Lição 10: Eclesiastes 5 a 8: A Casa de Deus e os Contrastes da Vida

LIÇÃO 10: ECLESIASTES 5 a 8: A CASA DE DEUS E OS CONTRASTES DA VIDA

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Eclesiastes 5, 6, 7 e 8 há 20, 12, 29 e 17 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Eclesiastes 5.1-20 (5 a 7 min).

Salomão experimentou o materialismo, o fatalismo, o deísmo, mas estes também eram vãos. A religião natural, a riqueza, e mesmo a moralidade (7.1-12.12) mostraram-se igualmente inúteis. Na verdade, o Eclesiastes nos mostra apenas o melhor que o homem é capaz de fazer fora do evangelho da graça de Deus. Salomão experimentou a vida ao máximo. Ninguém poderia dar-lhe melhor resposta para a grande pergunta: “Vale a pena viver?” Ele experimentou a sabedoria (cap. 1); experimentou os prazeres (cap. 2); experimentou as edificações (2.4); experimentou plantações (2.5,6); experimentou criação e coleção de obras de arte (2.7, 8); experimentou o jogo monótono da vida (cap. 3); experimentou a filosofia estoica (cap. 4); experimentou o ritualismo, a religião formal (cap. 5) e conclui que tudo isso é vaidade.

 

OBJETIVOS

  • Advertir para o perigo de palavras que são pronunciadas impensadamente mesmo na adoração a Deus. 
  • Ponderar sobre a vaidade e insegurança em relação às riquezas. 
  • Mostrar que a vida é cheia de injustiças e desigualdades e isso se contrapõe à sabedoria.

 

 

PARA COMEÇAR A AULA
Alerte os alunos acerca dos problemas causados pela precipitação (7.9). Palavras mal ponderadas podem ser pronunciadas em angústia, ou em ressentimento. As palavras descuidadas são reflexo do que se passa no íntimo; porque é o coração que pronuncia a palavra. Comente sobre a riqueza e sua insegurança, pois ela não é garantia de satisfação; o homem pode viver longos anos, ter uma família grande, e ainda morrer insatisfeito e sem luto. A morte é inevitável, não importando o quanto ela demore a chegar.

 

 

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO

  • Resposta livre. 
  • Falar e agir de forma contrária á de costume; reclamações contra Deus e o homem, fazer uso de meio ilegítimos e desonrados para aliviara si mesmo. 
  • Sim.

 

LEITURA ADICIONAL

VALOR DE UM BOM NOME (7.1-6)
Nesses versículos, Salomão estabelece algumas grandes verdades que parecem ser paradoxais à parte irrefletida, isto é, a maior parte, da humanidade.
– Que a honra da virtude é realmente mais valiosa e desejável do que todas as riquezas e prazeres neste mundo (v.1): Melhor é a boa fama do que o bom unguento (assim isso pode ser lido): aquele é preferível a este, e será antes escolhido por todos os lucros da terra (entre os produtos em que o óleo foi considerado um dos mais valiosos), por todos os prazeres dos sentidos (pois unguento e perfume alegram o coração, e por isso são chamados de óleo de alegria), e pelos mais altos títulos de honra com os quais os homens são dignificados, pois os reis são ungidos. A boa fama é melhor do que todas as riquezas (Pv 22.1), ou seja, um nome por sabedoria e bondade com aqueles que são sábios e bons – a memória do justo; esse é um bem que trará um prazer mais gratificante para a mente, dará ao homem uma oportunidade maior de ser útil, e irá ainda mais longe, e terá maior duração, do que a mais preciosa porção de unguento; pois Cristo pagou a Maria pelo seu unguento com um bom nome, um nome nos Evangelhos (Mt 26.13), e nós podemos ter certeza de que Ele sempre paga com vantagens.
II – Que, de todas as coisas consideradas, a nossa saída do mundo é uma grande bondade para conosco, mais do que a nossa chegada ao mundo. O dia da morte é preferível ao dia do nascimento; embora, para os outros, haja alegria quando uma criança nasce no mundo, e onde há morte há lamentação, contudo para nós, se nós tivermos vivido de forma a merecer um bom nome, o dia da nossa morte, que colocará um ponto final em nossas preocupações, e labutas e tristezas, e nos levará ao descanso, e à alegria e à satisfação eterna, é melhor do que o dia do nosso nascimento, que nos conduz a um mundo de muito pecado e problemas, vaidade e aflição. Nós nascemos para a incerteza, mas um homem bom não morre na incerteza. O dia do nosso nascimento encheu as nossas almas com o peso da carne, porém o dia da nossa morte dará a elas a libertação desse peso.
Livro: “Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cântico”. Edição Completa.
(Henry, Matthew. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p. 924-925),

