Lição 9 – Atos 12 – Quando a Igreja Ora

LIÇÃO 9 – ATOS 12 – QUANDO A IGREJA ORA

Em Atos 12 há 25 versos. Sugerimos começar a aula lendo com todos os presentes, Atos 12.1-25 (5 a 7 minutos).
A igreja primitiva viveu sob o olhar cruel das autoridades romanas. Todo e qualquer movimento era motivo para infligir prisão e morte aos cristãos. No entanto, a despeito de toda a perseguição, a igreja usava sua principal ferramenta: a oração.
Nesta lição, destaca-se a importância de uma vida de oração incessante, específica, com propósitos definidos; e também da oração comunitária, isto é, orando juntos nas casas ou nas igrejas.
Nem Herodes, nem outra autoridade terrena poderia impedir que a igreja orasse. Foi por causa da oração que Pedro conseguiu dormir na prisão, que Tiago teve forças para manter-se firme diante da morte; e é pela oração que a Igreja, em pleno século XXI, permanece forte, ocupando espaços jamais imaginados e crescendo na força do Senhor.

OBJETIVOS
• Compreender a importância da oração.
• Identificar alguns aspectos da oração da igreja.
• Orar pessoal e comunitariamente.

PARA COMEÇAR A AULA
Falando de oração, solicite a seus alunos que, de forma breve, compartilhem alguma experiência de lutas vencidas por meio da oração. Oriente para que sejam relatos dentro do tema proposto, isto é, perseguição política, ameaça de morte ou mesmo prisão, oração comunitária. Estes relatos são um tipo de estratégia para introduzir o tema, e assim já assegurar a atenção e interação do aluno com o que será estudado.
Os relatos não devem apenas ser ouvidos, mas também aproveitados, sempre que possível, para introduzir cada um dos tópicos da lição.

 

RESPOSTAS
a) 2
b) 3
c) 1

 

LEITURA COMPLEMENTAR
Há um grande equívoco quanto à atividade de orar que acomete muitos cristãos sinceros. Não poucas pessoas pensam na oração como uma árdua preparação para a batalha da vida. Talvez porque falhemos em ver o exemplo de Jesus Cristo, o qual nos mostrou que a oração, antes de ser uma preparação, é a própria batalha.
Considere, portanto, o exemplo de Jesus. Por que Ele se mostrou sereno e confiante diante do governador Pilatos? Por que suportou a dor e a humilhação no caminho para o Gólgota? Por que suportou a cruz sem reclamar?
A resposta é simples. Antes de tudo isso, no jardim do Getsêmani, Ele tomou tempo para orar. E tanto orou, e com tal intensidade, que seu suor “se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra”. Foi ali, na Sua batalha de oração, que Ele ofereceu “com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte” (Lc 22.44; Hb 5.7).
Para quem tem grandes dúvidas sobre a oração, a cena do Getsêmani pouco ajuda e pode ser facilmente mal interpretada. Apenas por um momento, inclua-se nesse grupo, imagine-se postado ali presenciando a agonia do Filho de Deus naquela noite. Os três discípulos mais chegados estavam dormindo. Jesus agonizava. Eles pareciam não ter preocupação alguma. Jesus se debatia diante de sentimentos contraditórios. Eles se agasalhavam para fugir do frio. Jesus suava “como gotas de sangue”. Jesus parecia “acabado”. Eles simplesmente dormiam.
O que esse quadro sugere aos duvidosos espectadores? Ora, se Jesus está tão acabado, se tudo o que Ele faz é orar, o que fará quando realmente tiver que enfrentar a crise? Por que Jesus não encara Sua provação com a mesma calma confiante de Seus três amigos que dormem? Por que essa adrenalina toda, quando poderia estar curtindo o relax da endorfina?
A diferença toda está nos eventos a seguir. Quando a provação finalmente se escancara, Jesus caminha para a cruz com a coragem destemida de um vencedor. Os discípulos, ao contrário, esmorecem e fogem. Jesus venceu a batalha da oração, por isso seguiu confiante, mesmo diante da morte iminente. Essa é a grande lição. Oração não é qualificação para a batalha, é a própria batalha; é construir junto com Deus a Sua vontade na terra.
Deus precisa de mais guerreiros para essa batalha, entre os quais eu quero sempre estar. E você, também se habilita a lutar e a vencer a batalha da oração?
Artigo: “Vencendo a batalha da oração” (Samuel Câmara. Publicado no Jornal O Liberal em 04 fev 2017)

