Lição 2: Isaías 6: A Visão e o Chamado de Isaías

ESTUDO 2: ISAÍAS 6: A VISÃO E O CHAMADO DE ISAÍAS

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Isaías 6 há 13 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Isaías 6.1-13 (2 a min.).
A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
A Paz do Senhor, professor(a)! Hoje trataremos daquele capítulo que conhecemos como “o chamado de Isaías”. Vamos voltar à descrição que o profeta escreveu para tentar verbalizar em linguagem humana a soberania gloriosa de Deus. A visão do que ele entende ser as vestes de Deus e do coro de querubins são os destaques da-quela realidade surpreendente. A imagem contrasta com as baixezas e pecados do povo; com a humanidade imperfeita do próprio Isaías, que naquele momento foi convocado. Quanto a nós, devemos nos dispor como Isaías até que por nós se dê a conhecer a mensagem de Deus ao mundo. Temos o Evangelho de Jesus a proclamar, pois para isso Ele nos tem chamado.

 

OBJETIVOS
• Compreender a visão celestial de Isaías e a importância da santidade e reverência a Deus.
• Reconhecer o impacto da purificação de Isaías e sua prontidão para responder ao chamado divino.
• Refletir sobre o chamado missionário, valorizando a resposta voluntária ao serviço de Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Selecione alguns objetos segundo o seu peso e os distribua em grupos desde os mais leves; os de peso médio e, num terceiro grupo, os mais pesados. É importante que os mais leves sejam os mais valiosos e os mais pesados tenham pouco valor (um relógio e um vaso com areia, por exemplo). Depois, chame três voluntários e deixe que escolham qual objeto querem segurar até o final da aula.
A ideia é mostrar que nem todos estão disponíveis para assumir tarefas difíceis, como Isaías estava.

 

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO
1) Deus conosco.
2) Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz.
3) A chegada de um renovo vindo da raiz de Jessé.

 

LEITURA ADICIONAL
“Emanuel: uma mensagem de esperança”.
Eram dias de perigo para a nação de Judá. A Assíria estava se fortalecendo e ameaçando as nações menores, cuja segurança dependia de um equilíbrio muito delicado de forças políticas. A Síria e Efraim (o reino do Norte) tentaram pressionar Judá a entrar numa coalizão contra a Assíria, mas Acaz se recusou a juntar-se a eles. Isso porque havia feito secretamente um tratado com a Assíria! (2Rs 16.5-9). O rei estava fazendo jogos políticos em vez de confiar no poder de Deus. A Síria e Efraim planejavam destronar Acaz e colocar “o filho de Tabeal” em seu lugar, e Acaz estava em pânico.
Se Acaz tivesse acreditado na promessa de Deus, teria rompido seu tratado com a Assíria e chamado seu povo para orar e louvar, mas o rei persistiu em sua incredulidade. Percebendo a fraqueza da fé do rei, Isaías ofereceu-se para dar um sinal de encorajamento, mas Acaz manteve sua “fachada de piedade” e recusou a oferta. Sabendo que estava secretamente aliado à Assíria, de que modo Acaz poderia honestamente pedir a Deus um sinal especial? Então, em vez de falar em particular com o rei, Isaías dirigiu-se a toda a “casa de Davi” e profetizou sobre “Emanuel”. Sem dúvida, o cumprimento definitivo dessa profecia está em nosso Senhor Jesus Cristo, que é “Deus conosco” (Mt 1.18-25; Lc 1.31-35). O nascimento virginal de Cristo é uma doutrina-chave, pois se Jesus não é Deus que veio em carne e osso, sem pecado, então não temos Salvador. Era preciso que Jesus nascesse de uma virgem, separado da geração humana, pois ele existia antes de sua mãe. Cristo não nasceu simplesmente neste mundo, mas desceu do céu ao mundo (Jo 3.13; 6.33, 38, 41, 42, 50, 51, 58). Jesus foi enviado por seu Pai e, portanto, veio ao mundo por meio de mãe humana, mas não de pai humano (Jo 4.34; 5.23, 24, 30; 9.4).
Livro: Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento: volume IV, Profético (Warren W. Wiersbe; Santo André, SP: Geográfica editora, 2006, Págs. 19 e 20).

