Lição 11: Lucas 22: Última Ceia e a Prisão de Jesus

LIÇÃO 11: LUCAS 22: ÚLTIMA CEIA E A PRISÃO DE JESUS

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Lucas 22 há 71 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Lucas 22.1-23 (5 a 7 min.).

Novamente, veremos a ênfase de Lucas no caráter de Jesus, pois o próprio Senhor – em total sujeição ao plano de salvação – conduziu os momentos que antecederam o Seu sacrifício. Isso precisa ser enfatizado, professor(a), pois são horas de ansiedade, angústia e tristeza às quais Jesus se submeteu por amor a uma humanidade sem qualquer mérito. Tamanho amor nos convida a amar sem reservas também (Jo 15.12), mas os discípulos realmente não haviam entendido nada, pois discutiam quem seria o maior no Reino. Diante da recomendação para que guardassem suas vidas, chegaram a propor que o Senhor também tomasse uma espada para a guerra (Lc 22.38). Jesus nunca pregou desordens nem privilégios.

 

OBJETIVOS
• Compreender que Jesus submeteu-se à morte por amor à humanidade.

• Declarar que tal amor se revela como obediência ao Pai.

• Entender que a grande transformação do cristão se mostra na obediência a Jesus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Chame três voluntários e entregue a um a palavra “areia”, a outro a palavra “pedra” e ao terceiro, “deserto”. Quem ficar com a “areia” falará do risco do desânimo na vida cristã. Quem ficar com a “pedra” dirá o que considera um obstáculo à fé e quem ficar com o “deserto” falará de paciência Explique que só pedras – obstáculos – nos fortalecem para não afundarmos na areia – desânimo. Só no deserto estão as pedras que precisamos. Então, encare o deserto como o Getsêmani que lhe tornará mais forte.

 

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO
1) Possessão satânica.

2) Os seus anseios egoístas e mundanos.

3) Que Jesus desafiava César.

 

LEITURA ADICIONAL
Nesta passagem, encontramos seis símbolos que podem nos ajudar a compreender melhor o sofrimento e a morte de Jesus.
1. Um jardim solitário (Lc 22:39): O Filho do Homem deixou o cenáculo e, com os discípulos, dirigiu-se ao jardim do Getsêmani, no monte das Oliveiras, o lugar para onde costumava se retirar quando estava em Jerusalém.
2. Um cálice custoso (Lc 22:40-46): Lucas é o único evangelista que menciona “suor como gotas de sangue”. Lucas também é o único autor que fala do ministério do anjo. Na verdade, tanto o Evangelho segundo Lucas quanto o Livro de Atos destacam a presença dos anjos na obra de Cristo.
3. Um beijo hipócrita (Lc 22:47,48): Alguém definiu um beijo como “uma contração da boca decorrente de uma expansão do coração”. Porém, nem todos os beijos vêm de um coração amoroso, pois os beijos também podem ser enganosos. No caso de Judas, seu beijo nasceu da mais abjeta hipocrisia e traição.
4. Uma espada inútil (Lc 22:49-53): Os discípulos lembraram as palavras de Jesus sobre a espada (Lc 22.35-38), mas as entenderam mal, de modo que perguntaram ao Mestre se deveriam usar as duas espadas. Sem esperar pela resposta, Pedro se adiantou e atacou um homem chamado Malco, um servo do sumo sacerdote.
5. Um galo que canta (Lc 22:54-62): A essa altura, Pedro começou a praguejar e jurou não conhecer Jesus nem saber do que estavam falando. Então, o galo cantou novamente, e as palavras de Jesus se cumpriram.
6. Um trono glorioso (Lc 22:63-71): Jesus chamou a si mesmo de “Filho do Homem”, um título messiânico encontrado em Dn 7:13, 14: Também afirmou ter o direito de assentar-se “à direita do Todo-Poderoso Deus”, uma referência clara ao Sl 110:1, outra passagem messiânica”.
Livro: Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume I (Warren W. Wiersbe, Santo André, SP: Geográfica editora, 2006. Págs. 348-352).

 

LIÇÃO 11: LUCAS 22: ÚLTIMA CEIA E A PRISÃO DE JESUS

 

Texto Áureo
“Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento.” Lucas 22:14-15

 

Verdade Prática
A ceia é a celebração da Nova Aliança que devemos proclamar até que Jesus volte.

