LEITURA COMPLEMENTAR
No contexto da existência e conhecimento humano, muitas coisas na vida são verdadeiras. Há, no entanto, uma só verdade que libertará as pessoas do pecado, da destruição e do domínio de Satanás – A verdade que se acha na Palavra de Deus. “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32). Dosando a vida cristã com a verdade. O mestre Jesus vendo que infelizmente a humanidade estava mergulhada nas mentiras de Satanás, procurou desfazer todas as obras mentirosas que ele tinha impetrado nas mentes.
Jesus fez isso com a palavra que tem efeito renovador. As Escrituras Sagradas, especialmente a revolução original de Cristo e dos apóstolos do Novo Testamento, dá testemunho da Verdade que nos liberta de tudo: do pecado, do mundo e do poder demoníaco, “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a pedra da esquina” (Ef 2:20).
A igreja só poderá ser genuína se for alicerçada na revelação infalível inspirada por Cristo aos primeiros apóstolos. Algumas observações a respeito desta verdade:
(a) Os apóstolos do Novo Testamento foram os mensageiros originais, testemunhas e representantes autorizados do Senhor crucificado e ressurreto.
(b) Foram pedras fundamentais da igreja, e suas mensagens encontram-se nos escritos do Novo Testamento, como o testemunho original e fundamental do evangelho de Cristo, válidos para todas as épocas.
Não é necessário mais revelações de “verdade” para completar o evangelho de Jesus Cristo, ou para torná-lo mais adequado para a salvação do homem pós-moderno. O que posso dizer é que, a verdade salvífica é revelada da parte de Deus somente. “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (I Coríntios 2:10); não procede de nenhuma pessoa, nem da sabedoria humana, I Coríntios 2:12-13 (…).
Livro: “Santificação na visão da pós-modernidade” (BOAS, Lauri Franco Villa. Rio de Janeiro. Maia Gráfica e Editora, 2014. Págs. 157-158).
Estudada em 27/05 /2018
LIÇÃO 8 – SANTIFICAÇÃO E HUMILDADE
TEXTO ÁUREO
“A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo” Ef 3.8
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda-Ef 3.8 Humildade cristã
Terça – Rm 7.24 Reconhecimento das fraquezas
Quarta – 1Co 15.9 Modéstia ministerial
Quinta – 1Pe 5.5 Graça aos humildes
Sexta-Hb 4.15 Identificação com Cristo
Sábado – Jo 14.1,2 Submissão a Cristo
LEITURA BÍBLICA
Efésios 3.4-8
4 pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo,
5 o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito,
6 a saber, que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;
7 do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder.
8 A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.
Hinos da Harpa: 430 -139
SANTIFICAÇÃO E HUMILDADE
INTRODUÇÃO
I. HUMILDADE PESSOAL
1. “O menor de todos” Ef 3.8; Rm 7.24
2. “O menor dos apóstolos” 1Co 15.9
3. “Desventurado homem que sou” 1Pe 5.5
II. HUMILDADE MINISTERIAL
1. Instituído pela Bíblia Tm 3.l
2. Providência de Deus 2Tm 2.15
3. Um privilégio honroso Hb 13.17
III. EXALTAÇÃO SÓ A JESUS
1. A pessoa de Cristo Hb 4.15; 2.18
2. A obra de Cristo jo 17.4
3. O caráter de Cristo Mt 3.17
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
“O menor de todos os santos”, “Desventurado homem que sou” – são expressões de humildade ímpar, pois seu autor é ninguém menos que o maior apóstolo: Paulo. Certamente que tais frases, escritas por um homem como ele, exigem uma atenção especial, porque identificam alguém vivendo em santidade e humildade diante de Deus.
I. HUMILDADE PESSOAL
1. “O menor de todos”. O que vemos Paulo dizer a respeito de si mesmo? São palavras dele próprio: “A mim, o menor de todos os santos” (Ef 3.8). Pode-se imaginar que uma linguagem superlativa como essa seja incompreensível para muitos que professam ser cristãos.
Sendo ignorantes a respeito da Bíblia, bem como a respeito de seu próprio coração, não podem compreender o que um autêntico cristão quer dizer quando fala com tanta humildade a respeito de si mesmo e de suas realizações.
É bem verdade que “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus” (1Co 2.14). As orações, os louvores, os conflitos, os temores, as esperanças, as alegrias, as tristezas do verdadeiro cristão, não passam mesmo de “paranoia e tolice” para os homens naturais do mundo. O homem natural não pode compreender a suposta baixa autoestima que aparentemente o apóstolo Paulo tem de si mesmo (Rm 7.24).
