O Evangelho Segundo o Livro de Romanos
Há dois lados do evangelho. Primeiro existe o lado histórico que se encontra nos quatro primeiros livros do Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas e João. Também, este lado histórico é resumido em I Coríntios 15:1-8. O evangelho é a boa nova de que Deus enviou seu Filho, Jesus Cristo, para morrer por nossos pecados, que Ele foi sepultado, que Ele ressuscitou segundo as profecias velhotestamentárias e que foi visto por mais de quinhentos discípulos antes de retornar ao céu.
Segundo, há o lado doutrinário que se encontra principalmente no livro de Romanos. A palavra “evangelho” é usada doze vezes neste livro; quatro dessas se encontram no primeiro capítulo. Enquanto os quatro primeiros livros novotestamentários revelam os detalhes históricos do evangelho, Romanos lida com seu significado. Alguém pode perguntar: “Qual é a importância do evangelho?” O livro de Romanos fornece a resposta.
O apóstolo Paulo é o escritor do livro, mas foi inspirado divinamente. O autor, então, é o Espírito Santo. Quando lemos Romanos, estamos examinando a própria Palavra de Deus. É um livro transformador! Historicamente, Romanos teve uma enorme influência no mundo.
O próprio Paulo era um homem bem estudioso. Ele compreendeu o Velho Testamento profundamente. Sua forma de escrever às vezes é tão dependente do Velho Testamento que muitos não entendem bem o livro de Romanos por terem um entendimento e um conhecimento fraco do Velho Testamento. O apóstolo Pedro chegou a dizer que as cartas de Paulo são de difícil compreensão se o leitor não ler com cuidado (2 Pedro 3: 15,16).
Abaixo se encontra um resumo de cada capítulo de Romanos. Esperamos que este conteúdo o ajude em sua análise do livro e dê uma visão geral dos pensamentos de Paulo.
Deus o abençoe no seu estudo do livro de Romanos. Nosso desejo é que você valorize cada vez mais o evangelho e compreenda a importância dele na sua vida e para a sua eternidade.
Capítulo 1
Paulo escreveu esta epístola aos crentes romanos. Ele é apóstolo de Jesus Cristo e devedor a todos a fim de que deve lhes pregar o evangelho. O evangelho é o poder de Deus para salvação de todos que crêem; todavia, do céu a ira de Deus se manifesta sobre todo pecado dos homens, porque embora a própria criação revela o eterno poder e divindade de Deus, ainda assim os homens detêm esta verdade em injustiça, sem glorificar a Deus nem dar-lhe graças. Deus, portanto, os entregou a desejos pecaminosos e paixões infames; ou seja, deixou-lhes seguir este caminho até seu próprio fim. O resultado era e é grande idolatria e imoralidade neles por causa dos pecados vergonhosos que cometem. Eles conhecem o juízo de Deus, sabendo que são dignos de morte, mas ainda cometem pecado e, além disso, consentem aos que o cometem. (Isso é ilustrado graficamente em Êxodo 32.)
Capítulo 2
Deus não considerará nem a religião nem a nacionalidade do homem, mas justamente julgará cada um segundo as suas obras, revelando, pela sua consciência, que rejeitou a revelação de Deus na natureza, sendo entregue aos seus desejos pecaminosos. Os judeus confiavam na sua possessão da lei de Deus, especificamente o rito da circuncisão; porém, Paulo enfatiza que a justificação não vem por possuir a lei, mas por praticá-la. Por fim, ser aceito por Deus não vem da religião (ser circuncidado fisicamente) nem da nacionalidade (ser filho biológico de Abraão), mas sim, de um coração obediente. Paulo, então, explica que a verdadeira circuncisão é a do coração.
