LIÇÃO 12 – ATOS 19 e 20 – A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Atos 19 e 20 há 41 e 38 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos presentes, Atos 19.1-10; 20.17-35 (5 a 7 minutos).
O apóstolo Paulo está, mais uma vez, diante de um grande desafio, adentrando em uma cidade onde o culto a Diana era não somente a própria libertinagem, mas também grande fonte de renda. No entanto, “onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus” (Rm 5.20).
Os relatos de Paulo se reportam ao conhecimento de que a Palavra pregada traz avivamento e transforma a vida em todos os aspectos: social, econômico e espiritual, trazendo cura do corpo e da alma, libertação e salvação.
Esta lição nos faz refletir sobre alguns aspectos importantíssimos na carreira cristã: nossa vocação em Cristo, como encaramos e tratamos tal chamado, o valor dos relacionamentos, os perigos de uma falsa espiritualidade e a bem-aventurança do dar.
OBJETIVOS
• Explicar o método evangelístico e missionário de Paulo.
• Mostrar as marcas de um ministério bem sucedido.
• Enumerar alguns deveres dos líderes, conforme Paulo.
PARA COMEÇAR A AULA
Ao iniciar esta aula, faça um breve resgate do percurso feito por Paulo na primeira e segunda viagens. Dê ênfase aos objetivos de cada uma delas e aos resultados alcançados, para então iniciar a terceira viagem de Paulo.
Lembre-se de que a utilização de Mapas é de grande importância para a compreensão e visualização do percurso feito pelo apóstolo no cumprimento do ide de Jesus.
Faça uma contextualização, destacando as características econômicas, políticas e religiosas da cidade de Éfeso e demonstrando os desafios que o esperavam.
RESPOSTAS
1) V
2) F
3) V
LEITURA COMPLEMENTAR
EXPANSÃO MINISTERIAL DA ASSEMBLEIA DE DEUS
Uma vez estabelecida a Assembleia de Deus (cujo primeiro nome foi Missão de Fé Apostólica), os novos convertidos sentiram de imediato o impulso do Espírito Santo, quando então começaram a testemunhar de Jesus e a ganhar almas, seguindo os passos de Gunnar Vingren e Daniel Berg. Os resultados (testemunhados com salvação, batismo com o Espírito Santo e também com curas divinas) deram à igreja pentecostal a dimensão que hoje vemos. O rápido crescimento exigiu a consagração de pastores e norteou a expansão ministerial da nova igreja. Enquanto os líderes obedeciam à ordem do Mestre Jesus (“rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” – Mateus 9.38), Deus levantava mais obreiros e a igreja continuava crescendo em número e na graça do Senhor.
Primeiros Pastores. Gunnar Vingren registra em seu diário sobre os dois primeiros pastores consagrados: “Em 1912, no princípio do ano, o irmão Isidoro Filho foi consagrado a pastor e colocado na direção da igreja em Soure e, no princípio de 1913, o irmão Absalão Piano também foi separado para o pastorado e passou a dirigir a igreja em Tajapuru. A partir daí, o Espírito Santo compungiu os corações dos missionários para a separação de vários outros obreiros, até que, hoje, é incomensurável o exército dos seus discípulos. Gunnar Vingren consagrou o terceiro pastor, Crispiniano de Melo, seguindo-se Pedro Trajano e Adriano Nobre — estando entre estes primeiros a sair para pregar a Palavra de Deus, o irmão José Plácido da Costa, como missionário em Portugal; José de Matos juntou-se a ele, em 1921. João Pereira de Queiroz foi separado para o ministério no dia 6 de julho de 1919, tendo o missionário Daniel Berg e o pastor Crispiniano de Melo como oficiantes da cerimônia, sendo reconhecido oficialmente como o sétimo pastor consagrado na Assembleia de Deus no Brasil. Logo após sua consagração ao Santo Ministério, João Queiroz assumiu o pastorado da igreja em Timboteua Velha. Em 1920, a convite do missionário Gunnar Vingren, assumiu também o pastorado em São Luiz do Pará (onde ocorreu a primeira convenção da igreja), em substituição ao pastor Pedro Trajano, acumulando, dessa forma, mais um campo de trabalho.
