Lição 8 – Atos 11 – A Igreja em Antioquia

LIÇÃO 8 – ATOS 11 – A IGREJA EM ANTIOQUIA

Em Atos 11 há 30 versos. Sugerimos começar a aula lendo com todos os presentes, Atos 11.15-30 (5 a 7 minutos).
A igreja em Antioquia destaca-se neste momento de propagação da fé cristã. Lembre-se de que a dispersão dos cristãos pelo mundo foi uma estratégia divina na disseminação do Evangelho desde Jerusalém até aos confins da terra. Ela se torna uma referência de uma igreja que, fundamentada na Palavra, tem uma visão missionária e está a cumprir o Ide de Jesus. Tem também uma plena ação do Espírito Santo na distribuição normal dos dons espirituais.
Ações tais como: edificação, santificação, transformação, regeneração e manifestação dos dons espirituais são impossíveis sem a base da Palavra de Deus; e esta é o instrumento do Espírito Santo para o conhecimento de Deus.
Por fim, façamos um paralelo entre a igreja em Antioquia e a nossa igreja. Precisamos refletir sobre o nosso papel na sociedade, se estamos cumprindo o ide de Jesus e a valorização dos dons espirituais.

 

OBJETIVOS
• Aprender com a Igreja de Antioquia.
• Descrever as características de uma Igreja missionária.
• Enfatizar a importância do ensino da Palavra de Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
O professor tem a responsabilidade de despertar o interesse dos alunos e, para isto, necessita utilizar-se de diferentes recursos, desde o uso adequado da voz, olhar nos olhos dos alunos e lançar mão de ferramentas pedagógicas, das mais simples às mais sofisticadas.
Um exemplo de ferramenta necessária para esta aula é a utilização de um mapa, a fim de demonstrar a dispersão da Igreja até Antioquia. Destaque-se que, depois de Jerusalém, esta se torna uma das cidades mais importantes quanto ao crescimento e fortalecimento da fé cristã.

 

RESPOSTAS
1) Ela é bíblica, cheia do Espirito Santo e missionária.
2) Cristãos.
3) Decidiram socorrer os irmãos em outros lugares.

 

LEITURA COMPLEMENTAR

A RELEVÂNCIA DA IGREJA DE CRISTO
“Jesus preconizou duas verdades a respeito da sua Igreja, às quais precisamos sempre retornar para manter a nossa fé e reforçar a nossa esperança, a fim de cumprirmos integralmente a nossa missão no mundo, enquanto partes da mesma.
A PRIMEIRA VERDADE é que a Igreja seria indestrutível. Ele disse: “Edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). De fato, historicamente, nada tem conseguido parar a Igreja ou destruí-la. Nem mesmo os falsos pastores, nem seus próprios associados; nem suas ordens, convenções e ministérios, nem suas lideranças constituídas. Nem Satanás e suas potestades do mal, nem as heresias e os ensinos de demônios. Nada, absolutamente nada, pôde nem poderá jamais destruir a triunfante Igreja de Jesus.

A SEGUNDA VERDADE é que a Igreja tem a missão de se tornar relevante e fazer diferença no mundo, qualquer que seja o lugar ou a situação em que esteja inserida. Jesus ordenou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19).
A primeira verdade depende única e exclusivamente de Jesus, e Ele é poderoso para cumprir a sua parte, e em dois mil anos de história continua fiel nesse mister. A segunda verdade depende também de seus seguidores, na medida em que se submetem à operação da graça de Deus para cumprirem a Sua soberana vontade. E é exatamente nessa dupla perspectiva que repousa o fato de sermos relevantes no mundo ou não.
O desafio que se impõe é este: quando muitas pessoas ao nosso redor estão perecendo, na sua busca desenfreada por sentido de vida e salvação pessoal, buscando isso em ídolos que não falam, não ouvem e nem podem ajudar, ou em religiões irrelevantes, precisamos decidir se, como membros da Igreja de Cristo, vamos levar a elas a salvação que só há em Jesus, e também ministrar para suprir as necessidades mais profundas de importância e sentido na vida.
É esse binômio funcional que torna a Igreja relevante; e a falta dele faz com que ninguém note a sua presença. Portanto, a única opção que resta à Igreja é ser relevante no mundo, do contrário será vista apenas como um clube de religiosos orgulhosos e exclusivistas.
Artigo: “A relevância da Igreja de Cristo” (Pr. Samuel Câmara: Do site http://boas-novas.tv)

