Isaías 1 a 5: Introdução ao Livro de Isaías

ESTUDO 1: ISAÍAS 1 a 5: INTRODUÇÃO AO LIVRO DE ISAÍAS

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Isaías 1 a 5 há 115 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Isaías 1.1-20 (5 a 7 min.).

A revista funciona como guia de es­tudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.

Nesta lição veremos que o mi­nistério profético foi amplamente praticado em Israel. Essa infor­mação nos revela que Deus sem­pre anunciou as condições de sua justiça e as consequências das fa­lhas humanas. A respeito do livro de Isaías, você deve encorajar os alunos a estudá-lo segundo a clas­sificação das partes e capítulos, a fim de que a mensagem seja mais bem compreendida. Praticamente todos os temas bíblicos estão con­tidos no livro de Isaías, desde o passado de Israel até a vinda futu­ra do Messias. Os capítulos iniciais expõem o pecado de Judá – o rei­no do sul – e podem ser lidos sob a perspectiva da sua atualidade, tendo em vista o caráter imutável de Deus e a inconstância do cará­ter humano.

 

OBJETIVOS

  • Entender o propósito messiâ­nico de Isaías e sua importância entre os profetas maiores.
  • Distinguir profetas verdadeiros e falsos, ressaltando suas carac­terísticas.
  • Refletir sobre justiça e reden­ção, valorizando o arrependi­mento e fidelidade.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Quais as consequências da de­sobediência a Deus? A decisão de seguir suas próprias vontades, sem dar ouvidos a Deus, trouxe muitas dores ao povo. Para ilus­trar o tema você pode formar dois grupos pequenos e eleger um lí­der para cada um deles. Cada gru­po deve cumprir o que o seu líder mandar. Veremos um certo caos, cada grupo agindo a seu modo. Isso acontece quando deixamos de nos voltar todos para Deus e passamos a seguir outras vontades.

 

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO

1)        Porque é dividido em 66 capítulos e em 2 par­tes com 39 e 27 capítulos, respectivamente.

2)        Em 740 a.C., ano da morte do rei Uzias.

3)        Contra os gananciosos, os devassos, os cíni­cos, os imorais, os presunçosos e os corruptos

 

LEITURA ADICIONAL

  1. Cenário. O versículo de introdução do livro de Isaías situa o profeta durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá. O trecho de Is. 6.1 refere-se, especialmente, à morte do rei Uzias, o que pode ser datado em cerca de 735 a.C. Sem importar o que pensemos sobre os pro­blemas que envolvem a unidade do livro, não há razão alguma para duvi­darmos de que o profeta Isaías viveu nessa época. Isaías, o filho de Amós, proclamou sua mensagem à nação de Judá e em sua capital, Jerusalém, entre 742 e 687 a.c, o que foi um período crítico para o reino do norte, por causa da invasão assíria, que resultou no cativeiro.
  2. O Nome. No hebraico, Yeshayahu ou Yeshaya, uma combinação de duas palavras hebraicas cuja tradução seria “salvação de”. Historicamen­te, Isaías acompanhou Amós e Oseias, que ministraram na nação do norte, Israel. Miqueias foi contemporâneo de Isaías e trabalhou no reino do sul, Judá.
  3. Sua Vida. Sabemos que o nome do pai de Isaías era Amós (Is. 1.1), e que sua esposa era profetisa, (Is. 8.3). Coisa alguma se sabe sobre seus primeiros anos de vida. Com base em Is. 6.1-8, alguns conjecturam que ele era um sacerdote. No entanto, outros pensam que ele pertencia à famí­lia real. Isso se alicerça sobre tradições Judaicas, as quais, naturalmente, não nos podem dar certeza do que dizem. O certo é que, aos seus dois filhos, foram dados nomes que simbolizavam a iminência do juízo divino.”

Livro: O Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias (Russell Norman Champlin. — 2. ed. — São Paulo: Hagnos, 2001, Pág. 2779).

 

Estudada em 5 de janeiro de 2025

 

ESTUDO 1: ISAÍAS 1 a 5: INTRODUÇÃO AO LIVRO DE ISAÍAS

 

Texto Áureo
“Visão de Isaías, filho de Amós, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.”