José Paulino Estumano de Moraes foi separado para o ministério pastoral em 15 de dezembro de 1919. Como a obra crescia muito rapidamente, mais estes obreiros do Senhor foram separados para o Santo Ministério: Josino Galvão, José Bezerra Cavalcante, Manoel (Neco) César da Silva, Ananias Rodrigues, José Leonardo, José Menezes, Otoniel Alencar, Manoel Malaquias Furtado, Joviniano Lobato, Amaro Moraes, José Floriano Cordeiro, Almeida Sobrinho, Julião Silva, Francisco Gonzaga, José da Penha, Juvenal Roque de Andrade, João Batista de Melo, Paulino Fontenele da Silveira, João Francisco, Plácido Aristóteles e José Teixeira Rego. Em Belém, e aonde mais se dirigiam, proclamando a “fé que uma vez foi dada aos santos”, comprovando a chamada divina em suas vidas, os obreiros separados andavam destemidamente anunciando a Palavra de Deus, sob a unção e a direção do Espírito Santo.
Livro: “História Centenária da Assembleia de Deus.” (Benjamim de Souza) Igreja- -Mãe – Assembleia de Deus. Belém, 2011, Pág. 31 e 32)
Estudada em 20 de dezembro de 2020
LIÇÃO 12 – ATOS 19 e 20 – A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
Texto Áureo
“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o Evangelho da graça de Deus.” At 20.24
Leitura Bíblica Para Estudo Atos 19.1-10; 20.17-35
Verdade Prática
A estratégia de Paulo era ministrar nos grandes centros populacionais e usá-los para alcançar as regiões adjacentes.
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO
I. PAULO EM ÉFESO At 19.1-20
1. A cidade At 19.1
2. Missão bem-sucedida At 19.10
3. O poder do Evangelho At 19.19
II. PASSANDO O BASTÃO At 20.16-28
1. Uma consciência limpa At 20.18
2. O valor de uma vocação At 20.24
3. Os deveres dos líderes At 20.28
III. LIÇÕES DA TERCEIRA VIAGEM At 20.35-38
1. A falsa espiritualidade At 19.13
2. A bem-aventurança At 20.35
3. O valor dos relacionamentos At 20.37
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 46 – 132
INTRODUÇÃO
Essa foi a última viagem de Paulo como homem livre. A outra viagem (para Roma) ele fará como prisioneiro. O foco dessa viagem era Éfeso, onde passou mais tempo do que em qualquer outra cidade no decurso de suas viagens.
I. PAULO EM ÉFESO (At 19.1-20)
1. A cidade (At 19.1)
“Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos.”
Éfeso era uma das cidades mais influentes do mundo àquela época. Possuindo cerca de 300 mil habitantes, era lar do procônsul romano e também o principal centro de adoração ao imperador. Comercialmente, era o grande mercado da Ásia menor.
Em termos religiosos, possuía o templo a Diana, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Uma arquitetura portentosa e que mereceu o título de maior edifício naquela época em todo o mundo. Em mármore branco, o edifício media 67 metros de altura por 130 de largura. Com 127 colunas de mármore, cada uma com 19 metros de altura, o templo representava a maior glória da cidade.
Gente de todas as partes fazia romarias para contemplar o prédio e, na volta, levava consigo uma réplica dele como lembrança e talismã. Alguns dos principais produtos da cidade eram os ídolos de prata feitos pelos artesãos do templo. Isso explica o alvoroço dos poderosos da cidade quando o Evangelho, pregado e crido, afetou seus lucros advindos da idolatria.
2. Missão bem-sucedida (At 19.10)
“Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos.”
Éfeso constituía-se num imenso desafio evangelístico para Paulo. Era considerada a capital espiritual da magia, astrologia e superstição. O culto a Diana era regado com expressões de libertinagem. Mas a cidade foi alvo de um grande avivamento espiritual. O ministério de Paulo abalou o poder das trevas naquele lugar. Ali, em um lugar dominado por tantas trevas, Deus derramou sua abundante graça, pois “pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários” (v. 11).
No entanto, o nome engrandecido não foi o do apóstolo, e sim o de Jesus (v.17). Deus fez, não Paulo. Ele foi apenas o instrumento. É interessante e chamativo que onde abundou tanto pecado, Deus fez superabundar Sua graça. Um ministério bem sucedido não é ser “o sucesso da praça”. Consideremos algumas de suas marcas:
a) Proclama a Palavra de Deus;
b) Vence as trevas da ignorância e da idolatria;
c) Cura corpos e almas;
d) Engrandece o nome de Jesus;
e) Não escolhe lugar para pregar, podendo ser à beira de um rio (16.13), em praça pública (17.17), no areópago (17.22), numa escola (19.9) ou em um navio (27.24).