 

Estudada em 29 de novembro de 2020

 

LIÇÃO 9  – ATOS 12 – QUANDO A IGREJA ORA

 

Texto Áureo
“Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele.” At 12.5

 

Leitura Bíblica Para Estudo Atos 12.1-25

 

Verdade Prática
Uma igreja que ora continuamente faz a diferença no lugar onde está plantada.

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

 

I. HERODES PÔDE FAZER At 12.1-3
1. A perseguição política At 12.1
2. A morte de Tiago At 12.2
3. A prisão de Pedro At 12.3

 

II. HERODES NÃO PÔDE FAZER At 12.5-7
1. Impedir a Igreja de orar At 12.5
2. Impedir Pedro de dormir At 12.6
3. Impedir o Anjo de agir At 12.7

 

III. A ORAÇÃO DA IGREJA At 12.5
1. Incessante At 12.5
2. Comunitária At 12.5
3. Específica At 12.5

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 296 – 577

 

INTRODUÇÃO
Atos 12 é uma espécie de parênteses, antes de Lucas continuar a falar sobre o avanço da igreja entre os gentios. No capítulo 11, o historiador mostra como a igreja de Antioquia nasceu e vai voltar ao tema no capítulo 13.

 

I. HERODES PÔDE FAZER (At 12.1-3)
Ditadores, contraditoriamente, costumam impor a paz social por meio de perseguições, força bruta e “pão e circo” oferecidos às multidões.

1. A perseguição política (At 12.1)
“Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar.”
Os seguidores de Jesus frequentemente sofriam por sua fé. Ontem e hoje, essa é uma das marcas da verdadeira igreja. Os dias de refrigério e total ausência de problemas para a Igreja de Cristo ainda não chegaram. Até esse momento, a perseguição vinha tendo um aspecto muito religioso, pois fora perpetrada pelo Sinédrio ou Saulo; mas, no capítulo que estudamos, ela assume um tom político, pois é executada pelo rei Herodes.
Política e religião, vez por outra, se uniram na história para perseguir a fé cristã, como fizeram com Jesus e os primeiros discípulos. Os valores do Evangelho nunca serão populares e aplaudidos por um mundo caído. Nem todas as pessoas gostam de ouvir que precisam arrepender-se. Às vezes, elas querem que confirmemos seu estilo de vida; e, quando não o fazemos, nos tornamos impopulares.
A igreja sempre estará dividida entre ser popular e ser fiel; as duas coisas não costumam andar juntas.

 

2. A morte de Tiago (At 12.2)
“Fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João.”
Herodes não era um nome, e sim um título (como Faraó, César etc.). O Novo Testamento menciona quatro deles. Esse, descrito em Atos 12 é Herodes Agripa I, neto de Herodes, o grande (que mandou matar as crianças em Belém), e sobrinho de Herodes Antipas (que ordenou a decapitação de João Batista).
Sendo um político habilidoso, viu na perseguição à igreja uma oportunidade de agradar aos judeus nacionalistas que o rejeitavam por ser um idumeu (descendente de Esaú).
Sendo a Igreja considerada uma seita e desprovida da simpatia dos judeus, Herodes, que era inescrupuloso, não se incomoda de ordenar execuções, desde que isso servisse aos seus objetivos.
Assim, Tiago é o primeiro dos apóstolos a ser martirizado, em razão de um nojento jogo político; mas logo Herodes estaria diante do tribunal divino para ser julgado (12.21-23).

