Lição 10 – Amor, Caminho Excelente

LIÇÃO 10 – AMOR, CAMINHO EXCELENTE

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Caro professor, seja bastante enfático em abordar que os dons são frutos da graça de Deus, mas que há uma relação dinâmica entre ter o dom e a vida de piedade do cristão. É sobre isso que Paulo trata no capítulo em apreço, enfatizando que o servo de Deus não é coisa alguma nem conquista coisa nenhuma sem amor (1Co 13.2-3).

Os coríntios consideravam ter dons como o ápice da vida espiritual, e estes possuem sua importância, pois devem ser usados para edificação do corpo de Cristo. Inclusive, os coríntios são exortados a buscá-los com zelo. Todavia, Paulo se propõe a mostrar a eles um caminho mais excelente, isto é, o caminho do amor, sem o qual é impossível que haja eficácia numa vida de dons espirituais.

 

PALAVRAS-CHAVE

Amor • Prática • Características • Superioridade

 

OBJETIVOS

  • Assimilar a importância do amor.
  • Discernir o que é e o que não é o amor.
  • Incentivar a prática do amor cristão.

PARA COMEÇAR A AULA

Vamos iniciar esta aula mostrando as sete ações hipotéticas que Paulo expõe à igreja de Corinto, as quais sem amor não teriam sentido algum, o que é evidenciado pelo advérbio “ainda” ou pela conjunção subordinada “se”, ambos evidenciando uma possibilidade. Esses gestos são: o falar em línguas dos homens e anjos; o dom de profecia; o conhecer toda ciência do mundo; o ter toda fé; o dar todos os bens pessoais aos pobres; e o entregar-se por alguém.

RESPOSTAS

1)      Línguas, profecia, fé e sacrifício.

2)      Paciente, bondoso, sofredor, fiel e perseverante.

3)      Invejoso, arrogante, orgulhoso, rude, egoísta, irascível, rancoroso, alegre com a Injustiça.

 

 

LEITURA COMPLEMENTAR

O Espírito concede dons aos cristãos a fim de capacitar a comunidade de Cristo a ser um exemplo de Cristo. Uma vez que os dons são expressões de poder, seu uso indevido pode produzir resultados opostos aos pretendidos. Essa inversão acontece quando a pessoa que recebe o dom (ou dons) é glorificada em lugar do doador do dom (ou dons).

Aqui, Paulo deixa claro que todos os dons, quer sejam mais espetaculares ou mais comuns, precisam se tornar articulações do amor de Cristo, e não ilustrações de devoção pessoal. Paulo chama o amor de caminho mais excelente (lit, “hiperpropulsor”) exatamente porque guarda os cristãos desse egoísmo. Quando o amor impele o uso dos dons espirituais, eles se tornam expressões da presença de Cristo e, desse modo, fortalecem o corpo de Cristo. Quando o egoísmo força o uso dos dons, eles revelam a presença de quem os recebeu e, desse modo, abafam em vez de amplificar a voz de Deus.

Livro: “1 Coríntios” (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova – SP, 2018, pág. 184).

 

Estudada em 6 de setembro de 2020

 

LIÇÃO 10 – AMOR, CAMINHO EXCELENTE – 1 CORÍNTIOS 13

Texto Áureo
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” 1Co 13.13

Verdade Prática
Sem amor o exercício de qualquer dom do Espírito se torna inútil.

 

Leitura Bíblica Para Estudo 1 Coríntios 13

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

 

I. SEM AMOR, NADA VALE 1 Co 13.1-3
1. Línguas 1Co 13.1
2. Profecias 1Co 13.2
3. Sacrifícios 1Co 13.3

 

II. O AMOR RESOLVE TUDO 1Co 13.4-8
1. O que o amor é 1 Co 13.4
2. O que o amor não é 1Co 13.4-8
3. Aplicação prática do amor iço 13.4-8

 

III. O AMOR PERMANECE 1Co 13.8-13

1. Dons passam, amor não 1Co 13.8-10
2. De menino a homem 1Co 13.11-12
3. O amor jamais acaba 1Co 13.8,13

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 88-145 

 

Lição 10 – Amor, Caminho Excelente

 

INTRODUÇÃO

Ao inserir de modo surpreendente, como que abrindo um parênteses entre os capítulos 12 e 14, que instruem sobre os dons espirituais, o capítulo 13, sobre a excelência do amor, Paulo está ensinando que o propósito de Deus para os dons espirituais é que sejam exercidos com amor. Uma vez que os dons são expressões de poder, seu uso indevido pode produzir resultados desastrosos. Essa inversão acontece quando a pessoa que exercita o dom é glorificada em lugar do doador do dom. Falar em línguas é dom, controlar a língua é fruto.

