Lição 11 – Dom de Profecia e Ordem no Culto

LIÇÃO 11 – DOM DE PROFECIA E ORDEM NO CULTO

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Amado professor, explique nesta aula que devemos sempre estar no caminho do amor; temos que nos esforçar para vivermos em amor; todavia, não devemos nos limitar a viver uma vida de amor mas sem os dons espirituais, porque ambos provêm do Espírito Santo.

Todos os cristãos devem ter interesse pelos dons, não apenas aqueles que exercem funções de liderança, sobretudo o dom de profecia, o qual não é necessariamente uma previsão, mas um anúncio da vontade de Deus para o Seu povo.

Os profetas eram o sensor ético de Israel; e hoje, o são da igreja, pois as profecias mostram a situação real do povo de Deus. O dom de profecia, por seu turno, deve edificar, consolar e exortar.

 

OBJETIVOS

  • Entender porque o dom de profecia é considerado superior.
  • Aprender o que é prioridade nos cultos e reuniões públicas.
  • Entender que o culto deve ser ordenado e refletir a unidade e diversidade do Corpo de Cristo.

PARA COMEÇAR A AULA

Dê início nesta aula tentando falar algumas palavras de um outro idioma, de preferência um que seja pouquíssimo conhecido. Em seguida, pergunte se alguém entendeu o que você disse. Logo após isso, demonstre a importância de transmitir a informação de uma maneira que todos entendam, pois o nosso maior propósito é comunicar as verdades de Deus de uma maneira que todos compreendam. Dito isso, faça um paralelo entre os dons de profecia e o dom de variedade de línguas.

 

RESPOSTAS

A única opção correta é a letra “b”

 

PALAVRAS-CHAVE

Profecia • Línguas • Edificação Prioridade • Culto

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Texto em contexto

O capítulo 15 funciona tanto como um crescendo da carta de Paulo quanto como o ápice da exposição teológica do apóstolo. Ele fornece a chave teológica que revela a mente de Paulo a seus leitores e explica a estrutura de sua ética. Para o apóstolo, tudo o que ele disse nessa carta depende da realidade histórica da ressurreição física de Cristo.

A ressurreição de Cristo é o ápice sem o qual seu sofrimento e morte não fazem sentido algum e em razão do qual a graça restauradora concedida por Deus a sua criação agora é revelada.

Por causa da ressurreição de Cristo, seus seguidores têm esperança de vida eterna na presença de Deus, uma vida que já iniciou e que provou seu poder na comunidade de Cristo. Os cristãos que se tornaram parte do corpo de Cristo e recebedores de seu Espírito têm a garantia de que serão ressuscitados dentre os mortos com Cristo.

E Cristo, que se relaciona com seu corpo como cabeça, também se relaciona com seus seguidores como as primícias daqueles que são ressuscitados dos mortos (15.23).

Livro: “1 Coríntios” (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova – SP. 2018. pág. 200).

 

LIÇÃO 11 – DOM DE PROFECIA E ORDEM NO CULTO – 1 CORÍNTIOS 14

Texto Áureo

“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” 1Co 14.40

 

Verdade Prática

O culto é um momento de adoração a Deus e edificação da igreja; não há espaço para o individualismo.

 

Estudada em 13 de setembro de 2020

 

Leitura Bíblica Para Estudo 1 Coríntios 14.1-40

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

 I. DOM DE PROFECIA 1Co 14.1-3

  1. Incentivado a buscar 1Co 14.1
  2. As línguas edificam quem fala 1Co 14.2
  3. A profecia edifica a igreja 1Co 14.3


II. MAIS ÚTIL NO CULTO 1Co 14.5-25

  1. Profecia é mais útil 1Co 14.5
  2. Línguas com interpretação 1Co 14.13-15
  3. Prova da presença de Deus 1Co 14.25

 

III.    ORDEM NO CULTO CRISTÃO 1Co 14.2640

  1. Participação de todos 1Co 14.26
  2. Participação com ordem 1Co 14.27,28
  3. Decência e ordem 1Co 14.28-40

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 24 – 358

 

INTRODUÇÃO

No capítulo 14 desta carta aos Coríntios, Paulo ensina como deveria ser o culto na igreja primitiva. Ele visa a corrigir o exercício desordenado de dons pelos coríntios, salientando a necessidade de edificar a congregação e de aplicar os ensinos dos capítulos 12 e 13. Os dons exercidos no culto público devem ser de benefício coletivo; caso contrário, tudo resultará em desordem e confusão.

I. DOM DE PROFECIA (1Co 14.1-3)

Toda a linha de raciocínio deste capítulo envolve o dom de profecia versus falar em línguas e interpretação de línguas. O dom de profetizar é a capacidade sobrenatural de falar em nome de Deus, entregando uma mensagem Dele aos seus destinatários.

  1. Incentivado a buscar (1Co 14.1).

“Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.”