 

3. A prisão de Pedro (At 12.3)
“Vendo ser isto agradável aos judeus, prosseguiu, prendendo também a Pedro. E eram os dias dos pães asmos.”
O segundo ato de Herodes, ainda tentando agradar aos judeus, foi mandar prender o apóstolo Pedro, que era claramente um dos principais líderes da Igreja. Pelo que se sabe, essa foi a terceira prisão do apóstolo Pedro (4.3; 5.18). Desta vez ele é preso sozinho. Não temos o registro de nenhuma defesa de Pedro.
Na verdade a acusação de seguir a Jesus era, na percepção dos discípulos, uma condecoração e um prêmio. É por essa razão que, quando tinham oportunidade, aproveitavam para pregar o Evangelho do Reino e não para se defender. David Otis Fuller fez uma pergunta inquietante: “Se você fosse preso sob a acusação de ser cristão, haveria provas suficientes para condená-lo?” Que resposta daríamos?

 

II. HERODES NÃO PÔDE FAZER (At 12.5-7)

1. Impedir a Igreja de orar (At 12.5)
“Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele.”
Ninguém pode impedir a Igreja de orar. Isso Herodes não podia fazer. A Igreja não pôde impedir que Pedro fosse preso, não impediu que Tiago fosse decapitado; mas podia continuar orando.
Oração não é coisa de some- nos importância. Oração tampouco é preparação para a batalha, como pensam erradamente alguns. A oração é a própria batalha, que é travada, em qualquer ambiente de luta, com as poderosas armas espirituais da nossa milícia (2Co 10.4).
Pecadores zombam de suas exortações? Se tratam você com desprezo, retribuindo seu bem com o mal, “persiga-os” com suas orações. Jamais permita que pereçam por falta de súplicas de sua parte. Os problemas são grandes? Ore fervorosamente! As dificuldades parecem intransponíveis? Ore intensamente!

 

2. Impedir Pedro de dormir (At 12.6)
“Quando Herodes estava para apresentá-lo, naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias, e sentinelas à porta guardavam o cárcere.”
Na véspera do seu julgamento, Pedro dorme. Como o conseguia? Que tranquilidade era essa? Lucas pinta um quadro de profunda confiança em Deus. Ele dorme porque era alguém que, embora preso, era livre.
Há muitos que, embora livres das cadeias físicas, vivem em prisões na alma. Estão presos à culpa, ao pecado e a um passado de miséria e dor. Pedro dorme o sono dos justos. Sua alma tem paz (Sl 3.5).
Pedro dormia, não porque estava certo que seria liberto da prisão, mas porque sabia que a morte não lhe podia matar mais. Fosse qual fosse o resultado, ele já era livre. Jesus o libertara. Simples assim.

 

3. Impedir o Anjo de agir (At 12.7)
“Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! Então, as cadeias caíram-lhe das mãos.”
Deus intervém no último momento, quando a situação era crítica. Já se haviam passado sete dias. Ele ficou preso durante o período da Festa da Páscoa (12.3,4).
A igreja, no entanto, não desistiu de orar. Quando tudo parecia perdido, Deus reverteu a situação. Ele sempre age quando oramos, embora nem sempre o faça como e quando queremos. Mas fica a lição: sempre que a igreja ora com fé e perseverança os céus se movem.
Quando chega a hora da libertação, o anjo vem e encontra Pedro dormindo. Foi necessário tocá-lo para que acordasse. Eram 16 soldados se revezando para guar-dá-lo. Mas quando Deus age, não há cadeias que possam impedi-lo.
Uma pergunta necessária é: por que Deus permitiu que Tiago fosse morto, mas salvou a Pedro? Certamente a Igreja também orava por Tiago.
Não há resposta satisfatória, exceto a soberania divina. Como já foi dito, Tiago glorifica a Deus sendo salvo através da morte; Pedro, sendo salvo da morte.

