Lição 10: 2 Samuel 1 a 7: Davi, o Novo Rei de Israel

LIÇÃO 10: 2 SAMUEL 1 a 7: DAVI, O NOVO REI DE ISRAEL

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em 2 Samuel 1 a 7 há 187 versos, no total. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, 2 Samuel 5.1-12 (5 a 7 min.).

Ora, não temos aqui o mesmo Davi que derrotou Golias. Deus o provou, forjou nele um caráter de rei, ensinou-lhe a persistência, a paciência e o domínio de si. Professor(a), ensine aos irmãos que Deus tem uma estratégia personalizada para cada um. Ainda que o diagnóstico seja o mesmo – o pecado – cada um é tratado em sua fragilidade. Davi mostrou impulso e coragem diante do gigante, mas precisou aprender a resiliência e o perdão diante de Saul. Cheio de gratidão, acabou aprendendo mais uma lição: só Deus é quem nos faz suas misericórdias, nada há que possamos fazer em seu favor; Ele é quem nos preparou uma morada, pois ergueu a casa de Davi – sua descendência (Lc 1.69) – sobre a pedra angular (Ef 2.20).

 

OBJETIVOS
• Reconhecer que Deus cumpre suas promessas.

• Ressaltar o perigo de opor-se à vontade de Deus.

• Descansar no agir e trabalhar de Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
A ideia é aprender com os processos de amadurecimento, sempre debaixo da vontade de Deus. Então, escolha 3 ou 4 pessoas e entregue a cada uma um balão contendo versículos sobre paciência, obediência e domínio próprio. Cite alguns defeitos de caráter (inveja; mentira; calúnia; etc.) e peça que soprem os balões 1, 2 ou 3 vezes quanto mais tal defeito lhes aborreça. Os que não suportam o processo estouram e nunca chegarão a reinar com Cristo.

 

RESPOSTAS 
1) Sete.
2) Is-Bosete, filho de Saul.
3) Porque não era o tempo e não seria ele a pessoa e sim seu filho Salomão.

 

 

LEITURA ADICIONAL
BRINCAR COM DEUS OU CONFIAR NELE?
“Uma pessoas que, em sua relação com a religião, simplesmente levam as coisas do seu jeito e, sem nenhuma cerimônia, brincam com Deus, pensando que podem manipulá-lo a seu bel prazer e de acordo com suas necessidades. Há aqueles que confiam em Deus, e isso lhes basta, a despeito de qualquer enfrentamento na vida. A diferença entre os dois parece simples, e certamente é mesmo, mas na maioria das vezes vem encoberto por uma camada de verniz religioso com um odor de espiritualidade que acaba por confundir os incautos e desavisados. Bem, vamos ilustrar isso melhor.
Há alguns anos, eu tomei conhecimento a respeito de um popular ministro do evangelho que prometia bênçãos a quem estivesse interessado a pagar por elas, tudo em suaves prestações. Por incrível que pareça, ele oferecia bênçãos anuais ‘garantidas’ por algumas centenas de reais à vista. Para os menos afortunados que quisessem suas orações ‘certeiras’ deveriam preencher um cupom e habilitar-se a pagar suaves prestações de algumas dezenas de reais por mês, durante um ano inteiro.
Esses líderes são capazes de tirar o seu último centavo, mesmo que depois fiquem a esbravejar que o recebimento das tais desejadas bênçãos dependa exclusivamente da sua fé. Se você não recebeu nada, então é porque a sua fé foi fraca ou pequena. Esse tipo de joguete com Deus e com a boa-fé das pessoas só prospera porque há um ‘mercado’ crescente de pessoas carentes e frustradas, financeiramente quebradas e espiritualmente desamparadas, que anseia por mudar de vida, mesmo que tenha de pagar caro por isso. Essas pessoas acham que tudo se resolve por meio de uma oração forte e de uma simples troca de favores com Deus, um ‘toma-lá-dá-cá que as habilita a serem abençoadas. O fato é que muitas pessoas esquecem que não se pode colocar Deus numa caixa e manipulá-lo. Elas se esquecem que Deus mostra ao mundo Seu poder sobrenatural conforme Sua própria vontade, não a nossa. E tudo o que Deus requer é que as pessoas confiem Nele, pois é Fiel e Verdadeiro, as ama e quer abençoá-lo gratuitamente. É um erro acreditar que se alguém obedece a Deus, tudo dará certo na sua vida. Na verdade, confiar e servir a Deus significa ‘andar com Ele, mesmo quando as coisas dão errado (Hc 3.17-19).”
Artigo: Brincar com Deus ou confiar Nele? (Pr. Samuel Câmara)

 

Estudada em 3 de setembro de 2023.