 

Estudada em 22 de novembro de 2020

 

Leitura Bíblica Para Estudo Atos 11.15-30

 

Texto Áureo
“Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” At 11.26

 

Verdade Prática
Quando Deus age poderosamente numa igreja, sua influência se espalha.

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. IGREJA DA PALAVRA At 11.19-29
1. Transformação At 11.23
2. Edificação At 11.26
3. Serviço mútuo At 11.29

 

II. IGREJA PENTECOSTAL At 11.19-24
1. Cheia do Espírito Santo At 11.24
2. Ênfase nos dons e ministérios At 11.28
3. Ênfase na oração At 13.2

 

III. IGREJA MISSIONÁRIA At 13.1-4
1. Identificação com Cristo At 11.26
2. Obediência ao “Ide” At 13.3
3. Oferece O melhor At 13.2

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 505 – 305

 

INTRODUÇÃO
A Igreja de Antioquia é um modelo daquilo que deve ser uma Igreja relevante e, por isso mesmo, apresenta fundamentos essenciais que deveriam estar presentes nas igrejas em todo tempo e lugar. Veremos três: a) uma inequívoca fundamentação bíblica; b) crer na contemporaneidade dos dons; e c) uma visão missionária.
É bom ter presente que Atos faz referência a duas cidades com o nome de Antioquia: Antioquia da Síria (13.1) e Antioquia da Psídia (13.4).

 

I. IGREJA DA PALAVRA (At 11.19-29)
Depois de Jerusalém, Antioquia da Síria se torna a cidade mais importante para a Igreja no início da fé cristã. Uma razão para isso foi o ensino sistemático das Escrituras. Vejamos o que isso produziu.

1. Transformação (At 11.23)
“Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.”
A transformação que todos precisamos vem pela Palavra de Deus pregada e ensinada. Ela é o instrumento e a ferramenta que o Espírito Santo usa (Jo 17.17). Sem a Palavra não há santificação, e sem santificação estaremos perdidos (Hb 12.14). Sem a Palavra pode até haver adaptação, mas não haverá transformação. Foi o ministério da Palavra, através de Paulo e Barnabé, que fez os crentes de Antioquia se parecerem com Jesus (11.26). Uma cidade caracterizada pela idolatria, imoralidade e luxúria foi impactada pela Palavra de Deus; e o resultado é que seus membros ficaram parecidos com Jesus. E, pela primeira vez na história, os discípulos foram chamados cristãos.
Guardemos isso: a marca do Evangelho é transformação! Uma igreja igual ao mundo não tem autoridade. Há uma parede de separação entre a igreja e o mundo. Se for derrubada, ela será qualquer coisa, menos igreja. Não há igreja saudável sem ênfase na Palavra. Infelizmente, há uma notória tendência contemporânea em remover a centralidade da Palavra de Deus pela liturgia.

 

2. Edificação (At 11.26)
“Tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.”
Jesus prometeu que edificaria a Sua Igreja. O que é isso? O dicionário define o verbo edificar como “levantar (uma construção) a partir do solo, segundo um plano estabelecido e por meio de materiais apropriados.” Quais os “materiais” que Jesus usa para que Sua Igreja tenha fundamento sólido, seja estabelecida e cresça saudavelmente? O principal é o próprio Senhor Jesus, a Rocha sobre a qual a Igreja está edificada e de cuja Palavra se alimenta.
A igreja nasceu pela pregação da Palavra (1Co 2.15) e é a Palavra que lhe dá raízes para subsistir e prevalecer contra as portas do inferno. Isso se aplica a todos os membros e ministérios da igreja.

