Lição 5 – Atos 6 e 7 – A Expansão da Igreja e o Martírio de Estêvão

Lição 5 – Atos 6 e 7 – A Expansão da Igreja e o Martírio de Estêvão

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Atos 6 e 7 há 15 e 60 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos presentes, Atos 6.1-15; 7.54-60. (5 a 7 minutos).

As questões econômicas normalmente são causadoras de conflitos. Como não poderia ser diferente, a Igreja primitiva também teve que administrar os problemas que começaram a se manifestar com o seu crescimento. Este foi o primeiro conflito que, associado a outros, começou a comprometer o trabalho dos apóstolos, os quais precisavam administrar o tempo entre tentar resolver conflitos e prover o atendimento espiritual.
Nomear diáconos para o serviço da Igreja foi a orientação dada pelo Espírito Santo. Cada um tinha a sua função bem alinhada com o crescimento da Igreja. Ninguém deveria ficar sobrecarregado, especialmente os apóstolos, sem tempo para buscar a Deus, sem tempo para a família, nem deixando de fazer um trabalho de qualidade para o Senhor
O diácono deve ter um coração de servo, ter reputação ilibada, ser cheio do Espírito Santo, sábio, prudente e vigilante.

 

OBJETIVOS
• Valorizar a figura dos oficiais na Igreja.
• Compreender a função dos Diáconos na Igreja.
• Aprender com o exemplo de Estêvão.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Procure saber se seus alunos compreendem qual a função de um diácono. Depois de ouvi-los, desenvolva a lição a partir da leitura bíblica, direcionando-os para a valorização e respeito dos oficiais da igreja, para tanto, explore o exemplo do diácono Estêvão.
Antes de iniciar esta aula, procure pesquisar o contexto histórico em que se deu a nomeação dos diáconos. Muitos alunos esperam que você apresente informações além do texto e, a exemplo disto, é viável citar o termo “helenistas” (At. 6.1).

 

RESPOSTAS
1) Errado.
2) Certo.
3) Certo.

 

Lição 5 – A Expansão da Igreja e o martírio de Estêvão

 

LEITURA COMPLEMENTAR

VENCENDO AS LUTAS
As aflições são um teste que prova o tipo de pessoa que somos. Se existem defeitos em nossa estrutura interior, eles certamente aparecerão sob a pressão dos problemas. Um livro devocional publicado em 1696, de autor desconhecido, contém a sábia afirmação: As aflições são para a alma como a chuva para uma casa. Não sabemos que existem buracos no telhado até que comecem as goteiras. Talvez não saibamos que existem falhas em nossa alma, até que chegue a aflição e vejamos incredulidade, impaciência e medo pingando em muitos lugares’. Quando alguém passa por adversidades e tribulações, uma de suas primeiras reações é tentar achar um culpado. Ou culpa a si mesmo, quando acha que fez algo errado e que, portanto, está sendo punido. Ou então culpa a Deus, ou alguém mais.
De outro modo, quando passamos por adversidades e alguém tenta lançar a culpa sobre nós, a situação só tende a piorar. Foi esse o caso do Patriarca Jó. Visitado por seus amigos, quando passava por grande tribulação, teve de aguentar a ladainha de que estava sendo punido por causa dos seus pecados. O maior erro dos amigos de Jó foi insistir erroneamente que os problemas de Jó eram resultado de seus próprios pecados. Nisso, eles são exatamente iguais a muitos cristãos ‘amigos’ que encontramos pela vida. Não devemos esquecer que um autoexame seja uma atitude saudável, mas não podemos ficar nos acusando por problemas e tribulações pelos quais passamos. O certo é que a maioria das adversidades que enfrentamos na vida é resultado de vivermos num mundo moralmente caído e imperfeito. Elas sempre nos acompanharão, independentemente de errarmos ou não.
Cada um de nós deve se perguntar. Como eu me comporto em meio a uma tempestade de problemas? Fico aborrecido, irritado, incrédulo, com medo, ou simplesmente me rebelo e culpo a Deus pelos males que me afligem? O modo como enfrentamos as lutas normais da vida dizem muito a respeito do modo como enfrentamos as nossas próprias debilidades e imperfeições. E uma das coisas que cada pessoa tem de fazer é aprender a tratar consigo mesma, principalmente quanto à luta interior entre fazer o bem ou o mal, entre obedecer a Deus ou aos próprios desejos carnais.
O apóstolo Paulo escreveu: ‘Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus’ (1Co 1.3-4). De qualquer modo, se Deus permite que passemos por adversidades, Ele certamente quer que as enfrentemos, cada uma delas, através da fé e submissão ao Espírito Santo, orando e trabalhando, para vencermos as lutas da vida com galhardia e sairmos delas pessoas melhores do que quando entramos. AMÉM!
Artigo: Enfrentando e vencendo as lutas da vida (Samuel Câmara. Disponível em: http:// boasnovas.tv)

