Lição 9: 1 Samuel 21 a 31: O Fim Trágico de Saul

LIÇÃO 9: 1 SAMUEL 21 a 31: O FIM TRÁGICO DE SAUL

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em 1 Samuel 21 a 31 há 327 versos, no total. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, 1 Samuel 24.1-22 (5 a 7 min.).

Embora Saul tenha trabalhado para destruir Davi, este não o odiou. Davi vagou fugitivo pelo deserto, sentiu fome, frio, medo, mas confiou sua causa ao Senhor.
É disso que trata a lição: fé e paciência para aguardar a provisão de Deus. Quem tratou com Saul foi Deus, Davi apenas esquivou-se do mal e fez do Senhor a sua esperança e fortaleza. Note que Jesus, em situação semelhante, não desperdiçou força contra Roma, pois seu reino não é deste mundo, antes ele aguardou a ressurreição que lhe estava reservada. Ao fim, Ele venceu. Ninguém nos tira o que Jesus conquistou para nós. Aleluia! Ainda que nos persigam segundo a operação do maligno, aguardamos e confiamos no Messias que aí vem.

 

 

OBJETIVOS

• Reconhecer que Deus age na perseguição.

• Aprender com as atitudes de Davi.

• Entregar tudo nas mãos de Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Devemos confiar em Deus até que ele atenda às nossas petições e nos conceda vitória contra o maligno? Sim, sem dúvida! Mas como mostrar o agir de Deus em favor da igreja atual? Uma boa estratégia é mostrar aos irmãos a matéria da ONG Portas Abertas disponível na internet com o título “A igreja cresce e floresce graças à perseguição”. Quanto mais Saul perseguia Davi, mais Deus o aproximava do trono; hoje, quanto mais perseguem a igreja, mais se avizinha o retorno do Rei dos reis.

 

RESPOSTAS
1) Do ciúme o da inveja.
2) Não espiritualizou o problema; não odiou; entregou a Deus.
3) Perdoar.

 

LEITURA ADICIONAL

A VOZ DOS MÁRTIRES CRISTÃOS
“Não era sem razão que Jesus convidou seus discípulos a darem suas vidas por Ele, tornando-se mártires de Sua causa. Isto porque a palavra testemunha, no grego, é martureo, de onde provém a palavra mártir. Inácio, bispo de Antioquia, foi uma fiel testemunha, um verdadeiro mártir, assim como muitos outros mortos por causa de sua fé em Cristo, os quais selaram seu testemunho com o próprio sangue.
0 primeiro dos mártires cristãos foi Estevão, apedrejado até a morte por amor a Jesus. Um jovem chamado Saulo consentiu no seu brutal assassinato (At 8.1). Muitos anos depois, esse mesmo Saulo, agora chamado de Paulo, considerado o maior de todos os apóstolos, foi ele próprio martirizado por amor a Cristo. , . „ .
O Século XX despontou como “o século dos mártires , pois em todo o mundo milhares de cristãos foram aprisionados, torturados e mortos por causa de sua fé. Dizem os especialistas que nesse século foram mortos mais cristãos do que em todos os anteriores. ,
As lições que os mártires deixam é dupla: primeiro, e um lembrete de que a Causa de Jesus é indestrutível, pois a Igreja do Deus vivo não pode ser destruída, como Ele próprio afirmou: “Edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
Segundo, nos trazem estes eloquentes questionamentos: o nosso amor por Jesus é puro, a ponto de não o negarmos na hora da provação. A nossa fé em Cristo é firme, a ponto de não desistirmos de lutar? Estamos prontos para ser martureos, testemunhas, mártires?”
Artigo: A voz dos mártires cristãos (Samuel Câmara. Disponível em http://boasnovas.tv)

 

Estudada em 27 de agosto de 2023

 

LIÇÃO 9: 1 SAMUEL 21 a 31: O FIM TRÁGICO DE SAUL

 

Texto Áureo
“E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor. 1Sm 24.6

 

Verdade Prática
Em que pese a crueldade de Saul que o levou a um fim trágico, Davi não lhe retribuiu com o mal e ainda chorou a sua morte.

