental para manter as bases do casamento e um alicerce seguro no lar.
Quando este princípio é quebrado, quem o fez deve primeiro arrepender-se e abandonar o pecado, buscando o perdão de seu cônjuge (Pv 28.13). Buscar a reconciliação e tentar restaurar o relacionamento, ao invés de ter como primeira motivação o término do casamento, é algo sempre muito difícil; mas que o filho ou filha de Deus, sob o controle do Espírito, pode perfeitamente levar a efeito. Todavia, para que o casamento seja restaurado, é necessário o total compromisso e transparência de ambas as partes, assim como inteira dependência do Senhor Jesus (1Pe 4.8; Ef 4.32).

 

3. Confiança. Como indica a máxima popular, “confiança não se impõe, se conquista”. O compromisso selado com o “sim” no casamento tem a sua razão de ser na confiança de um para com o outro, elemento essencial para um matrimônio bem-sucedido. O ciúme doentio, diferentemente do que alguns apregoam como “amar demais”, é o simples exercício de um sentimento possessivo eivado de desconfiança, por causa do medo de perder o outro. “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1jo 4.18).
Para alcançar a harmonia e a felicidade possíveis, o casal precisa ter mais do que apenas um senso de obrigação de um para com o outro. Precisa criar um tipo de relacionamento baseado na confiança crescente um no outro, para toda a vida. Quando o casal conquista a confiança mútua e faz todo o possível para serem companheiros fiéis, a segurança do casamento aumenta, na medida em que o amor, o respeito e a confiança se fortalecem. Eles formam então um vínculo tão íntimo que a expressão bíblica de ser “uma só carne” encontra aqui a sua expressão máxima (Mt 19.5).

 

 

III. PROPÓSITOS DO CASAMENTO
O matrimônio é o grande empreendimento da vida, mais desafiador e mais difícil do que todos os demais empreendimentos humanos. As finalidades do casamento, segundo o plano de Deus, compreendem os seguintes propósitos:

1. Companheirismo mútuo. O objetivo primário do casamento é o companheirismo — duas vidas que buscam complementar um ao outro e cultivar os mesmos valores. O alvo de um casamento não é pensar igual, isso seria impossível, mas pensar juntos. Deus dissera que não seria bom que o homem permanecesse sozinho e, em seguida, preparou-lhe uma companheira idônea para que vivessem a vida toda como dois bons companheiros (Gn 2.18-24).
Esse companheirismo, todavia, vai além da mera convivência; e encerra em seu escopo: intimidade física e emocional, sexo, cumplicidade de intenções e projetos, comunhão, interação, compartilhamento de ideias e ideais etc.

 

2. Procriação responsável. O lar é o ambiente ideal para a geração e criação de filhos, com amor e responsabilidade, sob a bênção de Deus e a proteção de um casamento estável. Na Bíblia, a fecundidade é bênção de Deus (Sl 105.24). E os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3). Portanto, a partir da concepção, os filhos se tornam credores do cuidado e proteção dos pais, assim como de seu amor e afeto.
Para o ser humano, sem dúvida, a finalidade do sexo vai além da procriação. Deus deu ao ser humano o poder da procriação, que deve ser exercido com sabedoria e respeito, características que são do verdadeiro amor. Não está vedado ao casal planejar as suas relações sexuais, com vistas à intimidade e à geração de filhos. Mas este deve reconhecer que o controle final pertence a Deus, o Senhor da vida.

 

3. Cuidado dos filhos. As crianças no lar são a complementação do casamento. São a alegria e a esperança dos pais (SI 113.9). O cuidado dos filhos abrange, além da instrução e educação secular, uma segura orientação espiritual cristã. Disto pode resultar homens e mulheres aptos a serem usados por Deus de modo extraordinário, a exemplo de Moisés e Débora, a quem seus pais certamente transmitiram abundantes conhecimentos de Deus e de Seus propósitos (Hb 11.23-27).
É no lar cristão, mediante o ensino da Palavra de Deus e o exemplo dos pais, que o caráter dos filhos pode ser formado e aprimorado a partir da mais tenra infância. Portanto, o propósito de Deus não é somente que os filhos sejam gerados, mas, sobretudo, educados no caminho da justiça e da verdade divinas (Pv 22.6).

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
O casamento deve ser encarado como uma bênção que encerra um grande compromisso diante de Deus e da sociedade. Deve representar a união entre duas pessoas que se amam, se respeitam e confiam uma na outra; e isso deve resultar em bênção para os filhos e para a sociedade, e em louvor a Deus.

 

RESPONDA
1) Cite os princípios que caracterizam a base do casamento.

2) ”O casamento, assim como a família e outras instituições, teve início antes da entrada do pecado no mundo”. A afirmativa é verdadeira? Justifique.

3) Cite o primeiro caso de divórcio na Bíblia e seu motivo.