Lição 10 – Saul – O Rei Desastroso

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Agostinho disse em um de seus sermões que o orgulho transformou anjos em demônios, porém a humildade transforma pecadores em santos.
Antes de começar a aula de hoje, reflita com seus alunos nessas frases, e pergunte a eles o que pensam sobre o contraponto orgulho e humildade. Alguns homens são conhecidos por certo estigma que fala mais alto que seu próprio nome. Por exemplo, quando falamos de Tomé, lembramos que ele foi incrédulo; quando falamos de Judas, sua marca foi a traição; quando falamos de Abrão, o emblema foi a fé. Estigma é uma cicatriz que marca uma pessoa para sempre, mesmo que a mesma se converta.
Quando falamos de Saul, seu estigma grita: orgulhoso, desobediente, louco por poder, soberbo. Porém, o destaque fica por seu orgulho e sua soberba, que são a causa de sua destruição, e não somente a dele, mas de toda a sua família e do reinado colocado por Deus em suas mãos.

 

EM ÁUDIO

 

OBJETIVOS
• Descrever algumas qualidades de Saul.
• Mencionar alguns erros de Saul.
• Despertar para uma vida de obediência a Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Esta é uma das lições que nos coloca diante de um espelho e nos revela o quão passível somos de cometer os mesmos erros que alguns personagens da Bíblia, os quais, assim como Saul, se distanciaram dos propósitos divinos. Ao mesmo tempo, nos proporciona uma reflexão sobre a responsabilidade de cumprirmos o chamado para o qual fomos designados.
Indague com seus alunos sobre o perigo da soberba, da arrogância e da atitude voluntária de abandonar a Deus e sofrer as consequências dessa atitude imatura e irresponsável.

 

LEITURA COMPLEMENTAR
“Israel estava em guerra e o profeta Samuel havia dado instruções claras para Saul. Este deveria esperar sete dias, quando então eles se encontrariam. Isso está dito em I Sm 10.8:
“Descerás adiante de mim a Gilgal. Certamente descerei a ter contigo, para oferecer holocaustos e sacrifícios de ofertas pacíficas, mas sete dias esperarás, até que eu vá ter contigo, e te declare o hás de fazer.”
Parece muito claro o que se esperava de Saul, mas ele não consegue esperar o tempo combinado. Esperar não é algo fácil para ninguém, é bom que se diga. Todos nós, sem exceção, temos dificuldades nessa área. Nunca encontrei ninguém que gostasse de esperar, porque toda espera é dolorosa em algum sentido e nós evitamos o que não nos traz prazer. É compreensível, mas não devia ser assim.
Gosto da história do aluno impaciente que perguntou para o diretor da escola se seria possível terminar o seu curso mais rápido, se haveria uma grade curricular menos exigente. Ao que o diretor da escola teria respondido: “claro que sim, mas tudo vai depender do que você deseja se tornar. Para produzir um pé de carvalho leva cem anos, mas se queremos um pé de abóbora basta alguns meses. O que você deseja ser, perguntou o diretor?” Alguns, mais apressados, contentam-se com a segunda opção não obstante todo potencial que possuem.
Não, não existe um caminho mais curto para servirmos a Deus. Atalhos sempre serão perigosos, traiçoeiros e custarão mais caros do que pensávamos. Se quisermos ter raízes profundas semelhantes “a árvore plantada junto a ribeiros de águas”, como diz o salmo primeiro, precisamos nos matricular na escola da paciência.
No fim quem não tem raízes não sobreviverá. Espere confiadamente no Senhor, não seja um Saul!”
Livro: A receita do desastre (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos, 2018, Pág. 25).

 

Estudada em 10 de março de 2019

 

LIÇÃO 10  – SAUL O REI DESASTROSO

 

TEXTO ÁUREO

“Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça a sua palavra? Eis que obedecer é melhor do que o sacrifício, e o atender é melhor do que a gordura de carneiros” 1Sm IS.2’2

 

VERDADE PRÁTICA

Não basta começar bem, é preciso também terminar bem;

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – 2Tm 7 e 8 Chegando no final

Terça – Ec 7.8 O fim é melhor que o princípio

Quarta – Ap 3.21 A recompensa está no fim

Quinta – 1Co 15.58 Firmes e constantes

Sexta – Dn 12.13 Vá até o fim

Sábado – Mt 24.13 Perseverando até o fim

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – 2Tm 7 e 8 Chegando no final

