Lição 1: Jó 1 e 2: O Ataque de Satanás a Jó

LIÇÃO 1: Jó 1 e 2: O ATAQUE DE SATANÁS A JÓ

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Jó 1 e 2 há 22 e 13 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Jó 1.1-12 e 2.1-10 (5 a 7 min.).

O livro de Jó trata de um assunto perenemente contemporâneo: por que sofre o justo? Este livro nos revela que havia uma dimensão soberana de Deus no sofrimento de Jó, algo que tinha a ver com o Seu plano e propósitos eternos, Apesar da fé e perseverança de Jó terem sido testadas por Satanás, no final Jó saiu vitorioso e sua fé foi recompensada. Deus jamais abandona o sofredor, pois nem sempre o sofrimento é causado por algum pecado pessoal. Além disso, a aflição não leva, necessariamente, à separação de Deus.
O livro de Jó nos oferece um vislumbre raro do que acontece nos bastidores, deixando evidente o controle de Deus e os limites impostos por Ele à operação de Satanás. Deus apresenta Jó como um exemplo inquestionável de fé.

 

OBJETIVOS
– Explicar que nem sempre o sofrimento nos acomete por algum pecado cometido.

– Mostrar que Satanás precisa da permissão de Deus para tocar no homem

– Esclarecer que mesmo sendo cristãos podemos ter as emoções abaladas por algum tipo de sofrimento.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Comece expondo a obsessão humana por descobrir a origem do sofrimento: Por que ele existe? Qual a sua origem? Por que sofremos? O livro de Jó, sem negar a possibilidade do sofrimento totalmente merecido, responde: o sofrimento nem sempre é uma questão de merecimento. Mas até mesmo essa pergunta e sua resposta são questões secundárias no problema do sofrimento.

 

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO
C.
C
C

 

LEITURA ADICIONAL

A LAMENTAÇÃO DE Jó (3.1-26)
No primeiro discurso, o espetáculo da desgraça humana é apresentado como uma pungência totalmente assoberbante. Jó fica atordoado porque não pode negar que é o Senhor que lhe fez tudo isto. Ainda mais digna de dó do que sua pergunta “Por quê?” que não é satisfeita por seus amigos, é sua necessidade desesperada de achar novamente seu Amigo perdido. Nestas condições, dificilmente pode-se culpar os amigos, ainda que seus esforços bem-intencionados agravem os problemas de Jó mais do que os aliviam (16.2). Pois somente o próprio Senhor, no final, pode curar o íntimo da mente de Jó. Não que Ele responda às perguntas melhor do que os amigos; parece que Ele nem sequer oferece uma resposta a elas. Mas depois de ter falado, Jó já havia deixado as perguntas totalmente para trás. É Jó quem quebra o longo silêncio (cf. 2.13). Teve tempo para meditar sobre sua mágoa. Está horrorizado, esmagado pelo peso insuportável da tristeza. Sua grande tristeza é intensificada porque a vida prometera e lhe dera tanta coisa. Não está filosofando sobre a condição universal do homem, embora seja fácil estender a ideia, e aquilo que diz pode ser aplicado por qualquer sofredor à sua própria pessoa. Seu atual estado ameaça cancelar sua crença na bondade de Deus ao fazer dele um homem. A melhor obra de Deus, capaz de tanta coisa; o próprio Jó, o melhor de todos e o orgulho do próprio Deus (Jó não sabe disto), diligente, nobre, devoto, o modelo de perfeição do mundo, agora sentado em cinzas, seu passado perdido, seu futuro vazio, seu presente doloroso. Ou, se ele pensar no futuro, tudo quanto se lhe oferece é a morte, bem-vinda como a libertação do desespero presente, mas incômoda como a zombaria final de uma vida fútil. Em semelhante estado mental, uma mulher ou uma criança pode chorar. Ao homem é apropriado amaldiçoar.”
Livro: “Jó Introdução e Comentário” (Andersen, Francis I. São Paulo: Vida Nova, 2021, p. 96).

