ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 37 a 40 há 112 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 37.1- 28 (5 a 7 min.).
Caro(a) professor(a), a cada lição vamos constatando que, apesar do perdão de Deus, não somos isentos das consequências do pecado. Jacó e seus filhos protagonizam episódios de ciúme e inveja que geram dores, culpas e aflições a todos os envolvidos. Nessa história, só o zelo de Deus sustenta o pai desolado e o filho vendido como escravo. Apesar das falhas humanas, o projeto divino para a humanidade segue seu curso e José resiste ao pecado para testemunhar sua fé em meio a um ambiente hostil. Não é desafiador saber que nosso testemunho tem o mesmo valor do testemunho de José? Por onde andamos e vivemos temos sido esforçados no propósito de servirmos ao Reino com fidelidade?
OBJETIVOS
• Apender a esperar o tempo de Deus.
• Manter nossa integridade.
• Evitar o caminho da amargura.
PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), comece sua aula questionando seus alunos sobre o que os tem movido ao longo da sua caminhada cristã? Não estaríamos desprezando alguns irmãos em favor de outros, como Jacó fez com os filhos? Será que nosso cristianismo não está baseado numa competitividade egoísta, como a que moveu os irmãos de José? Somos parte do plano de Deus, precisamos testemunhar a fé persistente e genuína, como fez José. Não podemos ceder às influências da cultura e das ideologias contrárias à vontade de Deus.
RESPOSTAS
1) E
2) E
3) C
Lição 12 – Gênesis 37 a 40: José Vendido Como Escravo
LEITURA ADICIONAL
Lançaram José dentro de um poço, para que perecesse de fome e frio; eram extremamente cruéis, desprovidos de misericórdia. Não lhe mostraram consideração quando sofria, e não se doeram pelo quebrantamento de José (Am 6.6), pois, quando estava no fundo do poço, sentaram-se para comer pão. Não sentiram qualquer remorso em sua consciência por causa do pecado. “Porque a cólera do homem redundará em teu louvor, e o restante da cólera, tu o restringirás” (Sl 76.10). Os irmãos de José foram milagrosamente impedidos de matá-lo e a sua venda resultou, de forma igualmente maravilhosa, em louvores a Deus.
Quando Satanás ensina os homens a cometerem um pecado, orienta-os a tentar ocultá-lo através de outro pecado: esconder o roubo e o homicídio com mentiras e falsos juramentos; porém, o que encobre o seu pecado não prosperará. Os irmãos de José ocultaram o seu pecado, e fizeram-no de comum acordo durante certo tempo; porém, finalmente a sua maldade veio à luz, tornando-se pública para todo o mundo.
Para causar profunda tristeza a seu pai, enviaram-lhe a túnica colorida de José; Jacó, ao ver aquela vestimenta ensanguentada, pensou imediatamente que José fora despedaçado. Os que conhecem o coração de um pai, podem imaginar a agonia de Jacó. Com toda a baixeza, os seus filhos fingiram consolá-lo; porém, todos eles eram consoladores miseráveis e hipócritas. Se realmente tivessem desejado consolá-lo, poderiam tê-lo feito de uma só vez, dizendo-lhe a verdade. O coração é endurecido pelo pecado de modo muito estranho.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4a ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pgs. 103-104).
Estudada em 20 de março de 2022
LIÇÃO 12 – GÊNESIS 37 a 40: JOSÉ VENDIDO COMO ESCRAVO
Leitura Bíblica Para Estudo: Gênesis 37.1-28
Texto Áureo
“E, passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte sidos de prata aos ismaelitas; estes levaram José ao Egito.”
Gn 37.28
Verdade Prática
Entre as promessas de Deus e suas concretizações há um tempo de espera e, geralmente, uma longa e difícil estrada a ser percorrida.