 

LEITURA BÍBLICA: Lucas 22.1-23

 

INTRODUÇÃO

I. TRAIÇÃO, PÁSCOA E CEIA Lc 22.1-23
1. A influência satânica Lc 22.3
2. Ceia da Páscoa Lc 22.8
3. Ordenança da Ceia do Senhor Lc 22. 18


II. OS ÚLTIMOS DIAS Lc 22.24-38

1. Os discípulos disputam entre si Lc 22.24
2. A negação de Pedro é profetizada Lc 22.31
3. Novas diretrizes Lc 22.36


III. AGONIA NO GETSÊMANI
Lc 22.39-71

1. Tormento e perseverança Lc 22.43-44
2. Prisão de Jesus e Pedro o nega Lc 22.61
3. O Sinédrio: primeiro julgamento Lc 22.66


APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 301 – 12

 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, trataremos acerca das últimas horas antes de Jesus ir ao calvário. Lucas apresenta detalhes importantes e singulares a respeito do que ocorre desde a conspiração para matar Jesus até o primeiro julgamento em um enredo marcado por grande tensão e dramaticidade,

 

I. TRAIÇÃO, PÁSCOA E CEIA (Lc 22.1-23)

1. A influência satânica (Lc 22.3)
Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze.

Os primeiros versículos nos mostram uma conspiração para prender e matar Jesus, mas sem provocar um tumulto – fato que foi resolvido com a traição de Judas. Enquanto os sinóticos informam que o traidor foi um dos doze, Lucas, enfatiza que Satanás entrou no traidor e se apoderou dele para tal ato revelando, em linguagem assustadoramente direta, a verdadeira fonte dessa ação maldosa (Ef 6.12).
Porém, apesar da ação satânica, Judas foi culpado e responsável (Jo 12.4-6; At 1.16-20). Note-se que, quando relatado o seu chamado ao ministério, o Espírito Santo fez questão de registrar ao lado do nome de Judas os seguintes complementos; “que foi quem o traiu” (Mt 10.4) e “que se tornou traidor” (Lc 6.16).

 

2. Ceia da Páscoa (Lc 22.8)
Jesus, pois, enviou Pedro e João, dizendo: Ide preparar-nos a Páscoa para que a comamos.
O relato sobre a ceia de Páscoa é mais completo em Lucas que em Mateus e Marcos. O Evangelho segundo Lucas relata que Pedro e João são enviados adiante a fim de fazer os preparativos necessários para a celebração da Páscoa. Esses discípulos foram atrás de um sinal: um homem carregando um jarro de água. Poucos homens gostavam de serem vistos em público fazendo um trabalho tipicamente feminino, na época. Essa, portanto, foi uma orientação específica de Jesus, o qual mandou os discípulos seguirem aquele homem até sua casa e solicitarem ao proprietário uma sala em que o Senhor pudesse participar da refeição com seus amigos.
Tudo se deu exatamente como o Mestre havia anunciado. Afinal, Jesus controla tudo com firmeza e sabedoria, antevendo e executando em detalhes cada ação de seu ministério.

 

3. Ordenança da Ceia do Senhor (Lc 22.18)
pois vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus.
“Chegada a hora” (Lc 22.14), de comer o cordeiro pascal, ao pôr-do-sol, Jesus pôs-se à mesa com os seus doze apóstolos.
Cristo deixa claro que ansiava comer a Páscoa com Seus discípulos antes de Seu sofrimento. De fato, Jesus sentia uma humana e dolorosa ansiedade por estes preciosos últimos momentos de comunhão com os companheiros a quem amava, antes que a morte o separasse deles. Ele também conhecia a importância espiritual que este anoitecer teria para a Igreja nos séculos futuros.
Na ocasião, Jesus utilizou os símbolos antigos para lhes dar um novo significado. Quanto ao pão, afirmou: “Isto é o meu corpo oferecido por vós”. Quanto ao cálice, disse: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós”. Declarou também: “Fazei isto em memória de mim”. O fato de que nessa mesma mesa estivesse o traidor faz o drama mais trágico. Examinemos continuamente nossos corações (1Co 11.28). Ser arrolado como membro de igreja e participar de cultos não são prova de salvação. É necessário ter vida santa e resistir ao diabo (Hb 12.14; Tg 4.7).