 

Estudada em 12 de janeiro de 2025

 

ESTUDO 2: ISAÍAS 6: A VISÃO E O CHAMADO DE ISAÍAS

 

Texto Áureo
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.

 

Verdade Prática
Reconhecer a santidade de Deus nos leva a uma postura de reverência e disponibilidade para cumprir Seu chamado.

 

Leitura Bíblica Com Todos: Isaías 6.1-13

 

INTRODUÇÃO

I. VISÃO DE DEUS 61-4
1. As vestes enchiam o templo 6.1
2. Os serafins 6.2
3. “Santo, Santo, Santo” 6.3

II. VISÃO DE SI MESMO 6.5-7
1. “Ai de mim! Estou perdido!” 6.5a
2. Os meus olhos viram o Senhor 6.5b
3. Lábios purificados pela brasa 6.6,7

III. O CHAMADO DE ISAÍAS 68
1. Ouvi a voz do Senhor 6.8
2. Quem enviarei 6.8b
3. Envia-me a mim 6.8c

APLICAÇÃO PESSOAL

Hinos da Harpa: 127 – 515

INTRODUÇÃO
O capítulo seis registra o chamado de Isaías para o ofício profético. A visão da sala do trono, do “Santo dos Santos”, influenciou grandemente o seu ministério. A morte do rei Uzias, após 52 anos de reinado, marcou o final de uma era e veio acompanhada de muitas tensões e mudanças radicais. Foi neste momento difícil que Deus apareceu e chamou Isaías.

I. VISÃO DE DEUS (6.1-4)
A visão do trono de Deus foi realmente uma experiência fabulosa que marcou a vida do profeta intrépido e temente a Deus. Ele viu coisas celestiais, tais como o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono e anjos que voavam na presença do Criador.
O apóstolo Paulo teve uma experiência similar, quando foi arrebatado até o “terceiro céu” (2Co 12.2). O apóstolo João, na Ilha de Patmos, teve uma grande experiência quando foi “arrebatado em espírito” (Ap 4.2). Tais experiências mudaram radicalmente a vida daqueles homens, tornando-os grandes testemunhas oculares da ação divina sobre a humanidade.

 

1. As vestes enchiam o templo (6.1)
No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.

Para o desanimado profeta, enquanto ele orava no templo em Jerusalém, o Senhor concedeu uma visão transformadora de Sua glória. Assim ele assegurou a Isaías que, apesar da aparente maldade sobre a terra, o Senhor Jeová continuava reinando onipotente sobre o Seu trono celestial, adorado pelos querubins, poderosos anjos celestiais. Até os alicerces do Templo terrestre tremeram sob o estrondo do coro angelical e o santuário se encheu de fumaça do incenso da oração.
As abas das vestes correspondem aos sopés, as orlas da glória do Senhor, que se veste com luz resplandecente, uma indumentária solene cujas abas enchiam todo o santuário celestial. O apóstolo João se refere a esta visão de Isaías como sendo uma visão da glória do Cristo (Jo 12.41).
Antes de entrar no “Santo dos Santos” havia um altar, chamado de “altar do incenso”. O Sumo Sacerdote deveria acender o incenso, e empurrá-lo junto ao véu que separava os compartimentos entre o “Santo” e o “Santo dos Santos”. Sendo assim, o veículo que conduzia o homem ao “Santo dos Santos” era o incenso.
A Bíblia descreve o incenso como símbolo da “oração”, pois, a oração conduz o homem ao mais alto nível de intimidade com Deus e tem valor inestimável (Ap 8.3-4).

 

2. Os serafins (6.2)
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.
Os Serafim são seres celestiais dedicados a proclamação da santidade de Deus e à Sua glória. Certamente, cobriam o rosto porque não se achavam dignos diante da majestade de Jeová. Cobriam os pés como sinal de reverência e respeito diante do Santo dos santos e Senhor dos Exércitos.
Esta passagem nos ensina que devemos ter reverência na presença do Senhor nosso Deus. Pois os serafins, seres santos e puros, o tiveram como sinal de temor. Em Cristo, temos a liberdade de adorar o Criador, mas não de qualquer jeito. Não devemos tratá-lo como um ser comum, não dando a ele o devido respeito e a devida reverência. Devemos honrá-lo, sim, com celebração, respeito, adoração e exaltação ao seu eterno nome (Hb 12.28-29).

