LIÇÃO 5 ÊXODO 12: A PÁSCOA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Êxodo 12 há 51 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Êxodo 12.1-17 (5 a 7 min.).
Olá, professor(a)! Chegamos ao principal acontecimento do livro do Êxodo: a Páscoa do Senhor. Os hebreus foram poupados da morte pelo sangue derramado, figura que anunciou o sacrifício de Cristo. Convém não esquecermos da misericórdia que nos libertou, nem do sangue derramado para o perdão dos nossos pecados. Isso nos convida a sermos um sinal, a expor publicamente uma vida posta debaixo do sangue de Cristo. Nosso compromisso é o de olhar para o sacrifício na cruz como o cumprimento da salvação desde muito anunciada. O mais lindo de tudo isso é que a História tem um Senhor que continua a conduzi-la. Quanto a nós, continuamos a caminho de casa.
OBJETIVOS
• Explicar a importância da Páscoa.
• Destacar a proteção pelo sangue.
• Receber a libertação de Cristo.
PARA COMEÇAR A AULA
Que tal começar a aula recordando a simbologia dos elementos da ceia? Os pães asmos, o cordeiro macho e as ervas amargas dizem muito sobre a memória dos atos de Deus em nosso favor. Faça uma associação de tais elementos com o sacrifício de Cristo, com o sabor amargo do pecado e com os riscos do fermento ou falso ensinamento. O mesmo Deus que nos enviou um cordeiro perfeito, nos enviará em breve um noivo e um juiz.
RESPOSTAS
1) O cordeiro, os pães ázimos e a erva amarga.
2) Porque ele era uma figura do Cristo sem pecado.
3) Passar por cima.
LEITURA ADICIONAL
O espargir do sangue era um tipo. O sangue do cordeiro pascal deveria ser espargido, a fim de indicar a aplicação dos méritos da morte de Cristo às nossas almas; temos que receber a expiação (Rm 5.11). A fé é o his- sopo com que as promessas e os benefícios do sangue de Cristo nos são aplicados. O sangue do cordeiro pascal precisava ser espargido em ambas as ombreiras e na verga da porta, a fim de anunciar a profissão direta de fé em Cristo que temos que fazer. O sangue do cordeiro pascal não deveria ser espargido sobre o umbral, o que nos adverte a termos o cuidado de não pisotearmos o sangue do pacto. É um sangue precioso e deve ser precioso para nós. O sangue do cordeiro pascal, assim espargido, foi um meio definido por Deus para preservar os israelitas do anjo destruidor, que não tinha algo a fazer onde estivesse o sangue. O sangue de Cristo é a proteção do crente quanto à ira de Deus, a maldição da lei, e a condenação do inferno (Rm 8.1).
(…)
O cordeiro pascal tinha que ser comido de uma só vez, imediatamente, sem que nada fosse deixado para o dia seguinte, Cristo tem sido oferecido hoje, e deve ser recebido no dia de hoje, antes que durmamos o sono da morte. O cordeiro pascal tinha que ser comido com ervas amargas, a fim de recordar a amargura da escravidão do Egito. Devemos nos alimentar de Cristo sentindo a dor e, com o coração quebrantado, lembrando-nos do perdão que recebemos pelos nossos pecados, Cristo será doce para nós, pois o pecado é amargo. (…) Quando nos alimentamos de Cristo pela fé, devemos abandonar o reinado e o domínio do pecado, libertar-nos do mundo e de tudo aquilo que nele há, deixar tudo por amor a Cristo, e não considerá-lo como mau negócio (Hb 13.13,14).
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (Editora CPAD, 2004).
LIÇÃO 5: ÊXOD0 12: A PÁSCOA
Texto Áureo
“O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.” Êx 12.13
Verdade Prática
A Páscoa é a cerimônia que melhor prefigura a pessoa e obra de Cristo.
