Lição 1 – Gálatas 1 – Paulo e a Inconstância dos Gálatas

LIÇÃO 1 – GÁLATAS 1 – PAULO E A INCONSTÂNCIA DOS GÁLATAS

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGlCA
Em Gálatas 1 há 24 versos Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gálatas 1.1-24 (5 a 7 min.).

Caro professor, hoje iniciaremos uma jornada empolgante por alguns escritos paulinos; e como ponto de partida, debruçar-nos-emos sobre um dos documentos mais poderosos produzidos pela pena de Paulo: a carta aos Gálatas. Sua importância singular deriva de seu tema central que se desenvolve à medida que o apóstolo discorre sobre a questão teológica mais sensível das primeiras gerações da Igreja cristã: como o Evangelho da salvação impacta a divisão entre judeus e gentios?
Os cristãos gálatas tornaram-se objeto de certo “interesse missionário” por parte daqueles que comumente são denominados judaizantes. Para fazer frente a esse falso ensinamento, Paulo escreve uma carta de caráter fortemente apologético às igrejas recém-plantadas durante sua primeira viagem missionária.

 

OBJETIVOS
• Compreender a legitimidade do Evangelho da graça.
• Refutar falsos mestres.
• Defender a autoridade ministerial de Paulo.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Falsos ensinos são potencialmente danosos para a Igreja do Senhor. Inicie a aula ressaltando a preocupação de Paulo com respeito a esse fato e, para tal, demonstre a seus alunos que desde a saudação inicial (1.1-4), o apóstolo já começa a desenvolver temas teológicos fundamentais, a saber: a natureza da autoridade apostólica, a expiação e a soberania divina.
Tenha em mente que esses e outros temas são apontados pelo apóstolo no decorrer da epístola como um real antídoto ao veneno dos judaizantes. Bons estudos!

 

 

RESPOSTAS
1) A morte vicária do Filho de Deus.
2) Significa boas noticias.
3) Humildade.

 

 

LEITURA ADICIONAL
Os mestres judaizantes tinham persuadido os gálatas de que Paulo lhes tinha ensinado a nova religião imperfeitamente e de segunda mão; que o fundador de sua igreja só possuía uma comissão em representação de outros, pois o selo da verdade e autoridade tinham os apóstolos que estavam em Jerusalém. Além disso, que apesar do que pudesse professor entre eles, Paulo mesmo em outras ocasiões e em outros lugares tinha apoiado a doutrina da circuncisão. Para refutar isto, ele apela à história de sua conversão, e a sua entrevista com os apóstolos quando se encontrou com eles em Jerusalém e declara que longe de ser derivada deles a doutrina que ele ensina, ou que eles exercessem sobre ele alguma superioridade, eles simplesmente aprovaram o que ele tinha pregado já entre os gentios; pregação que não foi comunicada a ele por eles, mas sim a eles por ele [Paley], Semelhante epístola apologética não poderia ser uma falsificação posterior, pois as objeções aparecem só incidentalmente, não sendo introduzidas forçadamente como teria feito um falsificador; e também são objeções que só poderiam suscitar-se nos primeiros tempos do cristianismo, quando Jerusalém e o judaísmo ainda ocupavam um lugar proeminente.
Livro: Comentário Crítico e Explicativo de toda a Bíblia: Gálatas (Jamieson-Fausset-Brown, Hendrickson Pub, 1996, Pg. 7).

 

Estudada em 4 de abril de 2021

 

LIÇÃO 1 – GÁLATAS 1 – PAULO E A INCONSTÂNCIA DOS GÁLATAS

 

Texto Áureo
“Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.” Gl 1.8

 

Verdade Prática
O fundamento da fé cristã é única e exclusivamente a morte vicária e ressurreição do Filho de Deus.

 

Leitura Bíblica Para Estudo: Gálatas 1.1-24

 

INTRODUÇÃO

 

I. SAUDAÇÃO APOSTÓLICA Gl 7. 15
1. Paulo, o apóstolo de Jesus Gl 1.1
2. Irmãos e companheiros Gl 1.2
3. Graça e paz da parte de Deus Gl 1.3

 

II. INCONSTÂNCIA DOS GÁLATAS Gl 1.6-9
1. O espanto de Paulo Gl 1.6
2. O outro evangelho Gl 1.7
3. Anátema é maldito Gl 1.8

 

III. PAULO: A PROVA VIVA Gl 1.10-24
1. Agradar a Deus ou a homens Gl 1.10
2. De perseguidor a apóstolo Gl 1.13
3. O apóstolo preparado Gl 1.23

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 205 – 379

 

