Lição 12 – Josué 20 e 21 – Cidades de Refúgio e Cidades dos Levitas
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Josué 20 e 21, há 9 e 45 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Josué 20.1-9 e 21.43-45 (5 a 7 minutos).
A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Caro professor, antes de começar esta aula, tenha em mente pelo menos duas coisas:
1) As cidades de refugio foram criadas com o intuito de impedir a vingança contra alguém que praticasse um homicídio culposo. A razão é que o desejo de vingança da família da vítima nem sempre era justo, e assim, a lei concedia ao homicida a oportunidade de se refugiar e obter um justo julgamento (Nm 35.12,24),
2) Os levitas não receberam terras (Js 13.33), mas somente cidades entre as tribos, nas quais podiam habitar. Dependiam dos dízimos e ofertas para seu sustento, e sofriam quando o povo se descuidava da vida espiritual (Ml 1.6-10; 3.8,9).
Nesse processo de distribuição, o povo levou em conta o plano de Deus de que os levitas fossem espalhados por toda a terra de Israel.
OBJETIVOS
•Assimilar a o valor das estratégias divinas.
• Perceber o valor da vida humana.
• Notar que a nossa maior herança é o Senhor.
PARA COMEÇAR A AULA
Professor, use um mapa do período de Josué para mostrar aos alunos as seis cidades de refúgio. Explique que em cada lado do rio Jordão havia três cidades de refúgio. Três do lado leste do Jordão: Bezer (para a tribo de Rubens), Ramote (em Gileade) e Golã (para a meia tribo de Manassés. Outras três ficavam na parte oeste do Jordão: Quedes (na montanha de Naftali), Siquém (na montanha de Efraim) e Hebrom (na montanha de Judá). Essas cidades estavam convenientemente situadas nas regiões norte, central e sul de Canaã.
RESPOSTAS
1) Proteger o que matou por acidente.
2) O parente masculino mais próximo do morto.
3) O Senhor e as ofertas apresentadas no Tabernáculo.
LEITURA ADICIONAL
Josué 21 é o último capítulo do livro que trata da distribuição do povo de Israel na terra. Diz respeito à distribuição de 48 cidades especiais aos levitas. Elas estavam espalhados por todo o país, para que o benefício da presença, serviço e ensino dos levitas pudesse estar amplamente disponível. Isso era maravilhoso, consistiu no exemplo de como Deus transforma o que originariamente era uma maldição em uma bênção. Em Gênesis 49, Jacó tinha uma palavra dura para Simeão e Levi, seu segundo e terceiro filhos. Ele disse: “Dividi-los-ei em Jacó e os espalharei em Israel” (v. 7J. Isso ocorreu porque anos antes os dois irmãos haviam liderado o massacre dos siquemitas, que Jacó disse que o tornaria “odioso entre os cananeus” (Gn 34.30). A dispersão dos descendentes desses dois irmãos pela terra foi seu castigo, uma maneira de dizer que eles não receberiam herança. No caso de Simeão, isso se cumpriu quando seus descendentes passaram a viver no território de Judá, como se viu no capítulo 12. Foi um castigo, mas foi um castigo misturado com bênção, pois Judá permaneceu próximo das coisas de Deus ao longo da história, e Simeão foi beneficiado pela fidelidade de Judá. Por exemplo, embora o Reino do Norte de Israel, contendo 1O das 12 tribos, tenha sido vencido pelos assírios em 721 a.C., Judá (que continha Simeão) durou até 587 a.C. — mais de cem anos depois. Assim, Simeão foi abençoado de certa forma até no juízo divino. O caso é ainda mais impressionante para Levi, a nossa principal preocupação aqui. A tribo de Levi foi espalhada por todo o Israel, entre 48 cidades. Além disso, os levitas viajavam de um lado para outro para cumprir os deveres relacionados à adoração no templo. Portanto, embora os descendentes de Levi não possuíssem terras próprias, o fato de serem feitos sacerdotes não foi uma honra pequena. Afirma-se que não tinham “nenhuma porção” na terra porque “a porção deles era o Senhor”. Além disso, eles produziram grandes líderes entre o povo. Com exceção da tribo de Judá, que produziu a maioria dos reis, a tribo de Levi contribuiu com mais líderes distintos para Israel que qualquer outro. Moisés era levita.