 

3. “Santo, Santo, Santo” (6.3)
E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
Outro detalhe da visão de Isaías foi a a exaltação de Deus feita pelos serafins. Eles repetem, por três vezes, o termo “santo”. Esta expressão, no hebraico, é qadôsh, que significa literalmente “sagrado, separado”. Na Bíblia, aparece só duas vezes nesta forma tríplice “santo, santo, santo”: uma no Antigo (6.3) e outra no Novo Testamento (Ap 4.8). Em ambos os casos, a expressão “santo, santo, santo” é falada ou cantada por seres celestiais; ocorre durante a visão de homens que foram agraciados pelo dom da profecia e sempre perante o trono de Deus.
A santidade é um dos atributos de Deus que o distingue de todos os outros seres. Para o homem é muito difícil alcançá-la plenamente, mas ainda assim somos exortados a buscar a santificação e a nos tornarmos santos como Ele o é.

 

 

II. VISÃO DE SI MESMO (6.5-7)
Até o momento, o profeta estava fascinado pela visão da glória de Deus, mas agora sua visão se volta para ele próprio e para o seu povo:
1) sua própria condição espiritual de pecaminosidade; 2) a condição espiritual do povo, pois o pecado atingiu a todos 3) o perdão de seus pecados, quando reconhece e confessa. Esta maravilhosa declaração mostra que o homem de Deus está diante de uma realidade espiritual incomensurável.

 

1. “Ai de mim! Estou perdido!”(6.5a)
Então eu disse:— Ai de mim! Estou perdido! …(Isaías 6.5).
Na hermenêutica bíblica, a expressão “ai” significa “um juízo iminente sobre alguém ou localidade”.
O termo é usado cerca de 50 vezes pelos profetas da Bíblia. O próprio Senhor Jesus também proferiu seus “ais”, como vemos em Mt 23.13-39, sempre relacionados a um alerta de justiça e juízo.
Diante do que viu, Isaías estremeceu dizendo: “aí de mim! Estou perdido”. Ele confessou: “meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!”. O profeta viu o Messias de Israel, o Ungido de Deus, o Cristo, Rei da Glória. Este mesmo Cristo foi visto por Daniel em sua visão no rio Tigre (Dn 10.5-6) e por João na ilha de Patmos (Ap 1.13-15).

 

2. Os meus olhos viram o Senhor(6.5b)
…Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! (6.5).
Isaías, por vezes conhecido como “o quinto evangelista” reconhecia sua condição humana diante de tamanha responsabilidade espiritual (v. 5). Naquele local — inundado pela magnífica presença de Deus — Isaías faz uma rápida autoanálise e logo se dá conta da sua condição espiritual. Percebe a sua própria injustiça perante a magnitude da santidade do Senhor. Esse texto deixa claro que o encontro com Deus nos proporciona a percepção dos nossos erros perante Ele e o arrependimento necessário para sermos perdoados.
Alguns intérpretes têm dito que o Rei visto por Isaías se aplica ao Senhor Jesus Cristo. Pois, diante do Rei Jesus, o homem tem uma honesta visão de si mesmo e logo reconhece a pecaminosidade presente em sua
vida, percebendo, assim, sua pequenez espiritual (Jo 1.27).

 

3. Lábios purificados pela brasa (6.6,7)
Com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado (6.7).
Um serafim tirou do altar uma “brasa viva” e com ela tocou a boca do profeta. A brasa é um agente purificador. O texto é enfático quando diz que logo os lábios impuros do homem de Deus foram purificados e aptos para dizerem ao povo: “assim diz o Senhor” (7.7).
Neste mesmo prisma, o ensino de Tiago 3.8-10 chama a atenção para atitudes e pensamentos verbalizados. O crente deve ter cuidado com seus lábios, principalmente o mensageiro de Deus.
Se o profeta incorrer em maus pensamentos, estes não devem ser transformados em palavras que, uma vez pronunciadas, poderão tornar-se instrumentos de maldição.
Como poderiam os lábios impuros repetir o hino angélico? Sua consciência pesava sob o sentimento de fraqueza e fracasso pessoais. Ele nada mais podia fazer além de confessar sua incapacidade e condição decaída. Mas a graça redentora de Deus apressou-se em atender à sua necessidade aplicando aos seus lábios uma brasa tirada do altar de holocausto. Essa brasa simbolizava a expiação e purificação de seus pecados. Isaías foi, assim, purificado e equipado para o louvor, a oração intercessória e a proclamação da Palavra de Deus.