INTRODUÇÃO
Após pregar as boas-novas da maravilhosa graça de Deus por toda a Galácia (isto é, a atual Turquia), o apóstolo Paulo ficou muito preocupado ao ouvir que alguns mestres religiosos influentes na região insistiam que a salvação não vem somente pela graça. Ele escreveu uma carta para refutar a ideia de que o favor de Deus é obtido mediante o cumprimento das leis e dos costumes judaicos.
A carta aos Gálatas se constitui no primeiro escrito Paulino. Considerada a carta mais apologética de Paulo, Gálatas é uma verdadeira defesa tanto do Evangelho como do apostolado do autor. A motivação maior do apóstolo é combater as investidas de judeus convertidos à fé cristã (judaizantes) contra a fé dos cristãos gentios. Eles questionavam a legitimidade apostólica de Paulo e tentavam convencer os Gálatas de que o processo da salvação incluía a circuncisão e a observância dos rituais judaicos.

 

I. SAUDAÇÃO APOSTÓLICA (Gl 1.1-5)
Ao saudar seus destinatários, Paulo é bastante conciso. De forma direta ele faz veemente defesa do seu apostolado e ato contínuo, ressalta que o fundamento da fé cristã está única e exclusivamente na morte vicária e ressurreição do Filho de Deus.

 

1. Paulo, o apóstolo de Jesus (Gl 1.1)
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos.”
O termo “apóstolo” significa um mensageiro ou embaixador que representa quem o enviou. Os judaizantes rejeitavam Paulo pelo fato de que ele não fazia parte do colégio apostólico original. Paulo se defende e diz que recebeu a missão diretamente de Deus. Paulo foi um apóstolo que bem representou Cristo e defendeu a Igreja.

 

2. Irmãos e companheiros (Gl 1.2)
“E todos os irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia”
Paulo faz questão de demonstrar que seu trabalho missionário não é isolado, e que ele não é autossuficiente. O sucesso de toda a missão e, no caso aqui, do ministério cristão, sempre está ligado a ajudadores. “Irmãos” não significa apenas “fraternidade”, mas tem relação com “proximidade” e compromisso.
Gálatas foi endereçada a um conglomerado de igrejas, tais como Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe etc. Todas foram plantadas por Paulo na parte sul da região da Galácia (At 13 e 14).

 

3. Graça e paz da parte de Deus (Gl 1.3)
“Graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do [nosso] Senhor Jesus Cristo.”
“Graça” (do grego cháris) tem o sentido de “inclinar-se”. Paulo salienta que essa dádiva deriva de Deus e usa o termo “graça” sete vezes em Gálatas. A doutrina da graça que acena para o pecador será o fundamento de toda a apologia paulina. O termo “pela graça sois salvos” é a base da soteriologia bíblica na qual cremos.
A “paz” (do grego eiréne e do hebraico shalom) aparece imediatamente após “graça”. É o Espírito Santo que o inspira a dizer que a paz só pode decorrer da graça que liberta e nunca da Lei que escraviza. Glória a Deus!
“O qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1.4)
O autor é um judeu puro sangue, criado aos pés de Gamaliel, e conhecedor dos rituais do primeiro Testamento. A revelação divina invadiu a alma de Paulo desde o episódio do caminho de Damasco, mas seu conhecimento da antiga aliança facilitou o seu entendimento de como a Lei se cumpriu em Cristo. Paulo vai usar todo esse conhecimento no seu embate com os que pervertem o Evangelho e perturbam a Igreja de Deus (ver Atos 22.1-3).

 

II. INCONSTÂNCIA DOS GÁLATAS (Gl 1.6-9)
Após saudar as igrejas da Galácia e lembrar-lhes do sacrifício de Cristo que redime o pecador, Paulo adentra nas questões que o motivaram a escrever a epístola. Ele exorta de forma incisiva aquelas comunidades cristãs. Todos nós precisamos receber “puxões de orelha” na caminhada de fé. As correções que recebemos podem ser duras, mas são sanadoras e contribuem para o nosso aperfeiçoamento espiritual.

1. O espanto de Paulo (Gl 1.6)
“Admiro-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho”.
A verdade é que um cristão ou uma comunidade inteira podem, em algum momento da caminhada, vir a ter dificuldades para entender algum aspecto da fé. Todavia sofrer um desmonte na fé é coisa bem diferente e grave. Paulo fica perplexo ao ver a rapidez com que os seus filhos espirituais caem da graça perdem a fé.

 

2. O outro evangelho (Gl 1.7)
“O qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.”
Ao mesmo tempo em que Paulo fala de “outro evangelho”, ele diz que este não se trata de um “evangelho” adicional, e sim da perversão e corrupção da mensagem do Evangelho do Reino. A palavra Evangelho tem origem grega e significa “boa notícia”. A boa nova tem relação com a proclamação do Reino de Deus. O “outro evangelho” a que Paulo se refere trata-se do engodo dos judaizantes, isto é, a adulteração da real mensagem de Cristo.