 

3. Serviço mútuo (At 11.29)
“Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judeia.”
Outra marca do ensino bíblico nessa igreja se vê na generosidade deles. Diante de uma revelação na qual o Espírito Santo declarava um período de fome e escassez, essa igreja prontamente se compromete a ajudar os irmãos da Judeia, incluindo Jerusalém (12.25). Não pensavam apenas em si, mas doaram-se a si mesmos. Isso é extraordinário, principalmente considerando-se que essa era uma igreja de gentios. Não se viam independentes ou isolados dos demais cristãos, mas formando um só povo.
A generosidade é um atributo cristão e, mesmo sem conhecer pessoalmente os irmãos da Judeia, eles os socorrem. Uma fé ensimesmada e mesquinha, o tempo todo preocupada em receber, não é cristã nem bíblica. Você se considera generoso(a)? Evangelizar é, também, praticar atos de bondade (At 10.38).

 

“Uma igreja se toma relevante quando ministra às necessidades mais profundas das pessoas — salvação e sentido na vida.” Samuel Câmara

 

 

II. IGREJA PENTECOSTAL (At 11.19-24)
A igreja de Antioquia nasceu e se desenvolveu no poder do Espírito Santo. Por isso foi relevante. Vejamos algumas evidências:

1. Cheia do Espírito Santo (At 11.24)
“Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.”
Ser cheio do Espírito Santo é um dos mandamentos mais ignorados pelos cristãos atuais. É mais do que uma experiência isolada no tempo e no espaço, onde a pessoa um dia falou em línguas e, depois disso, nada mais aconteceu. É interessante perceber que, em Atos, as mesmas pessoas que foram batizadas com o Espírito Santo foram depois cheias do Espírito em outras ocasiões (At 4.31; 13.9), Não significa, obviamente, que foram batizadas de novo, mas que necessitavam de um constante enchimento.
Portanto, concluímos que, embora a experiência do batismo com o Espírito Santo seja única, o enchimento deve ser repetido continuamente. Daí a ordem bíblica “enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
Quando Barnabé chegou a Antioquia, já encontrou uma igreja fervorosa no Espírito (11.22,23)

 

2. Ênfase nos dons e ministérios (At 11.28)
“E, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio.”
Vemos no texto bíblico que havia liberdade e a valorização dos dons espirituais e ministeriais naquela igreja. Criam, ouviam e obedeciam à voz de Deus. A igreja de Antioquia tinha uma excelente equipe de obreiros (At 13.1) e liberdade para o agir do Espírito Santo por meio dos dons. Olhemos, por exemplo, a história da Assembleia de Deus. Seu crescimento está indissociavelmente ligado ao ministério de gente simples e cheia do Espírito de Deus que, uma vez tendo sido alvo da graça de Deus, levava o Evangelho por onde ia. Uma igreja nunca será relevante desprezando o agir do Espírito.

 

3. Ênfase na oração (At 13.2)
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
Não há dúvidas de que a oração é uma das marcas centrais de uma igreja Pentecostal. Não é possível separar as duas coisas. Foi no ambiente da oração, do jejum e da adoração que Deus ministrou àquela igreja.
Não é que Deus não possa fazer nada se não orarmos, mas é que, como eu sei que Ele está agindo e fazendo algo, eu vou orar para ser participante disso. Deus não está passivo, Ele está em movimento no mundo e, quando oramos, podemos ser instrumentalizados no que Ele quer fazer. O inverso também é verdadeiro. A estagnação e mornidão espiritual estão associadas à vida sem oração.
Toda igreja que esfriou, antes negligenciou a oração. Como está nossa vida de oração?