 

Texto Áureo
“Em Hebrom, reinou sobre Judá sete anos e seis meses; em Jerusalém, reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá.” 2Sm 5.5

 

Verdade Prática
Davi notabilizou-se por sua confiança em Deus, senso de justiça, capacidade de liderança e destreza militar.

 

INTRODUÇÃO

 

I. DAVI ACLAMADO REI 2Sm 2 e 3
1. Uma nova configuração de poder 2Sm 2.10
2. O reino não é conquistado pela força 2Sm 3.1
3. O perigo de opor-se a Deus 2Sm 3.30

 

II. PRIMEIRAS CONQUISTAS 2Sm 4 a 6
1. A conquista de Jerusalém 2Sm 5.9
2. A Arca de Deus 2Sm 6.9
3. A transferência da Arca 2Sm 6.15

 

III. O PACTO DAVÍDICO 2Sm 7
1. O Templo de Jerusalém 2Sm 7.2
2. Deus viaja com seu povo 2Sm 7.6
3. O grande é Deus 2Sm 7.8

 

APLICAÇÃO PESSOAL


Hinos da Harpa: 268 – 418


INTRODUÇÃO

A morte de Saul é a dobradiça que abre o livro de 2 Samuel. Nesse novo volume temos a entronização e estabelecimento do reinado de Davi (1010 – 970 aC.). Veremos nesta lição três fatos marcantes nesse processo, a queda da casa de Saul; a transferência da arca e o Pacto Davídico.

 

I. DAVI ACLAMADO REI (2Sm 2 e 3)
Abner, comandante do exército de Saul, tomou a iniciativa de estabelecer Is-Bosete como sucessor ao trono, pois este era o único filho de Saul que havia sobrevivido ao combate em que seus três irmãos mais velhos perderam a vida.

 

1. Uma nova configuração de poder (2Sm 2.10)
Da idade de quarenta anos era Is-Bosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos; somente a casa de Judá seguia a Davi.
Depois de muitos anos sendo perseguido, finalmente Deus exalta Davi cumprindo suas promessas.
Ele é fiel à sua palavra e a cumpre sem precisar de ajuda humana. Chama nossa atenção que durante um período de dois anos houve dois reis (2Sm 2.10). Davi reina em Judá e Is-Bosete reina sobre Israel. Então apesar de confirmado como rei, Davi precisa continuar confiando que o Deus que começou sua obra irá terminá-la. O tempo inteiro nós seremos confrontados e tentados a tomar as nossas histórias em nossas mãos e achar que elas dependem de nós. Mas não. A história está nas mãos de Deus. O mapa-múndi está em permanente mudança. O governo e autoridade pertence ao nosso Deus.

 

2. O reino não é conquistado pela força (2Sm 3.1)
Durou muito tempo a guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; Davi se ia fortalecendo, porém os da casa de Saul se iam enfraquecendo.
Davi não conquista o reino, Deus o entrega em suas mãos. Quem ele era? Um simples pastor de ovelhas, rejeitado até pela sua família. Mas Deus exalta quem quer e escolhe pessoas mesmo não sendo elas favoritas em termos humanos. Não é Davi que conquista tudo pela sua força e poder, mas Deus que faz segundo sua vontade, apesar dos desmandos humanos. Em 4.10 é dito que o engrandecimento de Davi estava relacionado com a ação e o tempo de Deus.
Quantas pessoas que, não sabendo esperar o tempo de Deus e até sendo alheias à Sua vontade, vão forçando portas, tomando atalhos e destruindo reputações em manobras pecaminosas só para depois descobrirem que sem a bênção e Deus nada vale a pena. De que ter vitória se, no processo de lá, a pessoa piora? Mais do que nos fazer triunfar, Deus está preocupado como  o tipo de pessoa que estamos nos tornando.

