Lição 2 – Marcos 2 e 3: A Oposição ao Servo

LIÇÃO 2: MARCOS 2 e 3: A OPOSIÇÃO AO SERVO

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Marcos 2 e 3 há 28 e 35 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 3.1-21 (5 a 7 min.).

Caro(a) professor(a), nesta lição veremos que o ministério do Filho de Deus é muito operante. Nós também podemos transformar vidas se nos mostrarmos, nós mesmos, transformados. O crente é um cego que passou a ver; um paralítico que finalmente andou. Se nós mesmos somos um milagre, outros vão andar e enxergar quando contarmos quem nos transformou. Porém, como aconteceu com Jesus, logo aparecerão opositores que tentarão desacreditar a fé que nos sustenta. Mesmo assim, haja o que houver, sejamos perseverantes. Antes de conhecermos Jesus éramos paralíticos, agora podemos andar. Aleluia! É tempo de levarmos a Jesus todos quantos estejam dispostos a crer e a aceitá-lo como Filho do Altíssimo.

 

OBJETIVOS
• Proclamar o Evangelho e dar testemunho da nossa transformação.
• Perseverar na fé em Jesus mesmo sob críticas e acusações.
• Acolher todos quantos queiram conhecer Jesus e libertar-se dos pecados.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Podemos começar a aula refletindo sobre o que dizem atualmente os opositores do Evangelho de Jesus. O contexto é de idolatria crescente; atentados à criação através da legalização do aborto e da ideologia de gênero. Há ainda seitas judaizantes e pregações enganosas. Nossos desertos devem nos qualificar, nunca nos desanimar. Não nos cabe julgar, mas convidar cada um a cear com Jesus, como na casa de Levi. A mensagem é de arrependimento e perdão. Sejamos dinâmicos no trabalho que temos a fazer.

 

RESPOSTAS
1) Cafarnaum (Mt 4.13)
2) O Evangelho era incompatível com as velhas tradições religiosas da época.
3) Davi (1Sm 21.1-6).

 

LEITURA ADICIONAL
Nos versículos anteriores a essa passagem, vemos nosso bendito Salvador subir à acusação dos escribas que diziam estar ele em aliança com diabo e versículos que lemos agora percebemos que essa acusação absurda feita pelos escribas não foi tudo que Jesus precisou tolerar naquela ocasião. Somos informados também de que, nisso chegaram sua mãe e seus irmãos e tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo. Eles eram ainda incapazes de compreender a beleza e a utilidade da vida que nosso senhor vivia.  Embora, sem duvida, o amassem muito, eles o teriam, de bom grado persuadido a interromper suas atividades com a finalidade de poupá-lo.  Não sabiam que estavam fazendo por com havia observado ao compreender as palavras de Nosso Senhor quando ele tinha apenas 12 anos: ‘Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?’ (Lc 2.49). É Interessante observarmos a tranquila, mas firme perseverança de nosso Senhor diante de todos os desencorajamentos. Nenhuma dessas coisas foi capaz de abalá-lo. As caluniosas insinuações de seus adversários e as bem-intencionadas reprimendas de seus amigos e parentes ignorantes mostraram-se igualmente incapazes de fazê-lo desviar-se de seu curso, Jesus havia voltado o rosto, decididamente, na direção da cruz e da coroa. Ele sabia qual missão viera cumprir nesse mundo. (…) Assim deve acontecer com todos os servos de Cristo. Nada, por um momento sequer, deve desviá-los do caminho estreito ou levá-los a parar e olhar para trás. Que eles não deem atenção às maldosas observações dos inimigos! Que não desistam diante de bem-intencionadas, mas errôneas súplicas de parentes e amigos não convertidos. Pelo contrário, que eles respondam com as palavras de Neemias: ‘Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer’ (Ne 6.3). Que eles declarem: “já tomei minha cruz e de modo nenhum me desfarei dela!”.
Livro: Meditações no Evangelho de Marcos (RYLE. John Charles. 2. ed. São José dos Campos. SP: Editora Fiel. 2018. pp. 58-59).