 

III. IGREJA MISSIONÁRIA (At 13.1-4)
Sendo a igreja uma assembleia que dá continuidade à obra de Cristo, uma visão missionária é imprescindível a ela. Vejamos três aspectos de uma igreja missionária.

1. Identificação com Cristo (At 11.26)
“Tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.”
Identificação com Cristo é fundamental em uma igreja para que ela seja missionária, do contrário o que será pregado? Se não houver em nós uma completa e radical identificação com Cristo, a nossa mensagem estará contaminada. Foi em Antioquia que os discípulos foram cognominados “cristãos”. O que significa isso? Ser cristão é ter o caráter de Cristo gerado em nós (Gl 4.19). Os moradores da cidade viram nos membros dessa igreja um estilo de vida que os identificava com Cristo.
Hoje, infelizmente, o nome “cristão” está desgastado, exatamente porque seu resultado visto é bem diferente daquele usado pelas Escrituras. Em nossos dias, qualquer um que diz acreditar em Deus e frequente uma denominação qualquer, acha-se no direito de dizer que é cristão.
A pergunta que devemos fazer é se a nossa vida, palavras, ações, reações, atitudes e comportamentos levam as pessoas a verem Cristo em nós. Não ocorra conosco o que Gandhi disse certa vez: “No vosso Cristo eu creio. Eu só não creio no vosso cristianismo”.

 

2. Obediência ao “Ide” (At 13.3)
“Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.”
Sendo Antioquia da Síria uma importantíssima cidade do império, a igreja poderia ser tentada a permanecer apenas lá. Muitos poderiam pensar assim: “Como vamos fazer missões se não alcançamos ainda a totalidade da nossa cidade?”
Se os cristãos de Antioquia pensassem desse modo a obra missionária teria permanecido estagnada. Fundada em 301 a.C., Antioquia da Síria era a terceira mais importante cidade do império, atrás apenas de Roma e Alexandria. Conhecida como “rainha do Oriente”, possuía uma população cosmopolita de meio milhão de habitantes, aproximadamente.
Se a igreja fosse fazer missões somente após ganhar a cidade toda, talvez jamais o fariam. Mas havia uma ardorosa vocação missionária naquela igreja. Essa igreja nasceu a partir do ministério de evangelistas anônimos (11.19-21).
Assim, ela permaneceu fiel à sua própria história. Era uma igreja que enxergava os campos brancos para além dos seus portões e, por isso mesmo, era vigorosa. Nossa igreja é assim? Como já foi dito, a melhor dieta para revitalizar a igreja é uma dieta missionária.

 

3. Oferece o melhor (At 13.2)
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
Imaginemos, por um instante, uma igreja ter no seu quadro de liderança, entre outros, Paulo e Barnabé. Já vimos a diferença que o ensino bíblico efetivo através desses dois realizou na vida da igreja, seja edificando-a, seja acrescentando novos membros. Mas quem dirige a obra missionária é Deus e a igreja estava aberta e submissa à visão do Espírito. Em vez de se orgulhar de uma liderança tão promissora e efetiva, a igreja em Antioquia os libera para o campo missionário.
A igreja não cria resistências, mas oferece seus melhores e mais preparados líderes para a obra missionária.
Que exemplo! Guardemos essa verdade, o que temos de melhor, individual ou coletivamente, precisa estar à disposição de Deus. Mais do que um departamento, “missões” é a razão de a igreja existir.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Nossa cidade conhece nossa igreja? E nos considera verdadeiramente cristãos? Que tipo de influência e impacto o testemunho da igreja tem causado em nossa cidade?

 

RESPONDA
1) Segundo a lição, quais as marcas de uma igreja relevante?
2) Como os seguidores de Jesus foram chamados em Antioquia?
3) O que a Igreja de Antioquia fez ao saber que haveria uma grave fome?