Lição 7 – A Mulher Adúltera e o Cego de Nascença

LIÇÃO 7 – A Mulher Adúltera e o Cego de Nascença

 

EM ÁUDIO

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Esta lição é uma ótima oportunidade para demonstrar à classe o quanto somos hipócritas quando nos colocamos na posição de acusadores, por pelo menos três motivos: 1) aqueles que acusavam buscaram um erro em Jesus, que era perfeito (Jo 8.6); 2) não tiveram estrutura para resistir a um simples confronto de Jesus (Jo 8.7,8); 3) eram tão pecadores quanto a mulher a quem acusavam (Jo 8.9),

Além disso, dê ênfase à teologia equivocada dos discípulos de Jesus ao perguntarem quem havia pecado para que aquele mal sucedesse ao cego, demonstrando, assim, que na interpretação deles, o sofrimento estava ligado a práticas pecaminosas (Jo 9.2). Reforce que quando o assunto é circunstâncias da vida, não há diferença entre aqueles que servem e os que não servem a Deus.

 

PALAVRAS-CHAVE

Sentença • Crueldade • Misericórdia

 

OBJETIVOS

  • Assimilar que não podemos sentenciar os pecadores.
  • Aprender que só Jesus pode libertar o homem do pecado.
  • Acreditar que Jesus pode operar milagres inéditos.

 

 

PARA COMEÇAR A AULA

A princípio, convide a classe a refletir: você acha que as pessoas que lhe cercam gostam de quem você é ou apenas de quem você aparenta ser? Se pudesse abrir o seu coração diante delas, e elas diante de você, continuariam a lhe enxergar da mesma forma?

Talvez nossos pecados sejam diferentes, mas somos tão pecadores e carentes de Deus como os discípulos que associaram a dor do cego com seu pecado e tanto quanto os acusadores da mulher que foi pega em ato de adultério.

 

RESPOSTAS

1)      A lei de Moisés previa a morte para quem fosse flagrado em adultério.

2)      E a verdade vos libertará.

3)      Sim, de uma ação de misericórdia.

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Os fariseus, prisioneiros do preconceito, não acreditaram que esse homem fosse verdadeiramente cego e que agora via. Então, decidem tirar a prova dos nove com o pai do cego. Eles fazem duas perguntas aos pais.

A primeira é: É este o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? A segunda: Como, pois, ele está enxergando? Dessas duas perguntas, os pais respondem com firmeza à primeira. Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego. Da outra pergunta, porém, eles se esquivaram, jogando o problema para o próprio filho. A motivação para essa postura era a intolerância religiosa dos judeus, pois a decisão já havia sido tomada. Quem ficasse do lado de Jesus seria expulso da sinagoga.

William Barclay diz que a excomunhão da sinagoga era uma poderosa arma usada pelas autoridades (12.42; 16.2). Havia dois tipos de excomunhão: 1) A proibição mediante a qual se expulsava alguém da sinagoga pelo resto da vida. Nesse caso, a pessoa era anatematizada em público.

O entendimento era que a pessoa expulsa estava excluída da presença de Deus e dos homens. 2) A sentença de excomunhão temporária, que mantinha a pessoa afastada da comunhão com Deus e com as pessoas. Foi por essa razão que os pais do homem curado se esquivaram de responder com mais profundidade às autoridades.

Aquele que fosse expulso da sinagoga não tinha direito a assistência se ficasse pobre ou passasse por necessidades muito grandes. Quem tivesse um comércio não poderia negociar com pessoas da comunidade.

Os amigos deixariam de falar com o banido. Confessar Cristo diante da ameaça de ser “expulso da sinagoga” exigia uma coragem que os pais desse homem não tinham. O dilema dos fariseus, porém, só aumentava, pois agora não havia mais do que duvidar. Eles estavam diante de um milagre notório, Jesus era o seu agente, e esse sinal acontecera num sábado.

Livro: “João: As Glórias do Filho de Deus” (Hernandes Dias Lopes, Editora Hagnos Ltda, 2015, São Paulo-SP, págs. 266 e 267).