Paulo chama o amor de caminho sobremodo excelente, exatamente porque guarda os cristãos desse egoísmo.

 

I. SEM AMOR, NADA VALE (1Co 13.1-3)

Nos primeiros três versículos deste capítulo Paulo não está fazendo um poema sobre amor para ser lido em casamentos. Muito pelo contrário., ele está exortando a igreja cm Corinto, que estava em pé de guerra, dividida em facções (1Co 1.10-17).

Como pode uma igreja se gabar de grandes feitos e grandes dons espirituais se está tão longe do que Deus é (1Jo 4.8)? De que servem os dons, se não há amor?

 

1. Línguas (1Co 13.1).
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos; se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.”

Você já ficou bravo quando o baterista se empolga no culto e acerta os pratos da bateria com tanta intensidade que começam a irritar os ouvidos? Pois então!

Paulo está comparando aquele que fala em línguas, mas não demonstra amor para com os outros como um címbalo que retine. Um prato enorme, sendo agredido e gerando um barulho chato, ensurdecedor, que não edifica a ninguém.

Uma igreja que fala em línguas, sem amor, se assemelha a esta metáfora. A intenção de Paulo, ao se expressar desse modo, é produzir imagens grosseiras e desagradáveis na mente de seus leitores, para que entendam como o seu comportamento está soando da mesma maneira. E podem perturbar mais do que abençoar.

 

2. Profecias (1Co 13.2).
“Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.”

Profecias servem para a edificação do Corpo de Cristo, mas como isso pode acontecer com profetas vazios? Ainda que recebesse o maior dos dons do Espírito, a capacidade de ouvir a voz de Deus, entender Suas revelações, comunicar Suas verdades e demonstrar um nível de fé que evoca o poder de Deus, um cristão não seria coisa alguma sem amor.

Não é à toa que, de tempos em tempos, vemos grandes homens e mulheres da igreja caindo, pois, com a soberba, o amor vai embora e o passo seguinte é a ruína.

A ideia, aqui, não é anular os dons espirituais, que continuam a ser úteis e benéficos, pois não dependem dela, mas do Espírito. Porém, fica claro que os dons devem ser exercidos com amor, decência e ordem.

 

3. Sacrifícios (1Co 13.3).
“E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se nào tiver amor, nada disso me aproveitará.”

Deus já deixou bem claro em Sua Palavra que Ele não se importa com o sacrifício em si, mas com o coração do adorador (Sl 51.16-17; Jo 4.23). Paulo esclarece que abrir mão de todos os bens aos pobres – como exigido do jovem rico por Jesus (Lc 18.18-23) – ou até sacrificar a própria vida, sem amor, é um ato sem proveito algum. Por que o ato de Deus de enviar/sacrificar Seu único Filho, Jesus, foi tão poderoso? Por causa do amor (Jo 3.16).

O que fica bem nítido nestes três primeiros versículos é que os mandamentos de Deus ainda se resumem a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Jesus nos amou (Jo 13.33-35).

 

II. O AMOR RESOLVE TUDO (1Co 13.4-8)

1. O que o amor é (1Co 13.4).
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece.”

Paulo descreve o que é o amor e tenta demonstrar que os problemas dentro da igreja de Corinto existem porque eles não estão agindo em amor. Propõe-se que se leia abaixo na primeira pessoa do singular para que cada um tome para si as características do amor:

a) O amor é paciente. Mesmo quando eu sinto o forte desejo de me expressar ou decidir. Com a ajuda do Espírito Santo, decidindo amar, eu suporto a dor e as provações sem murmurar; demonstro domínio próprio diante das provocações ou tensões criadas por pessoas ou situações. O amor se mantém firme a despeito de qualquer oposição, dificuldade ou adversidade.
b) O amor é bondoso. Mesmo quando me tratam mal (Rm 12.17- 21). É a ideia de vencer o mal fazendo o bem. O amor é compassivo, atencioso e agradável até com quem não merece.
c) O amor tudo sofre. Mesmo quando as decepções são esmagadoras. O amor é tolerante, não com o pecado, mas com a pessoa; suporta pessoas de difícil trato e guarda a perspectiva do Espírito Santo na possibilidade de mudança.
d) O amor tudo crê. Ainda que os outros não creiam, eu devo manter a minha fé no poder transformador do Evangelho e do Espírito Santo.
e) O amor tudo espera. Mesmo que a esperança de todos já tenha morrido. O amor aguarda o cumprimento do plano de Deus.
f) O amor tudo suporta. Abrir mão de privilégios em favor dos irmãos. Especialmente quando eu penso que não posso mais suportar certas pessoas ou circunstâncias. O amor permanece firme diante do sofrimento.