Livro: “Comentário expositivo” (James Montgomery Boice. Editora Monergismo, Brasília, DF, 2020, Pág. 132).
Estudada em 21 de março de 2021
LIÇÃO 12 – JOSUÉ 20 e 21 – CIDADES DE REFÚGIO E CIDADES DOS LEVITAS
Texto Áureo
“Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu. “ Js 21.45
Leitura Bíblica Para Estudo Josué 20.1-9; 21.43-45
Verdade Prática
Deus é o nosso refugio, é nós devemos ser defensores do respeito à vida e contra a violência, aborto, pena de morte e outros males.
INTRODUÇÃO
I. AS CIDADES DE REFÚGIO Js 20.1-8
1. Estratégia divina Js 20.2
2. Como funcionavam as cidades Js 20.3
3. Localizações estratégicas Js 20.7
II. O ALTO VALOR DA VIDA Js 20.5-6
1.O vingador do sangue Js 20.5
2. Morte do sumo sacerdote Js 20.6
3. Justiça e misericórdia de Deus Js 20.6
III. AS CIDADES DOS LEVTTAS Js 21.1-43
1. A herança dos levitas é O Senhor Js 13.14
2. As cidades e seus arredores Js 21.41
3. Tudo se cumpriu Js 21.45
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 61 – 33
INTRODUÇÃO
Os capítulos 13 a 19 detalham a distribuição de Canaã como herança para cada tribo, exceto para os levitas. Com a distribuição da terra já completada, o capítulo 2O alista as 6 cidades de refugio, e o capitulo 21, as 48 cidades dadas aos levitas.
I. AS CIDADES DE REFÚGIO (Js 20.1-8)
1. Estratégia divina (Js20.2)
“Fala aos filhos de Israel: Apartai para vós outros as cidades de refúgio de que vos falei por intermédio de Moisés”.
As cidades de refúgio são uma estratégia divina que surgem apenas em Israel e não existiam e em nenhum outro lugar da Antiguidade. O próprio Deus ordenou a Moisés, e depois a Josué, que as estabelecessem com um propósito muito especial.
Elas tinham este propósito: de que todo israelita poderia ser protegido, em caso de matar acidentalmente outra pessoa, evitando derramamento de sangue por vin-gança injusta. Até àquele instante, prevalecia a lei de talião: olho por olho; ou seja, o homicida paga com sua própria vida (Êx 21.12).
As cidades de refúgio eram parte do sistema de justiça israelita, de garantir a vida e o julgamento, assim como capaz de diferenciar se o crime foi acidental ou intencional. No caso de homicídio
intencional, a punição era morte pelo vingador de sangue. No caso do crime acidental, a punição era isolamento na cidade de refúgio, pois assim, tanto estaria protegido o homicida como evitaria mais um derramamento de sangue na terra.
2. Como funcionavam as cidades (Js 20.3)
“Para que fuja para ali o homicida que, por engano, matar alguma pessoa sem o querer; para que vos sirvam de refúgio contra o vingador do sangue.”
Quatro passagens descrevem os procedimentos adotados nas cidades de refúgio (Êx 21.12-14, Nm 35.9-34, Dt 4.41-43; 19.1-13). O funcionamento seria como segue:
a) Quando o homicídio ocorria, o homicida fugia para uma dessas seis cidades de refúgio, chegava à porta da cidade, explicava o caso diante dos anciãos da cidade e recebia proteção contra o vingador do sangue (Js 20.2-5).
b) Os anciãos daquela cidade levavam o criminoso para ser julgado na congregação onde o crime ocorrera. O julgamento era feito por sacerdotes da cidade de refúgio e sacerdotes da cidade onde o crime ocorreu (Js 20.6).
c) Se concluído que o homicídio foi acidental, sem premeditação e maldade, o homicida continuava vivendo na cidade de refúgio; ou então, se fosse declarado culpado, era entregue para ser executado (Nm 35.24,25),
d) O homicida acidental deveria permanecer na cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote, e só então poderia voltar à sua cidade e para a sua casa, de onde fugiu (Js 20.6),
3. Localizações estratégicas
(Js 20.7)
“Designaram, pois, solenemente, Quedes, na Galileia, na região montanhosa de Naftali, e Siquém, na região montanhosa de Efraim, e Quiriate-Arba, ou seja, Hebrom, na região montanhosa de Judá.”