 

 

Estudada em 19 de maio de 2019

 

LIÇÃO 7: A MULHER ADÚLTERA E O CEGO DE NASCENÇA

 

TEXTO ÁUREO

Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.  Jo 9.11

 

VERDADE PRÁTICA

Jesus continua salvando pecadores e curando enfermos.

 

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Jo 8.12-17 O juízo de Jesus é verdadeiro

Terça – Jo 8.18-23 Quem conhece o Filho conhece o Pai

Quarta – Jo 8.24-30 Não devemos morrer em nossos pecados

Quinta – Jo 8.31-37 A verdade liberta

Sexta – Jo 8.38-43 Os filhos de Deus amam a Jesus

Sábado – Jo 8.44-53 Buscando a glória de Deus

 

 

LEITURA BÍBLICA

João 8.7-11

7       Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.

8       E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.

9       Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.

10    Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?

11     Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.

Leitura completa: Jo 8.1-11; 9.1-11

 

 

Hinos da Harpa: 73 -15

 

 

A MULHER ADÚLTERA E O CEGO DE NASCENÇA

 

INTRODUÇÃO

 

I. PERDÃO PARA A MULHER ADÚLTERA

  1. Sentença de morte Jo 8.1-3
  2. Crueldade dos acusadores Jo 8.4-7a
  3. Misericórdia de Jesus Jo 8.7b-11

 

II. VERDADE QUE LIBERTA

  1. Escravos do pecado Jo 8.31-36
  2. Verdadeiramente livres Jo 8.36
  3. O perigo da religiosidade Jo 8.37-47

 

III.    CURA DO CEGO DE NASCENÇA

  1. Uma pergunta perturbadora Jo 9.2
  2. Uma resposta esclarecedora Jo 9.3
  3. Um milagre inédito Jo 9.6,7

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Jesus estava ensinando no templo, quando foi interrompido pelos escribas e fariseus que traziam uma mulher apanhada em adultério. Depois que Jesus frustrou os desígnios dos acusadores da mulher, Ele se apresenta como a verdade que liberta e, em seguida, caminha para curar um cego de nascença. São lindos fatos inéditos do Evangelho segundo João.

 

I. PERDÃO PARA A MULHER ADÚLTERA

O adultério era considerado um dos mais terríveis pecados na concepção dos judeus. Os rabinos diziam: “Todo judeu deve morrer antes de cometer idolatria, assassinato e adultério”.

  1. Sentença de morte (Jo 8.1-11). Ela foi flagrada no ato do seu pecado. Essa mulher não tinha desculpa. Não havia como fugir ou negar seu envolvimento sexual. Ela foi humilhada publicamente, arrastada à força para o pátio do templo e a colocaram de pé diante da multidão, na frente de Jesus. Seus acusadores não a trataram com dignidade. Não a viram como uma pessoa que tem sentimentos, mas apenas como mais um caso.

Seu ato era passível de morte. A lei de Moisés previa a morte para o homem e a mulher flagrados no ato do adultério (Lv 20.10, Dt 22.23,24). Portanto, no tribunal da lei, essa mulher estava condenada. No tribunal dos religiosos, ela é acusada. No tribunal da consciência, ela sente-se condenada, pois não se defende. Há muitas pessoas que mentem, enganam e escapam. Não era o caso dessa mulher.

 

  1. A crueldade dos acusadores (8.4-7a). Eles expuseram a mulher a uma situação de vergonha pública. Não se importaram com ela nem com sua família. Ela era apenas uma peça de um jogo sujo contra Jesus. O alvo dos fariseus era colocar Jesus diante de um dilema: Se absolvesse a mulher, estaria em oposição à lei de Moisés e apoiando as pessoas a cometerem adultério. Se autorizasse o apedrejamento, entraria em contradição com Sua conhecida mensagem de compaixão, perdão e restauração, além do que Ele teria infringido os direitos exclusivos do governador romano, o único que nesse período detinha autoridade para impor sentenças de morte.

