Carta aos Romanos – Lição 07 – A Graça Divina

LIÇÃO 7

A GRAÇA DIVINA

Leitura Complementar

O capítulo se divide naturalmente em três seções. A primeira descreve as diferentes operações do Espírito Santo de Deus que liberta, habita, santifica, guia, testifica e, finalmente, ressuscita o filho de Deus. Este trecho vai do primeiro ao décimo sete versículos. A segunda seção trata da glória futura dos filhos de Deus, retratada por uma libertação final da qual toda a criação irá participar [versículos 18 a 27). Na terceira seção, Paulo enfatiza o inabalável amor de Deus que age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam.
Uma das tarefas do Espírito Santo é criar nos filhos de Deus a comunicação de filiação e de amor filial que nos leva a conhecer a Deus como pai. O Espírito Santo nos infunde a confiança de que, por causa de Cristo, agora somos filhos de Deus.

Nós somos filhos de Deus e, como tal, somos herdeiros de todos as bênçãos reservadas aos seus filhos, visto que Ele nos deu Jesus e, com este, perdão e vida eterna.
Também, como co-herdeiro de Cristo, receberemos a glória reservada ao seu Filho.
É verdade que temos que enfrentar sofrimentos pelo amor de Jesus. Ora, se tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também tomaremos parte na sua glória.
Aqui Paulo faz uma pergunta sublime: “Quem nos separará do amor de Cristo?” Estas palavras foram escritas para uma igreja que logo sofreria uma tremenda perseguição.
Esse versículo traz o encadeamento dos fatos, à mente, sobre o livro de Jó. O crente sofre provas que põem em risco a sua união com Deus.
Paulo venceu as provações por que passou não sem haver tomado consciência de sua debilidade. Foi, sem dúvida, pela fé e por causa do poder daquele que o fortaleceu.
Paulo, para encerrar o capítulo 8, insiste sobre o amor de Deus e volta ao tema indo mais profundo afirmando que “nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do futuro, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus”.

Livro: “Estudo introdutório à Carta aos Romanos” (Oton Miranda Alencar. Editora INOVE – Brasil)

Escute o Áudio da Lição:

LIÇÃO 7

A GRAÇA DIVINA

TEXTO ÁUREO

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Rm 8.1

VERDADE PRÁTICA

A única forma de agradar a Deus é viver pelo Espírito de Deus.

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Rm 8.6 O pendor do Espírito

Terça – Rm 8.7 Crentes carnais não agradam a Deus

Quarta – Rm 8.11 Vivificação espiritual prometida

Quinta – Rm 8.14 A marca dos filhos de Deus

Sexta – Rm 8.16 Testificada filiação espiritual

Sábado – Rm 8.28 Tudo coopera para o nosso bem

 

LEITURA BÍBLICA

Romanos 8.1-15

1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
3 Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
4 a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5 Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.

Hinos da Harpa: 20 – 473

 

A GRAÇA DIVINA

 

INTRODUÇÃO

 

I. OPERAÇÕES DO ESPÍRITO

1. O fracasso da lei Rm 8.1-4
2. A vitória da graça Rm 8.5-13
3. O alvo da graça Rm 8.14-17

II. A GLÓRIA FUTURA

1. Glória a ser revelada Rm 8.18,19
2. A natureza geme Rm 8.2O-23
3. Salvos em esperança Rm 8.24-27

III. O AMOR DE DEUS

1. AvontadedeDeus Rm 5.28-3O
2. Mais que vencedores Rm 8.31-35
3. Nada nos separará Rm 8.36-39

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Se em Romanos, no capítulo 7, Paulo analisou o papel da lei, neste capítulo a sua preocupação é com a obra do Espírito. Nos primeiros versículos do capítulo 8, há 19 referências ao Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade. O cristão nascido de novo está livre da maldição da lei e tem, agora, a operação do Espírito Santo dentro de si efetivando o cumprimento da lei de Deus por causa de Cristo.

I. OPERAÇÕES DO ESPÍRITO

1.O fracasso da lei. Paulo acabara de ensinar que a vida sem a graça de Cristo é sinônimo de vida derrotada, miserável e escrava.  Em contraste, no capítulo 8, Paulo disse que o livramento da condenação, a vitória sobre o pecado e a consequente comunhão com Deus vêm por meio de nossa união com Cristo, mediante o Espírito Santo que está em nós.
A palavra “portanto” (Rm 8.1), com a qual Paulo começa o capítulo, indica que o apóstolo está fazendo um sumário ou expressando uma conclusão provisória. A conclusão que ele chega, entretanto, não parece provir apenas do capítulo 7, mas de toda a argumentação que ele vinha fazendo até agora.
O “Espírito de Vida” (Rm 8.2) é o Espírito Santo. O que é, portanto, a lei do Espírito de Vida? É o poder e a vida do Espírito Santo, operando na vida do crente. Em contraste, a “lei do pecado e da morte” é o regime de escravidão do homem submetido ao pecado. Assim, o Espírito Santo que nos foi dado por Jesus nos livra da escravidão do pecado, pois não há sentença de morte contra aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1-4],
Deus fez o que a lei não pôde fazer (Rm 8.3). O Senhor venceu três dos nossos inimigos: o pecado, a lei e a nossa natureza humana pecaminosa, na forma de homem.
Embora humanizado, Jesus era superior a Adão e a todos os demais homens, porque Ele era do Céu, o Primogênito da nova criação de Deus, o novo homem espiritual e celestial (Fp 2.7; ICo 15.45-49).