 

3. Anátema é maldito (Gl 1.8)
“Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.”
Depois de falar da apostasia daquela igreja e da ação nociva dos falsos mestres, Paulo reafirma a singularidade do Evangelho, evocando a maldição divina para todos aqueles que pervertem sua mensagem e perturbam a Igreja com falsas doutrinas.
Nem o próprio Paulo, nem mesmo um anjo, ninguém poderia alterar sua mensagem. O Evangelho não era de Paulo, mas de Cristo. Este fato o tornava imutável. O Evangelho é maior que os apóstolos, maior que anjos, maior que falsos mestres. O Evangelho simples, quando pregado e vivido, traz bênção, mas o evangelho adulterado gera maldição.
Anátema significa “maldito”. Não se trata aqui de jogar praga contra alguém ou simplesmente impor uma disciplina. Os que maculam o Evangelho tornam-se malditos porque maculam a Palavra de Deus e passam a estar debaixo de Sua reprovação. (Exemplo: Ap 22.18). O crente precisa entender que o Evangelho de Cristo não carece de apêndices ou adaptações.

 

Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;  Apocalipse 22:18

 

III. PAULO: A PROVA VIVA (Gl 1.10-24)
Os ataques à pessoa de Paulo e ao seu ministério apostólico eram intensos. Após fazer duras exortações aos gálatas sobre a inconstância na fé destes, o apóstolo começa a expor as bases do seu chamamento.

1. Agradar a Deus ou a homens (Gl 1.10)
“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.”
Os judeus “convertidos” à fé cristã diziam que a salvação somente pela graça levaria os gálatas a viver uma vida sem responsabilidade quanto a santidade.
Paulo diz que não tem por missão agradar a homens, e que anuncia o Evangelho que recebeu por revelação do próprio Cristo.
Os judaizantes viam a liberdade evangélica pregada por Paulo como uma apologia ao relaxamento espiritual. Mas Paulo enfatizava que Cristo já fizera o suficiente para a redenção do pecador. O crente não é salvo por aquilo que faz (obras), mas em crer que Cristo já realizou, tendo-o feito de forma completa e eficaz em Sua morte vicária e ressureição gloriosa.

 

2. De perseguidor a apóstolo (Gl 1.13)
“Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava.”
Falsos mestres se infiltraram na igreja gálata, tentando acrescentar exigências legalistas ao Evangelho da graça. Paulo reiterou a verdade da salvação — a saber, somente pela graça e mediante a fé em Cristo — compartilhando então a história de sua milagrosa conversão.
Paulo era um mestre da lei. Após sua conversão, duas coisas passaram a ser manchete no mundo religioso de então:
a) A forma agressiva com que ele tratava os cristãos e seus líderes. Diante dos gálatas, ele usa as expressões “perseguia” e “assolava” para demonstrar o quanto fora cruel com os cristãos.
b) A mudança de rumo e sua intrepidez na defesa da fé que outrora ridicularizava. Nosso irmão Paulo era uma prova viva de que Cristo transforma o mais vil pecador, inclusive os religiosos, em nova criatura para a glória de Deus (v. 24).

 

3. O apóstolo preparado (Gl 1.23)
“Ouviam somente dizer: Aquele que, antes, nos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava destruir.”
Paulo afirma que seu chamamento se deu como o de Jeremias, ou seja, antes de haver nascido (v. 15). Diz que após conhecer a Cristo, passara um período de três anos na Arábia e Damasco. Tudo indica que é nesse tempo que ele passa por uma espécie de retiro espiritual. Então, o abalizado conhecimento que ele tinha sobre o Antigo Testamento se entrelaça com as revelações do Verbo encarnado. Ele recebe a iluminação de Cristo e se torna o maior apologista do Evangelho do reino de todos os tempos.
“Decorridos três anos, então, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e permaneci com ele quinze dias” (Gl 1.18). Durante duas semanas esses dois homens de Deus conversaram sobre as questões cruciais da fé cristã. Sabendo que Pedro era um importante líder e referência apostólica, Paulo demonstra humildade em sua posição, ainda que fosse grande erudito e famoso em Israel. Demonstrou saber que servir à Igreja e ao reino de Deus também passa pelo respeito com seus pares e líderes. Que Deus nos ajude a imitá-lo.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Devemos permanecer na graça de Cristo e firmes na fé, pois a realidade espiritual atual é tão desafiante quanto a dos irmãos gálatas, com falsos mestres querendo perverter a nossa fé.

 

RESPONDA

1) Qual o fundamento da fé cristã?

2) O que significa a palavra de origem grega “Evangelho”?

3) Cite uma característica que o Apóstolo Paulo demonstrou indo a Jerusalém.