Terça – Ec 7.80 fim é melhor que o princípio

Quarta – Ap 3.21 A recompensa está no fim

Quinta – 1Co 15.58 Firmes e constantes

Sexta – Dn 12.13 Vá até o fim

Sábado – Mt 24.13 Perseverando até o fim

 

LEITURA BÍBLICA
1 Samuel 15.19-22
19 Por que pois, não atentaste à voz do Senhor, mas te lançaste no despojo e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor?
20 Então disse Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos a voz do Senhor e segui o caminho pelo qual o Senhor me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas, os destruí totalmente;
21 mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do designado à destruição para oferecer ao Senhor, teu Deus, em Gilgal.
22 Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.

 

Hinos da Harpa: 200 – 227

 

SAUL: O REI DESASTROSO

INTRODUÇÃO

I. QUEM FOI SAUL?

1. O primeiro rei de Israel 1Sm 10.1
2. Alguém que começou bem 1Sm 9.21
3. Experiências com Deus 1Sm 10.2-6

II. SEUS ERROS
1. Arrogância 1Sm 13.9
2. Desobediência à Palavra 1Sm 15.11
3. Inveja 1Sm 18.8

III. SEU FINAL
1. Não reconhecia seus erros 1Sm 15.20
2. Abandonou sua fé lSm28.7
3. Foi desqualificado 1Sm 15.28

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Saul é o exemplo de alguém que tinha tudo para ser um sucesso, mas foi um fracasso. Ele tropeçou nas próprias pernas e foi vencido não por seus inimigos, mas por si mesmo.

I. QUEM FOI SAUL?

1. O primeiro rei de Israel (1Sm 10.1). Saul foi o primeiro rei de Israel, um homem agraciado e escolhido por Deus para a mais cobiçada função que alguém de seu tempo poderia desejar. Sua escolha divina, suas qualidades, sua juventude e seu porte físico fizeram dele, num momento crítico da nação, a pessoa certa para introduzir Israel em um novo tempo, a saber, a monarquia. Ele teve muitos privilégios, sendo com certeza o maior deles o seu chamado e sua unção pelo mais legítimo representante de Deus daqueles dias – o Profeta Samuel. Isso significa que Saul tinha legitimidade para assumir a função que assumiu (1Sm 10.1).

2. Alguém que começou bem (1Sm 9.21). O início da caminhada de Saul foi extraordinário. Ele começa seu reinado com muita simplicidade e confirmação de Deus. As qualidades dele são muitas e mencionadas repetidas vezes. Em dois lugares distintos, a Bíblia menciona sua altura (1Sm 9.2 e 10.23). Essa era uma característica notável para um período de constantes batalhas. Deus escolheu um homem de bela aparência que causava admiração entre o povo. Parecia, realmente, o tipo de líder que a nação queria. Se não bastasse, temos também as qualidades morais do Saul. Por exemplo, é dito que ele age com simplicidade e aparente humildade, considerando-se inclusive, aquém da tarefa proposta por Samuel (1Sm 9.21), O profeta diz que Saul se considerara pequeno aos seus próprios olhos (1Sm 15.17) Sua vitória contra os amonitas dissipou as dúvidas sobre sua escolha (1Sm 11.11). Que começo impressionante!

3. Experiências com Deus (1Sm 10.2-6). Saul teve várias experiências nas quais viu a Graça e o poder de Deus se manifestar na sua vida. Após a unção e o beijo de Samuel, vários sinais são preditos e concretamente cumpridos no mesmo dia (1Sm 10.2-6). O mais impressionante de tudo isso, sem dúvidas, foi o fato de Saul ser cheio do Espírito Santo de Deus, chegando inclusive a profetizar. Aprendemos que experiências com Deus embora valiosas, não são garantia de que podemos viver alheios aos valores e princípios da Palavra de Deus. Experiência com Deus aumentam nossa fé, produzem transformação e tornam dinâmica nossa vida de oração. Mas não imunizam ninguém contra o pecado, nem garantem que nossa natureza deixou de ser caída ou que somos superiores, nem tampouco que as tentações acabaram. Busquemos experiências com o céu, creiamos no sobrenatural de Deus, mas não esqueçamos que Moisés, após ver a glória de Deus, foi ordenado a tirar “as sandálias”. Isso era um sinal das coisas que minam e quebram nossa comunhão com Ele (Ex 3.1-5). Experiências não substituem profundidade bíblica.