3. O poder do Evangelho (At 19.19)
“Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinquenta mil denários.”
Encontramos em Atos dos Apóstolos três grandes avivamentos: em Jerusalém, em Antioquia e em Éfeso. O que caracteriza um avivamento? Paulo pregou por três anos ininterruptos e, ao fim dos quais, a cidade havia mudado. Não apenas a cultura e a religião, mas também a economia foi afetada. Quando o Evangelho conquista o coração, conquista o homem inteiro. A transformação de vidas pelo Evangelho ocorre de muitas e variadas maneiras, mas ela é sempre igual nos seus efeitos.
Quem era idólatra, deixa de sê-lo; quem era avarento, agora compartilha; e quem era cruel, agora é manso e amoroso. Avivamento não é fabricado pelos homens, é ação de Deus convertendo pecadores, salvando os perdidos e glorificando Seu nome. Curas, libertações,
batismos com o Espírito Santo e salvação são marcas do verdadeiro avivamento. O estudo de Atos 19.17-20 mostra os resultados do verdadeiro despertamento espiritual:
a) Temor de Deus;
b) Exaltação do nome de Jesus;
c) Confissão sincera;
d) Abandono radical do pecado;
e) Abalo do poder das trevas.
II. PASSANDO O BASTÃO (At 20.16-28)
Paulo tinha a certeza de que não voltaria à Ásia. Assim, abre o coração num lindo discurso de despedida (20.17-38). Era sua última oportunidade de orientar pessoalmente os líderes locais. Há muitos tesouros aqui. Vejamos alguns:
1. Uma consciência limpa (At 20.18)
“E, quando se encontraram com ele, disse-lhes: Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia.”
Inicialmente, Paulo faz um breve retrospecto do seu ministério e mostra sua preocupação em andar com integridade diante de Deus e dos homens. Não há ministério autêntico e bem sucedido sem integridade. A vida do pregador sempre falará mais alto do que seus sermões. Uma consciência limpa é a força do ministério, Paulo sabia disso. Não apenas os líderes, mas todos os crentes devem buscar isso. Para alguém dizer o que Paulo diz em Atos 20.18, precisa estar com a consciência limpa. Aliás, “consciência” é uma das palavras prediletas do apóstolo, e ele a usa 21 vezes em suas epístolas. Por que precisamos manter limpa nossa consciência? Paulo dá quatro motivos: a) Porque pregamos a Palavra (v. 25); b) Porque o rebanho é divino (v.28); c) Porque sabemos dos perigos (v. 29); d) Porque somos modelos (v. 33 e 34). Nossa consciência está limpa?
2. O valor de uma vocação (At 20.24)
“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o Evangelho da graça de Deus.”
Paulo está dizendo, em outras palavras, “minha vida não vale nada, a menos que eu cumpra minha vocação” Aprendemos aqui que: a) A vocação é divina; b) É revelada; c) É pessoal; d) É um ministério (serviço). e) Cada um tem a sua: “minha carreira”; f) Não a inventamos (Paulo diz: “eu recebi”). g) É real e espiritual, não uma compensação emocional ou curtição.
Aprendemos muito sobre vocação nesse discurso de Paulo. Ele é, talvez, a maior expressão de vocação na Bíblia sagrada. Qual a importância de uma vocação? Quais suas características? Vemos o peso de uma vocação neste texto de Atos 20.24?
3. Os deveres dos líderes (At 20.28)
“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.”
Temos várias orientações à liderança. Não podemos desconsiderar a importância disso. Paulo foi alguém que investiu muito na liderança local. Ser designado líder na igreja do Senhor é um privilégio grande, sem dúvidas. Mas também é uma grande responsabilidade. O padrão de exigência aos líderes é elevadíssimo.
Vemos nas Escrituras que bons líderes serão galardoados, mas os maus líderes serão cobrados com maior severidade (Tg 3.1). Vejamos, à luz do texto, alguns deveres dos líderes: a) Atentar para sua vida pessoal (v.28); b) Ser cuidadoso com as pessoas às quais serve (v. 28). Responder por elas; c) Prevenir-se contra os falsos mestres (v.29 e 30); d) Edificar os irmãos (v. 31 e 32). Diante de tais padrões, como estamos?