 

Verdade Prática
Deus exorta Seu povo a viver em obediência, justiça e arrependimento para, assim, desfrutar de Sua misericórdia e proteção.

 

Leitura Bíblica Com Todos Isaías 1.1-20

 

Hinos da Harpa: 232 – 141

 

INTRODUÇÃO

I. OS PROFETAS NO ANTIGO TESTAMENTO
1. Profetas literários e não literários Gn 20.7
2. Mulheres de Deus e profetisas Jz 4.4
3. Falsos profetas Jr 28.15

 

II. O PROFETA ISAÍAS E SEU LIVRO 7.7; 8.3
1. Profeta Isaías 1.1
2. A família de Isaías 7.3: 8.3
3. O livro de Isaías e seu propósito 1.18

 

III. REPREENSÃO E PROMESSA 7.7-5.30
1. Juízo e arrependimento 1.19-20
2. Julgamento de Judá Jerusalém 3.1-3
3. A parábola da vinha e os ais 5.5.8


APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO
O livro de Isaías é um texto singular. Seu autor é considerado um dos maiores profetas messiânicos do Antigo Testamento. Academicamente, Isaías é classificado como um dos profetas maiores, os quais escreveram livros mais extensos do que os profetas chamados “menores”. Entre os maiores também estão Jeremias, Ezequiel e Daniel.
Na maioria dos casos, a profecia versa sobre: juízo sobre as nações, restauração de Israel e anúncio do Messias. Quando se referia a algum evento futuro, sempre tinha alguma vinculação com uma situação contemporânea ao profeta (Is 7.1-25).
Isaías se destaca por conter o maior número de profecias relacionadas à vinda e à obra do Messias, por isso é aclamado como “profeta messiânico” ou o quinto evangelista.

I. OS PROFETAS NO ANTIGO TESTAMENTO
Grande parte do conteúdo do Antigo Testamento é formada pelos livros proféticos, os quais comunicam a Palavra de Deus com riqueza de formas e estilos.
O termo “profeta” é oriundo da palavra hebraica nâvi’ que significa, literalmente, “chamado” ou “porta-voz”, no sentido de “aquele que fala em nome de Deus” (vide Êx 7.1); que anuncia fielmente as coisas que recebe de Deus” (Dt 18.18). Mas não apenas isso. O profeta bíblico não era um adivinho. O fundo de sua mensagem profética era, sobretudo, moral e ético. O profeta tinha como missão principal um chamado à fidelidade à aliança que Deus firmara com seu povo, a qual exigia exclusividade na adoração.

1. Profetas literários e não-literários (Gn 20.7)
Agora, pois, restitui a mulher a seu marido, pois ele é profeta e intercederá por ti, e viverás; se, porém, não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu.
Os profetas literários, também denominados de “profetas clássicos”, são especificamente todos aqueles que deixaram um legado escriturístico constando da Bíblia.
São 17 livros escritos por 12 profetas e cujos títulos são os nomes de seus autores. Os profetas não literários são aqueles que não tiveram suas composições organizadas em um livro que levasse seu nome. O primeiro homem chamado profeta (nâví’) é Abraão, em Gênesis 20.7. Os profetas não literários também tiveram uma importância muito grande em Israel, chamando o povo a confiar exclusivamente em Deus e obedecê-lo. Sua importância foi fundamental, especialmente em tempos de crises, guerras e fome.
Além de Abraão, temos vários outros como Enoque, Elias, Eliseu, Natã e outros cujos nomes não foram mencionados.

 

2. Mulheres de Deus e profetisas (Jz4.4)
Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.
Ser “profeta” não era exclusividade do sexo masculino. Mulheres também poderíam exercer a função de “profetisa” Deus usou grandemente as mulheres, inclusive com o dom profético.
Dentre várias profetisas, podemos destacar: Miriã (Êx 15.20); Hulda (2Rs 22.14-20); Débora (Jz 4.4); Ana (Lc 2.36-38). Além destas valiosas mulheres, existem outras sobre as quais a Bíblia não faz menção de seus nomes, mas que atuaram como profetisas de Deus em seu tempo (cf. At 21.9; 1Co 11.5).

