Lição 12 – O Rico e Lázaro – Arrependimento Tarde Demais

LIÇÃO 12 – O RICO E LÁZARO – ARREPENDIMENTO TARDE DEMAIS

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Esta aula é indispensável para uma compreensão do ministério de Jesus, no que tange ao seu ensino, e também quanto ao futuro eterno de cada ser humano. Explicite aos alunos que a nossa vida, aqui e agora, definirá nosso futuro após a morte. Explique que, nesta parábola, Jesus fala primeiro de como Lázaro e o Dives (em latim, “rico”) viveram.

Defina para os alunos as palavras que aparecem nessa história:

Sheol, em hebraico (ou Hades, em grego) é o estado dos mortos entre a cessação da vida aqui e o juízo final. Chamamos de estado intermediário. Esta expressão nada tem a ver com o purgatório. É “estado” e não “lugar” intermediário. Todos os mortos estão em estado incorpóreo, existindo fora do corpo. Há um lugar para os salvos e outro para os perdidos. Seio de Abraão é um dos nomes do Paraíso, onde estão os salvos.

 

OBJETIVOS

  • Decidir que não viverá indiferente aos outros.
  • Explicar por que nosso destino eterno é decidido agora
  • Empenhar-se por chegar ao Céu.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Chegamos à penúltima lição desse trimestre. Quantas lições preciosas! Para a aula de hoje, é importante levar aos alunos a questão da tomada de decisão sobre o futuro de cada um.

Diga-lhes que, na vida, há decisões que mudarão nosso destino eterno.

Pergunte se alguém já tomou uma decisão errada, e que consequências isso lhe trouxe. Incentive-os a que tenham a Bíblia como parâmetro nas tomadas de decisões.

 

PALAVRAS-CHAVE

Avareza • Morte • Indiferença • Destino

 

RESPOSTAS DAS PERGUNTAS

1)  F

2)  F

3)  V

 

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Há alguns aspectos culturais que, se entendidos, podem nos auxiliar na análise desta parábola.

As vestes de púrpura denotavam uma pessoa muito rica, pois esse pigmento era raro, devido à sua difícil extração a partir de moluscos marinhos, o que encarecia e limitava essas roupas à realeza e pessoas nobres.

Também merece atenção o fato de os cães virem lamber o pobre mendigo. Em nossa cultura, animais domésticos quase fazem parte da família; não era assim naquele tempo. Esses cães eram animais imundos, comedores de carniça, cujo contato deixava religiosamente impuro quem por eles fosse tocado.

A expressão “Seio de Abraão” claramente fazia referência a um lugar de delícias, de honra e exaltação, devido à alta importância que esse patriarca sempre teve para a comunidade judaica.

Também é interessante a preocupação e menção ao sepultamento. Entre os judeus, um cadáver insepulto era uma maldição das piores; daí o juízo de Deus sobre Acabe, conforme profetizado por Elias, ter sido algo assustador: “Quem morrer de Acabe na cidade, os cães o comerão, e o que morrer no campo, as aves do céu o comerão” (1Re 21.24). Não havia castigo pior para um judeu. O curioso é que, no caso desta parábola, em específico, nada é dito sobre o sepultamento de Lázaro; mas isso não deve ser visto com preocupação, pois, na sequência, é dito que ele estava no “seio de Abraão”, uma palavra que significa o mesmo que Paraíso.

Livro: “As Parábolas de Jesus”. (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos, 2018. Págs. 39 e 40)

 

Estudada em 16 de setembro de 2018

 

TEXTO ÁUREO

“Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir,

 

VERDADE PRÁTICA:

O dinheiro quando elevado à categoria de ídolo, nos torna indiferentes a Deus e ao próximo.

 

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Hb 9.27 Não há reencarnações e mortes sucessivas

Terça – Ap 14.13 A morte do cristão é uma bem-aventurança

Quarta – Rm 14.12 O juízo será pessoal e individualizado

Quinta – Rm 1.16 O Evangelho é o poder de Deus para salvação’

Sexta – Sl 90.10 Nossa vida aqui é breve

Sábado – Tg 2.26 A fé sem obras é morta

 

 

LEITURA BÍBLICA

Lucas 16.26-31

26       E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.

27       Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna,

28     porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.

29       Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.

30       Mas ele insistiu: Não, Pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com  Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.

Texto completo: Lucas 16.19-31

 

Hinos da Harpa: 303 – 422

 

 

O RICO E LÁZARO – ARREPENDIMENTO TARDE DEMAIS

 

ORGANIZAÇÃO DESTA LIÇÃO NA REVISTA:

INTRODUÇÃO

I. CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA

  1. Parábola ou fato? Lc 16.19
  2. Contexto Lc 16.14
  3. Resumo Lc 16.19,20


II.     LIÇÕES DA PARÁBOLA

  1. A eternidade é decidida agora Lc 16.24
  2. O rico necessitava de Lázaro Lc 16.21
  3. Vivos e mortos não se falam Lc 16.24


III.     CONCLUSÕES DA PARÁBOLA

  1. A morte vem para todos Lc 16.22
  2. Moisés e os profetas Lc 16.29
  3. O Inferno é real Lc 16.23


APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Esta é uma parábola de caráter único. Apenas aqui Jesus menciona os nomes de seus personagens e, igualmente, apenas nessa parábola, o diálogo se dá na vida pós-túmulo. Essa parábola também nos ajuda diante da inquietante pergunta: “O que acontece conosco após a morte?”.


I. CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA

1. Parábola ou fato? Não é pequeno o número dos que têm afirmado, ao longo da história, que essa narração se refere a fatos reais, e não a uma parábola. Tais estudiosos dizem que estamos diante de uma descrição literal da vida após a morte. Dizem, inclusive, que Jesus conhecera os personagens da história e deles se aproveitou para ensinar sobre as realidades após a vida terrena.

Não cremos assim. Entendemos ser um exagero imaginar que se trata de um caso real. Com que base alguém iria afirmar que Jesus conheceu os personagens desta história? É mais fácil compreender o diálogo entre Abraão e Lázaro como sendo alegórico e típico de uma história parabólica. Vê-la como literal traria muito mais complicação e contradição do que solução. Seria muito complicado, por exemplo, imaginar que o céu e o Inferno estivessem tão perto um do outro, a ponto de permitir uma conversa entre os habitantes de ambos os lugares. Isso, para citar apenas uma coisa.

2. Contexto. Novamente, essa é uma narrativa peculiar ao evangelho de Lucas. Ela nasceu em um contexto no qual Lucas mostra a zombaria dos fariseus diante dos ensinos de Jesus com relação ao dinheiro, e a nota nada agradável de que eles eram avarentos. Eles tinham uma vida luxuosa, se comparada com o restante do povo e, diante da afirmação categórica de Jesus, de que não se pode servir a dois senhores, eles tiveram uma reação hostil. Isso levou Jesus a contar a parábola em questão, desta vez destacando o triste fim daqueles que vivem apenas para satisfazer seus desejos egoístas e agem indiferentes aos que sofrem à sua volta. É interessante a reincidência de parábolas que têm lições envolvendo bens materiais ou dinheiro. Jesus ensinou muito sobre os perigos do dinheiro. Talvez porque não haja nada com tanto potencial de se tornar um ídolo no coração humano quanto as riquezas.

3. Resumo da Parábola. Na história, temos dois personagens centrais: O rico e Lázaro (um mendigo). O rico era um colunável, alguém que dava grandes festas, que vivia em badalações e prazeres sem conta. Esse homem não tinha problemas aparentes, pelo menos não os de natureza financeira; e, provavelmente, não conhecia ninguém que os tivesse. Sua casa era certamente a mais luxuosa de todas. Roupas “de grife”, opulência e desperdícios faziam parte de sua rotina. Curiosamente, algo que não pode passar despercebido no texto é que esse homem era religioso, pois “conhecia” a Abraão e o chamava de Pai. Havia também o outro, chamado Lázaro, cujo significado era “Deus socorreu”. De fato, ninguém nunca socorreu o pobre homem, e sequer ligavam para ele. Era um andrajoso, alguém à margem, e que nunca foi percebido pelo rico, em cujo portão fazia “ponto”. Os únicos amigos que tinha eram os desprezíveis cães. Jesus realça fortemente os contrastes entre os dois:

De um lado, uma mesa farta; do outro, o desejo por migalhas. De um lado, riqueza sem tamanho; do outro, uma miséria repulsiva. De um lado, roupas de linho finíssimo e perfumadas (essa é a única ocasião que Jesus menciona o que alguém vestia); do outro, um malcheiroso cheio de trapos.

Ocorre que, repentinamente, diz Jesus, os dois morrem, e a eternidade é descortinada diante deles e dos ouvintes da história.

A sepultura não é o ponto final para ninguém


II. LIÇÕES DA PARÁBOLA

1. A eternidade é decidida agora. Abraão diz para o rico que o mundo dos mortos está dividido em duas partes e, quem está de um lado, não pode passar para o outro. Há um abismo separando a ambos. Em outras palavras, no tempo presente, podemos fazer escolhas, tomar decisões, clamar, nos arrepender e sermos transformados. Após a morte, nosso destino está nas mãos de Deus. E, seja qual for, é definitivo e inalterável (Hb 9.27). Isso impõe uma reverência e cuidado muito grandes com a nossa vida aqui. Nossas decisões agora ecoarão por toda a eternidade, em especial a resposta que daremos ao chamado de Cristo (Jo 5.24).

A Bíblia Sagrada desconhece a doutrina do purgatório. Igualmente estranha é a doutrina kardecista da reencarnação. Se escolhermos viver sem Deus, aqui e agora, certamente é assim que passaremos a eternidade. Não haverá oportunidades póstumas.