 

3. O perigo de opor-se a Deus (2Sm 3.30)
Joabe, pois, e seu irmão Abisai mataram Abner, por ter morto seu irmão Asael na peleja, em Gibeão.
Abner, o velho general de Saul acha que pode se tornar um “fazedor de reis” e assim apoia Is-Bosete, o filho de Saul, na contramão da vontade de Deus. Essa foi uma manobra temerária de Abner pois, ao assim fazer, ele se coloca em rota de colisão com aquilo que Deus estava fazendo. Não são poucas as vezes em que pessoas sem sintonia com o Espírito Santo acham que podem fazer o que querem na obra de Deus. Contra Ele não valem astúcias, politicagem e manobras de bastidores de gente sedenta de poder.
No fim, tanto Abner como Is-Bosete acabam mortos e isso sem nenhuma conivência ou ordem de Davi. Em todo o processo Davi mantém suas mãos limpas e sua consciência tranquila. Deus já havia dito que Davi seria rei. Essa era a sua vontade. Quem não se submete, sofre. Como a obra de Deus tem sofrido devido pessoas que querem impor a Deus a sua vontade. Abner, como se diz popularmente, estava dando “murro em ponta de faca”. A lição maior a assimilar é a importância de nos rendermos e submetermos à vontade de Deus. Quando assim fazemos nossa vida avança, somos abençoados e abençoamos.

 

II. PRIMEIRAS CONQUISTAS (2Sm 4 a 6)
A tomada de Jerusalém e a posterior transferência da arca para lá marcam um ponto extremamente importante na história de Israel.

1. A conquista de Jerusalém (2Sm 5.9)
Assim, habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; foi edificando em redor, desde Milo e para dentro.
Dos grandes sucessos de Davi, um dos maiores foi a conquista de Jerusalém. É impossível exagerar a importância dessa cidade para os descendentes de Abraão. Ela significa muito mais do que Paris para os franceses, Buenos Aires para os argentinos ou Roma para a Itália. Seu nome inicial parece ter sido Salém (Gn 14.18). A tradição rabínica diz que antes do nascimento de Abraão, Sem, filho de Noé, lhe dera esse nome. Os cananeus que ali habitavam, chamados de jebuseus, tinham tanta confiança na força dos seus muros que possuíam até um ditado a respeito: “Cegos e aleijados bastarão para defender esta cidade” (2Sm 5.6).
Davi a conquista por volta do ano 1000 a.C. Após isso, deixa Hebrom, a antiga capital de Israel, e se instala na cidade que acabara de conquistar. Mas não foi o poder de Davi que fez isso. Foi Deus que o capacitou e fortaleceu conforme sua promessa. Por isso é dito que “Davi ia se engrandecendo cada vez mais, porque o Senhor Deus dos exércitos era com ele” (2Sm 5.10). Davi sabia disso e nunca trouxe nenhuma glória para o seu nome. Sua imensa gratidão é explicitada num lindo e maravilhoso salmo em 2 Samuel 22.

 

2. A arca de Deus (2Sm 6.9)
Temeu Davi ao Senhor, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do Senhor?
A Arca da Aliança era uma caixa de madeira de acácia (um baú retangular) revestido por dentro e por fora de ouro puro. Possuía 1 metro e 10 centímetros (2,5 côvados) de comprimento e 70 centímetros (1,5 côvado) de largura e altura.
O conteúdo da arca consistia em alguns “lembretes” daquilo que Deus havia feito: a) As duas tábuas com a inscrição dos dez mandamentos; b) Um vaso com maná; c) A vara de Arão que floresceu. O significado maior da Arca era simbolizar a majestade e o pacto de Deus com Israel. Não apenas isso, mas passou a ser uma referência e sinal da presença divina entre o seu povo. É importantíssimo compreendermos que hoje não mais precisamos da Arca da Aliança seja a original ou réplicas pois a plenitude daquilo para o qual ela apontava se cumpriu na pessoa e obra de Cristo (Hb 9.24). Isso é muito importante hoje, pois há agora os que tentam rejudaizar o cristianismo. Vivemos sob o legado de uma nova e superior aliança. O que preferimos, a sombra ou a realidade? (Cl 2.17).

 

3. A transferência da Arca (2Sm 6.15)
Assim, Davi, com todo o Israel, fez subir a arca do Senhor, com júbilo e ao som de trombetas.
Depois de Siló, a Arca teve uma desastrosa estadia de sete meses entre os filisteus e, por fim, foi deixada na casa de Abinadabe. Conquanto ela não tivesse poder inerente em si mesma, o seu simbolismo era muito forte e lembrava ao povo que Deus estava entre eles. A santidade de Deus também estava representada na arca, visto que ninguém poderia tocá-la (1Sm 6.19; 2Sm 6.7). Assim a transferência devia ser feita com duas varas revestidas de ouro e isso depois da arca ter sido coberta com couro de animais marinhos e um pano azul (Nm 4.6). Apenas os levitas do clã de Coate podiam carregar a Arca. Para demonstrar sua imensa gratidão e piedade, Davi decide transferir a Arca para Jerusalém. Há muito significado nisso.
A transferência da arca para Jerusalém tem um importante ponto teológico: a presença de Deus agora habitaria com o povo na capital da terra de Israel. Assim Deus seria visto como a cabeça da nação. Junto a isso devemos destacar o entusiasmo, o temor e a contagiante alegria com que Davi realiza e celebra esse ato. Davi tinha profundo respeito e zelo para com Deus, sempre tributando a ele todas as suas conquistas.
O texto mostra que quando os que levavam a arca davam seis passos, a marcha litúrgica era interrompida e Davi sacrificava um boi e um novilho gordo (v. 13). Tudo isso mostra a profunda reverência e cuidado de Davi para com a Arca e o seu Deus.