 

2. O que o amor não é (1Co 13.4-8).
“Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”(13.6).

a) O amor não arde em ciúmes. Especialmente quando percebo que outros têm se destacado mais que eu; não é certo, nem amoroso, fomentar a rivalidade, nem cobiçar a vida do próximo. Isso é sinal de insatisfação com o que Deus o tem dado.
b) O amor não ufana. Mesmo quando eu tenho vontade de contar para todos as minhas realizações. O amor não glorifica a mim mesmo, mas honra ao próximo e glorifica a Deus.
c) O amor não se ensoberbece. Mesmo quando eu penso que estou com a razão. O amor não é altivo e não tenta dominar os outros; o amor se preocupa em dar-se e não em afirmar-se.

d) O amor não se conduz inconvenientemente. Não age inconvenientemente, mesmo que isso possa trazer a atenção para mim. O amor não constrange os outros, mas os recebe e os faz sentir bem.
e) O amor não busca os próprios interesses. Mesmo quando eu tenho muito a ganhar com isso. O amor, por um ato de vontade, procura servir ao invés de ser servido.
f) O amor não se exaspera. Mesmo quando tentam me provocar, não devo me exasperar. A ideia é não ser uma pessoa melindrosa. Não estar predisposto a ofender. O amor não desiste de treinar outros na justiça, mesmo diante de falhas e provocações.
g) O amor não se ressente do mal. É o grande perigo de me tornar prisioneiro do meu próprio ódio. O amor decide não levantar ofensas passadas, já cobertas pelo perdão.
h) O amor não se alegra com a injustiça. Mesmo que a outra pessoa mereça.
i) O amor se alegra com a verdade. Mesmo que mentir pareça ser mais fácil. O amor alegra-se com o conhecimento da verdade, pois a verdade liberta.

 

3. Aplicação prática do amor (1Co 13.4-8).
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece (1Co 13.4).

Se pegarmos o que já estudamos no capítulo 6 desta carta, o contexto do litígio entre os irmãos fora da igreja, o que deveria ter acontecido se o amor fosse o caminho seguido pelas partes? Teriam resolvido os litígios e, provavelmente, não haveria um processo entre irmãos, caso eles fossem: pacientes; bondosos uns com os outros; não arrogantes; não soberbos; se não buscassem os próprios interesses; não guardassem rancor dos erros uns dos outros; sofressem o dano; cressem na ação do Espírito Santo nas vidas uns dos outros; se cressem que Deus está cuidando de tudo e de todos; se esperassem em Deus; se suportassem uns aos outros.

Aplique o amor a todos os problemas da igreja de Corinto e fica claro que eles tinham os meios necessários para resolução de conflitos através do amor. Assim também nós, a igreja de hoje, temos os mesmos recursos para evitar ou solucionar problemas.

 

III. O AMOR PERMANECE (1Co 13.8-13)

1. Dons passam, amor não (1Co 13.8-10).

“O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará” (13.8).

Os dons espirituais são bênçãos de Deus para nós. É uma demonstração do Seu reino visando ao crescimento e desenvolvimento espiritual do Seu povo. Mas eles terão fim. Quando Jesus voltar e nos tornarmos plenos Nele, então não necessitaremos mais dos dons. Porém, o amor permanecerá. O amor será a régua, a forma, os usos e costumes do céu. Por isso, o amor deve ser preservado e praticado desde já, nos preparando e amadurecendo para aquele dia.

 

2. De menino a homem (1Co 13.11-12).

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.”

Chega um momento em que Paulo diz que abandonou as coisas de menino, como egoísmo, exclusivismo etc., pois ele quis buscar coisas maiores. O amor caracteriza a vida de um discípulo de Cristo que é adulto espiritual. De que forma? Amando os outros com o amor que Deus já derramou em seu coração.

 

3. O amor jamais acaba (1Co 13.8,13).
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.”

Por fim, o texto apresenta o amor junto com a fé e a esperança. Isso acontece justamente porque a fé e a esperança apontam para o amor. Se observarmos Hebreus 11.1, perceberemos que a fé é a certeza absoluta das coisas que se esperam. E é justamente isso o que Paulo está dizendo: temos certeza absoluta de que o amor permanecerá, e isso nos traz esperança, porque o amor é maior até mesmo que a fé e a esperança. O amor jamais acaba. Que afirmações profundas e maravilhosas!

O contraste paulino entre a natureza temporal dos dons e a natureza eterna do amor, revela uma característica impressionante: “o amor jamais acaba”. Por isso o amor é bom e firme alicerce para todos os nossos atos, inclusive como sustentáculo da família.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
O propósito de Deus para os dons espirituais é que eles sejam exercidos com amor.

 

RESPONDA

1)      O que Paulo demonstra tornar-se vão sem o amor?

2)      Quais são as características do amor?

3)      O que o amor não é, segundo a lição?