 

INTRODUÇÃO

 

I. SAUL PERSEGUE DAVI 1Sm 21 a 23
1. Fruto do ciúme e inveja 1Sm 21.11
2. Espírito maligno 1Sm 22.18
3. Constante e prolongada 1Sm 23.14

 

II. AS ATITUDES DE DAVI 1Sm 24.1-12
1. Não espiritualizou 0 problema 1Sm 24.4
2. Não odiou 1Sm 24.9
3. Entregou a Deus 1Sm 24.12

 

III. A MORTE DE SAUL 1Sm 26-31
1. Davi rejeita matar Saul 1Sm 26.23
2. Saul consulta uma médium 1Sm 28.7
3. A morte de Saul 1Sm 31.4

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 15 – 227

 

INTRODUÇÃO
Saul teve uma morte trágica sempre perseguindo a Davi que nada fez para ser alvo de tamanho ódio. Muito ao contrário, as atitudes de Davi nos ensinam e lançam luz sobre o seu caráter admirável.

 

I. SAUL PERSEGUE DAVI (1Sm 21 a 23)

1. Fruto do ciúme e inveja (1Sm 21.11)
Não é a este que se cantava nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares?
Ciúmes é o medo de perder o que possui, inveja diz respeito a um rancor por não ter o que o outro tem. Ao perceber o car1Sma, o sucesso e a graça divina derramada sobre Davi, Saul escolhe o pior dos caminhos e passa a invejá-lo. A inveja na Bíblia é mostrada com uma obra da carne. Tudo começa com uma música que ficou conhecida: “Saul matou os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares”. Em vez de se alegrar com os seus “milhares”, Ele inveja os “dez milhares” de Davi. Inveja significa isso, um descontentamento ou desejo profundo por aquilo que pertence a outros.
Comentaristas nos fazem saber que a palavra “inveja” aqui traduz o hebraico qin’ah. Esse termo transmite a ideia de um intenso “ardor emocional”. O invejoso é alguém digno de pena, pois sua autoestima e muito baixa. Quando o coração é dominado pela inveja a pessoa fará tudo para ter o que o outro tem. Não conseguindo, porque cada tem sua porção, ela então p0de partir para destruir o alvo da sua inveja. A lógica maldita dos invejosos é mais ou menos essa: “Se eu não posso ter, ele também não terá’’

 

2. Espírito maligno (1Sm 22.18)
Então, disse o rei a Doegue: Volve-te e arremete contra os sacerdotes. Então se virou Doegue, o edomita, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou, naquele dia, oitenta e cinco homens que vestiam estola sacerdotal de linho.

A perseguição de Saul é, não apenas insensata, mas maligna em sua essência, pois é inspirada pelo inferno. Ao lermos todo o contexto percebemos que Saul é possuído por um espírito maligno e, ato contínuo, procura encravar Davi com sua lança (1Sm 19.9-10). Sua obsessão pelo poder distorceu a realidade e fez de Davi um inimigo.
Tentando matar Davi, Saul vai gradativamente se destruindo. A inveja é um dos vícios mais destrutivos da alma. Não faltaram conselheiros (inclusive Jônatas, seu filho) para advertir Saul acerca dessa caminhada de autodestruição, mas ele não ouviu.
É difícil acreditar que o rei guerreiro, magnânimo, vitorioso e capacitado pelo Espírito Santo – descrito em 1 Samuel 11 – pudesse se transformar no genocida irracional e paranoico de 1 Samuel 22. A hostilidade de Saul atinge seu ápice mais abjeto quando ele tenta matar Jônatas, seu próprio filho, porque este defende a lealdade de Davi (1Sm 20.33). Mas a situação se agrava ainda mais quando ele massacra os sacerdotes do Senhor e extermina uma cidade inteira, inclusive, crianças e animais (1Sm 22.17-19).
As vezes, algumas pessoas dizem: “Mas nós não sabemos de que lado Deus está”. Sabemos sim. Toda vez que alguém tomar a decisão de oprimir, maltratar ou perseguir alguém saibamos que a fonte disso nunca é divina. Deus não fortalece a mão que oprime, esmaga ou humilha.