2. A vitória da graça. A ideia de o cristão viver “segundo a carne” (o elemento pecaminoso da natureza humana) é colocada em oposição à de viver “segundo o Espírito”, que é buscar a orientação e capacitação do Espírito, submetendo-se a ele. O fim das pessoas controladas pela natureza humana será a morte espiritual. Já o das controladas pelo Espírito Santo será de vida e paz.
O homem movido pela sua natureza carnal é membro do reino das trevas porque é governado por princípios iníquos. Assim, não há como os que estão na carne agradarem a Deus. Paulo demonstrou que há duas predisposições de vida operando no homem: a inclinação para as coisas da carne e a inclinação para as do Espírito. Estas duas posturas resultam em dois estados espirituais: morte ou vida, inimizade com Deus ou paz com ele. Desde o momento em que alguém aceita Jesus como o seu Salvador, o Espírito Santo passa a habitar nele (Rm 8.10). O Espírito Santo é, portanto, a promessa de Deus, a garantia de vida eterna para aqueles que Nele creem.
O Espírito está conosco pela fé e por Ele temos a certeza de que viveremos com Cristo eternamente (Rm 8.5-13).

3. O alvo da graça. Nem todos são filhos de Deus. Todos são criaturas dele. Todo ser humano só passa a ser filho de Deus quando o Espírito Santo passa a habitar nele e a guiá-lo. Paulo usou a figura da adoção para ilustrar o novo relacionamento do cristão (Rm 8.14-17).
No original grego, a palavra “adoção” significa colocar na posição de filho. Não somos mais escravos para vivermos atemorizados. Agora somos filhos do Senhor, sendo assim, podemos chamá-lo de abba, que em grego significa “papaizinho”. Uma das tarefas do Espírito Santo é criar nos filhos de Deus a comunicação de filiação e de amor filial que nos leva a conhecer a Deus como Pai. O Espírito Santo nos infunde a confiança de que, por causa de Cristo, agora somos filhos de Deus.
Nós somos filhos de Deus e, como tal, somos herdeiros de todas as bênçãos reservadas aos seus filhos, visto que ele nos deu Jesus, além do perdão e da vida eterna.  Também, como herdeiros com Cristo, receberemos a glória reservada ao seu Filho.  É verdade que temos que enfrentar sofrimentos pelo amor de Jesus. Ora, se tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também tomaremos parte na sua glória.

 

II A GLÓRIA FUTURA

1. Glória a ser revelada. O versículo 18 é uma declaração de esperança para todos os cristãos. Todos os sofrimentos do momento não se comparam com a glória do futuro. Paulo conhecia o sofrimento. Ele sabia que enfermidade, dor, calamidade, decepções, pobreza, maus tratos, tristezas, perseguições e todos os tipos de aflições não podem ser comparados com as bênçãos, os privilégios e a glória que serão concedidas aos crentes fiéis na vida futura (Rm 8.18,19].
O versículo 19 traz uma revelação tremenda. A criação (todas as coisas que foram criadas] aguarda com “ardente expectativa”. Esta expressão traz a ideia de se esperar com a cabeça para fora da janela, com ansiedade, para ver Deus revelar o que seus filhos realmente são. Isto é, a transformação dos homens e mulheres salvos à imagem de nosso Senhor Jesus Cristo.

2. A natureza geme. Depois que Adão pecou, a criação se tornou sujeita à vaidade, uma vez que o homem detinha ainda certo domínio sobre ela. A natureza foi arrastada para o mal com a queda do homem, mas ela será totalmente restaurada (Rm 8.20-23].
Todos esperam que a criação seja liberta do cativeiro do pecado, da enfermidade, da tristeza e da morte. Em suma, do problema inteiro do mal. Os filhos de Deus também experimentarão a restauração de tudo, recebendo a liberdade como o resultado da redenção final. Por isso Paulo falou de três gemidos: o da criação, o dos crentes e o do Espírito Santo.
Em resumo: a criação tornou- -se sujeita ao sofrimento e às catástrofes físicas por causa do pecado, mas Deus decretou que ela será redimida e recriada. Haverá um novo céu e uma nova terra!
Embora o crente tenha o consolo do Espírito Santo, ele também geme no íntimo, ansiando pela plena redenção de sua existência num mundo pecaminoso e corrompido.