 

II. SEUS ERROS

1. Arrogância (1Sm 13.9). O sucesso obtido por Saul no caso dos amonitas parece que o fez perder a cabeça. A humildade foi suplantada pela presunção, e ele, então, decide usurpar a função privativa de Samuel, oferendo holocaustos (1Sm 13.9) Saul extrapolou seus limites. Ele usurpa temporariamente o sacerdócio de Samuel, uma vez que ele não tinha autoridade espiritual para oferecer sacrifícios. Ele é tomado de arrogância e desrespeita o ministério de Samuel. Arrogantes fazem isso, passam por cima dos outros e desejam ocupar espaços que Deus não lhes designou. Há pessoas que se impõem como a única alternativa. Cuidado com a arrogância! Ela é extremamente destrutiva. Deus não está atrelado a nenhum de nós. Não somos indispensáveis. De todos os vícios ou pecados, nenhum é tão prejudicial e danoso como o orgulho. C. S. Lewís dizia que o orgulho é o mais perfeito estado mental totalmente anti-Deus, um câncer espiritual que corrói a própria possibilidade do amor, do contentamento e até do bom senso. Como pecado, o orgulho é algo único. Ele procura destronar Deus e entronizar nosso ego. Não é por menos que Deus abomina a arrogância (Pv 16.18).

 

2. Desobediência à Palavra (1Sm 15.11). Deus, através de Samuel, orienta a Saul que ele destruísse os amalequitas e não deixasse nada sobreviver (1Sm 15). As instruções de Deus são claras e específicas. Naquela batalha, nada que pertencesse a Amaleque deveria ficar com vida. Saul, contudo, desobedece mais uma vez. Saul era um homem de muitas qualidades, como já foi dito, mas ele tinha um dos piores defeitos que alguém que queira andar com Deus pode ter: a desobediência. Existem muitas promessas nas Escrituras para a obediência, mas fiquemos apenas com uma: vitória plena (Js 1.8). Lembremos ainda das palavras do salmista: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” (SI 119.11).
Saul cometeu o mesmo erro de Caim e que, igualmente, muitos cometem hodiernamente: ele achou que podia separar o culto a Deus da sua vida. Saul achou que Deus busca adoração e não adoradores. Que guardemos essa verdade no mais profundo da nossa alma: Deus não se agrada de rituais alheios à vida de quem os oferece. Ele não está atrás de culto sem vida. Cultos assim não agradam a Deus. Essa verdade é corroborada pelos profetas Isaías e Amós (Is 1.13,14; Am 5.21-23).

 

3. Inveja (1Sm 18.8). A partir do capítulo 18 de 1 Samuel, Saul torna-se um homem doente e profundamente desequilibrado, uma figura triste mesmo. Como é lamentável que um homem com tanto potencial termine assim. Ele então inicia uma guerra pessoal contra Davi, na tentativa de eliminá-lo. As vitórias de Davi incomodavam profundamente a Saul. Veja que coisa, o sucesso do outro doía nele. Que triste quando isso acontece! Por isso, Provérbios 14.30 diz: “A inveja é a podridão dos ossos.” Porque dos “ossos”? Porque são eles que sustentam nossa estrutura.
A inveja quebra nossa relação com os irmãos, pois não é possível amar aqueles a quem invejamos. O amor não coexiste com a inveja. Hernandes D. Lopes, em um dos seus comentários, diz que “a nossa relação com Deus nunca estará certa se a nossa relação com o próximo estiver quebrada”. A inveja é um pecado terrível; e uma das razões é que, em geral, as pessoas se consideram invejadas (dizem isso até com satisfação), mas nunca vi ninguém admitir ser invejoso. As mulheres começaram a cantar, dizendo: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares.” (1Sm 18.7). Isso incomodou ao extremo a Saul. O rei de Israel fica incomodado por um refrão. Dessa forma, Saul é tomado de irritação, fruto da inveja, e disse: “Dez milhares deram elas a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão o reino?” (1Sm 1H H). A inveja o consumia. Ato contínuo, a Bíblia diz que um espírito maligno se apoderou dele. A inveja mora ao lado do diabo.