 

3. Constante e prolongada (1Sm 23.14)
Permaneceu Davi no deserto, nos lugares seguros, e ficou na região montanhosa no deserto de Zife. Saul buscava-o todos os dias, porém Deus não o entregou nas suas mãos.
Esse é outro fato sobre a perseguição de Saul. Não foi algo temporário ou rápido. Durou anos e anos, exigindo, inclusive, o exílio de Davi em terras filisteias (2Sm 27.1). Sabemos que Davi assumiu o reino com 30 anos de idade, conforme 2 Samuel 5.4. Considerando que a unção recebida de Samuel ocorreu quando ele era bem jovem, concluímos que a perseguição toda durou 10 anos ou mais. Pensemos o que significa ser perseguido por um tempo tão longo e por alguém tão poderoso que, inclusive, colocou toda a estrutura de Estado contra Davi como se este fosse um criminoso. Não havia onde se esconder. O próprio Davi diz que se sentia como se fosse uma perdiz nos montes (1Sm26.20). Durante esse período Davi compôs, entre outros, o Salmo 142. Ali entendemos como ele se sentia.

 

 

II. AS ATITUDES DE DAVI (1Sm 24.1-12)

1. Não espiritualizou o problema (1Sm 24.4)
Então, os homens de Davi lhe disseram: Hoje é o dia do qual o Senhor te disse: Eis que te entrego nas mãos o teu inimigo, e far-lhe-ás o que bem te parecer. Levantou-se Davi e, furtivamente, cortou a orla do manto de Saul
Nesse episódio Davi se esconde numa caverna e tem a oportunidade de matar Saul. Sendo íntegro, ele resolve que não desceria ao nível de seu inimigo. Davi entende que aquela era apenas uma circunstância da vida e assim não espiritualiza a situação. Para ele tudo está claro. Deus não dá oportunidades para o mal.
Muitas pessoas incorrem em erro por tentarem espiritualizar tudo e colocar Deus em circunstâncias que nada têm a ver com seu caráter. “Olha que oportunidade Davi. É Deus”, diriam. Cuidado com o exagero: “Deus falou”, “Deus me disse”, “Deus me revelou”. Cuidado para não botar a chancela de Deus nas suas vontades. Deus só tem compromisso com a Sua Palavra. Às vezes basta um pouco de bom senso e conhecimento bíblico para vermos que aquilo nada tem a ver com a vontade de Deus.

 

2. Não odiou (1Sm 24.9)
Disse Davi a Saul: Por que as ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal.
A segunda atitude de Davi que revela muito sobre o caráter dele é sua recusa do ódio contra Saul. Ódio é um sentimento que nao deve habitar no coração do salvo.
João, apóstolo, vai dizer que quem odeia é do maligno e se assemelha a Caim que matou a seu irmão porque suas obras eram más (I Jo 3.1214). Davi chorou a morte de Saul (2Sm 1.17). Errou quem disse que vingança é um prato que se come frio. Vingança é veneno. Davi não odiou e por isso ganhou o respeito do próprio Saul. Há muito ódio no tempo que vivemos, sobretudo por radicalizações e polarizações políticas. Fujamos disso. Quem age como Saul se destrói. Quem age como Davi, Deus o guarda.
Causa estranheza no nosso tempo a atitude de muitos ditos cristãos nas redes sociais proferindo impropérios, acusações, expressões de ódio e até ameaças apenas porque do outro lado há alguém que pensa diferente deles. Certamente, o modelo deles não é Jesus. As Escrituras são claras em afirmar que “o ódio excita contendas” (Pv 10.12). Nosso Senhor ensinou que os Seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor. “Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35).O futuro de Davi era o trono.
Ele não poderia levar mágoas para lá. O ressentimento produz desejo de vingança e se o nosso alvo for esse, disse um sábio, é melhor cavar duas covas. A cura está no perdão. Perdão é o remédio divino para o ressentimento. Perdoar é questão de sobrevivência.

 

3. Entregou a Deus (1Sm 24.12)
Julgue o Senhor entre mim e ti e vingue-me o Senhor a teu respeito; porém a minha mão não será contra ti.