 

III. O CHAMADO DE ISAÍAS (6.8)
Pela primeira vez, Deus então fala. É como se Isaías não estivesse pronto para ouvir antes desse momento, como se a possibilidade de serviço não pudesse ser apreciada até esse ponto.

1. Ouvi a voz do Senhor (6.8)
Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.

No encontro na sala do trono, Isaías recebe o chamado para ser profeta. Isto prova que, antes de ingressar no chamado, precisamos de um verdadeiro encontro com Deus para entender a nossa limitação diante da santidade do Todo-Poderoso e, assim, reconhecer total dependência dele.
Quando reconhecemos a nossa total dependência do Deus que chama para o ministério do anúncio da Sua Palavra, Ele nos reveste de humildade e capacidade para exercer o chamado com eficácia espiritual (v. 6-7).

 

2. Quem enviarei (6.8b)
…A quem enviarei, e quem há de ir por nós?… (6.8b)
O propósito de Deus em tudo isso agora se torna claro: o Senhor busca alguém para enviar ao Seu povo, e Isaías se oferece voluntariamente. Aquilo que ele viu e ouviu, que inicialmente o aterrorizou, agora, após ser graciosamente purificado, o inspira a um santo entusiasmo pela obra de Deus.
Observe que Isaías foi convidado por meio da pergunta: Quem há de ir por nós? (v. 8). É bem possível que a pergunta “a quem enviarei e quem há de ir por nós?” seja uma pergunta feita à hoste celestial, quer visivelmente presente ou implícita.
É sugestivo que Isaías nem seja diretamente abordado, nem coagido. Talvez seja assim pelo fato de Isaías não precisar de coerção, mas, antes, precisar de uma oportunidade para uma resposta voluntária.
Os que necessitam ser coagidos são pouco cônscios da imensidade da graça de Deus para com eles. Oferecer-se a si mesmo é sempre o gesto dos que têm recebido a graça de Deus. Deus só pode usar uma decisão espontânea e cheia de amor.

 

3. Envia-me a mim (6.8c)
… Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim(6.8c).
Após essa série de experiências, que mais Isaías faria além de lançar-se no serviço a Deus? Diante do chamado, Isaías se prontifica: “envia-me a mim”. A experiência espiritual nunca deve ser um fim em si mesma. A não ser que a experiência, de alguma forma, resulte em ação, ela se voltará contra si mesma e será infrutífera.
Ao longo da história, muitos homens e mulheres, da mesma forma que Isaías, se dispuseram para uma obra específica. O apóstolo Paulo, Lutero, Gunnar e Frida Vingren, Daniel e Sarah Berg, Billy Graham e outros, incendiados pelo Espírito de Deus, um dia disseram: “eis-me aqui! Envia-me a mim!”. Ao mesmo tempo, muitos estão sofrendo porque rejeitaram o chamado.
Isaías foi, desse modo, comissionado a pregar a mensagem de Deus fiel e destemidamente, embora o seu ministério pudesse resultar em rejeição e aparente fracasso. Afinal, o poder do chamado não reside em quem é chamado, mas em quem chama.
A tarefa de Isaías foi pregar a ouvidos moucos: Israel se tornaria ainda mais endurecido. Os versos de 7 a 13 mostram a rejeição da mensagem por Israel. Essa ofensa tem cumprimento completo na rejeição de Cristo e de Sua pregação (Mt 13.13ss.; Jo 12.40; At 28.26).

 

APLICAÇÃO PESSOAL
As experiências espirituais que Deus nos concede visam preparar-nos para responder com alegria e disposição ao Seu chamado missionário, motivando-nos a uma vida frutífera. Qual será sua resposta?

 

RESPONDA
1) Qual o significado do nome Emanuel?

2) Aponte quais são os 4 títulos recebidos pelo Emanuel.

3) Qual é a grande promessa revelada pelo profeta no texto?

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