O dom de profecia é a capacidade de falar em nome de Deus. Neste dom está envolvido também o poder para profetizar eventos futuros (At 11.27-28; 21.10-11). O dom de profecia tem o claro propósito de “edificar, exortar e consolar” a igreja de Cristo na terra. Para Paulo este dom é considerado maior que o dom de línguas, devido à sua clareza e possibilidade de entendimento.

É mais edificante profetizar que falar em outras línguas no culto da igreja do Senhor. Por isso, Paulo recomenda que todos os cristãos procurem falar em línguas, mas principalmente que busquem o dom de profecia.

 

 

  1. As línguas edificam quem fala (1Co 14.2).

“Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.”

O dom de línguas não deve ser desprezado pelos crentes de hoje e tem uma grande importância na edificação pessoal.

Além disso, ele é um sinal para os incrédulos (1Co 14.22), constituindo evidência inequívoca da presença e operação do Espírito Santo.

Porém, pelo seu caráter personalíssimo, principalmente quando não há quem a interprete, este dom deve ser exercitado com parcimônia durante as reuniões públicas.

Devemos levar em conta que Paulo não está desprezando o dom de línguas, e sim enfatizando a necessidade de ordem no culto e o seu caráter de edificação coletiva. Dentro deste contexto, é desejável que as mensagens entregues sejam proveitosas para todos os ouvintes, inclusive os incrédulos, como ocorre com o dom de profecia, ou com o dom de línguas conjugado e com a interpretação.

 

  1. A profecia edifica a igreja (1 Co 14.3).

“Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.”

A profecia edifica a igreja e todos os seus membros presentes, exorta-os a permanecer firme em seu fundamento e consola os fiéis nos momentos difíceis, especialmente com a esperança da volta de jesus e de nosso futuro glorioso ao lado Dele. Não sem razão é um dom tão desejável para os crentes.

O termo edificar significa literalmente “construir”, “levantar”. Entendemos que a vida cristã é uma construção que está em desenvolvimento. Temos que ter ciência que estamos levantando “tijolo por tijolo” desta tão grande obra. E, decerto, a profecia fará com que este “edifício” seja construído com bases bastante sólidas.

 

 

II. MAIS ÚTIL NO CULTO (1Co 14.5-25)

 

  1. Profecia é mais útil (1Co 14.5).

“Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação.”

Quando Paulo fala que o que profetiza é superior ao que fala em línguas, não está menosprezando as pessoas que falam em línguas, nem exaltando a pessoa que profetiza.

Isso seria danoso como “tirar o pino de uma granada” e ficar com ela na mão, pois incentivaria mais partidarismos e divisões em uma igreja que já sofria com tais males, o que era justamente o que Paulo mais combatia em sua epístola (v. 33).

Lembre-se que Paulo está tratando sobre ordem no culto. Organizar significa, dentre outras coisas, escolher o que deve ser priorizado e o que deve ser considerado secundário. Há uma clara indicação dessa lista de prioridades no Capítulo 12.28, em que o profeta aparece em segundo lugar, após o apóstolo, e a variedade de línguas aparece em último.

Durante o culto, a prioridade deveria ser a edificação da igreja, de forma coletiva.

Neste contexto, aquele que tivesse uma profecia para entregar deveria ser priorizado na ordem do culto em relação ao que falava em línguas, pois aquela mensagem edificaria a igreja, enquanto as línguas edificariam apenas o indivíduo.

 

  1. Línguas com interpretação (1Co 14.13-15).

“Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar”.

Como fica claro, o importante no culto é que “a igreja receba edificação”. Por isso Paulo recomenda que aquele que fala em línguas diante da igreja “deve orar para que a possa interpretar” (1Co 14.13).

Dessa forma, o apóstolo está fazendo um apelo para que os coríntios sejam maduros no modo de pensar, deixando partidarismos e individualismos de lado para priorizar a unidade da igreja.

Paulo evoca tão fortemente a figura da igreja como um corpo, em que cada fiel é um membro diferente e que não há espaço para pensar em si mesmo dissociado da realidade do corpo (1Co 12.27).

 

  1. Prova da presença de Deus (1Co 14.25).

“Tornam-se lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós.”

Desde o Capítulo 12, o apóstolo Paulo já havia se pronunciado a respeito da manifestação do Espírito Santo. Ele ponderou que “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo” (1Co 12.4). Também observou que “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso” (1Co 12.7). Em outras palavras, os dons pertencem ao Espírito Santo, e não a pessoa a quem são concedidos.

Hoje em dia, o Espírito Santo tem se manifestado de muitas maneiras. Muitas das pessoas que são usadas por Deus são bajuladas, até idolatradas, e, por vezes, isso acaba “subindo à cabeça”. Devemos entender que as pessoas a quem o Espírito Santo concede os dons são tão somente canais, instrumentos utilizados por Ele para edificar a Sua igreja.

O dom é do Espírito Santo, que faz conforme lhe apraz. Adore a Ele! E não à pessoa que exercitou o dom.