 

Estudada em 1 de novembro de 2020

 

LIÇÃO 5 ATOS 6 e 7 – A EXPANSÃO DA IGREJA E O MARTÍRIO DE ESTÊVÃO

Leitura Bíblica Para Estudo
Atos 6.1-15; 7.54-60

 

Texto Áureo
“Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.” At 6.7

 

Verdade Prática
A Igreja de Jesus Cristo foi destinada a crescer. Ela avançará com ou sem oposição.

 

ESBOÇO DA LIÇÃO:

INTRODUÇÃO

I. DESAFIOS À EXPANSÃO At 6 7-7
1. A distribuição de alimentos At 6.1
2. A instituição dos Diáconos At 6.3
3. Implementação e resultados At 6.7

 

II. O DIÁCONO ONTEM E HOJE At 6.2-3
1. Servos At 6.2
2. Requisitos bíblicos At 6.3
3. Solucionador de problemas At 6.1

 

III. O SERMÃO E MARTÍRIO DE ESTÊVÃO At 7.1-60
1.O Sermão de Estêvão At 7.1-50
2. A rejeição ao Espírito Santo At 51-53
3. O martírio de Estêvão At 7.54-60

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos os capítulos 6 e 7 de Atos. Aqui temos a instituição do diaconato, o sermão e o martírio de um deles. Há muito aprendizado aqui.

 

I. DESAFIOS À EXPANSÃO (At 6.1-7)
A igreja cresce vigorosa e triunfantemente, alcançando multidões de hebreus (6.1). Mas seu crescimento incessante cria dificuldades e problemas administrativos, os quais, superados, fazem a obra avançar mais.

1. A distribuição de alimentos (At 6.1)
“Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária.”
É curioso que o primeiro conflito na igreja surja ao redor das questões econômicas. Com o crescimento da Igreja, surge a necessidade de cuidar dos pobres, que eram uma parte considerável dos que criam. Entre estes, a classe das viúvas exigia especial cuidado. Uma viúva, naqueles dias, não tinha as oportunidades de hoje e, tampouco, havia o cuidado do Estado ou apoio social o como conhecemos em nossos dias. Elas eram extremamente vulneráveis e a Igreja lhes fornecia o amparo para sobreviverem. Havia duas classes de viúvas: as judias de língua grega (helenistas) e as judias que falavam o aramaico e hebraico (hebreias), que eram a maioria. As de fala grega foram sendo negligenciadas na distribuição de alimento e isso gerou um problema que, se não fosse sanado, poderia criar futuramente um rompimento interno na recente igreja de Atos.

 

2. A instituição dos Diáconos (At 6.3)
“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço.”
Os apóstolos aceitam as críticas e a solução achada foi o estabelecimento dos primeiros Diáconos. Os doze, de modo humilde, compreendem que, sozinhos, não poderiam dar conta da tarefa sem comprometer sua missão principal. A responsabilidade se tornara pesada demais.
O reconhecimento de nossas limitações ou distrações exige grandeza, e os apóstolos não centralizam tudo neles mesmos. Essa é uma diretriz fundamental em liderança. É a capacidade de perguntar: “Isso exige mesmo a minha ação ou presença? Há outras pessoas que podem fazer isso de modo mais eficiente?”.
Sete homens são escolhidos mediante os requisitos estabelecidos pelos apóstolos. O problema ameaçava a comunhão da igreja. A solução encontrada sanou o problema.