2. O rico necessitava de Lázaro. Em geral, pensamos que o necessitado ali era apenas o pobre Lázaro, mas isso é um engano. O mendigo ao portão do rico era um alerta de que a vida é frágil e de que a oportunidade de servir o outro não precisa ser vista como um peso. O rico não percebeu isso. Todo dia, ao sair, ele via junto ao seu portão, aquele pobre coitado; mas sua preocupação era apenas e tão somente consigo. Na sua filosofia de vida, não havia espaço para o outro, especialmente para o necessitado. O outro não era sua prioridade e, gradativamente, isso vai gerando uma insensibilidade constante que, por fim, cauteriza por completo sua consciência.

Tudo quanto aquele homem tinha, ele gastou apenas consigo mesmo e nos seus caprichos. A parábola diz que nem os restos ou migalhas eram oferecidos a Lázaro. Era como se ele sequer existisse. A riqueza e o egoísmo do homem rico, de um lado, não deixaram com que ele enxergasse Lázaro; e, de outro, impediram que ele visse sua própria miséria diante de Deus.

3. Vivos e mortos não se falam. Diante do clamor do homem para que Abraão enviasse até seus irmãos um alerta, através de Lázaro, para que evitassem igual destino, vem a resposta de que tal coisa só seria possível se houvesse ressurreição e alguém voltasse a viver. A pregação e o anúncio da vontade de Deus acontecem apenas e tão somente, através dos vivos. Quem já morreu e está no mundo dos mortos, seja de que lado for, permanece no mundo dos mortos. Para vir ao mundo dos vivos, precisa ressuscitar. Essa é uma verdade muito séria para nós, sobretudo em um país onde multiplicam-se todo dia centros espíritas ou terreiros de Umbanda, onde, supostamente, os mortos falam.

 

A vida é precária e preciosa. Não presuma que certa mente amanhã você estará vivo. Não desperdice sua vida hoje

(John Piper)


III. CONCLUSÕES DA PARÁBOLA

1. A morte vem para todos. Nunca ocorreu ao rico que ele também era mortal. Ele vivia sem preocupações aparentes e não percebeu que os dias conspiravam contra ele. Por fim, os dois morreram ao mesmo tempo. Quando ele caiu em si, já está na eternidade. Não é sábio vivermos sem reconhecer nossa finitude, o fato de que nossos dias correm por entre os nossos dedos. A maioria prefere viver sem pensar nisso, mas ninguém pode negar o fato de que cada dia que passa é um dia a menos para cada habitante deste planeta. A cada dia que passa, o berço está mais longe, e a sepultura está mais próxima.

Um dos problemas das riquezas e bens materiais é que eles produzem uma falsa segurança, inclusive quanto à eternidade. A segurança daquele homem estava no dinheiro, mas isso não garantia que ele viveria sem jamais enfrentar a morte.

2. Moisés e os profetas. “Ouçam as Escrituras”, disse Jesus. Deus não mudou Sua maneira de falar aos homens, continua fazendo isso por meio do anúncio das boas novas. Se o Evangelho e as Escrituras forem ignorados, nem mesmo milagres resolverão. Eles não substituem a pregação do Evangelho. Nada pode ocupar o lugar da pregação da Palavra de Deus, porque nenhum outro meio ou instrumento pode salvar. Apenas o Evangelho nos leva a Cristo, pois ele é o “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Educação é boa e necessária. Cultura é boa e necessária; mas, a maior necessidade do homem continua sendo o Evangelho. O Evangelho é insubstituível e incomparável. As palavras finais de Jesus na parábola revelam isso: “Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (Lc 16.31). As Escrituras são e serão sempre suficientes para levar o homem ao arrependimento e à conversão.

3. O Inferno é real. O Inferno não só é real, mas, conforme a parábola, um lugar de necessidades insaciáveis, desejos não atendidos, lembranças amargas e ausência de consolo. Não existe destino alternativo. Somente Céu e Inferno. Os homens não gostam da doutrina do Inferno e tentam negá-lo, negando igualmente, que exista o pecado. Mas isso não muda as Escrituras. Jesus Cristo falou bastante sobre o Inferno. Vejamos o que essa parábola revela sobre o Inferno:

  1. a) O Inferno é um lugar de tormento (v. 23).
  2. b) O Inferno é um lugar onde não há consolo (v. 24,25).
  3. c) O Inferno é um lugar de onde não se pode sair [v. 26).
  4. d) O Inferno é um lugar onde o pedido de socorro não é atendido (v. 2 7).
  5. e) O Inferno é um lugar de lembranças amargas (v. 27,28).
  6. f) O Inferno é um lugar de onde não se pode mais ajudar a família (v. 28-30).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

O que estamos fazendo pelos “Lázaros” que continuam à nossa porta? Nós os vemos e os ajudamos, ou temos sido indiferentes a eles?

 

RESPONDA

Marque V para verdadeiro e F para falso nas afirmações abaixo:

1 ( ) Nosso destino eterno não necessariamente precisa ser decidido nesta vida

2 ( ) Percebemos nesta parábola que o destino eterno do homem rico nada tem a ver com

a maneira como ele viveu.

3 ( ) Nada pode substituir a pregação do Evangelho.

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