 

II. OS ÚLTIMAS DIAS (Lc 22.24-38)

1. Os discípulos disputam entre si (Lc 22.24)
Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior.
Apesar das impactantes lições de amor e renúncia, recorrentemente ministradas por Jesus através de palavras e ações, os discípulos se envolvem em uma discussão carnal, movida por anseios egoístas e mundanos. O coração humano, de fato, é enganoso e desesperadamente corrupto (Jr 17.9). O Senhor deseja que seus discípulos sejam diferentes dos reis e príncipes da terra. Quem de fato for o maior no Reino de Deus, terá de ser como o menor, cuja tarefa consiste em servir (Lc 22.25-27). O Senhor não apenas exige humildade, mas a inspira através de seu próprio exemplo.

 

2. A negação de Pedro é profetizada (Lc 22.31)
Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! (22.31)
O versículo em apreço mostra a advertência de Jesus trazida a Pedro, o qual, tal como aconteceu com Jó, era alvo de Satanás. O desejo do inimigo era peneirar os discípulos como trigo. Essa metáfora era de fácil compreensão para os apóstolos. Cirandar ou peneirar tem o fato de remover o joio ou os resíduos do trigo, ou seja, Jesus revela o impiedoso e ardente desejo de Satanás de expor Pedro ao fracasso, acusá-lo de sua fraqueza e fazê-lo naufragar na fé tão miseravelmente a ponto de desistir do seu ministério por remorso seu e possível amargura dos demais apóstolos (1Pe 5,8; 1Tm 1.19; Hb 12.15).
Satanás não foi proibido de tentar Pedro, nem está impedido de nos tentar. Cristo, entretanto, não é um espectador neutro deste combate, pois temos a sua intercessão e a assistência celestial (Lc 22.32). O crente, mesmo quando imerso nas mais duras batalhas, deve revestir-se de toda a armadura de Deus (Ef 6.13-18) e permanecer fiel, sabendo que seu Senhor fortalece ao cansado e está sempre vigilante (Sl 121; Is 40.2831).

 

3. Novas diretrizes (Lc 22.36)
Então, lhes disse: Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada; venda a sua capa e compre uma.

Quando Jesus enviou os doze, anteriormente, eles se beneficiaram da popularidade de seu Mestre. Nada lhes faltou, embora não tenham levado provisões, tudo foi providenciado por um povo generoso e favorável. Mas agora, uma grande mudança está ocorrendo, já que, em vez da aclamação popular, o Mestre está a poucas horas da cruz. Seus discípulos compartilharão o seu descrédito da mesma forma que compartilharam a sua popularidade. Além disso, dentro de pouco tempo, seus seguidores deveriam partir sozinhos para levar uma mensagem nem sempre popular a um povo muitas vezes grosseiro.
Por não terem compreendido a essência do plano de salvação, os apóstolos tentam evitar a prisão e morte de Jesus. Eles recorrem à espada para defender o Mestre e a si mesmos; para resistirem ao poder pela violência; para agredirem à medida que fossem agredidos.
O âmago da mensagem de Jesus é completamente mal entendido por seus discípulos. Com o espírito do entusiasmo popular messiânico, eles estão dispostos a pegar em armas, como dissera Pedro momentos antes. Entretanto, Jesus fica incomodado pela contínua falta de percepção espiritual de seus discípulos e encerra a discussão abrupta e incisivamente: “Basta!”.

 

 

III. AGONIA NO GETSÊMANI (Lc 22.39-71)
Terminou a ceia da Páscoa Nesta seção, vemos o ministério terreno de Jesus ser marcado pela traição de Judas seguida da prisão do Filho do Homem. Iniciam-se as piores provações para Jesus e seus discípulos.