Hinos da Harpa: 58 – 273
INTRODUÇÃO
I. NA CASA DO PAI Gn 37.3-18
1. Um lar em conflitos Gn 37.3
2. Os sonhos de José Gn 37.5
3. Vendido por seus irmãos Gn 37.18
II. ESCRAVO NO EGITO Gn 39.1-3
1. Comprado por Potifar Gn 39.1
2. A casa de Potifar Gn 39.2
3. A integridade de José Gn 39.3
III. NA PRISÃO Gn 39.9 a 40.23
1. Assediado Gn 39.9
2. Trabalhando Gn 40.4
3. Esquecido Gn 40.23
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
A biografia de José é uma das mais atraentes das Escrituras. Sua personalidade carismática e sua integridade inegociável nos inspiram.
I. NA CASA DO PAI (Gn 37.3-18)
José foi amado e odiado dentro da sua própria casa, circunstância que não é incomum em nossos dias, infelizmente.
1. Um lar em conflitos (Gn 37.3)
“Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas.”
Gênesis é um livro que registra vários conflitos entre irmãos (Caim e Abel, Ismael e Isaque, Esaú e Jacó etc.) e em todos os casos as consequências foram devastadoras. O texto sagrado diz que Jacó amava mais José do que os demais filhos, pois era filho da sua velhice e da esposa que mais amava. Jacó já havia crescido num lar extremamente competitivo e dividido (Gn 25.28) e agora, quando se torna pai, acaba formando uma família igualmente dividida e competitiva. Predileção familiar cria problemas sérios, inclusive para o predileto.
A Bíblia não esconde as falhas, idiossincrasias e pecados dos seus maiores personagens. Tudo isso está escrito para nos advertir acerca dos enganos do pecado. Afinal, se até mesmo esses grandes homens falharam em muitos aspectos, então nós, “santos comuns”, devemos ter muito cuidado (1Co 10.12).
Alguns erros frequentes na condução dos nossos relacionamentos podem gerar famílias disfuncionais e ferir, irremediavelmente, todos os envolvidos. Isto é um sério alerta para nós.
2. Os sonhos de José (Gn 37.5)
“Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos; por isso, o odiaram ainda mais.”
A imprudência de Jacó é gigantesca, pois demonstrava amar José mais do que amava todos os demais filhos. Ele deu a José uma veste chamativa e especial, uma espécie de roupa tribal que indicava ser o seu possuidor alguém importante, aumentando, assim, o privilégio do mais novo em relação aos demais filhos, pois a roupa de José indicava que ele não faria o trabalho braçal. O que já era ruim ficou pior com os sonhos que José teve. José foi muito imaturo ao supor que seus irmãos compartilhariam da sua admiração por aqueles sonhos. De fato os sonhos dele se tornaram o pesadelo dos irmãos, que passaram a chamá-lo depreciativamente de sonhador (37.19). A questão dos sonhos acompanharão toda a saga de José e, finalmente, serão os sonhos de Faraó que Deus usará para cumprir Seus propósitos. Os sonhos que vêm de Deus possuem algumas características: a) eles nos levam a servir, não a sermos servidos; b) não dizem respeito unicamente a nós, mas também envolvem outros; c) fazem de nós um meio e não um fim; d) sua base de sustentação e garantia é Deus, não o homem.
3. Vendido por seus irmãos (Gn 37.18)
“De longe o viram e, antes que chegasse, conspiraram contra ele para o matar.”
O ódio dos irmãos foi criando raízes e a ele se juntaram a inveja e o ciúme. Há três menções ao ódio que os irmãos nutriam por José, além disso há uma menção à inveja que também sentiam. Não raramente, a virtude desperta mais inveja do que gratidão e imitação. Alguém já disse que a mão que afaga é aquela de quem ninguém se protege e que, quando fere, nos machuca tanto que, dificilmente, nos recuperamos, exceto pela profunda graça de Deus.