2. “O menor dos apóstolos”. Isto que o apóstolo Paulo escreveu acerca de si mesmo era o que ele realmente sentia em seu coração, muito embora, pelo conjunto de seus escritos, podemos ver que tal afirmação não tem a ver com um sentimento autodestrutivo de uma alma pequena, e sim com o viver em santidade e na expressão da virtude da humildade (1Co 15.9). Todavia, Paulo sabia realmente quem ele era diante de Deus e o que o Senhor podia realizar por seu intermédio.
Paulo é ainda mais contundente em outras passagens. Por exemplo, ele disse aos crentes filipenses que não se achava perfeito, mas que buscava exatamente isso (Fp 3.12).
3. “Desventurado homem”. Aos Romanos, ele lamentou: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24). A grande verdade é que o apóstolo Paulo, humildemente, via mais defeitos e debilidades no mais íntimo de seu próprio coração do que costumava ver nas outras pessoas. Os olhos de seu entendimento foram abertos pelo Espírito Santo de tal maneira que ele detectava em si mesmo uma porção de erros que os olhos obscurecidos dos demais homens nunca haviam observado. Todavia, Paulo não era um deprimido sofrendo de autocomiseração, ele sabia que a resposta ao seu problema estava em Cristo (Rm 7.25).
Em resumo, por ser possuidor de um grande e aguçado entendimento espiritual, Paulo tinha uma grande percepção das debilidades de sua própria natureza decaída e cingia-se de humildade (1Pe 5.5; Ef 4.1,2). No entanto, entendamos claramente que a humildade do apóstolo Paulo não era uma característica exclusiva sua. Ao contrário, ela é a marca principal dos mais eminentes santos de Deus em todas as épocas. Quanto mais genuína for a graça santificadora que os homens tiverem em seu coração, maior será o seu senso de pecado e expressão de humildade.
“Não há maior obstáculo ao conhecimento do que o orgulho, e nenhuma condição mais essencial do que a humildade.” (John Stott)
II. HUMILDADE MINISTERIAL
1. Instituição bíblica. As epístolas de Paulo a Timóteo e a Tito nos revelam que o ofício ministerial é bíblico. Se estas epístolas não sancionassem o ministério, as palavras contidas nelas não teriam significado algum. Forme um grupo de jurados com os doze homens mais inteligentes, honestos, altruístas e imparciais que você conhece. Coloque-os sentados com um Novo Testamento nas mãos para que examinem por si mesmos essa questão: “O ministério cristão é bíblico ou não?”. Não deve haver a menor dúvida sobre qual será o veredicto deles (1Tm 3.1; Tt 1.6-9).
2. Providência de Deus. A mais sábia e útil providência de Deus assegura a manutenção regular das ordenanças e dos meios da graça. Ele proporciona um mecanismo incessante para promover o despertamento dos pecadores e a edificação dos crentes. Nosso Deus é um Deus de ordem, que opera através de instrumentos da Sua graça; e não devemos esperar que Ele continue a intervir de forma miraculosa enquanto os Seus servos permanecem desocupados.
Para que a Palavra continue a ser pregada, e as ordenanças continuem a ser ministradas de forma ininterrupta, não se poderia traçar melhor plano do que designar uma classe de homens para se dedicar exclusivamente à causa de Cristo, como amplamente ensinou Paulo (2Tm 2.15; Ef 4.11-13).
3. Um privilégio honroso. É uma honra ser embaixador de um rei: qualquer pessoa que possua esse cargo é respeitada e considerada como exercendo um oficio “sagrado”. Entretanto, quão maior é a honra de ser embaixador do Rei dos reis e de proclamar as boas notícias da conquista realizada no Calvário! Servir diretamente ao Mestre Jesus, proclamar a mensagem do Evangelho e saber que o resultado de nosso trabalho será eterno, de fato, esse é realmente um grande privilégio.
Os outros trabalhadores podem se esforçar por um salário corruptível, mas o ministro de Cristo trabalha por um elevado e incorruptível ganho, eterno no céu. Lembre-se de que, enquanto nosso ofício é honroso, útil e bíblico, ele também é o mais árduo e de muito maior responsabilidade! Além disso, velamos pelas almas como quem deve prestar contas no Dia do Juízo (Hb 13.17).
III. EXALTAÇÃO SÓ A JESUS
1. A pessoa de Cristo. A união miraculosa entre Homem perfeito e Deus perfeito na pessoa de Jesus Cristo é um grande mistério. Deus e homem ao mesmo tempo. Esta é, na verdade, uma doutrina que somos incapazes de compreender totalmente. Nós, como seres humanos finitos, não devemos supor que podemos compreender o Deus infinito.