III. LIÇÕES DA TERCEIRA VIAGEM (At 20.35-38)
Como fizemos com as viagens missionárias anteriores, vejamos também nesta algumas lições que devemos trazer à nossa vida prática.
1. A falsa espiritualidade (At 19.13)
“E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.”
O episódio envolvendo “os filhos de Ceva” serve para nós de reflexão sobre qual Jesus nós pregamos. Eles queriam terceirizar a autoridade de Paulo. Como não podiam dizer: “em nome de Jesus, a quem sirvo”, diziam: “em nome de Jesus, a quem Paulo serve”. Sofreram uma suprema humilhação, apanharam do demônio. Faltou-lhes legitimidade no mundo espiritual. O nome de Jesus não é mágico, nem um amuleto para ser usado como uma espécie de senha espiritual. O nome de Jesus é poderoso, mas sem relacionamento e espiritualidade autêntica, de nada serve ser papagaiado como se fosse um talismã.
Falsários e gananciosos desonestos darão conta de usarem indevidamente o santo nome de Jesus para tirarem vantagens. Se não forem desmascarados em vida, como os filhos de Ceva, um dia serão quando ouvirem de Jesus: “nunca vos conheci” (Mt 7.23). Que fique a lição: Principados e potestades não reconhecem roupas de grife, nem título, cargos ou salário alto. Só reconhecem a autoridade do nome de Jesus na vida dos que alinharam a vida à Sua verdade e amor.
2. A bem-aventurança (At 20.35)
“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.”
Paulo já havia dito que era um pastor e servo da igreja, não um explorador (v. 33,34). Agora consubstancia sua fala recordando uma palavra de Jesus não registrada em nenhuma das versões do Evangelho.
Myer Pearlman, brilhantemente menciona quatro motivos porque é bem-aventurado dar: a) Porque o dar é divino. Não há maior doador do que Ele. b) Porque o dar é cristão. Essa fala descreve a própria vida de quem falou e, quem o imita, a Ele se assemelha. c) Porque o dar enobrece. Há uma alegria e uma nobreza que somente quem dá experimenta. d) Porque o dar implica num galardão certo, muito embora essa nunca seja a motivação do autêntico doador.
Temos praticado essa bem-aventurança?
3. O valor dos relacionamentos (At 20.36-38)
“Entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera: que não mais veriam o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio” (At 20.38).
Quem pode contestar o valor dos relacionamentos? Poucas coisas são tão importantes para um cristão como relacionamentos curados e saudáveis. Nada é tão contraditório como alguém
se dizer espiritual e ser ruim de relacionamento. Vida cristã é relacional. No texto, Paulo abre o coração, derrama a alma e ora com seus irmãos. A fraternal e informal reunião é coroada com lágrimas, beijos e entranhas de cordialidade. Não é uma relação de chefe com subordinado, mas irmãos e amigos no reino. Decerto, há algo mais importante do que carreira ou atividades: é a qualidade dos relacionamentos que construímos enquanto somos o que somos e fazemos o que fazemos.
Muitos aproveitam de sua posição para maltratar ovelhas e liderados. No reino de Deus, pessoas valem mais do que tarefas. Nada nos fere tanto e, em contrapartida, nada nos abençoa mais do que relacionamentos saudáveis e de crescimento. A prova disso é que não são poucos os que abandonam suas congregações vitimados por ressentimentos e amarguras advindos de relacionamentos quebrados. É necessário muito investimento para preservarmos relacionamentos saudáveis e, a partir disso, manter a unidade da igreja.
APLICAÇÃO PESSOAL
Exercer o ministério cristão significa anunciar todo o desígnio de Deus, que produz arrependimento dos pecadores e edificação da igreja.
RESPONDA
Marque “V” (verdadeiro) e “F” (falso) nas afirmações abaixo:
1) Uma marca de um ministério bem-sucedido é a proclamação da Palavra de Deus.
2) Evangelizar a cidade de Éfeso foi uma das mais fáceis missões de Paulo.
3) Uma das lições que aprendemos com Paulo é o valor dos relacionamentos.