A primeira coisa que os irmãos de José fizeram, antes de jogá-lo numa cisterna e depois vendê-lo, foi despi-lo da túnica especial. Se por um lado o significado da túnica perturbava os irmãos de José, por outro, vendê-lo como escravo causou desdobramentos terríveis a toda a família. Os irmãos vingativos viveriam atormentados pela culpa durante os próximos 22 anos. De fato a conspiração era para matá-lo (37.18), mas a providência de Deus guardou José. Para encobrir esse ato, os irmãos inventam e sustentam uma mentira macabra (37.31- 35) cujos efeitos podemos explicar pelas palavras de L. Monteiro: “toda mentira guardada é sempre guardada com angústia”. O sangue de um cabrito enganou Jacó. Que ironia, pois ele mesmo enganara o pai com um cabrito (27.9).
II. ESCRAVO NO EGITO (Gn 39.1-3)
1. Comprado por Potifar (Gn 39.1)
“José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá.”
A sugestão de Judá encontrou guarida no coração dos demais (Gn 37.26), pois vendendo José aos ismaelitas estavam não somente se livrando dele, mas também ganhando algum dinheiro. No Egito, Potifar, oficial da guarda de Faraó, comprou o adolescente hebreu para ser seu servo. Pela segunda vez, José é vendido e lucram com sua vida, mas a mão invisível da providência estava trabalhando. Quantas outras pessoas poderiam potencialmente ter comprado José? Para quantos lugares ele poderia ter sido levado? De um modo incompreensível para a mente comum, Deus vai dirigindo a vida de José através das circunstâncias.
O fato de Deus, soberanamente, estar dirigindo tudo, não faz Dele cúmplice do mal, nem significa que estivesse orquestrando o ódio dos irmãos de José. Igualmente não significa que estes deixaram de ser responsáveis pelo que fizeram (Rm 8.28). Deus não é refém de nada. Isso deve tranquilizar e encorajar o nosso coração. Não há circunstância, por mais difícil que seja, que impeça os planos de Deus.
2. A casa de Potifar (Gn 39.2)
“O Senhor era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.”
A casa de Potifar foi abençoada pela presença de José; O ímpio é abençoado pela presença do crente fiel. Há uma grandiosa lição para nós aqui: a bênção de Deus está presente onde seus filhos estão fazendo a Sua vontade, ainda que em situações difíceis. As pessoas à nossa volta percebem que temos comunhão com Deus? Mais do que preocupado com bem estar ou conforto, cada crente precisa desejar e glorificar, através do seu testemunho, o nome do Senhor. Em nossos dias, é comum Cristo ser pregado como trampolim para a riqueza e o sucesso mundano, mas, e se tivermos que sofrer pela nossa fé, estaríamos dispostos? Quantos de nós nos manteríamos fiéis em circunstâncias sofríveis e cruéis? No fim, os irmãos de José sofreram muito mais pelos seus pecados do que José em decorrência dos atos perversos por eles praticados. Existe conforto maior do que saber que Deus está conosco?
3. A integridade de José (Gn 39.3)
“Vendo Potifar que o Senhor era com ele e que tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos.”
Integridade é a qualidade de algo ou alguém inteiro, que se revela intacto, que tem caráter e conduta irrepreensível. C. S. Lewis definiu integridade como “a coragem de fazer o que é certo a despeito das consequências e da inconveniência”. Muito se fala, em nosso tempo, sobre crise política, crise econômica, crise familiar etc. Sem desmerecer estas, indiscutivelmente, a maior crise da atualidade é a crise de integridade. Sem resolvê-la, não há solução para as demais. Integridade autêntica não é circunstancial ou momentânea.
A vida de José é uma linha constante de integridade, seja em suas decisões ou em suas condutas. Ele é íntegro na casa do pai, é íntegro na casa de Potifar, é íntegro na prisão e o será no palácio. Primeiro Potifar e depois Faraó descobriram que possuíam um tesouro humano no Egito e confiaram em José ao perceber seu caráter, sua sábia administração e sua honestidade. As pessoas podem confiar em nós? Somos leais e fiéis naquilo que foi posto em nossas mãos? José desenvolveu um caráter contrário à traição e ao engano.
III. NA PRISÃO (Gn 39.9-40.23)
A história de José não é um conto de fadas, mas uma história real. Obediência e fidelidade não significam vida fácil aqui e agora.