Eles só trouxeram a mulher e deixaram o homem escapar. A lei previa morte para o homem também (Lv 20.10; Dt 22.22-24). Revelaram parcialidade e preconceito. Acusaram o mais fraco. Eles se tornaram mais culpados do que a acusada. Montaram uma armadilha para Jesus e saíram envergonhados; desejaram condenar a mulher, mas saíram condenados.

 

  1. A misericórdia de Jesus (8.7b-ll). Jesus disse: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” (Jo 8.7). Jesus valoriza a lei, expõe a gravidade do pecado, mas ama o pecador para restaurá-lo (Jo 8.7).

Ele age de maneira diferente daqueles que expuseram a mulher ao ridículo. Jesus conhecia os pensamentos e o plano abominável deles. Ele poderia ter exposto esses acusadores à execração. Nem foi preciso, acusados pela própria consciência, retiraram-se, começando a debandada pelos mais velhos, até o último mais novo.

Jesus age com misericórdia com a mulher (8.10,11). Ele veio não para condenar, mas para salvar. Ele usa Seu poder para restaurar. Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido. Ele veio para os doentes. Ele não condenou a mulher, mas ordenou que ela abandonasse seu estilo de vida pecaminoso. O verdadeiro arrependimento produz frutos dignos, que resultam em uma firme atitude de abandonar o pecado.

 

II. VERDADE QUE LIBERTA

Jesus apresenta-se como o libertador dos cativos, o único que pode dar vida eterna. Do alto de sua arrogância espiritual, os judeus consideram-se livres e seguros por ter o sangue de Abraão correndo em suas veias. Jesus, porém, mostra a eles que, espiritualmente, não eram filhos de Abraão, mas filhos do diabo, a quem imitavam em suas obras.

  1. Escravos do pecado (8.31- 36). Quando Jesus falou sobre liberdade, os judeus arrotaram sua arrogância espiritual, dizendo: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (8.33). O povo de Israel fora escravizado por sete nações, conforme registrado no livro de Juizes. As dez tribos do Norte foram levadas cativas pela Assíria, enquanto as duas tribos do Sul passaram setenta anos no cativeiro na Babilônia. E, naquele exato momento, os judeus se encontravam sob o domínio de Roma. Embora os judeus estivessem subjugados politicamente, jamais se sentiram escravos; embora fossem cativos externamente, jamais se julgaram escravos interiormente. Jesus refuta a tola ideia deles dizendo que eram escravos, e escravos da pior espécie. Eles eram escravos do pecado. O pecado os dominava como um severo senhor de escravos. Eram subjugados e dominados pelo pecado (8.34). 
  1. Verdadeiramente livres (8.36). Jesus arremata seu argumento apresentando-se mais uma vez aos judeus como o Filho de Deus, o único que pode libertá-los da escravidão do pecado. O pecado escraviza, mas Jesus liberta. O pecado produz morte, mas Jesus é a vida. O pecado condena, mas Jesus perdoa. O pecado mata, mas Jesus dá a vida eterna.

Um discípulo não é um crente superficial, mas alguém que permanece em Cristo e em Sua palavra (8.31). Assim, conhecemos a verdade que liberta. Onde reina o engano, a mentira, a superstição prevalece a escravidão e as pessoas não são livres. Jesus é categórico: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (8.32).

 

  1. O perigo da religiosidade (8.37-47). Os judeus estavam enganados acerca de sua filiação. Julgavam ser quem não eram, uma vez que o importante não é ter o sangue de Abraão correndo nas veias, mas ter a fé de Abraão habitando no coração. Os verdadeiros filhos de Deus amam a Jesus (8.41-43). Quando Jesus falou aos judeus que eles não eram filhos de Abraão, porque a obra que faziam não eram as mesmas de Abraão, replicaram de imediato: “Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus.” (8.41). Jesus argumenta que, se de fato Deus fosse pai deles, haveriam de amá-lo, pois havia vindo da parte de Deus (8.42). Os verdadeiros filhos de Deus ouvem as palavras de Deus e agem como tal (8.44-47).