 

Estudada em 31 de dezembro de 2023

 

LIÇÃO 1: Jó 1 e 2: O ATAQUE DE SATANÁS A JÓ

 

Texto Áureo
“Perguntou o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Ele conserva a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.” Jó 2.3

 

Verdade Prática
A história de Jó nos mostra que Deus está no controle da nossa vida mesmo quando nada parece fazer sentido.

 

Leitura Bíblica Com Todos Jó 1.1-12 e 2.1-10

 

INTRODUÇÃO

 

I. O LIVRO DE Jó

  1.  O valor do livro Jó 23.10
  2. Autoria e Data Jó 1.1
  3. O tema Jó 3.25

II. O PRIMEIRO ATAQUE DE SATANÁS A Jó Jó 1.1-22

  1. As qualidades de Jó Jó 1.1-3
  2. O dialogo no céu e O desafio Jó 1.8-10
  3. O início das aflições de Jó Jó 1.20-22


III. O SEGUNDO ATAQUE Jó 2.1-13

  1.  O segundo diálogo no céu Jó 2.3-6
  2.  A resposta de Jó ao segundo ataque Jó 2.7-10
  3. A chegada e reação dos amigos Jó 2.11-13


APLICAÇÃO PESSOAL


Hinos da Harpa: 258 – 545

 

INTRODUÇÃO
O livro de Jó leva o nome do seu personagem principal, em torno do qual giram os acontecimentos da narrativa. Não é uma ficção religiosa. Jó não foi um personagem imaginário, mas real e mencionado em outros lugares, como em Ezequiel 14.14,2O e Tiago 5.11.

O LIVRO DE JÓ
Esse livro tem sido fonte de consolo e ânimo para milhões de pessoas na história, sobretudo em tempos de adversidades e provações. Não sem razão alguém disse que o livro de Jó retrata “a noite tenebrosa da alma”. O grande reformador Lutero considerava esse como “o maior livro da Bíblia”.

1. O valor do livro (Jó 23.10)
Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro.
Jó é o primeiro de um grupo de livros do Antigo Testamento que são chamados poéticos. Os demais são Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos. Dentro das escrituras do Velho Testamento, a contribuição dos livros de Sabedoria é expor a relação entre a aliança dada através de Moisés e os grandes problemas da vida do homem neste mundo. Ao estudarmos o sofrimento e a angústia de um só homem nós enxergamos toda a humanidade e, claro, a nós próprios. Por fim, percebemos que a grande alegria de Jó é o próprio Deus e embora o mistério permaneça, ele dá-se por satisfeito. Qual a maior necessidade do ser humano? Deus. Apenas Deus. Diante Dele todo o resto desvanece.

 

2. Autoria e Data (Jó 1.1)
Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal.
Há várias possibilidades para a autoria do livro, sendo Salomão e Moisés os mais cotados. O Talmude judeu diz ter sido Moisés seu autor.
Geralmente é aceito que Jó viveu antes ou pouco depois de Abraão. Isso se deve, principalmente, a dois indícios: 1) O modelo patriarcal de vida. Jó age como pai-sacerdote; 2) A idade avançada de Jó combina com a época patriarcal onde as pes-soas viviam mais (Jó 42.16,17).

 

3. O tema (Jó 3.25)
Não tenho descanso, nem sossego, nem repouso, e já me vem grande perturbação.
O livro de Jó trabalha com um dos maiores dilemas humanos: “Se Deus é amor e Todo-Poderoso, por que Ele permite que os justos so- fram?” Eis o dilema – “Ou Deus é Todo-Poderoso, mas não ama perfeita- mente, ou Deus ama perfeitamente, mas não é Todo-Poderoso”. Como Deus vê o sofrimento humano? Por que Ele o permite? A resposta dada em Jó não satisfaz o intelecto, mas o coração humano. De uma maneira extraordinária Jó mostra a soberania de Deus e nos ensina a descansar sabendo que nada foge ao seu olhar. Quando você estiver sofrendo, lembre-se de Jó.
Destoando completamente da Teologia da Prosperidade, o livro de Jó ensina que ser abençoado por Deus não significa, obrigatoriamente, ter saúde perfeita, riqueza material e sucesso secular. Fujamos da agenda imposta pela sociedade consumista do nosso tempo, a qual diz que para ser popular e famoso o pregador precisa prometer mundos e fundos. O sofrimento faz parte da vida cristã, não há como negar.