1. Assediado (Gn 39.9)
“Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?”
José tem muito a nos ensinar. O que ele fez para ir para a prisão? Qual o seu crime? Dizer “não” à sedução e assédio da patroa. Isso desencadeou os acontecimentos seguintes.
José entendeu que cedendo pecaria primeiro contra Deus, mas também contra seu patrão, que confiava nele. “Coisa nenhuma me vedou senão a ti”, diz ele como argumento pra não ir pra cama com a esposa de Potifar. O texto também diz que não foi algo eventual, mas contínuo e frequente (“ela insistia dia após dia”). Uma insistência diabólica. Comentaristas dizem que o verbo hebraico me’em, traduzido como “recusou”, significa um “não decidido e enfático”, “não há a menor possibilidade”. É mais do que “eu não quero”.
Ninguém peca isoladamente. José sabia que seu pecado afetaria outras pessoas e também prejudicaria sua comunhão com Deus. Como resultado imediato da sua fidelidade, José vai para a prisão em um momento no qual parecia que as coisas melhoravam. Onde estava Deus? Ele poderia perguntar. Estava quieto, mas presente e tecendo de modo silencioso Seu plano fazendo as coisas caminharem soberanamente para onde Ele queria.
2. Trabalhando (Gn 40.4)
“O comandante da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e por algum tempo estiveram na prisão.”
Como agir e o que fazer dentro de uma situação adversa como a que José enfrentou? Ele tinha algumas opções: reclamar; ter pena de si mesmo; se empanturrar de amargura; planejar uma fuga. Mas ele não age assim. Ao invés disso, decide trabalhar.
Em nenhum momento vemos José se entregando ao ressentimento, à auto piedade ou ao desespero. Viktor Frankl, sobrevivente do holocausto, disse algo fantástico: “Quando a situação for boa, desfrute-a. Quando a situação for ruim, transforme-a. Quando a situação não puder ser transformada, transforme-se”. Foi o que José fez ao decidir tornar útil sua estadia ali na prisão. Podemos servir a Deus em qualquer lugar, não somente no templo. José poderia haver optado por perturbar e transformar a vida de todos ali num inferno, mas preferiu servir e confiar em Deus. Essa é uma boa sugestão para enfrentarmos e superarmos os dias difíceis que vivemos: trabalhar, servir aos outros.
3. Esquecido (Gn 40.23)
“O copeiro-chefe, todavia, não se lembrou de José, porém dele se esqueceu.”
Onze anos se passaram desde que José foi vendido. Um dia, ele viu dois detentos entristecidos o padeiro-chefe e o copeiro-chefe, por causa de uns sonhos que tiveram, procurou saber o motivo e “eles responderam: Tivemos um sonho, e não há quem o possa interpretar. Disse-lhes José: Porventura, não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me o sonho” (Gn 40.8). Ele então interpreta os sonhos dos dois e tudo acontece exatamente segundo a sua interpretação: o padeiro é executado e o copeiro é devolvido à sua função.
José aproveita e suplica ao copeiro: “tem compaixão e lembra-te de mim”. Mas, isso não ocorre e José fica mais dois anos na prisão. Contudo, os planos de Deus nunca são frustrados e, para que se realizem, muitas vezes tudo tem que, aparentemente, dar errado, como na história de José. Ele saiu da prisão no momento certo e no tempo certo para salvar o Egito. O relógio de Deus está sempre acertado, ele não esquece os Seus.
APLICAÇÃO PESSOAL
As promessas de Deus exigem resiliência, trabalho duro e a inabalável certeza de que aquele que prometeu é poderoso para cumprir. Se está difícil, não desista. Os sonhos de Deus nunca serão frustrados.
RESPONDA
Marque C para certo e E para errado nas afirmativas abaixo:
1) José deixou o poder subir à sua cabeça e se tornou vingativo.
2) O drama e sofrimento de José revela que às vezes algumas coisas fogem ao controle de Deus.
3) Aprendemos nesta lição que por mais fiel que alguém seja, não é imune ao sofrimento e injustiças.