Capítulo 3
Os judeus não compreenderam que podem ser condenados ainda que fossem circuncidados fisicamente na aliança velhotestamentária. Quanto a eles, essa aliança deu-lhes a sua vantagem sobre os gentios. Eles, portanto, duvidavam da pregação de Paulo. Paulo explica ainda que a vantagem do judeu sobre os gentios é muita, em toda maneira, porque lhes foi dada a Palavra de Deus. O judeu tinha toda oportunidade de conhecer a vontade de Deus e obedecê-la. O problema, porém, é que não obedeceram e Paulo cita as próprias Escrituras judaicas para demonstrar que até Elas declaram que todo o mundo é pecaminoso e destituído é da glória de Deus. Não há justiça inerente no judeu, mas só no Filho de Deus, Jesus. Alguém é, portanto, justificado dos seus pecados somente por crer em Jesus, e não por confiar na sua possessão da lei ou na sua circuncisão.
Capítulo 4
Abraão é considerado o pai dos judeus (o povo de Deus), mas nem ele foi justificado pelas obras. O Velho Testamento diz que creu em Deus, e isso (sua fé) lhe foi imputado como justiça. Davi, o maior rei de Israel, enfatizava que quanto ao nosso pecado, somente o homem cujo pecado não é lhe imputado é abençoado. Deus enfatizou que essa justificação não tinha nada a ver com a lei (especificamente a circuncisão), porque a deu para Abraão enquanto incircunciso. Abraão, portanto, deve ser considerado primeiramente o pai de todos os que crêem.
Capítulo 5
A lei revela o pecado do homem. Sabemos então que desde o primeiro homem, Adão, todos pecaram. Deus, porém, com grande amor, enviou seu Filho, Jesus para morrer por nós para pagar a dívida do pecado. Todo aquele que crê em Jesus tem paz com Deus, tem entrada a graça de Deus, glória nas tribulações conhecendo o seu fim e não perderá esta salvação porque a graça de Deus reina superabundantemente além dos limites do seu pecado.
Capítulo 6
O salvo morreu com Cristo e com Ele ressuscitou. Sua vida anterior, aquela vida pecaminosa, é uma vergonha. Era escravidão. Quando foi batizado, identificou-se com a morte e a ressurreição de Jesus e não serve mais o pecado. Agora, o salvo anda em novidade de vida. A graça de Deus, portanto, não leva o salvo a continuar no pecado. Aquele que se entrega ao pecado se torna servo do pecado. O salvo, porém, está liberto do pecado, tendo sido feito servo de Deus. O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor.
Capítulo 7
A lei condena o pecador. O crente, porém, morreu com Cristo, e isto o libertou da condenação da lei. O propósito da lei, portanto, não é levar o homem à obediência, mas revelar a desobediência de seu coração. A lei, na verdade, até mesmo provoca as paixões pecaminosas do coração humano, pois o homem obviamente, é excessivamente maligno. A lei serve, então, como um professor, ensinando o homem do seu pecado. Na verdade, a lei revela uma outra lei, a que revela que o homem pecará de fato. Paulo explica que por essa outra lei, mesmo quando quer obedecer, ele se encontra desobedecendo. O próprio corpo do homem é perverso e o homem é miserável. O único que pode livrar o homem dessa lei do pecado é Jesus Cristo nosso Senhor.
Capítulo 8
Naturalmente o homem se inclina ao pecado que leva à morte. Quando crê em Jesus o Espírito Santo habita nele e o leva a não andar segundo a carne. Antes disso, o homem, pela carne, não consegue obedecer a lei toda. A carne é inimizade contra Deus. É importantíssimo então ter o Espírito Santo, porque só por Ele alguém vive espiritualmente. Agora, o crente, tendo o Espírito Santo, também é filho de Deus e co-herdeiro de Cristo. Um dia, a glória de Deus nos crentes há de ser revelada e será além da nossa imaginação. O crente pode saber que o Espírito Santo o ajuda nas suas orações e até intercede por ele. Também, o crente pode saber que é a eterna vontade de Deus conformar o crente à imagem de Jesus, então nada pode ser verdadeiramente contra o crente. O crente é mais do que vencedor por Jesus e nada o separará do amor do seu Salvador.