1. Tormento e perseverança (Lc 22.43-44)
Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.].
Jesus saiu da sala e da cidade para dirigir-se, segundo seu costume, ao Monte das Oliveiras, lugar também conhecido de Judas (Jo 18.2). Se o traidor não encontrasse o Senhor no recinto da Páscoa, ele sabia que o localizaria ali. Longe do júbilo da cidade na noite da Páscoa, Jesus busca sossego e concentração ao ar livre, orando no local ao qual se dirigira tantas vezes (Lc 21.37).
Há quem afirme que o fato de Jesus ter necessitado de um anjo celestial para fortalecê-lo deve ter aumentado seu senso de profunda humildade. É interessante saber que naquela época era costume as pessoas orarem em pé, mas naquele momento Jesus ajoelhou-se. Mateus escreve que Ele “caiu com o rosto em terra” (Mateus 26.39), isso porque o peso da angústia o estava esmagando. Ali Ele suplicou ao Pai que, se possível, passasse aquele cálice, isto é, aquela terrível experiência iminente.
Como médico, Lucas não deixaria de registrar o fato de Jesus ter expelido sangue pelos poros durante sua angústia Esse raro fenômeno físico se chama hematidrose, sua ocorrência está vinculada a circunstâncias de estresse severo durante as quais há o rompimento de finos vasos sanguíneos sob a pele.

 

2. Prisão de Jesus e Pedro o nega (Lc 22.61)
Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo.
Jesus, segundo parece, foi entregue a um grupo de soldados incumbido de guardá-lo até à sessão formal do Sinédrio. Aproveitaram a oportunidade para divertir-se cruelmente. Entenderam que Ele era tido por profeta, de modo que lhe vendaram os olhos e desafiavam a dizer qual deles o espancava: “Agora, profeta, adivinha quem te bateu desta vez!”. Lucas não dá outros pormenores, mas diz ainda que a estas ofensas foram acrescentadas muitas blasfêmias.
Depois de chegar à casa do sumo sacerdote, Pedro se senta junto a um grupo de pessoas que se aqueciam ao fogo. Nessa atmosfera de comodidade, sua determinação enfraquece e, quase sem perceber, nega três vezes que tenha qualquer relação com Jesus. Nesse momento, o cantar do galo o lembra das advertências de Jesus.
Lucas é o único a acrescentar que o Senhor se voltou para Pedro e o fitou. O cantar do galo e o olhar do Senhor suscitaram no apóstolo amargas lágrimas de contrição por sua tríplice negação. A intercessão do Senhor para que sua fé não minguasse e seu olhar misericordioso preservaram Pedro do desespero.

 

3. O Sinédrio: primeiro julgamento (Lc 22.66)
Logo que amanheceu, reuniu-se a assembleia dos anciãos do povo, tanto os principais sacerdotes como os escribas, e o conduziram ao Sinédrio, onde lhe disseram.
As versões do Evangelho não reúnem pormenores acerca do julgamento de Jesus, pois assim o quis o Espírito Santo, que os inspirou. Mas, parece claro que houve duas etapas principais. Primeiro, um processo judaico instaurado pelos principais sacerdotes para que Jesus fosse condenado de conformidade com a lei judaica; segundo, uma trama para construir uma acusação suficiente para levar os romanos a matá-lo.
A sessão da manhã transcorreu de forma semelhante à da noite. Em ambas as ocasiões Jesus é interrogado, pois esperavam que Ele novamente afirmasse ser o Filho de Deus. Consciente do que estava por vir, o Senhor declara diante de todos: “Desde agora, o Filho do Homem estará sentado à direita do Deus Todo-Poderoso”.
Têm-no como réu confesso e, como queriam, não precisam de testemunhas, nem mesmo das falsas que haviam conseguido (Mt 26.65). A manobra era alegar, diante do tribunal romano, que Jesus desafiava César, pois se declarava o verdadeiro rei de Israel.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Quem participa dos sofrimentos de Cristo sentar-se-á à mesa com Ele novamente.

 

RESPONDA
1) O que levou Judas a trair a Cristo?

2) O que levou os discípulos a disputarem entre si?

3) Que acusação os judeus tinham contra Jesus ao levá-lo ás autoridades romanas?

 

COMENTÁRIOS:

22.1 – Exigia-se que todos os judeus do sexo masculino, com idade superior a 12 anos fossem a Jerusalém para a Páscoa, que era antecedida por uma celebração de sete dias, chamada Festa dos Pães Asmos. Judeus de todas as partes do Império Romano iam a Jerusalém para participar dessas festas, celebrando um dos eventos mais importantes de sua história: a saída do Egito. Para saber mais sobre a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos. veja a primeira nota Marcos 14.1.