Estudada em 31 de julho de 2022
Leitura Bíblica Para Estudo Êxodo 12.1-17
INTRODUÇÃO
I. A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA Êx 12.2-8
1. Um novo começo Êx 12.2
2. O tempo e o modo de Deus Êx 12.3
3. Os elementos da Páscoa Êx 12.8
II. O CORDEIRO PASCAL Êx 12.113
1. Sem defeitos Êx 12.5
2. O sangue nas portas Êx 12.7
3. Símbolo de Cristo Êx 12.13
III. ENSINAMENTOS Êx 12.3-14
1. A salvação da família Êx 12.3
2. Um memorial Êx 12.14
3. Obediência e fé Êx 12.11
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 39-116
INTRODUÇÃO
O capítulo 12 de Êxodo é o mais longo em versículos e também o mais importante de todo o livro e, talvez, de todo o Antigo Testamento.
I. A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA (Ex 12.2-8)
Alguns a chamam de “Páscoa dos judeus”, mas a bíblia a chama de “Páscoa do Senhor” (Êx 12.11). O enfoque todo é no Senhor, mencionado 19 vezes nesse capítulo. Era Ele que estava no controle de tudo.
1. Um novo começo (Êx 12.2)
“Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano.”
A Páscoa inaugura um novo calendário para Israel. Desde então eles convivem com dois calendários, um civil e outro religioso. A Páscoa significava o começo da nação. Ela nos mostra um novo começo, um novo calendário, um novo compromisso, uma nova jornada e um novo destino. Isso ilustra de modo simples a vida do cristão. Ser cristão é deixar o “Egito” e começar a caminhar como um ser livre rumo à Canaã celestial. A partir daquele momento a história de Israel seria outra. A Páscoa foi um divisor de águas assim como é a conversão na vida do verdadeiro cristão (2Co 5.17).
2. O tempo e o modo de Deus (Êx 12.3)
“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.”
A Páscoa representa a saída de Israel do Egito e sua adoção como nação de Yahweh. A aliança entre Deus e Abraão alcança toda a nação de Israel e passa a ser o eixo ao redor do qual o Antigo Testamento gira. Por que Deus escolheu Israel e os tirou do Egito? A melhor resposta é também a mais sucinta: Porque Ele quis. Deus intencional e soberanamente decidiu escolher Israel para ser o seu povo e através desse povo trazer o Messias.
Deus não os escolheu por seus atrativos e dotes especiais. Não foi porque fossem maiores em número (Dt 7.7). Tampouco foi por sua santidade pessoal. Logo após sair do Egito, Israel prova ser um povo complicado e desobediente. Isso é confirmado posteriormente pelo próprio Deus quando Israel está próximo de entrar na terra de Canaã: “desde o dia que saístes do Egito, até que chegastes a este lugar, fostes rebeldes contra o Senhor.” (Dt 9.7). Deus, voluntária e graciosamente os amou, apesar dos seus deméritos. O mesmo ocorreu conosco em Cristo. A história do Êxodo é a história de todos nós.
3. Os elementos da Páscoa (Êx 12.8)
“Naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.”
Deus mesmo estabeleceu como a Páscoa deveria ser celebrada. Era uma refeição composta de três elementos essenciais: o cordeiro assado, os pães ázimos e as ervas amargas. Em Êxodo 12 temos a expressão “comer” 18 vezes. É muito comum, nas Escrituras, essa relação entre adoração e alimentação. As duas coisas são muito associadas, especialmente no Antigo Testamento.
O Cordeiro deveria ser separado quatro dias antes, possivelmente para que fosse melhor observado evitando sacrificar um animal fora das especificações (12.4). Qualquer sobra do cordeiro deveria ser queimada. Era um alimento tão especial que jamais poderia ser tratado ou confundido com uma comida comum.
Os pães ázimos ou asmos eram pães não fermentados relembrando aquela noite em que Israel saiu com tanta pressa que a sua massa de pão não teve tempo de crescer. O fermento geralmente é símbolo de impureza, pecado oculto, falso ensino (Mt 16.6-12), e vida pecaminosa (1Co 5.6-8). Ele fica escondido, trabalha silenciosa e secretamente. Começa pequeno, mas espalha-se e cresce.