Capítulo 9
Israel é o povo de Deus. Paulo era israelita e se entristeceu que o seu povo tinha rejeitado o Filho de Deus. Ele explica que tal rejeição não nega as promessas que Deus deu aos israelitas. Isso deveria ter sido reconhecido por Israel, pois nem todos os que vieram de Abraão fazem parte do grupo prometido, porque dos filhos dele, a promessa foi dada somente a Isaque e depois só a Jacó. Sabendo, então, que por ser Israelita alguém não faz parte do povo de Deus automaticamente, entendemos que é possível um gentio fazer parte do povo de Deus também, e o próprio Velho Testamento ja ensinava isso. Todavia, Deus, em sua soberania, não deixou 100% do povo de Israel desviar-se. Ainda existia um remanescente (do qual Paulo fazia parte). Em conclusão, ambos os judeus e os gentios podem alcançar a justiça pela fé, mas se o judeu continuar a buscar a justiça pela lei, não terá a justiça de Cristo. Jesus lhe será uma pedra de tropeço.
Capítulo 10
A religiosidade de Israel não o salvou. Eles procuraram estabelecer a sua própria justiça, enquanto a única justiça que serve vem de Jesus, e é recebida só por fé nEle. É necessário, então, enviar missionários aos perdidos para que possam ouvir o evangelho e crer em Jesus. Os judeus ouviram essa pregação do evangelho, mas, segundo as Escrituras velhotestamentárias, a rejeitaram, e os gentios, em vez deles, receberam Jesus.
Capítulo 11
Ainda que a maioria dos israelitas tenham rejeitado a Cristo, Deus não deixou que todos O rejeitassem. Ele determinou reservar um remanescente, enquanto a maioria endureceu os seus corações. Gloriosamente, o Senhor usou a própria rebelião dos israelitas, porque quando rejeitaram Jesus, Ele pôde concluir que nem eles são justos, e todos estão debaixo do pecado, para que pudesse salvar ambos judeus e gentios por mera fé em Jesus. Os descrentes judeus são representados com ramos quebrados, e os crentes gentios são representados pelos ramos enxertados. A conclusão é que a salvação é completamente pela misericórdia de Deus.
Capítulo 12
Paulo roga aos seus leitores que reconheçam a grande misericórdia (“compaixão” mesma palavra grega) de Deus, e baseie as suas vidas cristãs nela. Apresentando os seus corpos em sacrifício vivo, experimentarão a vontade de Deus. Também, a igreja é um corpo feito de vários membros com dons diferentes. O ministério, então, deve reconhecer o que Deus fez em cada membro e todos devem praticar o amor.
Capítulo 13
Deus ordena as potestades e devem ser respeitadas. Também, Jesus está voltando logo para buscar os salvos, então devem andar em obediência.
Capítulo 14
Os membros da igreja não devem criar divisões entre si, especialmente por julgar os outros. Todos são servos de Deus, e é Ele que os julgará. O importante é não se condenar naquilo que você mesmo aprova.
Capítulo 15
Os fortes devem suportar os fracos, recebendo uns aos outros e reconhecendo o valor das Escrituras. Também, deve se reconhecer que Jesus era dos israelitas (“da circuncisão”) a fim de cumprir as promessas aos israelitas e que os gentios glorifiquem a Deus pela misericórdia dEle. Além destas coisas, Paulo enfatiza que quer visitar os crentes romanos, mas se atrasou por causa da obra do ministério.
Capítulo 16
Paulo termina esta epístola pedindo aos crentes romanos que saúdem vários irmãos na fé e observem os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina de Cristo. Ele termina louvando a Deus por revelar os mistérios velhotestamentários aos crentes novotestamentários.
Fonte: https://conhecendodeus.com.br/um-resumo-do-livro-de-romanos/