22.3 A participação de Satanás na traição de Jesus não exime a responsabilidade de Judas neste episódio. Desiludido pelo fato de Jesus haver se disposto a morrer em vez de estabelecer seu Reino, talvez Judas tentasse, com sua traição, forçar o Mestre a usar o seu poder para provar que era o Messias. Também é possível que Judas, por não entender a missão de Jesus, não acreditasse mais que Ele fosse o escolhido de Deus. A despeito do que Judas tenha pensado, Satanás presumiu que a morte de Jesus daria um fim a sua missão e frustraria o plano de Deus. Entendemos que o diabo, assim como Judas, não sabia que a morte e a ressurreição de Jesus eram. desde o princípio, as etapas mais importantes rio plano de Deus. Para obter mais informações sobre Judas, veja seu perfil em Marcos.

22.7.8 A refeição da Páscoa incluía o sacrifício de um cordeiro, por causa da associação com o êxodo do Egito. Quando os hebreus se preparavam para partir, Deus lhes disse que matassem um cordeiro e marcassem com o sangue do animal os umbrais das portas de suas casas. Depois, deveriam preparar a carne, que lhes serviria de alimento. No episódio da última ceia. Pedro e João tiveram de comprar e preparar o cordeiro, pão sem fermento, ervas, vinho e outros alimentos cerimoniais.

22.10 – Comumente, as mulheres, e não os homens, iam ao poço. para apanhar e levar água para casa. Por esta razão, foi fácil identificar esse homem mesmo em meio a uma multidão.

22.14-18 – A Páscoa era a comemoração da saída de Israel do Egito. Naquela ocasião, o sangue de um cordeiro nos umbrais das portas salvou os primogênitos hebreus da morte. Este acontecimento pressagiou a obra de Jesus na cruz. Como o Cordeiro imaculado de Deus, seu sangue seria derramado, a fim de salvar seu povo do castigo da morte pelo pecado.

22.17-20 – Lucas mencionou duas taças de vinho, enquanto Mateus e Marcos mencionaram apenas uma. Na refeição tradicional da Páscoa, o vinho é servido quatro vezes. Entendemos que Cristo comparou o pão a seu corpo e o vinho a seu sangue quando ofereceu a quarta e última taça.

22.17-20 De um modo geral, os cristãos têm diferentes interpretações acerca do significado da comemoração da Ceia do Senhor. Existem três opiniões principais: (1-erradamente) o pão e o vinho se tornam realmente o corpo e o sangue de Cristo (pelo fenômeno conhecido como “transubstanciação”); (2) o pão e o vinho permanecem inalterados, contudo Cristo está espiritualmente presente pela fé; (3) o pão e o vinho permanecem inalterados, e a Ceia é um memorial do sacrifício de Cristo. Não importa a opinião de cada grupo, todos os cristãos concordam que a Ceia do Senhor comemora a morte de Cristo na cruz para nos redimir e aponta para a vinda de seu Reino em glória. Quando participamos da Ceia, mostramos a nossa profunda gratidão pela obra de Cristo a nosso favor, e nossa fé é fortalecida.

22.19 – Jesus pediu aos discípulos para comerem o pão que era partido em memória dEle. O Senhor desejava que se lembrassem de seu sacrifício, a condição para o perdão dos pecados e para a comunhão da qual continuariam a desfrutar através da obra do Espirito Santo. Embora o significado exato da Ceia do Senhor (que alguns chamam de Comunhão) tenha sido fortemente debatido ao longo da história da Igreja, os cristãos ainda tomam o pão e o vinho em memória de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Não negligencie a participação na Ceia do Senhor! Deixe que esta celebração o faça lembrar do que Cristo fez a seu favor!