Davi demonstra seu respeito à autoridade de Saul. Dirige-se a ele como “meu senhor” três vezes (6,8,10), “rei” uma vez (v. 8), “rei de Israel” uma vez (v. 14), “ungido do Senhor” três vezes (v. 6,10) e “meu pai” uma vez (v. 11).
Em vez de odiar e procurar vingança, Davi entrega tudo nas mãos do Senhor. Bela atitude. Muitas vezes as pessoas querem trazer Deus para o seu lado a qualquer custo, mas Deus não tem lado. Deus tem posição. Lembra uma história sobre a guerra civil americana (18611865) segundo a qual um oficial chegou do fronte de batalha e relatou ao presidente Abraham Lincoln a situação caótica que presenciai a. Após o relato, emendou: “A situação está feia senhor presidente. Eu espero que Deus esteja do nosso lado”. O presidente Abraham Lincoln lhe corrigiu dizendo: Não, Major. Espero que nós estejamos do lado de Deus”. Em vez de querermos trazer Deus para o nosso lado numa pendência, vejamos temos autoridade para orar e dizer como Davi: “Que o Senhor julgue entre nós”. Não se nivele por baixo. Entregue a Deus. Ele é o justo Juiz.
Deus não livrou Davi da perseguição, mas o guardou, ensinou, provou e, por fim, o livrou na perseguição. Não há como evitarmos o sofrimento. Ele faz parte da vida, sendo muitas vezes expresso em perseguições injustas e infundadas. Se somos cristãos em algum momento sofreremos injustamente (1Pe 2.20-21).

 

III. A MORTE DE SAUL (1Sm 26-31)

1. Davi rejeita matar Saul (1Sm 26.23)
Pague, porém, o Senhor a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o Senhor te havia entregado, hoje, nas minhas mãos, porém eu não quis estendê-las contra o ungido do Senhor.
Poucas coisas são tão danosas quanto o ressentimento ou a mágoa. “Ressentir” significa sentir de novo e de novo, num ciclo venenoso sem fim. Significa viver indefinidamente uma experiência do passado que nos machucou e que insistimos em trazê-la para o presente. Muita gente não vê sua vida avançar porque vive presa a algo que a feriu. Davi foi muito machucado, mas decidiu que não vivería em função disso. Deveríamos fazer o mesmo. Pessoas ressentidas não conseguem ver o potencial de vida à sua volta. Ressentimento é como uma catarata nos olhos embaçando-os e impedindo sua vítima de ver as possibilidades da vida.

 

2. Saul consulta uma médium (1Sm 28.7)
Então, disse Saul aos seus servos: Apontai-me uma mulher que seja médium, para que me encontre com ela e a consulte…
O capítulo 28 traz um dos pontos mais trágicos da vida de Saul.
À medida que o seu fim se aproxima, Saul experimenta o silêncio divino. 0 texto de 28.6 registra que Deus não falou com ele pelos meios convencionais e legítimos da época: sonhos, Urim (sacerdotes) e profetas.
A informação no versículo 3, sobre Saul haver expulsado de Israel todos os médiuns e adivinhos, prepara-nos para o choque de ver Saul procurando a ajuda de uma médium, sendo hipócrita e pecando deliberadamente. A lei de Moisés condenava todas as formas de espirit1Smo (Êx 22:18; Lv 19:31; 20:6; Dt 18:913).
A forma como esta cena deve ser interpretada é divergente entre os comentadores. Alguns creem que Samuel realmente apareceu, mas ressalvam que Samuel foi incumbido de trazer um juízo, uma vez que qualquer tentativa de contatar os mortos era terminantemente proibida pela lei. Outros acreditam que um demônio personificou Samuel. Ainda outros afirmam que toda a cena foi uma armação para tirar vantagem do rei e fazê-lo crer que estava realmente em contato com Samuel.
Jesus assim se expressou no caso similar do rico e Lázaro. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se a niguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos (Lc 16.30,31).
Essa atitude de Saul, somada a outras, é mencionada como sendo a causa de sua reprovação por Deus (1Cr 10.13).

 

3. A morte de Saul (1Sm 31.4)
…Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então, Saul to
mou da espada e se lançou sobre ela. A morte de Saul é humilhante e desastrosa. Chegamos a sentir pena ao constatar que foi ele mesmo que trouxe essa tragédia sobre si.
Os filisteus eram famosos p0r abusar de suas vítimas e humilhá-las, especialmente no caso de oficiais e reis. Ao encontrar Saul e três dos seus filhos mortos, incluindo Jônatas, o fiel amigo de Davi, os filisteus os despem de suas armaduras, cortam suas cabeças e expõem tudo como troféus em seus templos (v. 10).  A humilhação foi total. 0 pecado de Saul o alcançou e afetou outros.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
O orgulhoso Saul é humilhado enquanto Davi é elevado ao trono. Deus resiste ao soberbo e exalta o humilde.