 

Estudada em 9 de outubro de 2022

 

LIÇÃO 2: MARCOS 2 e 3: A OPOSIÇÃO AO SERVO

 

Texto Áureo
“Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.” Mc 3.6

 

Verdade Prática
Servir a Cristo também significa ser fiel e corajoso em meio às provações e perseguições.

 

Leitura Bíblica Para Estudo: Marcos 3.1-21

 

INTRODUÇÃO

 

I. OPOSIÇÃO SILENCIOSA Mc 2.1-12
1. O paralítico e seus amigos Mc 2 3
2. Jesus e seus opositores Mc 2.7
3. Perdão de pecados Mc 2.9

 

II. OPOSIÇÃO EXPLÍCITA Mc 2.13-22
1. Reunião com pecadores Mc 2.15
2. Negligência do jejum Mc 2.18
3. Velhas tradições Mc 2.21


III. OPOSIÇÃO CRUEL Mc 2.23-3 35

1. Porque valorizou as pessoas acima dos costumes Mc 2.27
2. Porque fez o bem Mc 3.4
3. Porque não recuou Mc 3.14


APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 225 – 305

 

Lição 2 – Marcos 2 e 3: A Oposição ao Servo

 

INTRODUÇÃO
Jesus atinge o auge de sua popularidade. Multidões afluem de todos os cantos em busca de cura e libertação (2.2; 3.7-8). Mas a popularidade de Jesus também atrai terríveis opositores, polêmicas religiosas e resistências familiares.

I. OPOSIÇÃO SILENCIOSA (Mc 2.1-12)

1. O paralítico e seus amigos (Mc 2.3)
Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens.
Devido à privilegiada localização geográfica, Cafarnaum foi escolhida por Jesus como sua cidade-base (Mt 4.13). O Servo encontrava-se “em casa” (2.1), provavelmente a casa de Pedro (Mc 1.29). Havia uma multidão no local (2.2).
De repente, percebeu-se que algumas pessoas enfrentavam dificuldades para conduzir um paralítico até Jesus. Somente Marcos revela que eram precisamente quatro homens os que carregavam o paralítico (2.3-4).
Esse grupo tinha uma fé persistente e criativa: o peso do paralítico, a impenetrabilidade da multidão e as tentativas frustradas de acesso a Jesus pelas vias usuais não os fizeram desistir. Confiantes de que Jesus curaria aquele desafortunado, não mediram esforços: engenhosamente, contornaram a multidão, destelharam a casa e, pelo teto, baixaram diante de Jesus o leito em que Jazia o paralítico (2.4; Lc 5.19). O que nos tem impedido de levar pessoas a Cristo?

 

2. Jesus c seus opositores (Mc2.7)
Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?
A fé daqueles homens chamou a atenção de Jesus. Por isso, sua resposta foi igualmente surpreendente: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (2.5). Ora, a expectativa geral era a cura do corpo, porém Jesus decidiu tratar antes com o verdadeiro problema daquele homem: seu coração. Arrancou o mal pela raiz ao perdoar seus pecados, oportunizando salvação espiritual – propósito principal de sua vinda (Mt 1.21).
Nesse ponto, o foco passa para a oposição dos doutores da lei. É que a menção a perdão de pecados suscita acusação silenciosa de blasfêmia por parte de alguns escribas ali presentes (2.6-7), uma vez que só Deus pode perdoar pecados (Êx 34.6-7). O equívoco foi não perceber que aquele que estava entre eles era o próprio Deus.

 

3. Perdão de pecados (Mc 2.9)
Qual é mais fácil: Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: levanta-te, toma o teu leito e anda?
Para seus críticos, Jesus era um charlatão e não poderia perdoar pecados (2.7). A prova disso era que tinha se limitado apenas a proclamar esse perdão, todavia sem prová-lo. Para eles, a prova irrefutável seria fazer o paralítico andar.
Então, não por ostentação pessoal ou pressão humana, mas como mais um ponto da sua maravilhosa aula (para que “saibais” – 2.10), Jesus se revela como o prometido Filho do Homem (Dn 7.13-14) c ordena ao paralítico que se levante, tome seu leito e retorne para casa.
No mesmo instante, o homem não só é curado, como também obedece à risca aos comandos do Servo de Deus, deixando todos admirados (2.10-12). Jesus faz a obra completa em nossas vidas.