22.20 – Na época do AT, Deus concordou em perdoar as faltas do pecador se este levasse animais para serem sacrificados pelos sacerdotes. Quando este sistema sacrificial foi inaugurado, o acordo entre Deus e seu povo foi selado com o sangue de animais (Êx 24 .8). Mas o sangue em si nào tirava o pecado (só Deus pode perdoar pecados), por isto o sacrifício de animais era repetido dia após dia, ano após ano. Contudo, Jesus instituiu uma nova aliança entre Deus e seu povo. Sob este novo pacto, Jesus morreria no lugar dos pecadores. Diferentemente do sangue de animais, o sangue de Jesus (por Ele ser plenamente homem e plenamente Deus, santo e imaculado) removeria os pecados de todos aqueles que depositassem sua fé nEle. O sacrifício de Jesus jamais seria repetido; permaneceria válido por toda a eternidade (Hb 9.23-28). Por isso, os profetas esperaram ansiosamente por essa nova aliança, que cumpriria o antigo acordo sacrificial (Jr 31.31 34). e João Batista referiu-se a Jesus como “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

22.21 – A partir dos relatos de Marcos e João, sabemos que o traidor de Jesus foi Judas Iscariotes. Embora os outros discípulos estivessem confusos com as palavras do Mestre, Judas entendeu o que Ele quis dizer.

22.24 – O acontecimento mais importante da História estava prestes a acontecer, e os discípulos ainda discutiam sobre seu prestígio no Reino! Olhando para trás, vemos que este não era o momento para se preocuparem com posições. Mas envolvidos com suas preocupações, eles não perceberam o que Jesus tentou dizer sobre a aproximação de sua morte e ressurreição. Quais são as suas principais preocupações hoje? Daqui a vinte anos, quando você olhar para trás, estas preocupações parecerão insignificantes e impróprias? Tire os olhos de si mesmo e prepare-se para a segunda vinda de Cristo.

22.24-27 – O sistema mundano é muito diferente do celestial. Os líderes terrenos são frequentemente egoístas e arrogantes em sua caminhada até o ápice (embora alguns reis no mundo antigo até tenham dado a si mesmos o título de ‘Benfeitor”, que significa “amigo das pessoas”). Mas entre os cristãos, o líder deve ser a pessoa que serve melhor. Existem diferentes estilos de liderança: uns lideram por meio da oratória; outros, da administração, alguns por meio de relacionamentos, mas todo líder cristão precisa ter um coração de servo. Pergunte às pessoas a quem você lidera como pode servi-las melhor!

22.31,32 Satanás queria esmagar Simão Pedro e os outros discípulos como se fossem grãos de trigo. Esperava encontrar apenas joio e desfazer-se dele. Mas Jesus assegurou a Pedro que sua fé, embora hesitante, não seria destruída; seria renovada, e Pedro se tornaria um poderoso líder.

22.33.34 – Jesus disse aos discípulos que um deles o trairia e que a calamidade aguardava o traidor (22.22). Então, o Mestre revelou a Pedro que ele negaria conhecê-lo; porém, mais tarde, Pedro se arrependeu e recebeu a incumbência de apascentar os cordeiros de Jesus (Jo 21.15). Negação é um erro quase tão ruim quanto a traição. Mas Judas e Pedro tiveram destinos completamente diferentes, porque o ultimo se arrependeu.

22.35-38 Nesta passagem, Jesus inverteu seu antigo conselho relativo a viagens (9.3). Os discípulos deveriam levar bolsas, dinheiro e espadas, pois enfrentariam ódio e perseguição; precisavam estar preparados. Quando Jesus disse “basta” aos discípulos, ensinou-lhes que não estava na hora de pensar em usar espadas. Seja qual for o caso, a menção de uma espada apontou para o fato de que logo enfrentariam tribulações.

22.39 – O monte das Oliveiras está localizado a leste de Jerusalém. Jesus subiu em direção sudoeste, para um bosque de oliveiras chamado “Getsêmani”, que significa “prensa de óleo”.

22.40 – Jesus pediu aos discípulos que orassem para que não caíssem em tentação, porque sabia que logo os deixaria. Também tinha conhecimento de que precisavam de forças extras, para enfrentar as tentações que estavam adiante: a de fugir ou negar o relacionamento que tinham com Ele. Os discípulos estavam prestes a ver Jesus morrer. Ainda pensariam nEle como o Messias? A tentação mais forte dos discípulos, sem dúvida, seria pensar que haviam sido enganados pelo Mestre.