 

3. Falsos profetas (Jr 28.15)
Disse Jeremias, o profeta, ao profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: O SENHOR não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras.
Existiram homens que profetizaram em nome de deuses estranhos e distribuíram entre o povo falsas profecias (Mt 24.11). Entre estes, podemos destacar Balaão, os profetas de Baal, Noadias (Ne 6.14), Hananias (Jr 28.1-17) e até Jezabel (Ap 2.20).
O falso sempre existiu e caminhou junto ou próximo ao verdadeiro, daí a necessidade de discernimento. Os falsos profetas não tinham compromissos éticos, eram parciais, venais e ignoravam a santidade de Deus. A profecia, ou ensino dos falsos profetas, tanto ontem como hoje, ignorava uma conduta correta e íntegra diante de Deus e dos homens.

 

II. O PROFETA ISAÍAS E SEU LIVRO (1.1; 8.3)
A obra inicia afirmando que se trata da “visão de Isaías” (1.1), expressão que caracteristicamente designa que Isaías foi o homem usado por Deus para transmitir a mensagem profética à sociedade judaica do seu tempo.

1. Profeta Isaías (1.1)
Visão de Isaías, filho de Amós, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá
O nome Isaías é oriundo da língua hebraica, que é traduzido como “Deus é a salvação”. Isaías inicia seu livro identificando-se como filho de Amós. Este era irmão de Amazias, rei de Judá. Normalmente, quando se tratava de nome muito comum, o nome do pai era usado para melhor identificação da pessoa.
O profeta Isaías exerceu seu ministério entre os anos 742 e 687 a.C. O início de suas atividades proféticas foi consolidado após a morte de Uzias (Is 6.1), o décimo rei de Judá, por volta de 740 a.C. Assim, o ministério de Isaías desenvolveu-se especificamente durante o reinado de Jotão, Acaz e Ezequias. A área de concentração ministerial do profeta era o reino do sul, isto é, o reino de Judá, especialmente sua capital Jerusalém. Ele foi contemporâneo dos profetas Oseias (Os 1.1), Amós (Am 1.1) e Miqueias (Mq 1.1).

 

2. A família de Isaías (7.3; 8.3)
Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho. Então, me disse o SENHOR: Põe-lhe o nome de Rápido-Despojo-Presa-Segura (8.3).
A esposa de Isaías era chamada, inclusive por ele mesmo, de “profetisa” (8.3). Os filhos de Isaías foram dois. O primeiro foi Sear-Jasube (7.3), que significa “Um-Resto-Voltará”, simboliza a promessa de que, apesar do julgamento e do exílio vindouros, Deus preservaria um remanescente fiel que retornaria para restaurar Jerusalém. O outro se chamava Maer-Salal-Has-Baz (Is 8.3), significando “Rápido-Despojo-Presa-Segura”, um sinal de que o julgamento e destruição viriam rapidamente sobre os inimigos de Judá, especialmente Síria e Israel (reino do norte).

 

3. O livro de Isaías e sou propósito (1.18)
Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve.
Com 66 capítulos, o livro é considerado a “Bíblia dentro da Bíblia” ou “uma pequena Bíblia”. Do capítulo 1 ao 39, o autor trata de coisas concernentes ao Antigo Testamento; do 40 ao 66, 27 capítulos finais, ele trata acerca do futuro, de fatos relacionados diretamente ao Novo Testamento – é como se fosse o Antigo e o Novo Testamento. 
O livro se divide em três grandes seções. Na primeira (caps. 1—39). Isaías condena com dureza os pecados e a infidelidade do povo cuja conduta ofende a Deus, o Santo de Israel. Na segunda (caps. 40—55), o profeta faz um vibrante discurso de consolo dirigido aos israelitas que seriam futuramente exilados nas distantes terras da Babilônia. Finalmente, na terceira seção (caps. 56—66), o autor escreve uma série variada de mensagens dirigidas ao remanescente que retornaria do cativeiro babilônico.
O propósito do livro é exaltar a majestade de Deus como Senhor de todos os povos e levar a mensagem de juízo, de arrependimento e de esperança na gloriosa vinda do Messias.

 

III. REPREENSÃO E PROMESSA (1.1-5.30)
Os capítulos de 1 a 5 são uma introdução ao tema geral do livro e refletem a dinâmica constante entre julgamento e misericórdia, que percorre o livro de Isaías. Nessa introdução Deus se mostra sempre pronto a perdoar e a restaurar, desde que o Seu povo busque o arrependimento genuíno e a justiça.