As ervas amargas eram um símbolo da escravidão amarga no Egito. Mesmo assim, posteriormente o povo esqueceu da amargura da servidão e quiseram voltar. Foi uma refeição feita às pressas, pois deveriam estar prontos para sair do Egito. Por fim, convém lembrar que somente o povo de Israel ou gentios convertidos e circuncidados ao Deus verdadeiro poderiam participar da cerimônia solene (12.43-48).
II. O CORDEIRO PASCAL (Êx 12.5-13)
A diferença entre a morte e a vida foi o sangue do Cordeiro.
1. Sem defeitos (Êx 12.5)
“O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito.”
O animal tinha que ser sem falhas. Uma referência a Cristo. A palavra hebraica significa perfeito, inteiro, sem deficiência e sem mancha. Ela normalmente é traduzida como “sem defeito” nas descrições dos sacrifícios oferecidos a Deus pelos israelitas.
Deus ensinou seu povo a separar os melhores animais para seus sacrifícios. Se oferecessem um animal doente, machucado ou defeituoso, seriam rejeitados pelo Senhor. Mas há um sentido maior além de oferecer a Deus o melhor. A ideia principal é que o único sacrifício que pode pagar o pecado é um sacrifício perfeito e de alguém puro. Deus não aceita menos que isso. Somente o perfeito pode remir o imperfeito. Apenas alguém perfeito e santo poderia substituir o pecador. Isso nos coloca num impasse. Onde estaria esse ser? Nenhum de nós serviria. Não temos qualificação. Mas um dia alguém veio, nasceu e viveu sem pecados por toda a vida e morreu no nosso lugar (1Pe 1.18).
Jesus é o Cordeiro Perfeito. Exatamente por ser perfeito, o sacrifício de Cristo tornou desnecessário qualquer outro sacrifício.
2. O sangue nas portas (Êx 12.7)
“Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem.”
Páscoa significa “passar por cima” ou “passar sobre”. Eles deveriam espargir sangue sobre as portas, tanto em cima como dos lados. A casa onde não houvesse sangue estaria à mercê do destruidor. Somente a casa marcada com sangue estaria protegida. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados (Hb 9.22).
É importante entender que os israelitas também corriam perigo. Diferentemente das pragas anteriores, quando a distinção e proteção do povo hebreu foi predeterminada por Deus, dessa vez a proteção não seria automática. Algo precisava ser feito. Era necessário sangue nas portas. W. Wiersbe nos lembra que não foi a vida do cordeiro que salvou o povo, mas sim a sua morte. A ira de Deus se manifestaria de um modo intenso e nunca visto contra o pecado e os israelitas também eram pecadores. Um substituto seria necessário.
Não bastava ser de Israel segundo a carne, era necessário sangue nas portas. Isso vale para nós hoje. Ninguém é salvo por ser membro de uma igreja ou porque participa do culto e canta no louvor. É necessário estar debaixo do sangue de Cristo. Sem isso não há salvação. Você está?
3. Símbolo de Cristo (Êx 12.13)
“O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.”
A Páscoa judaica era uma profecia factual, que se cumpriu em Cristo. Houve profecias verbais, profecias simbólicas e factuais no Antigo Testamento.
O cordeiro (ou cabrito) precisava ser macho. Esse detalhe não pode passar desapercebido. Porque simbolizava aquele que na plenitude do tempo viria como segundo Adão. O novo Adão viria e, diferente do primeiro, traria vida e não morte.
Também não poderia ter seus ossos triturados ou esmagados (Êx 12.46). Por isso era assado e não cozido.
Outro símbolo do sacrifício de Cristo é que o cordeiro deveria ser inteiramente consumido. O que sobrasse, seria queimado. Jesus entregou totalmente sua vida na cruz do Calvário, consumando a obra da salvação, totalmente consumido em favor da humanidade. Deus providenciou e ofereceu o que Ele mesmo exigia.