Fisicamente, esses judeus certamente eram filhos de Abraão; mas, espiritualmente, eram filhos do diabo, o pai da mentira. Jesus deixa claro que só ouve as palavras de Deus aqueles que são de Deus. Se os judeus não o ouvem, logo não são de Deus (8.45-47).

 

III. CURA DO CEGO DE NASCENÇA

 Jesus ainda está em Jerusalém. Ao caminhar, vê um homem cego de nascença (9.1). No Evangelho, esse é o único milagre relatado no qual se diz que alguém sofria desde seu nascimento (9.32). Esse é um dos milagres mais bem documentados nas Escrituras, pois os vizinhos, os pais e os opositores precisaram admitir que, de fato, o homem era cego de nascença e agora estava enxergando.

  1. Uma pergunta perturbadora (9.2). Ao verem o homem cego, os discípulos sacaram uma questão perturbadora: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” Em vez de buscar uma solução para o problema alheio, eles queriam especular sobre o mais intrincado problema filosófico: a origem do mal. Foi assim com Jó (Jó 4.7; 8.20; 11.6; 22.5-10); e no tempo de Jesus, esse tipo de raciocínio ainda prevalecia (Lc 13.2-5). Obviamente, Jesus não aprovava essa ênfase exagerada. 
  1. Uma resposta esclarecedora (9.3). Jesus responde que nem o homem pecou nem seus pais, mas ele nasceu cego para que se manifestassem as obras de Deus. É claro que Jesus não estava, com isso, insinuando haver pessoas sem pecado, nem induzindo os discípulos a crer que todo sofrimento é resultado de um pecado imediato. Também Jesus não estava afirmando que aquele homem havia nascido cego especificamente para ser, agora, alvo de seu milagre. Jesus estava dizendo que o sofrimento alheio não deveria ser alvo de especulação, e sim de uma ação misericordiosa.
    F. Bruce, na mesma linha de pensamento, diz que isso não significa que Deus intencionalmente fez a criança nascer cega para, depois de muitos anos, revelar sua glória tirando-lhe a cegueira; pensar assim também seria uma afronta ao caráter de Deus. O sentido é que Deus é soberano sobre a infelicidade da cegueira da criança e, quando ela se tornou adulta, a fez recuperar a vista, a fim de que visse a glória de Deus na face de Cristo.

Jesus confirma Sua declaração, dizendo que as obras do Pai devem ser feitas com presteza e urgência, pois haverá um tempo, quando a noite chegar, que não será mais possível trabalhar (9.4).

 

  1. Um milagre inédito (9.6,7). Esse milagre é inédito na História. Não havia ainda nenhum registro de que um cego de nascença tivesse sido curado (9.32).

Larry Richards diz que Jesus concedeu visão a um homem que nascera cego. Não foi a restauração de visão perdida. Foi um ato de criação: criar algo que não existia. Cada cura de Jesus tinha um ritual diferente. Ele nunca tratou as pessoas como massa. Sempre cuidou de cada indivíduo de forma pessoal e singular. Nesse caso, Jesus usou um método aparentemente estranho. Antes de curar o homem, cuspiu na terra, fez um lodo com a saliva e passou essa terra molhada nos olhos do cego. Jesus o desafiou a crer em sua palavra e depois o milagre ocorreu.

Um homem cego é visto ou, então, permanecerá na escuridão. Há algumas pessoas que ou Jesus as enxerga ou, então, ficarão esquecidas, marginalizadas, cobertas pelo manto escuro das trevas.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Nosso papel é perdoar e ajudar quem precisa ao invés de julgar, acusar ou procurar explicação pra tudo. Quando alguém está sofrendo é momento de ajudar e não de procurar razões.

 

RESPONDA (COMPLETE)

1)      A mulher adúltera foi humilhada publicamente porque a…………………..

2)      E conhecereis a verdade…………………………………………………………………

3)      O sofrimento alheio, como o do cego de nascença, não deve ser motivo de especulação, mas……………………….

VOCABULÁRIO

  • Execração: ódio profundo ou aversão exacerbada. Antipatia ou repulsa profunda por algo ou alguém.
  • Filiação: série de indivíduos que descendem diretamente uns dos outros; linhagem, progênie.