A localização das cidades era estratégica. Elas foram distribuídas equitativamente pelos territórios, três em cada lado do Jordão, de modo que estavam bem acessíveis a todos; inclusive, ao estrangeiro que habitava junto às tribos de Israel. Estavam, pois, o mais próximo possível de todas as tribos.
Estas cidades não eram para receber pessoas que cometiam outros crimes. Só homicídios, crimes contra a vida.
II. O ALTO VALOR DA VIDA (Js 20.5-6)
Essa passagem também indica o alto valor da vida humana. A vida é única, é dom de Deus ao homem; então, deve ser protegida e garantida em qualquer sociedade.
1. O vingador do sangue (Js 20.5)
“Se o vingador do sangue o perseguir, não lhe entregarão nas
mãos o homicida, porquanto feriu a seu próximo sem querer e não o aborrecia dantes.”
O vingador do sangue era o parente masculino mais próximo do que foi morto, autorizado, sob a lei de Israel, a vingar a sua morte, tomando vida por vida (Dt 19.21), De acordo com os costumes antigos, era um direito, ou até uma obrigação, do parente mais próximo, vingar a morte de seu familiar (Nm 35.16-21),
Quase sempre o homicida era morto apedrejado, e a testemunha do crime era a primeira pessoa a lançar a pedra, seguido dos demais da família do morto e da comunidade.
Se o vingador de sangue matasse uma pessoa que retornou para sua cidade depois da morte do sacerdote, ele seria julgado como assassino pela própria comunidade. Todavia, se voltasse antes da morte do sacerdote e o vingador o matasse, nada ocorrería com o vingador.
2. Morte do sumo sacerdote (Js 20.6)
“Habitará, pois, na mesma cidade até que compareça em juízo perante a congregação, até que morra o sumo sacerdote que for naqueles dias; então, tornará o homicida e voltará à sua cidade e à sua casa, à cidade de onde fugiu”.
A penalidade para um criminoso é a restrição para habitar na cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote.
Uma coisa importante nesta passagem é que o criminoso era liberado do seu confinamento da cidade refúgio somente na morte do sumo sacerdote, e não por sacrifício de animal, como era praxe naquele tempo.
Se o homicida deixasse essa cidade antes de o sacerdote morrer, não havia reconciliação com Deus e nem com a sociedade; e a pessoa ficaria à mercê do vingador de sangue.
A morte do sumo sacerdote aponta para a reconciliação do homem com Deus e sua libertação pela morte de Jesus Cristo (Hb 9.11).
3. Justiça e misericórdia de Deus (Js 20.6)
“Habitará, pois, na mesma cidade até que compareça em juízo perante a congregação, até que morra o sumo sacerdote que for naqueles dias; então, tornará o homicida e voltará à sua cidade e à sua casa, à cidade de onde fugiu.
Esta passagem reflete duas qualidades de Deus. Primeiro, Sua justiça em tratar erros e crimes, principalmente derramamento de sangue. Segundo, a misericórdia de Deus com que trata as pessoas, dando-lhes oportunidade e levando em consideração as circunstâncias. Deus não discrimina ninguém. Sendo assim, qualquer pessoa, independente de seu estado social, é responsável por suas atitudes e comportamentos; e todas têm as
mesmas oportunidades, mesmo sendo estrangeiras.
III. AS CIDADES DOS LEVITAS (Js 21.1-43)
Josué 21, versos de 1 a 42, detalha o nome das 48 cidades dadas aos levitas. As seis cidades de refúgio estão entre estas.
O final do capítulo (21.43-45) é um sumário conclusivo da distribuição da terra narrado nos capítulos 13-21.