22.41,42 Estaria Jesus tentando abandonar sua missão? Não é errado expressar os nossos verdadeiros sentimentos a Deus. Jesus, como homem, expôs o medo das provações iminentes, mas também reafirmou seu compromisso de fazer a vontade do Pai. O cálice se referia à terrível agonia que Jesus enfrentaria, não era apenas o horror da crucificação, mas, pior do que isto, a separação total do Pai que o Filho teria de experimentar, ao tomar sobre si na cruz os pecados da humanidade.

22.44 – Apenas Lucas nos revelou que o suor de Jesus se tornou gotas de sangue. Jesus estava em extrema agonia, mas não desistiu nem cedeu. Ele foi adiante, dando prosseguimento à missão para a qual tinha vindo.

22.46 – Esses discípulos estavam dormindo. Quão trágico é que muitos cristãos ajam como se dormissem profundamente no que se refere a demonstrar sua devoção a Cristo e seu serviço a Ele. Não seja insensível ou despreparado para a obra de Cristo!

22.47 – O beijo era e ainda é a saudação tradicional entre os homens em certas localidades do mundo. Nesse caso, foi também o sinal combinado para indicar quem era Jesus (Mt 26.48). É irônico pensar que um gesto de saudação seria o meio de traição. Foi um gesto vazio devido á deslealdade de Judas. Será que alguma de suas práticas religiosas tornou-se vazia? Também traímos a Cristo quando nosso serviço e nossa doação não são sinceros ou executados somente com a finalidade de exibição.

22.50 No Evangelho segundo João, lemos que o homem que cortou a orelha do servo do sumo sacerdote foi Pedro (Jo 18.10).

22.53 – Os líderes religiosos não prenderam Jesus no Templo por medo de uma revolta popular. Foram prendê-lo secretamente, de noite, sob a influência do poder das trevas, do próprio Satanás. Embora parecesse que Satanás estava prevalecendo, tudo estava acontecendo de acordo com o plano de Deus. Estava na hora de Jesus morrer e, depois, mostrar, com a Sua Ressurreição, porque somos chamados de crentes.

22.54 Jesus foi imediatamente levado para a residência do sumo sacerdote, embora fosse noite. Os líderes judeus estavam com pressa, queriam realizar a execução antes do sabado e dar prosseguimento à celebração da Páscoa. Esta residência era um palácio, tinha muros externos e havia um pátio, onde servos e soldados se aqueciam ao redor de uma fogueira.

22.55 As experiências de Pedro nas horas seguintes mudariam sua vida. Ele passaria de um seguidor desanimado a um discípulo arrependido, e finalmente ao tipo de pessoa que Cristo pôde usar para colaborar na edificação de sua Igreja. Para mais informações sobre Pedro, veja seu perfil em Mateus.

22.62 – Pedro chorou amargamente não só porque percebeu que havia negado seu Senhor, o Messias, mas também porque foi afastado de um amigo muito querido, uma pessoa que o amou e o ensinou por três anos. Pedro disse que nunca negaria seu Mestre, apesar da predição deste (Mc 14.29-31; Lc 22.33.34). Mas quando se sentiu assustado, Pedro fez o contrário do que havia prometido corajosamente. Impossibilitado de defender seu Senhor sequer por 12 horas, Pedro falhou como discípulo e como amigo. Precisamos estar cientes de nossos pontos fracos, para não nos tornarmos excessivamente confiantes ou auto-suficientes. Se falharmos com Jesus, devemos nos lembrar que Ele pode usar os que reconhecem seus fracassos. Daquela experiência humilhante, Pedro aprendeu muitas coisas que o ajudariam mais tarde ao assumir a liderança da jovem Igreja.

22.70 De fato, Jesus concordou ser o Filho de Deus, quando simplesmente disse “Vos dizeis que eu sou”, em resposta à pergunta do sumo sacerdote. A expressão “Eu sou” foi usada por Deus para se definir no AT Êx 3.14). O sumo sacerdote reconheceu a reivindicação de Jesus e acusou-o de verdade. O pecado de reivindicar ser Deus ou de atacar a autoridade e a majestade de Deus era punida com a morte. Os líderes judeus tiveram a evidência que queriam para condenar Jesus por blasfêmia.