 

 

II. OPOSIÇÃO EXPLÍCITA (Mc 2.13-22)

1. Reunião com pecadores (Mc 2.15)
Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam.
Marcos agora mostra que a autoridade de Jesus para perdoar pecados se estende inclusive para o coletor de impostos Levi, também chamado de Mateus (Mt 9.9). “Segue-me! Ele se levantou e o seguiu (Mc 2.14).
Ora, por cooperarem com o governo romano e explorarem o povo, não raro cobrando além do devido, essa classe social, também chamada de “publicanos” era profundamente desprezada pela comunidade.
Levi prepara, então, um banquete em sua casa. Convidados? Jesus e seus discípulos, além de “muitos publicanos e pecadores” (2.15). A oposição, que antes fora um simples questionamento silencioso consigo mesmo (2.6-7), agora se torna verbalizada, todavia ainda não diretamente para Jesus, mas para seus discípulos: por que ele come e bebe com publicanos e pecadores (2.16)?
Porém, o próprio Jesus responde: “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores” (2.17). De fato, Jesus chama para si exatamente os cansados e sobrecarregados (Mt 11.28).

 

2. Negligência do jejum (Mc 2.18)
Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?
A lei apontava para um jejum anual, no dia da expiação (Lv 16.29-34). Todavia, os fariseus, por exemplo, orgulhavam-se de jejuar pelo menos duas vezes por semana (Lc 18.12). Eles faziam do jejum o palco de um teatro onde apresentavam o show de uma piedade inexistente e hipócrita.
A pergunta agora é feita diretamente a Jesus (2.18). A oposição se torna cada vez mais explícita. Em resposta, Jesus compara a sua presença na terra com uma festa de casamento: “Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar” (2.19). Ora, casamento é sinônimo de quebra de rotina, novidade de vida a alegria abundante. Não faz qualquer sentido jejuar em plena festa de casamento.
E bom destacar que Jesus não estava contra o jejum. Ele denunciou o jejum dos hipócritas, mas não era de modo algum contra o verdadeiro e legítimo jejum que teria lugar na Igreja depois da Sua ressurreição até os nossos dias.

 

3. Velhas tradições (Mc 2.21)
Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura.
O Evangelho implica em vida radicalmente nova (2Co 5.17). Para clarear essa profunda verdade, Jesus se vale de duas figuras próprias ao cotidiano da época: remendo de roupas e acondicionamento de vinho.
Jesus afirma que não se costura remendo de pano novo em veste usada (2.21). De fato, quando esse remendo novo for molhado, ele encolherá e rasgará o tecido velho. Da mesma forma, não se põe vinho novo em recipientes de couro (odres) velhos (2.22). É que o vinho novo fermenta e se expande, rompendo a vasilha antiga, frágil e já inflexível.
Jesus trouxe novidade de ensino e de vida (Mc 1.22 e 27; 2.12 e 3.34-35). Portanto, o cristianismo não é um adendo ou apêndice ao judaísmo, tampouco reforma dos antigos costumes judaicos. Trata-se, em verdade, de algo incompatível com a religiosidade exterior e as velhas tradições veneradas pelos líderes de então. Seu sangue constitui uma nova aliança (1Co 11.25), com uma nova comunidade (3.35) e novas práticas (Mt 5.3-15).