1. A herança dos levitas é o Senhor (Js 13.14)
“Tão somente à tribo de Levi não deu herança; as ofertas queimadas do Senhor, Deus de Israel, são a sua herança, como já lhe tinha dito.”
O livro de Josué repetidamente reconhece que os levitas não receberam território do mesmo modo que as demais tribos. A herança deles seria o Senhor, assim como as ofertas apresentadas na tenda do sacrifício. Os levitas da família de Arão tinham a única ocupação de servir como sacerdotes; os outros seriam os auxiliares responsáveis pelas demais funções de apoio ao culto. “Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás e, no meio deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel” (Nm 18.20).
Os levitas eram os ensina- dores, intérpretes dos mandamentos e das leis do culto. Eles eram a voz do povo diante de Deus, os que ministravam a bênção e os oráculos (Nm 6.22-27). Eles protegiam a arca em tempo de batalha (Js 6). A localização e a distribuição das terras dos levitas sugerem que eles eram os guardiões da fé e da cultura, funcionando contra as religiões idólatras de Canaã.
As cidades dos levitas foram dadas por cada tribo dentro do seu território e na proporção de cada extensão da herança de cada uma, conforme determinação de Deus. A herança dos levitas, todavia, é o Senhor; Ele próprio, não as cidades.
2. As cidades e seus arredores (Js 21.41)
“As cidades, pois, dos levitas, no meio da herança dos filhos de Israel, foram, ao todo, quarenta e oito cidades com seus arredores.”
Os três clãs levíticos que foram distribuídos entre as tribos são Coate, Gérson e Merari
a) Cidades dos coatitas: 23 (Js 21.9-26).
b) Cidades dos gersonitas: 13 (Js 21.27-33).
c) Cidades dos meraritas: 12 (Js 21. 34-40).
Total: 48 cidades (Js 21.41-42).
Os arredores das terras dadas aos levitas permitia que eles tivessem suas plantações e criação de animais (cordeiros, provavelmente), para os sacrifícios que eram apresentados e também animais
diversos que eram dados pelas demais tribos como dízimo (Nm 35.1-4).
Observemos que as tribos deram voluntariamente, da porção recebida, as cidades para os levitas, como parte essencial da dedicação ao serviço do Senhor. Isso permitiu uma distribuição geográfica das cidades levíticas por todos os lugares, garantindo a todas as tribos a oportunidade de aprender os estatutos e ensinos do Senhor, adorar e viver bem com Deus sob a orientação e cuidado sacerdotal. Josué reforça o significado de obediência aos estatutos de Deus para que o povo continue vivendo bem na terra.
3. Tudo se cumpriu (Js 21.45)
“Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu.”
Nos versículos 43-45 é feita uma referência às promessas do Senhor quanto à terra, ao descanso, à vitória e às outras boas coisas. Todas essas certezas são declaradas como cumpridas. Esta conclusão ficou óbvia depois que a terra foi repartida entre as tribos.
Os inimigos foram, na sua maioria, completamente subjugados, de modo que nem um único exército dos cananeus foi capaz de resistir- -lhes. Os que não foram mortos passaram a servi-los com seus tributos. Os poucos ainda a conquistar, os filisteus e os sidônios, ficariam para
Lição 12 – Cidades de Refúgio e Cidades dos Levitas
depois. Assim, os israelitas tiveram mais terra em verdadeira possessão do que poderíam ocupar.
O Senhor cumpriu cada parte de seu compromisso. Ele deu ao
seu povo tudo o que foi necessário para uma vida feliz e próspera.
Deus é fiel às suas promessas. Ele garantiu a vitória, a possessão da terra e o descanso. Amém!
APLICAÇÃO PESSOAL
Devemos ser e nos posicionar tal qual foram as cidades de refúgio, protegendo a vida das políticas públicas nefastas e das as leis injustas, combatendo a violência, o aborto, a pena de morte, as guerras criminosas
e outros males.
RESPONDA
1) Qual é o propósito das cidades de refúgio?
2) Quem era o vingador do sangue?
3) Qual e a herança da tribo de Levi?