 

Hinos da Harpa: 499 – 564

 

LIÇÃO 10: ECLESIASTES 5 a 8: A CASA DE DEUSE OS CONTRASTES DA V!DA

 

Texto Áureo
“Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.” Eclesiastes 5.2

 

Verdade Prática
Como encaramos as palavras, as riquezas e as injustiças da vida revelam o estágio de nosso relacionamento com Deus

 

Estudada em 03 de março de 2024

 

Leitura Bíblica Com Todos Eclesiastes 5.1-20

 

INTRODUÇÃO

I. A CASA DE DEUS E O VOTO Ec 5.1-7

  1. Guarda o teu pé Ec 5.1
  2. Palavras precipitadas Ec 5.2-3
  3. O compromisso de um voto Ec 5.4-7

 

II. A VAIDADE DAS RIQUEZAS Ec 5.8-6.12

  1.  Amor ao dinheiro Ec 5.10-15
  2.  Riqueza e bênçãos de Deus Ec 5.18-20
  3.  Riqueza e sua insegurança Ec 6.1-2

 

III. OS CONTRASTES DA VIDA Ec 7.1-3-1-17

  1.  Prosperidade e adversidade Ec 7.12-14
  2.  Justo e sábio em demasia Ec 7.16,17
  3.  Coisas encobertas e coisas reveladas Ec 8.16,17

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO
Nestes capítulos, o escritor ressalta a importância da religião verdadeira, alicerçada no temor a Deus, salientando qual deve ser o nosso procedimento na casa de Deus. Adverte também para a questão das riquezas materiais, que devem ser usufruídas como fruto do trabalho; lembrando sempre que se nada trouxemos para este mundo ao nascer, nada levaremos conosco para a eternidade, ao morrer. Ressalta que a vida, ainda que ávida, deve ser vivida na sua realidade, sem ilusão, mas com esperança.

 

I. A CASA DE DEUS E O VOTO (Ec 5.1-7)
No capítulo 5, Salomão discursa a respeito da adoração a Deus, receitando-a como um remédio contra todas as vaidades da vida. Aquietar o coração e ouvir a Palavra para, então, oferecer sacrifícios agradáveis a Deus e cumprir nossos votos com alegria e inteireza de coração.

1. Guarda o teu pé (Ec 5.1)
Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.
O autor de Eclesiastes nos encarrega de ter um bom comportamento quando estamos na Casa de Deus, no lugar da adoração pública, no templo.
É preciso nos aproximar com reverência (5.1). Salomão observa os adoradores indo ao templo, e vindo dele, para louvar a Deus e fazer sacrifícios e votos. Ele nota que há pessoas cuja adoração é superficial e hipócrita. Então, exorta os adoradores a guardarem o pé quando entrarem na casa de Deus. Significa que essa aproximação precisa ser feita com compostura, reverência e temor. A adoração a Deus não pode ser feita sem reflexão e sem reverência, ainda nos dias de hoje.

 