 

“Todas as nossas bibliotecas e estudos são um mero vazio comparado com a nossa sala de oração.”  Charles Spurgeon

 

III. A ORAÇÃO DA IGREJA (At 12.5)
Oração não é um modo religioso de se ganhar respeitabilidade no céu. Oração é peticionar confiantemente diante do trono da graça baseado na Palavra de Deus. Vejamos como foi a oração da Igreja:

1. Incessante (At 12.5)
“Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja…”
Não existe espiritualidade verdadeira sem vida de oração perseverante e contínua. Aprendemos com essa igreja de Atos que oração não é um fardo, nem um mero dever religioso; era a
própria vida da Igreja, na atmosfera de confiança em Deus em que viviam. A arma da igreja é a operosidade da fé em oração. É impossível vencermos o mundo, a carne e o diabo sem oração. Os crentes não foram para a rua protestar, nem fizeram abaixo-assinado. Foram orar. Havia duas comunidades, o mundo e a igreja, colocadas uma contra a outra, cada qual fazendo uso de suas “armas”.
Do lado de Herodes, havia a espada, o poder bélico, a estrutura do Estado e a prisão. Do outro lado, a igreja se voltou para a oração, a única arma daqueles que confiam na Palavra de Deus. As seguintes palavras: “mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele” – constituem o contraponto da ação herodiana desta história. Não era uma oração casual.

 

2. Comunitária (At 12.5)
“Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja…”
Esse é outro aspecto da oração incessante dessa igreja por Pedro: eles oravam juntos. Será por isso que eram tão unidos? A igreja se reúne na casa de Maria, mãe de João Marcos para clamar pela vida de Pedro (12.12). Com certeza, outros oravam em outros lugares.
O ponto principal é esse: eles se entregaram em oração por uma causa comum. Nenhum cristão foi chamado para uma vida de isolamento. Há a oração secreta (Mt 6.6), mas também há a oração comunitária. Elas se complementam. Havia um problema grave.
O que fazer? Orar. Oração, indiscutivelmente, é um dos assuntos mais comentados em nosso meio. Resta saber se é praticado com a mesma intensidade. Como andam nossas reuniões semanais de orações?
Quando perguntavam a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, o Príncipe dos Pregadores ingleses, apontando para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Tabernacle, dizia: “Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar. Todas as vezes que prego, eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e suplicando ininterruptamente. Na sala que está sob os nossos pés é que se encontra a explicação do mistério dessas bênçãos.”

 

“O inferno treme quando uma igreja se dobra diante do Senhor Todo-Poderoso para orar.” Hernandes D. Lopes

 

3. Específica (At 12.5)
“…A favor dele.”
A vida de oração do crente deve ser não apenas constante e intensa, mas específica. Eles oravam por Pedro, para que o Senhor o livrasse. Não era uma oração vaga e sem propósito. A Bíblia contém inúmeras orações específicas (1 Cr 4.10; 1 Sm 1.27; Tg 5.17,18). De tão acostumados que alguns estão com a religiosidade, suas orações chegam a ser quase inconscientes e sem propósito.
Outras vezes, podem ser tão mecânicas e repetitivas que quase se assemelham a uma reza. Outras, de tão vagas e genéricas, sequer se percebe quando a resposta chega. Na realidade, às vezes, nem se espera por uma resposta. Lucas, aqui, nos dá um exemplo claro do que é uma oração específica e fervorosa.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Oração é a expressão da comunhão com Deus. Ela sustenta nossos irmãos em Cristo em meio às dificuldades e sofrimento. Como vai a sua vida de oração?

 

Identifique a resposta apropriada a cada questão e relacione-a abaixo no parêntese correspondente.
1) Mandou decapitar Tiago e prender a Pedro.
2) Incessante, específica e comunitária.
3) Libertou Pedro da prisão.

a) Características da oração da igreja por Pedro.
b) Um anjo do Senhor.
c) Herodes Agripa I.