 

 

III. OPOSIÇÃO CRUEL (Mc 2.23-3.35)

1. Porque valorizou as pessoas acima dos costumes (Mc 2.27)
E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.
A oposição a Jesus vai se tornando cada vez mais insistente e alarmante. Agora o Servo será testado em relação a outro tema caro aos fariseus: a questão do sábado.
Ao observarem que os discípulos de Jesus colheram e comeram espigas, após debulhá-las com as mãos (2.23; Lc 6.1), os fariseus os acusam de violação do sábado (2.24; Ex 20.8-11).
Jesus aproveita a oportunidade para resgatar o autêntico sentido da lei divina, rememorando o episódio em que Davi e seus companheiros, com fome e desespero, entram no tabernáculo (“casa de Deus”) e comem pães sagrados (1Sm 21.1-6), então destinados exclusivamente aos sacerdotes (Lv 24.5-9). Ora, ritos não valem mais que o ser humano. Assim, conclui que o sábado foi estabelecido por causa do homem e não o contrário (2.27).
Como se vê, o conhecimento da Palavra é antídoto contra o legalismo e o amor é a chave de compreensão da Lei de Deus (Dt 6.5).

 

2. Porque fez o bem (Mc 3.4)
Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio.
O debate a respeito do sábado se prolonga. Desta feita, Jesus entra em uma sinagoga e se depara com um homem cuja mão direita estava ressequida (3.1). Insensíveis, seus opositores observam atentamente para ver se curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem (3.2).
Jesus não se faz de rogado: É lícito fazer o bem no sábado? Marcos é o único que registra o silêncio sepulcral dos opositores. Mateus 12.11-12 detalha mais: “Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha?”. O argumento é irrefutável. Jesus conclui a magistral lição: “Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem”.
Em seguida, sai da teoria para a prática: à vista de todos, cura o homem, restaurando-lhe a mão (3.5). Para os fariseus, a verdadeira religião consistia em obedecer às leis. Para Jesus, porém, era amar o próximo (Jo 13.34-35; Tg 1.27).
Mesmo apenas fazendo o bem, a oposição ao Servo de Deus se acirra: uma surpreendente coalizão político-religiosa entre fariseus e herodianos (defensores da dominação romana) contra Jesus. O objetivo? Matá-lo (3.6). Os homens amaram mais as trevas do que a luz (Jo 3.19).

 

3. Porque não recuou (Mc 3.14)
Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar.
Perseguições nunca frearam o Reino de Deus. Pelo contrário, expandiram-no (Êx 1.12; At 8.1 e 4). No auge da perseguição, inclusive com conspirações pela sua morte, Jesus segue resoluto em sua missão (3.7-11). Mais que isso: Jesus decide amplificar o poder de alcance de seu ministério ao separar entre seus discípulos doze homens para estarem mais próximos de si e os enviar para pregar e exercer a autoridade de expelir demônios (3.14-15).
O conflito cósmico se agrava. A reação maligna é dura e cruel: a sanidade mental de Jesus é posta em xeque por sua própria família (3.21). Não bastasse, a seguir vem a sórdida acusação da parte dos líderes religiosos: “É pelo maioral dos demônios que expele os demônios (3.22).
Na articulação de sua resposta, Jesus demonstra plena saúde Intelectual e espiritual: de início, prova a contradição lógica das acusações (3.23-26); depois, afirma, por parábola, sua franca oposição a Satanás (3.27); por fim, faz solene advertência a respeito do perigo do pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo (3.28-29).
Frustrados os ataques ao espírito e à mente, é chegado o momento da tentativa de contenção física: a família de Jesus aparece para levá-lo (3.31-32). A provável intenção de dar-lhe proteção, alimento e descanso (3.6, 9 e 20) era nobre e compreensível. Entretanto, a missão do Servo era fazer a vontade de Deus (Jo 6.38). Por isso, para Jesus, vínculos espirituais haveriam de redimensionar o conceito de família: todos que abraçassem essa vontade seriam a sua própria família (3.35; Sl 27.10).

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Aquele que serve a Cristo caminha triunfantemente em meio a toda espécie de perigos e oposições.

 

RESPONDA

1) Qual a cidade-base de Jesus em seu ministério público na Galileia?

2) O que Jesus quis dizer ao afirmar: “ninguém costura remendo de pano novo em veste velha”?

3) Ao se defender da acusação de violar o sábado, que importante personagem do Antigo Testamento Jesus invocou?