2. Palavras precipitadas (Ec 5.2-3)
Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras (5.2).

Os exercícios religiosos não são vãos, mas se nós não os administrarmos bem, eles se tornarão vaidade para nós. Assim, devemos praticá-los com toda a seriedade e cuidado possíveis. Guarda o teu pé, não fiques afastado da casa de Deus, nem vás lentamente adiante, como alguém relutante em se aproximar de Deus, mas presta atenção no teu agir, reflete sobre o caminho dos teus pés, para que tu não dês passos em vão.
O autor está ensinando a necessidade de ter uma compreensão prática do temor de Deus. Também é necessária a submissão a Deus. Em oração, é necessário ter uma atitude cuidadosa. Isto não quer dizer que a oração não deve ser espontânea, ou que uma oração escrita previamente deve ser usada, mas ensina que deve haver consideração sobre como falamos com Deus. A linguagem empregada deve ser a mais reverente possível.
Às vezes expressões e palavras são usadas irrefletida ou precipitadamente sob a desculpa de que isto prova que elas vêm do coração. Salomão está dizendo que deve vir do coração que aprendeu a ser humilde e reverente na presença de Deus. E Salomão conclui: “pelo que sejam poucas as tuas palavras”. Isso seria uma repreensão para aqueles que se aproximam de Deus com vãs repetições, repetindo o assim chamado “Pai Nosso” sem pensar no que dizem. Se orações longas e sem rumo cansam o povo, como devem soar aos ouvidos de Deus?

 

3. O compromisso de um voto (Ec 5,4-7)
Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes (5.4).
Pecamos quando assumimos compromissos que não cumprimos. O versículo ilustra o falar precipitado de um tolo. Quando um voto é feito a Deus, Ele espera que seja cumprido. Se a pessoa renega o voto, nisso peca. A seriedade de fazer um voto é enfatizada pelo fato que não há como desfazê-lo.
Às vezes, numa dificuldade, uma oração é feita a Deus e a pessoa fala precipitadamente, faz um voto, uma promessa de que, se Deus favorecê-la, então ela cumprirá aquilo com que se comprometeu. Quantas vezes estas promessas não são cumpridas? Será que se pensa que o Senhor pode ser subornado? Deus requer o cumprimento deste voto. Precisamos ter cuidado ao fazer nossos votos, para que sejamos conscientes em cumpri-los; manter a palavra dada é essencial diante dos homens, imagine em relação a Deus.

 

II. A VAIDADE DAS RIQUEZAS (Ec 5.8-6 12)
Salomão mostrou a vaidade de correr atrás de riqueza como fim em si mesma.

1. Amor ao dinheiro (Ec 5.10-15)
Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade (5.10).

Um relacionamento certo com o Deus verdadeiro é o único modo de dar sentido à vida. Ele adverte que a busca por riquezas ou poder pode levar à exploração de membros mais fracos da sociedade. Uma vez que a riqueza nunca proporciona satisfação e contentamento plenos (vs. 10-12), o acúmulo de bens é vaidade. A pobreza tem seus problemas, mas o amor ao dinheiro não é uma solução apropriada.

 

2. Riqueza e bênçãos de Deus (Ec 5.18-20)
Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus (5.19).
Ao dizer que “a todo a quem Deus deu riquezas e bens, e lhe deu poder para delas comer e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus” (v. 19), Salomão está considerando bênçãos materiais como “dom de Deus”. Assim, para desfrutar da sua riqueza, o homem deve controlá-la e não ser escravizado por ela. Os bens concedidos por Deus ajudarão tal homem a passar pela vida sem ser assolado por grandes tormentos (v. 20).
Ele desfrutará de um estilo de vida agradável, porque ele está contente com o que Deus lhe deu; e a razão é dada: “porquanto Deus lhe responde na alegria do seu coração”. Isso indica que ele ora a Deus e recebe a resposta. Ele pediu a direção de Deus sobre a sua riqueza e sobre as várias decisões que precisavam ser tomadas. Ele reconhece que o que ele obteve veio através da bondade de Deus. Como resultado, ele encontra satisfação na sua abundância, e isto é refletido na “alegria do seu coração”.
O Pregador ensina que a vida sábia consiste em desfrutar da provisão divina. Gozar o fruto do seu trabalho é descrito como “a sua porção”, significando que isto é o que lhe foi concedido por Deus.

 

3. Riqueza e sua insegurança (Ec 6.1-2)
Há um mal que vi debaixo do sol e que pesa sobre os homens: o homem a quem Deus conferiu riquezas, bens e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe concede que disso coma; antes, o estranho o come; também isto é vaidade e grave aflição (6.1-2).
A riqueza pode desaparecer a qualquer momento. Riqueza e honra não garantem alegria ou prazer na vida toda. O homem a quem Deus conferiu todas as benesses da vida tem razão abundante para servir a Deus com alegria e satisfação de coração; quanto bem Deus fez a ele. Deu a ele riquezas e honra (v.2). Riquezas, fazenda e honra são dons de Deus, os dons da Sua providência. Eles são dados para muitas pessoas que, infelizmente, não fazem bom uso deles.
A providência é tão liberal que a pessoa tem tanto quanto seu coração pode desejar, mas, às vezes, ela não deseja a graça para a sua alma, por isso continua insatisfeita e sem paz. A não ser que haja riqueza na alma, os homens, ainda que cheios de riqueza material, nada levam desta vida, vão para o túmulo de mãos vazias.