 

 

II. O PRIMEIRO ATAQUE DE SATANÁS A Jó (Jó 22)
O livro de Jó começa com uma cena no céu, um diálogo entre Deus e Satanás. O fato deste não poder atacar Jó sem permissão, mostra sua subordinação ao Deus Todo-Poderoso.

 

1. As qualidades de Jó (Jó 1.1-3)
Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal (1.1).
Quatro fatos são revelados sobre Jó nos primeiros capítulos do livro: Seu caráter íntegro, sua família, sua prosperidade e seu temor a Deus.
Sua integridade e retidão contrastam com a perversidade e hipocrisia do próprio Satanás, que o acusa diante de Deus. íntegro e reto não significa, obviamente, a perfeição sem pecado. Pessoas íntegras são indivíduos sem duplicidade ou hipocrisia.
Prosperidade era considerada um sinal do favor de Deus, enquanto pobreza e calamidade representavam Seu castigo. Esta tradição tem suas origens na promessa de Deus de abençoar a obediência e amaldiçoar a desobediência. É necessário afirmarmos, com base no contexto geral das Escrituras que, muitas vezes, a obediência não produz uma vida de abundância material, assim como nem sempre a calamidade indica perversidade e pecado. Jó também é apresentado como um homem temente a Deus e que, em razão disso, se desviava do mal. Temer a Deus significa respeitá-lo por quem Ele é, por Seus atos e por Suas palavras. No Antigo Testamento e, em especial, nos livros poéticos, “temor a Deus” é um sinônimo para a religião verdadeira.

 

2. O diálogo no céu e o desafio (Jó 1.8-10)
Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal (1.8).
A personalidade atraente de Jó, agradável ao próprio Deus, incomodava o inferno, No Éden, Satanás desacreditou Deus diante do homem; agora ele tenta desacreditar o homem diante de Deus. Nos dois casos ele usa a mesma tática sutil. Começa com uma pergunta aparentemente inocente e prossegue desacreditando a Palavra de Deus. Satanás zomba dizendo que Jó é motivado por interesses escusos e que, por trás de sua fidelidade, ele esconde uma motivação perversa. Eis a sugestão maligna: “Jó só é fiel porque é abençoado, mas tira a bênção e ele se revelará”. Mas Deus está confiante no caráter de Seu servo. Por isso. Deus aceita o desafio de Satanás, dá-lhe permissão para arruinar os bens de Jó, mas o proíbe de tocar sua pessoa,

 

3. O início das aflições de Jó (Jó 1.20-22)
Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! (1.20, 21).
O adversário saiu da presença de Deus decidido a destruir a fé de Jó e oferecer uma prova de que ele não era leal e sincero, apenas interesseiro.
As calamidades, duas naturais e duas causadas por homens, atacam de todos os lados. Quatro mensageiros anunciam quatro desastres. Jó passa da riqueza para a pobreza em pouco tempo. Uma coisa, porém, foi perder as riquezas e os servos. Algo muito diferente foi perder membros da própria família. Conforme avançaram, os testes intensificaram os sofrimentos. Grande vendaval fez a casa onde estava a maior parte da família de Jó desabar. A reação de Jó não é culpar os eventos da natureza nem os inimigos humanos (o SENHOR o levou), não é esquecer as bênçãos de Deus (o SENHOR o deu), não é fechar os olhos para a realidade (o SENHOR tomou), mas é louvar a Deus tanto pelo bem como pelo mal (1.21), A confiança de Deus em Jó foi comprovada e justificada.

 

 

III. O SEGUNDO ATAQUE (Jó 2.1-13)
Satanás volta à presença de Deus acusando Jó, pela segunda vez. Frustrado pela primeira derrota, o inimigo está irritado e descarrega toda sua malignidade.