 

III. O PACTO DAVÍDICO (2Sm 7)
Deus é o Deus de alianças. As escrituras mencionam ao todo sete alianças, entre elas a Davídica.

1. O Templo de Jerusalém (2Sm 7.2)
Disse o rei ao profeta Natã: Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda.

Parece-nos que neste ponto a história de Davi dá uma desacelerada. Ele já estava estabelecido como rei, era famoso, poderoso e gozava agora de uma relativa paz. Tudo parece estável e Davi estava como que no “topo do mundo”. Ele então intenciona fazer uma casa para Deus. No fundo, o coração agradecido de Davi estava sentindo um certo incômodo porque, enquanto ele mesmo habitava num palácio, Deus “morava” numa tenda. Isso se torna como que um sonho no coração do rei.
O tabernáculo era uma espécie de templo móvel, transitório e compatível com a época da peregrinação. Fazer um templo permanente e glorioso para Deus era o desejo de Davi. Deus, todavia, não permite.
Não havia nada de errado em assim desejar, exceto que não era o tempo e não seria ele a pessoa que o faria e sim seu filho, Salomão. A razão era que Davi, como guerreiro, derramara muito sangue.
Algo bonito em Davi era sua capacidade de ouvir e ser corrigido. Quando esteve no deserto, ele aceitou a sugestão de Abigail para não se vingar de Nabal com suas próprias mãos (1Sm 25). Agora, aceita a palavra do profeta por ordem de Deus. Somos assim? Somos corrigíveis?

 

2. Deus viaja com seu povo (2Sm 7.6)
Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje; mas tenho andado em tenda, em tabernáculo.
Um princípio importante a se notar aqui é esse: Deus anda com seu povo. Deus esclarece a Davi que através dos séculos ele “habitava” em tendas porque Ele mesmo quis assim. Era opção Dele. Era como se Deus dissesse ao seu ungido: “Davi, eu estou em tendas porque Eu quero. Meu povo habitava em tendas e eu caminho junto com eles. É intencional Davi”. Deus diz que nunca em nenhum lugar pediu casa. Ele é o Deus que viaja com seu povo, especialmente nos tempos difíceis.

 

3. O grande é Deus (2Sm 7.8)
Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tomei-te da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo, sobre Israel.
Deus lembra a Davi que o grande era Ele, não Davi. Isso é muito importante de ser lembrado, especialmente em tempos de vitória e prosperidade. Deus diz: “Não é você que fará casa para mim Davi. Sou Eu que farei uma casa para você” (2Sm 7.16). Deus diz que vai fazer uma casa duradoura para Davi. Há uma mudança proposital na terminologia.
Deus parte da ideia de Davi em querer fazer uma casa e diz que a “casa” dele (sua linhagem e dinastia) seria para sempre. Então quem está fazendo casa para quem? Não era uma retribuição pelo que Davi fizera, é graça e bondade. Os pactos de Deus estão alicerçados, não nos méritos humanos, mas na sua misericórdia e unilateral bondade.
Nossa relação com Deus não pode ser utilitária. Não é porque somos “bons meninos” que Deus nos abençoa. Claro que não. Ele nos abençoa porque sua natureza é assim. Deus é poderoso para fazer o que quiser, inclusive sem nós. O fato de nos usar nos faz pessoas úteis e isso é bom, mas ninguém é imprescindível. O único imprescindível é Deus.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
As promessas de Deus sempre se cumprem, mesmo quando parecem ter falhado.

 

RESPONDA
1) Segundo a lição quantos são os pactos de Deus mencionados na Bíblia?

2) Durante um breve período de tempo Israel conviveu com dois reis. Um era Davi. Qual o nome do outro?

3) Por que Davi não conseguiu construir o tão sonhado templo?