 

III. OS CONTRASTES DA VIDA (Ec 7.1-8-1-17)

1. Prosperidade e adversidade (Ec7.12-14)
No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele (7.14).
A sabedoria dá a perspectiva correta para não desanimarmos quando os tempos são difíceis e para não ficarmos arrogantes quando as coisas estão indo bem. É preciso uma boa dose de espiritualidade para aceitar tanto a prosperidade quanto a adversidade, pois, muitas vezes, a prosperidade causa mais estragos (Fp 4.10-13). Jó lembrou sua esposa dessa verdade: “Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?” (2.10). Antes disso, Jó havia declarado: “O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!” (1.21).
Deus confere equilíbrio à nossa vida dando-nos bênçãos suficientes para nos manter felizes e fardos suficientes para nos manter humildes. Se tivéssemos apenas bênçãos em nossas mãos, tombaríamos para frente, de modo que Deus equilibra essas dádivas com fardos em nossas costas. Isso ajuda a nos mantermos firmes e a confiar no Senhor, pois ele pode transformar fardos em bênçãos.
Por mais experiência que tenhamos na vida cristã, por mais livros que tenhamos lido, ainda assim devemos caminhar pela fé. Só Deus conhece nosso futuro.

 

2. Justo e sábio em demasia (Ec 7.16,17)
Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; porque te destruirias a ti mesmo? (7.16).
Os versículos 16 el7 não proíbem que alguém seja justo. O perigo é que os mortais podem enganar a si mesmos e as outras pessoas por meio de uma multiplicidade de ações pseudorreligiosas de santimônia (aparência de santidade) ou ostentação no ato de adoração. Uma presunção repulsiva e arrogante, uma atitude do tipo “sou mais santo que você”.
As declarações a respeito de ser “excessivamente justo” e “demasiado sábio” devem ser entendidas como em Provérbios 3.7: “Não sejas sábio aos teus próprios olhos”. São advertências contra a justiça própria e a sabedoria fingida. Ninguém tem perfeição e super sabedoria. Ninguém está isento de falta em ação ou em palavra.

 

3. Coisas encobertas e coisas reveladas (Ec 8.16-17)
Então, contemplei toda a obra de Deus e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a entenderá; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá achar (8.17).
A pessoa que pensa que sabe tudo está fadada a sofrer decepções neste mundo. Ao longo de dias e de noites insones, o Pregador aplicou-se com diligência aos mistérios da vida. Concluiu que “o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol”. Talvez seja capaz de solucionar um enigma aqui e outro ali, mas não há quem seja capaz de compreender todas as coisas ou de explicar Deus. Só Deus tem conhecimento abrangente e completo.
Claro que esse fato não deve ser usado como desculpa para a ignorância. “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29). Deus não espera que tenhamos conhecimento do incompreensível, mas espera que aprendamos tudo o que podemos e que obedeçamos àquilo que Ele nos ensina.
Sua conclusão ante os contrastes da vida é de que os caminhos de Deus são tão profundos que nem a mais brilhante mente humana pode esquadrinhar os mistérios da vontade de Deus. Assim, não é pela lógica, mas pela fé, que o propósito de Deus pode ser entendido e aceito.

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Deus confere equilíbrio à nossa vida dando-nos bênçãos suficientes para nos manter felizes e fardos suficientes para nos manter humildes. Isso ajuda a nos mantermos firmes e a confiarmos no Senhor, Ele pode transformar fardos em bênçãos.

 

RESPONDA

1) Explique como você entende o texto de Eclesiastes 5.1.

 

2) Como pode ser a reação de um homem sábio oprimido por muito tempo?

 

3) Pessoas de bem podem sofrer e enfrentar calamidades na vida?