Jesus é o Filho de Deus, tendo sido concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35). Todavia, Ele era preexistente antes de sua concepção terrena; é o eterno Filho de Deus (Jo 8.58; 10.30). Quando Jesus foi concebido, Ele se tornou um ser humano em adição ao fato de ser sempre Deus (Jo 1.1,14). Deixemos bem claro que Jesus, como Homem, não era igual a Adão, pois não herdou deste a natureza decaída. Jesus tinha uma natureza genuinamente humana, porém perfeita. Ele foi feito “por um pouco, menor que os anjos” (Hb 2.7). Jesus é Deus, mas continua Homem, e como tal, é o nosso único Mediador (1Tm 2.5; Cl 2.5-8)
Resumindo o ensino de Paulo, podemos entender isso: O primeiro Adão foi feito alma vivente; Jesus, o último Adão, é espírito vivificante. Adão era natural; Jesus era espiritual. Adão, o primeiro homem, formado da terra, era terreno; Jesus, o segundo homem, é do céu. Todos os homens trazem a imagem de Adão; e todos os nascidos de novo trazem também a imagem do homem celestial (1Co 15.45-49). Jesus não foi gerado pelo sêmen de Adão, não tinha sua semente pecaminosa. Antes, Ele foi gerado pela santíssima Palavra de Deus, a qual fecundou o óvulo no útero de Maria pelo poder do Espírito Santo, uma vez que o Verbo (a Palavra, a semente de Deus) se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.1,14). .
Jesus era 100% Homem e 100% Deus (Cl 2.5-8). O Homem Jesus é o nosso Sumo-sacerdote que pode “compadecer-se das nossas fraquezas”, pois foi “tentado em todas as coisas” (Hb 2.18; 4.15).
2. A obra de Cristo. De forma precisa e cabal, Jesus completou perfeitamente a obra que o Pai lhe confiou – a obra da expiação do pecado, da reconciliação, da redenção, da satisfação da justiça de Deus e da substituição do justo pelo injusto. O próprio Jesus confirmou isso em Sua oração sacerdotal ao Pai (Jo 17.4).
Em Seu propósito eterno, aprouve a Deus escolher, ordenar e enviar o Seu Filho Unigênito, o Senhor Jesus Cristo, para ser o Mediador entre Ele e o homem. Jesus é a Cabeça e Salvador de Sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo. Deus lhe deu, desde a eternidade, um povo para ser Sua semente e para, no tempo devido, experimentar a remissão dos pecados e a salvação eterna. Este povo é a Igreja, que foi chamada, justificada, santificada e um dia será glorificada (1Pe 1.19-20; 1Tm 2.5,6; Jo 3.16; Hb 1.2; Ef 1.4; Rm 8.30). Jesus, pela Sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, satisfez plenamente à justiça do Pai, tendo adquirido para todos aqueles que o Pai lhe deu não só a reconciliação, como também uma herança incorruptível no Reino do Seu Pai (Rm 5.19,26; Hb 9.12,15; 10.14; Ef 1.11,14; Cl 1.20; 2Co 5.18,20).
3. O caráter de Cristo. Jesus tinha uma personalidade sem igual e um caráter ímpar. Era um Homem perfeito, cuja paciência, mansidão, humildade, amor e altruísmo atraíam para si todos os tipos de pessoas. Sua obediência ao Pai era inquestionável, recebendo deste louvor e aprovação (Mt 3.17), Sua sabedoria ao lidar com as mais difíceis situações sempre surpreendia amigos e inimigos (Jo 7.46).
Em Jesus Cristo, por causa de Seu caráter divinamente excelente, há riquezas de misericórdia, amor e compaixão pelos pecadores. Riquezas de glórias para recompensar os crentes quando Ele voltar para arrebatar a Sua Igreja e reunir todo o Seu povo com Ele nas moradas do Seu reino eterno (Jo 14.1,2).
APLICAÇÃO PESSOAL
Há insondáveis riquezas em Cristo disponíveis a todos. Devemos andar em santificação e humildade, buscando conhecer a Cristo de modo completo, como Dele somos conhecidos.
RESPONDA
1) O que vemos Paulo dizer a respeito de si mesmo?
2) O que as epístolas de Paulo a Timóteo e a Tito nos revelam sobre o ministério cristão?
3) Do que se trata a doutrina de união hipostática de Cristo?