 

3. Implementação e resultados (At 6.7)
“Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.”
Jesus é o Senhor da Igreja. Quando esta depende totalmente Dele, nenhum problema será insolúvel e nada prejudicará o avanço da obra. O texto de Atos 6.7 diz que, após o início dos trabalhos dos sete diáconos, e solucionada a discórdia entre os cristãos, o testemunho da igreja se torna ainda mais vigoroso, alcançando até mesmo os sacerdotes. Em outras palavras, os problemas podem até surgir para prejudicar, mas, no fim, tomadas as devidas providências, Deus os usará para Seus propósitos e glória do Seu nome. O Evangelho de Cristo é infinitamente mais poderoso para nos unir do que qualquer diferença sócio-cultural para nos separar.

 

II. O DIÁCONO ONTEM E HOJE (At 6.2-3)
Os oficiais da Igreja, sejam quais forem, devem ser bênção e não problemas. Eles existem para aliviar e facilitar a caminhada da igreja, e não atrapalhar. Vejamos algo sobre os Diáconos.

1. Servos (At 6.2)
“Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas.”
Lucas, autor do livro, não dá o título formal de diácono aos sete escolhidos. Mas o verbo (diakonein, que significa “servir”) usado particularmente em relação à atividade de servir às mesas, assim como o contexto geral do Novo Testamento, não deixa dúvida de que se trata dos diáconos.
O que é um diácono? Conforme Atos, é “quem serve à mesa”, ou seja, um servo da igreja. Uma boa tradução para o português seria “garçom”. A palavra “diácono” é sinônimo de “ministro” que hoje se tornou um termo pomposo (ministros são auxiliares graduados do Presidente), mas a ideia no Novo Testamento é de um auxiliar, ou servo de todos (At 6.2-4).
Os primeiros “diáconos” no Novo Testamento foram os anjos (Mc 1.13), no sentido de que serviam ao Filho de Deus. Jesus foi o Supremo Diácono, pois veio para servir (Mc 10.45). Assim, podemos afirmar que o diaconato tem a sua mais sublime expressão em Jesus, o supremo exemplo de servo. Aleluia!

 

2. Requisitos bíblicos (At 6.3)
“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço.”
Vamos nos ater a Atos. Sabemos que em I Timóteo 3.8-15 o assunto é ampliado e pode ser estudado em paralelo. Os apóstolos não tratam o tema com descaso e descuidadamente. A exigência de requisitos específicos mostra a relevância da função e a importância desses obreiros. Três requisitos são listados:
a) Boa reputação. Alguém de quem se fala bem. Um crente de má fama é incapaz para o diaconato. Exige-se para isso vida íntegra.
b) Cheios do Espírito Santo. Vida espiritual piedosa, sincera e cheia do fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
c) Sabedoria. Isso difere de ciência, cultura ou erudição. É alguém que tem compreensão adequada dos caminhos e vontade do Senhor. Alguém que sabe os preceitos de Deus e os pratica.
Esses requisitos bíblicos são importantes, pois o Evangelho não é somente uma mensagem que as pessoas ouvem; ele é, principalmente, uma realidade que as pessoas veem na vida de quem o prega. Compreendemos isso?

 

3. Solucionador de problemas (At 6.1)
“Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária.”
Interessante que os diáconos foram instituídos para solucionar um problema: a causa da murmuração (6.1). Lucas descreve, nesse contexto, dois ministérios: o ministério da Palavra (apóstolos) e o ministério das mesas (diáconos), que se apoiavam e se complementavam, visando a servir a Deus e ao Seu povo. A Igreja tinha problemas. Não devemos nos escandalizar. Em toda igreja há problemas. Surgem desafios. Em Atos 5, Deus resolve pessoalmente; aqui, a solução não envolvia mortes ou juízo, mas a instituição de oficiais. Eles deixariam os apóstolos “livres” para sua função primordial, voltada para a oração e ensino da Palavra (6.4). Mas isso não significa que os diáconos não orem nem preguem.
Os exemplos seguintes de Estêvão e Filipe mostram o que um diácono cheio do Espírito é capaz de fazer. A questão aqui era “desembaraçar” os apóstolos de tarefas alheias ao seu chamado. Eles eram “desembaraçadores e solucionadores de problemas”. Nenhum obreiro deveria ser criador de problemas, mas, sim, ajudante na obra. Ela não precisa de atrapalhadores. Satanás já faz isso.