1. Juízo e arrependimento (1.19-20)
Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse.
Isaías começa o seu livro com uma acusação contundente contra a nação de Judá e Jerusalém, que se desviaram dos caminhos de Deus. Ele descreve o povo como rebelde e espiritualmente doente, dizendo: “Desde a planta do pé até a cabeça, não há nele coisa sã” (1.6). A sociedade está marcada por corrupção, injustiça e hipocrisia. Hipocrisia, por isso Deus repreende os líderes e o povo, destacando que os sacrifícios e as celebrações religiosas são inúteis enquanto o coração deles estiver distante de Deus (1.11-15).
Deus chama o povo ao arrependimento com uma oferta de misericórdia: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve” (1.18). Aqui vemos o equilíbrio entre o julgamento e a oferta de redenção. Deus está pronto para perdoar, mas exige uma mudança de atitude e comportamento.

 

2. Julgamento de Judá e Jerusalém (3.1-3)
Porque eis que o Senhor, o Senhor dos Exércitos, tira de Jerusalém e de Judá o sustento e o apoio, todo sustento de pão e todo sustento de água (3.1).
Nos capítulos 2 a 4, Isaías aborda o tema do julgamento iminente contra o orgulho e a idolatria do povo. No capítulo 2, ele começa com uma visão profética do futuro glorioso de Sião, onde todas as nações irão à montanha do Senhor para aprender Seus caminhos (2.2-4). No entanto, essa visão positiva contrasta com a realidade do presente, em que Judá está mergulhada em idolatria e autossuficiência Isaías adverte sobre o “Dia do Senhor” (2.12), um momento de julgamento.
Já no capítulo 3, percebemos uma ampliação do julgamento à medida que Deus retira do povo sua proteção e o entrega à sua própria sorte. O resultado é o caos econômico, social e moral, com escassez de: 1) alimento (3.1); 2) liderança (3.2-3); 3) freio moral (3.5), representado pela depravação feminina (3.16-4.1).
No capítulo 4, Isaías conclui essa seção com uma nota de esperança e antecipa a ideia de que, após o juízo, haverá redenção para aqueles remanescentes que se voltarem a Deus. ‘Será que os restantes de Sião e os que ficarem em Jerusalém serão chamados santos; todos os que estão inscritos em Jerusalém, para a vida” (4.3).

 

3. A parábola da vinha e os ais (5.5,8)
Agora, pois, vos farei saber o que pretendo fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que a vinha sirva de pasto; derribarei o seu muro, para que seja pisada (5.5)
O capítulo 5 apresenta uma parábola poderosa sobre o povo de Israel, comparando-o a uma vinha que Deus plantou e cuidou, esperando que desse frutos bons, mas que, em vez disso, produziu uvas bravas (5.1-2). Esta metáfora simboliza o fracasso de Israel em viver de acordo com o pacto de Deus, apesar de todos os cuidados e provisões que o Senhor lhes concedeu.
Os ais que seguem (5.8-30) continuam a descrever os pecados de Judá. Deus esperava justiça e retidão, mas encontrou opressão e gritos de angústia. Isaías especifica os pecados sociais e morais que prevaleciam na nação: ganância, embriaguez, desprezo pelos mandamentos de Deus, injustiça e corrupção nos tribunais (5.7-23). A nação está se afastando de Deus e, como resultado, a proteção divina é retirada, deixando a vinha vulnerável ao ataque e à destruição.
A mensagem central aqui é que o pecado tem consequências sérias. A justiça de Deus não permite que a injustiça prevaleça indefinidamente. O profeta termina o capítulo com uma visão de desolação: a terra seria devastada e o povo seria levado ao exílio como resultado de sua rebeldia. Isaías 5.26-30 descreve como as nações invasoras serão chamadas por Deus para trazer o julgamento sobre o povo rebelde.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Sejamos zelosos em obedecer a Deus para que Sua proteção seja sempre conosco.

 

 

RESPONDA

1) Por que o livro de Isaías é chamado de Bíblia dentro da Bíblia?


2) Quando o profeta inicia o seu ministério?

 

3) Contra quem o profeta anuncia os “ais”?

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