 

 

III.    ORDEM NO CULTO CRISTÃO (1Co 14.26-40)

  1. Participação de todos (1Co 14.26).

“Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação”

Paulo está afirmando que todos os crentes de Corinto podem contribuir para a edificação da igreja local.

O culto deve ser variado e fervoroso, não precisa ser composto só de profecia, também não se vai passar o culto todo cantando.

O culto não deve cair em monotonia, nem deve virar um monólogo, no qual apenas uma pessoa fala a reunião toda. Há espaço para a variedade e para a diversidade. O culto é da igreja para Deus. Cada qual pode contribuir de diferentes formas e em diversas oportunidades.

 

  1. Participação com ordem (1Co 14.27-28).

“No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.”

Paulo orienta que, ao falar em profecia ou línguas, os crentes deveriam seguir as seguintes orientações: 1) apenas alguns devem exercer o dom no culto; 2) não devem ser proibidas; 3) as línguas, um após o outro, devem ser interpretadas. Esses parâmetros se aplicam ao culto e não a momentos particulares de oração.

Paulo ratifica que o dom se encontra sob o controle de quem o exerce, e que este pode e deve ficar em silêncio quando apropriado (1Co 14.32). Ele reconhece que os dons são uma manifestação do Espírito Santo e isso pode ocorrer de forma espontânea no meio da igreja, mas os irmãos devem ter bom senso e domínio próprio para controlar a manifestação de modo que não atrapalhe o desenrolar da reunião.

 

  1. Decência e ordem (1Co 14.28-40).

“Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas. Tudo. porém, seja feito com decência e ordem.”

A manifestação do Espírito Santo no meio da igreja não é um “mover” no qual os envolvidos ficam “enlouquecidos” e fora de si.

A fala de Paulo nesta passagem é marcada pelo equilíbrio e pela ponderação. Extremos devem ser evitados. É possível deduzir que, na igreja em Corinto, o culto estava deixando de ser um momento de adoração a Deus para virar palco de mais dissensões, exibicionismo, concorrência, partidarismo e desordem.

De um lado, havia irmãos que queriam falar em línguas em alto e bom som, ao mesmo tempo em que outra pessoa naquele momento, orando, cantando ou entregando uma mensagem. De outro lado, havia os que, irritados com essa atitude, queriam proibir qualquer manifestação do dom de línguas durante o culto.

Este duelo de extremos estava tornando o culto em um momento insuportável. Uma bagunça sem sentido e sem ordem.

Paulo explica que todos devem ter o seu espaço e sua oportunidade durante o culto. Tudo, porém, deve ser feito de forma agradável, ordenada e sucessiva, organizando as prioridades com base naquilo que seja mais edificante para a igreja.

Quando Paulo fala que, em não havendo intérprete, o que fala em línguas deve se calar, não significa que só pode haver manifestação de línguas se houver alguém para interpretar. Além disso, quando Paulo fala para ficar calado, não significa que o crente deve ficar em silêncio absoluto dentro da igreja durante o culto. Como já dito, tudo deve ser regulado pelo bom senso e pelo domínio próprio, com todos dando prioridade à edificação coletiva.

Dentro deste contexto, entendemos que o crente pode permanecer falando em línguas, em tom moderado, de modo que não atrapalhe os demais irmãos.

Continuando sua instrução, enquanto alguém profetiza, os outros julgam. A profecia será julgada, não o profeta. Julgar significa discernir, avaliar o que está sendo dito, retendo o que for bom.

Após enfatizar que a profecia deve ser julgada (v. 29), as palavras do apóstolo a respeito do silencio da mulher visavam a tratar diretamente dessa questão de julgar e analisar a fonte e o sentido da profecia.

Os homens eram encarregados desta missão. As mulheres deveriam evitar questionar na hora do culto, e se ela fosse casada, deveria conversar com o marido (v. 35).

Nesse contexto fica evidente que a intenção de Paulo não é dizer que as mulheres, em geral, não podem falar nas igrejas. Uma proibição dessa seria uma contradição direta a afirmação que já estudamos no Capítulo 11.5.

Lembremos que a Igreja se reunia nas casas e influenciava o que os de fora viam e ouviam quando visitavam os cultos. Daí a recomendação final de Paulo: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (v. 40).

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL

O culto é um momento de adoração a Deus e edificação da igreja como corpo de Cristo, no qual cada um pode exercitar os dons, desde que seja com decência e ordem.

 

 

Marque a única opção correta abaixo:

  1. a) O dom de línguas é o maior dom, pois ele edifica quem fala por meio desse dom, promovendo edificação do corpo de Cristo pelas partes individuais.
  1. b) O dom de línguas equipara-se ao de profecia apenas quando há o dom de interpretar, porque desse modo a igreja toda pode ser edificada.
  1. c) Não há relação prioritária entre os dons, sendo eles de igual importância e urgência.