1. O segundo diálogo no céu (Jó 2.3-6)
Perguntou o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Ele conserva a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa (2.3).
Deus reafirma que Jó continua servindo-o fielmente, mesmo depois de ter perdido seus bens e filhos. Mas Satanás insistia que Jó não adorava a Deus desinteressadamente. Porventura um homem adorará e servirá a Deus embora não obtenha nenhuma vantagem pessoal disso, mas somente sofrimento e dor? Satanás duvida do testemunho de Deus sobre Jó e insinua que ele (e por extensão todos os homens) só era fiel por esperar retribuição e recompensas.
Jó permaneceu leal. Os esforços de Satanás no sentido de desacreditar Jó tinham fracassado. “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida” (2.4). O inimigo está convencido de que, se perder a saúde, Jó negará ao seu Senhor. Deus permite que Satanás estenda a sua mão e fira o corpo de Jó, mas exige que lhe seja poupada a vida. Qualquer tipo de sofrimento poderia ser administrado por Satanás, menos matar Jó. Deus tinha planos para o “sobrevivente” do teste.

 

2. A resposta de Jó ao segundo ataque (Jó 2.7-10)
Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. (2.10).
A doença incurável reduziu Jó a um pária social. A enfermidade de que ele é acometido é claramente alguma doença de pele. Os sintomas eram horríveis e incluíam erupções e coceiras (2.8), feridas contaminadas por bichos (7.5), erosão óssea (30.17), escurecimento e descamação da pele (30.30), emagrecimento (16.8), insônias (7.4); mau hálito (19.17) e pesadelos noturnos (7.14). Embora Satanás fosse obrigado a poupar sua vida, Jó não sabia disso e pensava que sua vida chegara ao fim. Agora ele é um banido, ou voluntariamente, ou em decorrência de proibições, sentado entre as cinzas do monturo de lixo da sua aldeia. Raspava-se com um pedaço de cerâmica quebrada. É mais provável que isto tenha ocorrido por causa da coceira e não porque tivesse se dilacerando com angústia. Ele estava rasgado por dentro, pela dor e pela angústia mental. Não havia medicamentos, suas orações desesperadas eram aparentemente inúteis.
Inexplicavelmente, a esposa de Jó escapara aos golpes que acabaram com sua família, Ela tinha perdido todos os seus filhos (sete filhos e três filhas) e toda a riqueza que eles tinham, mas não é feita qualquer menção aos seus problemas de saúde. Seja por ódio a Deus, por aquilo que Ele fez a Jó, seja pelo desejo de que a miséria de seu marido terminasse logo, sua esposa estimula-o a amaldiçoar Deus e, assim, atrair a morte sobre si. Jó a repreende por falar como uma insensata (2.10). Jó expressa a sabedoria que seu livro ensina. Não somos sábios por entendermos tudo e compreendermos o mistério do sofrimento, mas porque, sem compreender, continuamos confiando e temendo a Deus.

 

3. A chegada e reação dos amigos (Jó 2.11-13)
Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanito, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo (2.11).
Amigos são um grande tesouro. Apesar de ser verdade que os três amigos de Jó o magoaram, ainda assim eram seus amigos. Vieram de lugares distantes para visitá-lo e consolá-lo. Embora bem intencionados, seu erro foi achar que precisavam encontrar uma justificativa para sua calamidade. A atenção deles é focalizada não no mistério abstrato do mal, nem na questão moral do sofrimento imerecido, mas, sim, na existência física de um só homem com dores no corpo. Nada havia para ser dito. Enquanto ofereceram sua presença silenciosa e compassiva a sabedoria os guiava. O problema começou quando, assim como muitos de nós, passaram a achar que deviam explicar o que estava para além da sua alçada. Procurando interpretar os infortúnios de Jó conforme a lei de causa e efeito, passaram a dizer que todo sofrimento tem como causa o pecado, o que não era e não é verdade.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Deus é soberano sobre todas as coisas. Nem Satanás, nem ninguém podem fazer o que quiserem sem a permissão divina. Mesmo sofrendo, descansemos Nele.

 

RESPONDA

Marque “C” para CERTO e “E” para ERRADO: 

1) Jó é o primeiro dos livros poéticos

 

2) Satanás não apenas acusa a Jó, mas também a Deus sugerindo que Ele, na verdade, subornava Jó em troca da sua fidelidade

 

3) Os amigos de Jó foram bem-intencionados, mas deveriam ter permanecido calados diante da situação