III. ENSINAMENTOS (Êx 12.3-14)
O Êxodo de Israel na noite da Páscoa é uma poderosa, dramática e eficaz obra de salvação. Salvação é Deus fazendo por nós o que nós mesmos jamais poderíamos fazer.
1. A salvação da família (Êx 12.3)
“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.”
A Páscoa tinha um caráter coletivo e familiar. Era para ser celebrada em família. Ninguém deveria fazê-lo sozinho. Isso trazia e traz implicações diretas da necessidade de diligência por parte dos pais. Nenhum primogênito poderia estar fora de casa naquela noite. A família toda precisava estar debaixo do sangue do Cordeiro (v. 7). A família toda precisava se alimentar do Cordeiro (v. 8). A família toda precisava celebrar este memorial nas suas gerações futuras (v. 14). A família toda precisa ter o compromisso de ensinar seus filhos sobre o significado da Páscoa (v. 26-27).
Quando os filhos futuramente perguntassem a razão daquilo os pais poderiam então lhes dizer claramente: “Essa é a Páscoa do Senhor, filho.”
2. Um memorial (Êx 12.14)
“Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.”
Todos nós temos a tendência de esquecermos as coisas, inclusive importantes. Sabendo disso, Deus estabeleceu um memorial para que Israel nunca esquecesse da sua saída do Egito. O Êxodo não foi um evento qualquer e não podia cair no esquecimento. Israel não poderia nunca esquecer a miserável vida de escravidão e opressão do Egito. Inclusive, depois de entrar na posse da terra e desfrutarem de bênçãos sem medidas, deveriam continuar celebrando a Páscoa.
Quantos hoje que, tendo conhecido a Cristo e vibrado cheios de alegria e gratidão pelo que Ele fez, com o passar do tempo acomodam-se, esfriam na fé e querem voltar ao “Egito” como se lá nossa vida tivesse sido melhor. Por isso a Páscoa era uma cerimônia memorial que deveria ser repetida anualmente.
Quando alguém é instado a fazer algo com frequência é levado a lembrar. Essa é a mesma razão pela qual os cristãos celebram a Ceia Memorial do Senhor. Todos nós precisamos ser lembrados do que Cristo fez. Não podemos nos esquecer do nosso Cordeiro. Nós, cristãos, não celebramos a Páscoa judaica. Ela se cumpriu em Cristo e foi substituída pela Ceia Memorial onde relembramos o que ele fez. A igreja tem um novo e maior memorial, a Ceia do Senhor.
3. Obediência e fé (Êx 12.11)
“Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do Senhor.”
Aquilo que Deus faz por nós é graça. O que fazemos para Ele é obediência. Não há obediência se não houver fé. O autor de Hebreus deixa claríssimo que foi necessário fé para Moisés fazer isso: “Pela Fé celebrou a Páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos não os tocasse” (Hb 11.28).
Será que Deus cumpriria a sua parte? As casas com sangue estariam mesmo protegidas? A resposta a isso é fé. Eles teriam que crer. Imagine o que aconteceria se alguém dissesse: “Não concordo com isso. Não vou fazer.” “Não quero que o sangue seja passado na frente da casa, vamos passá-lo lá atrás, ou por dentro da casa, onde ninguém possa ver”. “Não quero que minha casa seja diferente das casas dos egípcios.” O juízo de Deus estava chegando sobre o pecado e a única forma de proteção seria obedecer às instruções conforme Deus dissera a Moisés. Não é por méritos, não é por obras, é pela fé. Se não cressem não fariam e se não fizessem pereceriam.
APLICAÇÃO PESSOAL
Vivamos como verdadeiros filhos de Deus, considerando que somos herdeiros de uma melhor e maior aliança no sangue de Cristo.
RESPONDA:
1) Quais os três elementos essenciais que faziam parte da Páscoa?
2) Por que o cordeiro deveria ser macho e sem defeitos?
3) Qual o significado da palavra Páscoa?