3. Salvos em esperança. Nesta carta, Paulo mostrou que fomos salvos no momento em que cremos em Jesus Cristo como Salvador, nossa nova vida (agora eterna) começou naquele instante. Estamos ainda sendo salvos do poder do pecado, à medida que passamos pelo processo de santificação, pois ainda não recebemos todas as bênçãos e todos os benefícios da salvação. E, por fim, a nossa salvação do corpo do pecado será completada no futuro. Embora possamos desfrutar de seus efeitos agora, aguardamos com esperança e confiança a total transformação de nosso corpo, quando seremos semelhantes a Cristo (Rm 8.24-27).
Como crentes, mesmo quando não sabemos as palavras certas para orar, o Espírito Santo ora conosco e por nós, e Deus nos responde. Com o Espírito Santo nos ajudando a orar, nós não precisamos ter receio de nos aproximarmos de Deus.

 

III. O AMOR DE DEUS

1. A vontade de Deus. No versículo 28, o verbo “cooperar”, que aparece no original grego, tem o sentido de ajudar, prestar socorro. Assim, temos a ideia de que Deus colabora em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que ele chamou de acordo com o seu plano eterno.
Já a expressão “conhecer de antemão” (Rm 8.29) significa “amar de antemão”, ou seja, amar antes de ser conhecido. Temos aqui a ideia de que Deus elegeu o ser humano como objeto de sua estima afetiva, optando por amar toda a humanidade desde a eternidade. Por isso ele predestinou os que pertencem à sua igreja para a salvação eterna, determinando redimir os que foram regenerados pelo Espírito Santo mediante a aceitação do sacrifício de Jesus Cristo.
A palavra predestinação (Rm 8.30) vem do grego proorizo, que significa Deus decidir de antemão escolher para si um povo (a Igreja verdadeira). Isso quer dizer que Deus decidiu de antemão chamar, justificar e glorificar aqueles que decidiram se tornar Seus filhos. Desta forma, a predestinação e a eleição têm abrangência coletiva (abrange toda a Igreja). Apenas têm abrangência individual na medida em que os crentes estiverem incluídos no corpo de Cristo.

2. Mais que vencedores. No versículo 31, Paulo fez uma pergunta retórica: “Se Deus está do nosso lado, quem poderá nos vencer?” A resposta, sem dúvida alguma é: “Ninguém”. Ao lado de Deus, somos mais que vencedores! (Rm 8.31-35).
Satanás sempre contestará a fidelidade dos eleitos de Deus, tentando afastá-los do Senhor, acusando-os sem fundamento, como se deu no caso de Jó. Paulo perguntou: Quem condenará à morte o cristão por quem Cristo já morreu? Cristo triunfou sobre a morte e retornou ao tribunal, assentando-se à destra do Juiz Supremo e atuando como Advogado daqueles a quem os acusadores queriam esmagar.
Desta forma: “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8.35). A Igreja de Roma logo sofreria uma tremenda perseguição. O crente sempre sofrerá provas que porão em risco a sua união com Deus.

3. Nada nos separará. No versículo 36, Paulo citou o Salmo 44.22 para expressar os perigos e sofrimentos pelos quais passam os seguidores de Cristo. Mas Deus, pelo Seu amor, os livrará de tudo.  O apóstolo venceu suas provações por haver tomado consciência de sua debilidade. Foi, sem dúvida, pela fé e por causa do poder daquele que o fortaleceu que Paulo alcançou vitória na sua carreira cristã.  Então, para encerrar o capítulo 8, o apóstolo aos gentios insistiu no tema do amor de Deus, afirmando que nada e nem ninguém poderá separar-nos do Seu divino amor (Rm 8.36-39).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Nada e nem ninguém pode nos afastar do amor de Deus, nem mesmo nos acusar diante de Deus de algum pecado do passado, pois já estamos plenamente justificados em Cristo Jesus.

RESPONDA

Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas afirmações abaixo:

1 ( ) A vida sem a graça de Cristo é sinônimo de vida derrotada, de miséria espiritual e
escrava do pecado.
2 ( ) Paulo não diz que a criação ficou sujeita à vaidade depois que Adão pecou, mas que
foi arrastada para o mal com a queda de Satanás.
3 ( ) A criação será totalmente restaurada e harmonizada com a revelação de Cristo em glória em Seu reinado eterno.
4 ( ) A palavra predestinação vem do grego proorizo, que significa Deus ter decidido de antemão escolher para si um povo (a Igreja verdadeira) como Sua propriedade
exclusiva.
5 ( ) Predestinação não quer dizer que Deus decidiu de antemão chamar, justificar e
glorificar aqueles que escolheu para se tornarem Seus filhos.

VOCABULÁRIO

• Carne: Elemento pecaminoso da natureza humana.
• Natureza humana: Natureza carnal e pecaminosa.
• Predestinação: Na teologia paulina é amar de antemão, optar por amar desde a eternidade.

A luta do nosso espírito contra os desejos carnais é uma realidade ainda bem presente em nossa vida. Assim como Paulo, experimentamos cada dia a angústia e o estresse deste conflito em nossa consciência cristã. Lutemos contra este embate, mortificando a carne para vivificar o espírito.