 

III. O SERMÃO E MARTÍRIO DE ESTÊVÃO (At 7.1-60)
Essa é a terceira perseguição em Atos. Todas são relacionadas com o avanço do Evangelho. Ela chega ao seu cúmulo com a morte de Estêvão, o primeiro mártir da Igreja de Cristo. Mas, ao mesmo tempo, esse incidente leva à expansão geográfica da igreja.

1. O Sermão de Estêvão (At 7.1-50)
“Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim? Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi” (7.1,2).
Estêvão e Filipe são os dois diáconos que se destacam na pregação e realização de prodígios em nome do Senhor (At 6.8). O sermão de Estêvão é o mais longo de todos no livro de Atos. Quando são vencidos na discussão, os judeus caluniam Estêvão e o levam diante do Sinédrio. O sermão é a sua defesa. Há pessoas assim, sem escrúpulos que, inclusive, usam a religião para prejudicar os outros. Alguém já disse que nunca os homens fazem o mal com tanto fervor como quando o fazem “em nome de Deus”.
Falsas acusações são uma arma antiga do inimigo. Não por acaso, um dos seus nomes é acusador. O curioso é que Estêvão não se defende, mas prega. Mostra a história da salvação, iniciada com o chamado de Abraão e vai deixando claro o protagonismo e o agir de Deus na nação até chegar em Jesus Cristo, a desembocadura final de todo o projeto divino.

 

2. A rejeição ao Espírito Santo (At 7.51-53)
“Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.”
Quando chega em Jesus, o sermão de Estêvão endurece consideravelmente. Tudo foi preparado para a vinda do Justo, do qual diz ele “vós agora vos tornastes traidores e assassinos” (7.52). A acusação foi dura. A nação rejeitou José, Moisés, os profetas e, por fim, o próprio Deus, trocando-o por ídolos e deuses pagãos, provocando a disciplina do cativeiro babilônico (At 7.41-42). No Evangelho, traíram e assassinaram Jesus (Mc 15.13). E agora, diz Estêvão, rejeitam o Espírito Santo (v. 51).
É curioso que, até aqui, a igreja é composta unicamente de judeus. A partir desse momento, com a rejeição do Evangelho pela liderança máxima de Israel, inicia-se a abertura da pregação aos samaritanos e depois aos gentios, conforme Jesus havia ordenado (At 1.8).

 

3. O martírio de Estêvão (At 7.54-60)
“Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.”(At 7.60).
A situação, que já era tensa, fica pior quando Estêvão diz que via os céus abertos e “o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (v. 54). Esse era o título preferido de Jesus para si mesmo, mas apenas aqui alguém o chama assim em todo o Novo Testamento. Em Atos 2.34 e 35, Pedro se refere a Jesus como assentado ao lado do Pai. Estêvão aqui diz que Jesus estava de pé, como para recebê-lo. Que coisa impressionante! Jesus se levanta para dar boas-vindas e receber Seu fiel servo. O crente é alguém importante para Deus. Vale a pena sermos fiéis, mesmo nas piores circunstâncias.
Estêvão é morto por apedrejamento. Era a morte por heresia, permitida pelo império romano aos judeus. Tentaram fazer isso com Jesus e não conseguiram (Jo 8.58,59).  Foi um assassinato “em nome de Deus”. Lucas diz que ele morre com uma oração nos lábios. Também menciona a presença de Saulo, com a observação de que este consentia com sua morte. O verbo synedoukon significa que Saulo se regozijou com a morte de Estêvão. Esse episódio marcou profundamente a vida de Saulo e contribuiu para sua conversão (At 22.20),
Estêvão não pregou somente com palavras, mas, principalmente, com a vida. E na sua morte. Que impacto! Que lição!

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Três foram as estratégias e tentativas malignas de impedir o avanço da igreja primitiva: perseguição (At 4); infiltração (At 5) e distração (At 6). Todas elas foram frustradas por Deus e exigem vigilância de nossa parte.

 

RESPONDA CERTO OU ERRADO
1) Podemos afirmar que a Igreja Primitiva estava isenta de dificuldades.

2) O problema surgido em Atos na distribuição de alimentos era extremamente
relevante, pois dificultava a comunhão dos irmãos.

3) Podemos afirmar que o martírio de Estêvão foi um assassinato “em nome de Deus”.