Melhor é o fim das coisas do que o começo delas.” (Salomão)

 

III. SEU FINAL

1. Não reconhecia seus erros (1Sm 15.20) É preciso grandeza paia admitir seus próprios erros e Saul, infelizmente não possui essa virtude. Essa era mais uma falha no seu caráter, talvez a pior de todas. Em nenhum momento o vemos quebrantado e sinceramente arrependido, nem mesmo quando repreendido por Samuel.
Quando Samuel o repreende, no episódio em que ele poupa o rei Agague e o melhor das ovelhas para o sacrifício, é dito claramente que Saul desobedeceu a ordem de Deus. (1Sm 15.15-23). Mas este, diante da reprimenda, retruca (no versículo 20): “Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor e segui o caminho pelo qual o Senhor me enviou”. Depois (no versículo 21), ele lança a culpa sobre o povo, tentando se esquivar. Parece que Saul era bom de argumentos, mas ruim de arrependimento; e isso é o que conta se quisermos a presença de Deus em nossa vida. Deus não tinha lugar para agir na vida de Saul. Ele não pode perdoar e restaurar gente inflexível e cheia de razão, que nunca se arrepende, nem muda de vida. Aceitamos isso? Somos capazes de avaliar nossos próprios métodos, motivações e objetivos? Temos nos olhados no “espelho” da Palavra e perguntado se estamos mesmo fazendo a obra de Deus como Ele nos mandou? Reconhecemos nossos erros? Ou achamos que Deus não os leva em conta? Assumir nossos erros e pecados é o único caminho para a transformação. Não há outro!

2. Abandonou sua fé (1Sm 211.7). Aqui, ele chega ao extremo De descida em descida, ele chega a um nível em que rompe com Deus e enche seu coração de ódio Deus não pode habitar em um coração rancoroso, raivoso e cheio de ira pelo próximo, como era o caso de Saul em relação a Davi, a quem julgava seu rival. Ele se embrenha num projeto de destruir Davi, inclusive colocando o exército nessa causa.
Samuel havia morrido e Saul tinha expulsado de Israel todos os necromantes, ou seja, aqueles que consultam os mortos (1Sm 28.3). Ele mesmo, quando cheio de Deus, fora zeloso; mas depois veio a aprovar e praticar o que antes reprovara. Aquilo que um dia abandonamos, por sabermos que Deus não aprovava, nunca mais pode ser
trazido de volta. Deixe lá, e, se possível, destrua as pontes que poderiam levá-lo de volta. O nome disso na teologia é apostasia, ou seja, a ação de renegar e afastar-se das verdades antes cridas e vividas.

3. Foi desqualificado (1Sm 15.28). A história de Saul não é um conto de fadas. Seu fim foi lamentável, porque jamais se dispôs a arrepender-se. Em vez de voltar-se para Deus, sempre fazia manobras para afastar-se cada vez mais Dele. Assim, morreu de modo trágico, sem autoridade e deixando pouca ou nenhuma saudade (1Sm 15.28; 1Co 10.13,14). Sua vida e legado nem de longe foram aquilo que Deus gostaria que fosse. No fim, sua vida não glorificou a Deus e, em última análise, essa é a única coisa que importa.
C. S. Lewis disse que no fim de tudo só há duas espécies de pessoas: as que dizem a Deus: “Seja feita a tua vontade”; e aquelas a quem Deus diz: “A tua vontade seja feita”.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Saul, gradativamente, foi se afastando do propósito divino. Depois de um brilhante começo, devido a seus tropeços e erros, sua vida tornou-se uma tragédia. Ele é um alerta para todos nós.

 

RESPONDA
1) Descreva uma das experiências que Saul teve com Deus.
2) Mencione dois erros cometidos por Saul durante sua trajetória.
3) Como podemos descrever o final da vida de Saul?

 

VOCABULÁRIO
Presunção: confiança excessiva em si mesmo; pretensão. Imodéstia, pretensão, vaidade.
Usurpar: apossar-se de, assumir, obter ou fazer uso de (algo) sem direito, de modo indevido.
Hodierno: que existe ou ocorre atualmente; atual, moderno, dos dias de hoje.
Reprimenda: advertência severa; reprovação, censura, repreensão.